LIVRO DO CÉU VOLUME 1
(67) Desde então, recordo que se encendiou em mim tanto desejo de sofrer que não se apagou até
agora. Também me lembro que, depois da Comunhão, lhe pedia ardentemente para me conceder
sofrimento, e Ele, às vezes, para me contentar, me parecia que tomava os espinhos da sua coroa
e cravava-os no meu coração; outras vezes, sentia que tomava meu coração entre suas mãos, e o
estreitava tão forte que pela dor que eu sentia perdia os sentidos. Quando avisava que as pessoas
podiam perceber algo, e Ele estava disposto a me dar essas penas, eu logo lhe dizia: “Senhor, o
que Tu está fazendo? Peço que me dê o sofrimento, mas que ninguém perceba.
Por algum tempo, ele me contentou, mas meus pecados me tornaram indigna de sofrer
secretamente, sem que ninguem soubesse.
(68) Lembro-me muitas vezes após a Comunhão, ele me dizia: “Você não poderá realmente se
assemelhar a Mim, senão através de sofrimentos. Até agora eu estive ao seu lado, agora quero
deixá-la sozinha um pouco, sem me fazer sentir. Olha, até agora eu te levei de mãos dadas,
ensinando e corrigindo você em tudo, e você não fez nada além de me seguir. Agora eu quero que
você faça isso por si mesma, mas mais atenta do que antes, pensando que eu estou te olhando
fixamente, mas sem me fazer sentir, e que quando eu me fizer sentir novamente, virei, ou
recompensá-la se você tiver sido fiel a mim ou puni-la se tiver sido ingrata ”.
(69) Fiquei tão chocada e abatida com esta notícia que lhe dizia: Senhor, meu tudo e minha vida,
como poderei sobreviver sem Ti, quem me dará força? Como, depois que me fizesse deixar tudo,
de modo que eu sinto que não existe ninguém para mim, queres me deixar só e abandonada?
Talvez tenha esquecido do quão ruim eu sou, e que sem Ti eu não posso fazer nada?
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