LIVRO DO CÉU VOLUME 6-37
Abril 29, 1904
6-37 A vida de Deus manifesta-se nas criaturas com as palavras, com as obras e com os sofrimentos, mas o que a manifesta mais claramente são os sofrimentos.
(1) Continuando meu estado habitual, me encontrei rodeada por três virgens, as quais tomando-me a viva força queriam me crucificar sobre uma cruz, e eu como não via ao bendito Jesus, temendo, punha resistência, e elas vendo minha resistência me disseram: “Irmã caríssima, não temas que não esteja nosso Esposo, deixa que te comecemos a crucificar, que o Senhor atraído pela virtude dos sofrimentos virá, nós viemos do Céu, e como vimos males gravíssimos que estão por acontecer na Europa, para fazer com que pelo menos aconteçam mais benignos viemos fazer-te sofrer. Enquanto isso me trespassaram com pregos as mãos e os pés, mas com tal crueza de dor
que me sentia morrer. Agora, enquanto sofria veio o bendito Jesus, e vendo-me com severidade me disse:
(2) “Quem te ordenou que te pusesses nestes sofrimentos? Então para que me serves? Para não poder nem sequer ser livre de fazer o que quero, e para ser um contínuo estorvo à minha justiça?”
(3) Eu no meu íntimo dizia: “Que quer de mim, eu nem sequer queria, foram elas que me induziram, e a toma contra mim”. Mas não podia falar por causa da dor; aquelas virgens vendo a severidade de nosso Senhor, mais me faziam sofrer tirando e voltando a cravar os pregos, e me aproximavam a Ele mostrando-lhe meus sofrimentos, e quanto mais sofria, mais parecia que o Senhor se apaziguava, e quando o viram mais apaziguado e quase enternecido por meu sofrer, me deixaram e se foram, deixando-me só com nosso Senhor. Então Ele mesmo me assistia e sustentava, e vendo-me sofrer, para me reanimar disse-me:
(4) “Minha filha, a minha Vida manifesta-se nas criaturas com as palavras, com as obras e com os sofrimentos, mas o que a manifesta mais claramente são os sofrimentos.
(5) Enquanto estava nisto, o confessor veio chamar-me à obediência, e em parte pelos sofrimentos, e em parte porque o Senhor não me deixava, não podia obedecer. Então lamentei com meu Jesus, dizendo: “Senhor, como é que o confessor está esta hora? Justo agora devia vir?”
(6) E Ele: “Minha filha, deixa que fique um pouco conosco e que participe também em minhas graças. Quando alguém continuamente frequenta uma casa, participa do pranto e do riso, da pobreza e da riqueza; assim é do confessor, não participou de suas mortificações e privações? Agora participa de minha presença”.
(7) Então parecia que lhe participava a força divina dizendo-lhe: “A Vida de Deus na alma é a esperança, e por quanto esperas, tanto de Vida Divina contes em ti mesmo, e assim como a Vida Divina contém potência, sabedoria, fortaleza, amor e outras coisas, assim a alma se sente regar por tantos fluxos por quantas são as virtudes divinas, e a Vida Divina cresce sempre em ti mesmo; mas se não esperas, no espiritual, e pelo espiritual participará também o corporal, a Vida Divina se irá consumindo até apagar-se de tudo, por isso espera, espera sempre.
(8) Depois, com esforço recebi a comunhão, e depois me encontrei fora de mim mesma e via três homens em forma de três cavalos indômitos que desenfreados na Europa, fazendo tantos estragos de sangue, e parecia que queriam envolver como dentro de uma rede à maior parte da Europa em guerras encarniçadas, todos tremiam à vista destes diabos encarnados, e muitos ficavam destruídos.
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