(127) Eu resignei-me à sua Santa Vontade, ofereci aquela Comunhão como a última da minha
vida, dei o último adeus a Jesus no Sacramento, e embora estivesse resignada, mas a minha
natureza sentia-o tanto, que todo aquele dia não fiz outra coisa senão chorar e pedir ao Senhor que
me desse força. Na verdade me pareceu muito amargo todo esse fato, e sem pensar nem sabê-lo
encontrei uma nova e pesada cruz que creio ter sido a mais pesada que tive em minha vida.
Enquanto estava naquele estado de sofrimentos, eu não pensava em outra mais do que morrer e
fazer a vontade de Deus. Os familiares, que também sofriam ao me ver naquele estado, tentaram
chamar algum sacerdote, mas ninguém quis vir, um por um e outro por outro; depois de dez dias
veio o sacerdote que me confessava quando era pequena, e aconteceu que também ele me fez
sair desse estado, e então me dei conta da rede na qual o Senhor me havia envolvido.
(128) Daqui veio-me uma guerra por parte dos sacerdotes, quem dizia que era fingimento, quem
precisava dos tacos, outros que queria passar por santa, quem acrescentava que estava
endemoninhada e muitas outras coisas, que dizê-las todas seria fazer muito longa a história. Com
estas idéias em suas mentes, quando sucediam os sofrimentos e a família mandava chamar
alguém, não queriam vir, dizendo todas aquelas coisas, e a pobre família sofreu muito,
especialmente a minha pobre mãe, quantas lágrimas derramou por mim. Ah! Senhor, protege-a
Tu. Oh meu bom Senhor, quanto sofri desde então, só Você sabe tudo!
(129) Quem pode dizer quão amargo me foi este fato, que para me libertar desse estado de
sofrimentos necessitava-se do sacerdote Quantas vezes pedi derramando lágrimas amarguíssimas, que me libertasse disto! Muitas vezes fiz positivas resistências ao Senhor quando
Ele queria que me oferecesse como vítima, e aceitasse as penas, e lhe dizia: “Senhor, promete-me
que Tu mesmo me libertarás, e então aceito tudo, de outra maneira não, não quero aceitar”. E
resistia o primeiro dia, o segundo, o terceiro, mas quem pode resistir a Deus? Insistia tanto comigo
que finalmente me via obrigada a submeter-me à cruz. Outras vezes lhe dizia de coração e com
confiança: “Senhor, como é que fazes isto? Como é que entre você e eu, você quis colocar um
terceiro? E este terceiro não quer se emprestar. Olhe, poderíamos estar muito contentes Você e eu
sozinhos. Quando você me queria para sofrer, eu imediatamente aceitava, porque eu sabia que
Você mesmo deveria me libertar, mas agora não, outra mão é necessária, Eu imploro, liberte-me,
porque assim estaremos ambos mais felizes”.
(130) Às vezes fingia não me escutar e não me dizia nada, outras vezes me dizia:
(131) “Não temas, Eu sou quem dá as trevas e a luz, virá o tempo da luz é meu costume que
minhas obras as manifesto por meio dos sacerdotes”.
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