LIVRO DO CÉU VOLUME 6-40
Maio 30, 1904
6-40 A Paixão serve como veste ao homem. A soberba transforma em demônios as imagens de Deus.
(1) Encontrando-me em meu estado habitual, estava pensando e oferecendo a Paixão de Nosso Senhor, especialmente a coroa de espinhos, e lhe rogava que desse luz a tantas mentes cegas, que se fizesse conhecer, porque é impossível conhecê-lo e não amá-lo. Enquanto dizia isto, meu adorável Jesus saiu de dentro de mim e me disse:
(2) “Minha filha, quanta ruína faz na alma a soberba, basta dizer-te que forma um muro de divisão entre a criatura e Deus, e de imagens minhas as transforma em demônios. E além disso, se tanto te dói e te desagrada que as criaturas sejam tão cegas que elas mesmas não entendam nem vejam o precipício em que se encontram, e tanto deseja que Eu as ajude, minha Paixão serve como vestes ao homem, que lhe cobre as maiores misérias, o embeleza e lhe restitui todo o bem que pelo pecado se havia tirado e perdido, pelo que Eu te faço dom de minha Paixão, a fim de que te sirva a ti e para quem tu queiras”.
(3) Ao ouvir isto veio-me tal temor, vendo a grandeza do dom, e temendo que não soubesse usar este dom, e por isso desagradar ao mesmo Doador; então disse: “Senhor, não sinto a força de aceitar tal dom, sou muito indigna de tal favor, melhor fique Você que é o Tudo e tudo conhece, conhece a quem é necessário e convém aplicar esta vestimenta preciosa e de imenso valor, porque eu, pobrezinha, que coisa posso conhecer? E se é necessário aplicá-lo a alguém e eu não
o faço, que rigorosa conta não me pedirás?”
(4) E Jesus: “Não temas, o próprio Doador te dará a graça de não ter inútil o dom que te deu, acreditas tu que Eu te faço um dom para te fazer mal? Não, jamais”.
(5) Então eu não soube o que responder, mas fiquei espantada e em brasas, reservando-me para ouvir como pensava a senhora obediência. Entende-se, no entanto, que este vestido, não quer significar outra coisa senão tudo o que fez, mereceu e sofreu nosso Senhor, onde a criatura encontra o vestido para cobrir-se a nudez despojada de virtude, as riquezas para enriquecer-se, as belezas para tornar-se bela e embelezada, e o remédio para todos os seus males. Depois, tendo dito à obediência, me disse que aceitasse.
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