(221) Às vezes também Jesus queria brincar, e eis como: Enquanto estava com estas ânsias,
vinha apressado e me dizia: “Queres vir?” E eu lhe dizia: “Onde?” E Ele: “Ao Céu”. E eu: “Dizes me
de verdade?” E Ele: “Apresse-se, venha, apresse=se”. E eu: “Está bem, vamos, mas temo que
queira brincar comigo”. E Jesus: “Não, não, de verdade quero levar-te Comigo”. E enquanto assim
dizia sentia minha alma sair do corpo, e junto com Jesus tomava o vôo ao Céu. Oh! como me
sentia contente então acreditando que devia deixar a terra, a vida me parecia um sonho, o sofrer
pouquíssimo! Enquanto chegávamos a um ponto alto do Céu, eu ouvia o canto dos bem
aventurados, eu apressava Jesus a me introduzir nessa bem-aventurada morada, mas Jesus o
tomava com calma. Em meu interior começava a suspeitar que não era verdade e dizia: “Quem
sabe se não é uma brincadeira que me fez?”
De vez em quando lhe dizia: “Meu Jesus, amado, fá lo depressa”. E Ele me dizia:
“Espera mais um pouco, desçamos outra vez à terra, olha, aí está por
perder-se um pecador, vamos, talvez se converta. Peçamos juntos ao Eterno Pai que tenha
misericórdia dele. Não queres que Ele seja salvo? Não estás disposta a sofrer qualquer pena pela
salvação de uma só alma?” E eu: “Sim, tudo o que quiseres que ela sofra, estou disposta, desde
que a salves”. Assim íamos a esse pecador, tentávamos convencê-lo, púnhamos ante sua mente
as mais poderosas razões para rende-lo, mas em vão. Então Jesus todo aflito me dizia: “Minha
esposa, volta outra vez a teu corpo, toma sobre ti as penas que lhe são merecidas, assim a Divina
Justiça, aplacada, poderá usar com ele misericórdia. Você viu, as palavras não o abalaram, nem
sequer as razões, não resta outra coisa que as penas, que são os meios mais poderosos para
satisfazer a Justiça e para render o pecador”. Assim me levava de volta ao corpo. Quem pode dizer
os sofrimentos que me vinham? Só o Senhor sabe que deles era testemunha. Depois de alguns
dias me fazia ver aquela alma convertida e salva, oh, como estava contente Jesus e eu também.
(222) Quem pode dizer quantas vezes Jesus fez estes jogos? Quando se chegava ao ponto de
entrar no Céu, e às vezes mesmo depois de ter entrado, agora dizia que não tinha a obediência do
confessor, e por isso era conveniente voltar à terra, e eu lhe dizia: “Enquanto estive com o
confessor fui obrigada a obedecer-lhe, mas agora que estou Contigo, devo obedecer-te a Ti,
porque Tu és o primeiro de todos. E Jesus dizia-me: “Não, não, quero que obedeças ao confessor”.
Então, para não me alongar muito, agora por um pretexto, agora por outro, me fazia voltar à terra.
(223) Muito dolorosos me resultavam estes jogos, basta dizer que me tornei tão impertinente, que
o Senhor para castigar minhas impertinências não permitia tão freqüentemente estas brincadeiras.
Dê seu testemunho sobre seu encontro com a Divina Vontade