A Enfermidade na Divina Vontade : Jesus responde no Livro do Céu

O AVISO - COMO SE PREPARAR NA DIVINA VONTADE
A Enfermidade na Divina Vontade : Jesus responde no Livro do Céu
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8-34
Abril 8, 1908

A Divina Vontade é contínua comunhão.
Como saber se um estado é Vontade de Deus.

(1) Estava aborrecida por não poder receber a comunhão todos os dias, e o bom Jesus ao vir me disse:
(2) “Minha filha, não quero que nada te dê incômodo. É verdade que é grande receber a comunhão, mas quanto dura a união estreita da alma Comigo? No máximo um quarto de hora, por isso a coisa que mais te deve importar é desfazer completamente a tua vontade na minha, porque
para quem vive da minha Vontade a união estreita Comigo não é só de um quarto de hora, senão sempre, sempre, sempre. Assim que minha Vontade é contínua comunhão com a alma, portanto, não uma vez por dia, mas todas as horas, todos os momentos, é sempre comunhão para quem faz
a minha vontade”.
(3) Agora, tendo passado dias amargos pela privação de meu sumo e único Bem, pensando e temendo que meu estado fosse uma ficção, estar na cama sem nenhum movimento, sem nenhuma ocupação, esperando a vinda do confessor e sem meu habitual adormecimento, me angustiava e martirizava tanto, que me fazia adoecer pela dor e pelas contínuas lágrimas. Muitas vezes eu implorei ao confessor para me dar permissão e obediência de que, quando não estivesse adormecida e Jesus Cristo não se comprasse em me participar, como vítima, um mistério de sua Paixão, eu pudesse me sentar na cama segundo meu costume e me dedicar a meu trabalho de tecelagem, mas ele continua e absolutamente me proibiu, é mais, acrescentou que este meu estado, embora com a privação de meu Sumo Bem, devia considerar-se como estado de vítima pela violência e dor na dita privação e pela obediência. Eu sempre obedeci, mas continuamente o martírio do coração me dizia: “E não é esta uma ficção? Onde está o seu adormecimento? Onde o estado de vítima? E você o que sofre dos mistérios da Paixão? Levanta-te, levanta-te, não faças simulações, trabalha, trabalha, não vês que este fingimento te levará à Condenação? E tu não temes? E não pensas no tremendo juízo de Deus? Não vês que depois de tantos anos não fizeste outra coisa senão cavar um abismo do qual não sairás em toda a eternidade?” Oh, Deus! Quem pode dizer o tormento do coração e os cruéis sofrimentos que me atormentam a alma, oprimem-me e lançam-me num mar de dores? Mas a tirania obediência não me permitiu nem sequer um átomo de minha vontade. Seja feita a Divina Vontade que assim dispõe.

(4) Enquanto estava nestes tormentos cruéis, esta noite, encontrando-me no meu estado habitual, via-me circundada por pessoas que diziam:
(5) “Reza um Pai Nosso, uma Ave Maria, e uma glória em honra de São Francisco de Paulo, e ele lhe trará algum alívio aos seus sofrimentos”.

(6) Então eu os rezei, e assim que os terminei apareceu o santo me trazendo um pequeno pedaço de pão, me deu dizendo:
(7) “Coma-o”.
(8) Eu comi e senti-me fortificada, e depois disse-lhe: “Amado Santo, gostaria de te dizer alguma coisa”.
(9) E Ele com toda afabilidade: “Dize, que queres dizer-me?”
(10) E eu: “Temo tanto que o meu estado não seja a vontade de Deus. Olhe, nos primeiros anos desta doença acontecia-me a intervalos, sentia que Nosso Senhor me chamava porque me queria vítima, e ao mesmo tempo sentia-me surpreendida por dores e feridas internas, tanto, que externamente parecia como se tivesse tido um acidente, por isso temo tanto que minha fantasia  produzia esses males”.

(11) E o santo: “O sinal seguro para conhecer se um estado é Vontade de Deus, é se a alma está disposta a fazer diversamente se soubesse que a Vontade de Deus não fosse mais aquela”.
(12) E eu, não ficando convencida acrescentei: “Querido santo, não te disse tudo, escuta, as primeiras vezes foi a intervalos, mas desde que Nosso Senhor me chamou à imolação contínua já vão 21 anos que estou sempre na cama, e quem te poderá dizer as vicissitudes? Às vezes parece que me deixa, me tira o sofrimento que é meu único e fiel amigo em meu estado, e eu fico destroçada sem Deus, sem o sustento do mesmo sofrer, por isso as dúvidas, os medos de que o meu estado não é a vontade de Deus”.

(13) E Ele todo doçura: “Repito-te o que te disse antes, se estás disposta a fazer a Vontade de Deus se a conhecesses, teu estado é de sua Vontade”.
(14) E como eu sinto na alma, que se conhecesse a Vontade de Deus com toda clareza estaria disposta à custa de minha própria vida, a seguir seu Santo Querer, por isso fiquei mais tranqüila.
(15) Sejam sempre dadas as graças ao Senhor.

13-26
Outubro 21, 1921

Tudo o que Jesus fez e sofreu está em contínuo ato de dar-se ao homem

(1) Estava pensando na Paixão do meu doce Jesus, então Ele, ao vir me disse:
(2) “Minha filha, cada vez que a alma pensa em minha Paixão, recorda o que sofri ou me compadece, nela renova-se a aplicação de minhas penas, surge meu sangue para inundá-la e minhas chagas se põem em caminho para curá-la se está ferida, ou para embeleza-la se está sã, e todos os meus méritos para a enriquecer. O negócio que faz é surpreendente, é como se pusesse no banco tudo o que fiz e sofri, e dele obtém o dobro, porque tudo o que fiz e sofri está em contínuo ato de dar-se ao homem, assim como o sol está em contínuo ato de dar luz e calor à terra; meu agir não está sujeito a esgotar-se, somente com que a alma o queira, e por quantas vezes o queira, recebe o fruto de minha Vida, assim que se se recorda vinte, cem, mil
vezes de minha Paixão, tantas vezes de mais desfrutará os efeitos dela, mas que poucos são  os que dela fazem tesouro.

Com todo o bem de minha Paixão se vêem almas fracas, cegas, surdas, mudas, coxos, cadáveres vivos que dão repugnância, porque minha Paixão foi posta no esquecimento. Minhas penas, minhas chagas, meu sangue, são força que tira as fraquezas, luz que dá vista aos cegos, língua que desata as línguas e abre o ouvido, é meio que endireita os coxos, vida que ressuscita os cadáveres. Todos os remédios necessários à humanidade estão em minha Vida e em minha Paixão, mas a criatura despreza a medicina e não põe atenção aos remédios, por isso se vê que com toda minha Redenção, o homem perece em seu estado como afetado por uma doença incurável. Mas o que mais me dói é ver pessoas religiosas que se cansam para fazer aquisição de doutrinas, de especulações, de histórias, mas de minha Paixão, nada, assim que minha Paixão muitas vezes está banida das igrejas, da boca dos sacerdotes, Assim, seu falar é sem luz, e as pessoas ficam mais em jejum do que antes”.

(3) Depois disto me encontrei de frente a um sol, cujos raios choveram todos sobre mim, me penetravam dentro;me sentia investida de modo que me sentia em poder do sol, sua luz vibrante não me impedia olhá-lo, e cada vez que o via sentia uma alegria e uma felicidade maior; então, de dentro daquele sol saiu meu doce Jesus e me disse:

(4) “Amada filha de meu Querer, como sol te inunda meu Querer, tu não és outra coisa que a presa, o entretenimento, o contentamento de meu Querer, e conforme te submerges nele, assim meu Querer, como raios solares derrama em ti os perfumes de minha santidade, de minha potência, sabedoria, bondade, etc., e como o meu Querer é eterno, quanto mais tentas estar n’Ele, e fazer d’Ele mais que vida própria, vens absorver em ti a minha imutabilidade e impassibilidade. A eternidade como um círculo gira em torno de você para fazer com que você tome parte em tudo e que nada te escape, e isto para fazer com que minha Vontade em você fique honrada e plenamente glorificada. À primeira filha de meu Querer quero que nada lhe falte, que não lhe falte nenhum distintivo que me pertence e que a faça distinguir-se por todo o Céu como o primeiro começo da santidade de viver em meu Querer. Por isso fique atenta, de meu Querer não saia jamais, a fim de que receba todos os perfumes de minha Divindade, e fazendo sair todo o seu, confirme tudo o que é meu, e minha Vontade fique como centro de vida em você”.

21-3
Março 3, 1927
Onde reina o Divino Querer chama a Deus junto com seu agir. O oferecimento a Deus das próprias ações as purifica e as desinfeta.

(1) Estava oferecendo meus pequenos atos como homenagem de adoração e de amor ao Supremo Querer, e pensava entre mim: “Mas será certo que o que faz a alma que faz a Divina Vontade, o faz o mesmo Deus? Que glória pode ele receber, se eu lhe oferecesse o meu pequeno trabalho e tudo o que posso fazer, o viesse fazer comigo?” E o meu doce Jesus a mover-se dentro de mim disse-me:

(2) “Minha filha, não me sentes em ti que estou a seguir os teus atos? Porque onde reina minha Vontade, todas as coisas, até as mais pequenas e naturais se convertem em deleite para Mim e para a criatura, porque são efeito de uma Vontade Divina reinante nela, que não sabe fazer sair de
Si nem sequer a sombra de alguma infelicidade. Além disso, você deve saber que na Criação nosso Fiat Supremo estabeleceu todos os atos humanos, investindo-os de deleite, de alegria e de felicidade, assim que o mesmo trabalho não devia provocar nenhum peso ao homem, nem causar-
lhe a mínima sombra de cansaço, porque possuindo meu Querer possuía a força que jamais se cansa nem diminui. Olhe, também as coisas criadas são símbolo disto, cansa-se talvez o sol de dar sempre a sua luz? Certamente que não; cansa-se o mar de murmurar continuamente, de formar as
suas ondas, de nutrir e de multiplicar os seus peixes? Certamente que não; cansa-se o céu de estar sempre estendido, a terra de florescer? Não. Mas por que não se cansam? Porque está dentro deles o poder do Fiat Divino, que tem a força que não se esgota jamais. Então todos os atos humanos entram na ordem de todas as coisas criadas e todos recebem a marca da felicidade: o trabalho, o alimento, o sono, a palavra, o olhar, o passo, tudo. Agora, até que o homem se  mantenha em nosso Querer, se mantém santo e são, cheio de vigor e de energia incansável, capaz de saborear a felicidade de seus atos e de fazer feliz Aquele que lhe dava tanta felicidade; mas assim que se subtraiu, adoeceu e perdeu a felicidade, a força incansável, a capacidade e o gosto de saborear a felicidade de seus atos que o Divino Querer com tanto amor havia investido. Isto acontece também entre quem está são e entre quem está doente: O primeiro saboreia o alimento, trabalha com mais energia, toma prazer em divertir-se, em passear, em conversar; o enfermo se desagrada do alimento, não sente força para trabalhar, se aborrece das diversões, estragam lhe as conversas, tudo lhe faz mal; A doença mudou sua natureza, seus atos em dor. Agora supõe que o enfermo voltasse ao vigor de sua saúde, se restabeleceria nas forças, no gosto, em tudo.

Assim, a causa de sua enfermidade tem sido o sair de minha Vontade; o retornar e fazê-la reinar será causa de que volte a ordem da felicidade nos atos humanos, e fazer que minha Vontade tome sua atitude nos atos da criatura. E enquanto oferece seu trabalho, o alimento que toma, e tudo o que
faz, desde dentro daqueles atos humanos brota a felicidade colocada por meu Querer nesses atos e sobe a seu Criador para dar-lhe a glória de sua felicidade. Eis por que onde reina minha Vontade, não só me chama junto com Ela a agir, mas dá-me a honra, a glória daquela felicidade com a qual
investimos os atos humanos, e ainda que a criatura não possua toda a plenitude da unidade da luz da minha Vontade, desde que ofereça todos os seus atos ao seu Criador como homenagem e adoração, como a doente é ela, não Deus, Deus recebe a glória da felicidade de seus atos humanos. Suponha um enfermo que fizesse um trabalho, ou que preparasse um alimento e o desse a outro que está são, este que goza a plenitude da saúde não percebe nada, nem do cansaço daquele trabalho, nem da fadiga que o enfermo sentiu ao fazê-lo, nem o desgosto desse alimento que teria sentido se o tivesse tomado o enfermo, mas sim goza na plenitude de sua saúde do bem, da glória e da felicidade que lhe levará aquele trabalho e gosta do alimento que lhe foi oferecido. Assim o oferecimento das próprias ações purifica, desinfeta as ações humanas e Deus recebe a glória devida a Ele, e por correspondência faz descer novas graças sobre aquela que oferece a Ele suas ações”.

22-10
Julho 10, 1927
Privações de Jesus. Como quem vive no Querer Divino é o triunfo de Deus e da alma.

(1) Estava fazendo o giro na Vontade Divina e minha pobre mente girava por todas as coisas criadas imprimindo meu te amo, até nas montanhas mais altas e nos mais profundos vales, nos abismos mais escuros da terra e na parte mais profunda do mar, em suma, em todas as partes.
Enquanto isso fazia, minha pobre mente era torturada pela privação de meu doce Jesus e meu pobre coração era atormentado, porque por quanto o chamava com meu amor, não sabia encontrá-lo. Oh Deus, que pena! e pensava para mim: “Será possível que Jesus não me escute mais, e que enquanto encher céu e terra com meus te amo, nenhum deles o descubra para feri-lo, e fazendo-lhe sentir minha ferida, minha tortura, meu tormento, sentindo Ele minhas mesmas penas, para não senti-las decidir fazer-se encontrar por aquela que tanto o suspira? Ah! Jesus quanto me custa ter-te conhecido; não possuir-te, amar-te e não ser amada são penas que não se sabem dizer, faltam as palavras para expressá-las”. Enquanto dizia isto, o meu querido Jesus moveu-se dentro de mim e começou a chorar, falou-me soluçando, mas o seu soluço era tão forte que ressoou no ouvido do meu corpo penetrou tanto nele, que também eu chorei junto com Ele:

(2) “Minha filha, como, me crês distante? Como podes pensar que não és amada pelo teu Jesus?
Cada te amo teu era uma ferida a mais ao meu coração que me fazia dizer: Minha filha, onde quer que faças ressoar o teu amo, pelos montes, pelos vales, pelo mar, pelos prados floridos, pelo sol, por toda parte, e eu, se bem que escondido em ti, repetia, te amo filha minha. Tenho-me sentido
ferir quando tu pensavas que Eu não te amava mais; isto não pode ser filha minha, não é da natureza do teu Jesus o não saber amar, nem Eu sei fazer isto, e se me estou a esconder em ti sem me revelar, é a minha justiça que me esconde e que quer castigar os povos com fortes flagelos. E, oh! quantos castigos choverão sobre a terra, e de todas as espécies, porque muito a estão irritando; escondo-me de ti para que faça seu curso”.

(3) Dito isto fez silêncio e desapareceu, e eu fiquei tão mal que não podia deter o pranto. Mais tarde voltou e me disse:
(4) “Minha filha, o triunfo de Deus é a vontade humana que age na sua, esta é sua vitória, o fazer entrar de novo em Si, em seu próprio Querer, o que saiu dele. À medida que a alma opera Nele, assim se estende nos confins divinos, Seus atos tomam lugar em tudo o que é eterno. É verdade que minha Vontade se encontra por toda parte, não há ponto em que não se encontre, mas onde desenvolve sua potência, seu obrar Divino? Na alma que vive Nela, a alma que Nela vive dá-lhe ocasiões de novas obras, faz-lhe pôr fora o que tem dentro de belo e de santo; acontece o que aconteceu na Criação, nosso Ser era ‘ab aeterno’ mas nada se via por fora de Nós antes da Criação, porque todo o nosso agir, nossos presságios e bem-aventuranças se desenrolavam dentro de nós, mas quando nosso Ser Divino quis operar fora de Nós, nossa Vontade teve ocasião de operar e pôs fora todo o universo, com tal suntuosidade, ordem e harmonia, que forma a maravilha de todas as gerações e o triunfo e vitória de nosso Ser Supremo. Assim a alma que vive em nosso Querer, conforme obra lhe dá ocasião de formar outras obras dignas dele, por isso é nosso contínuo triunfo e o desenvolvimento de nossas obras, mantém a atitude divina. Assim, enquanto forma nosso triunfo e nossa vitória, ao mesmo tempo a alma triunfa e vence a Vontade
Divina, por isso se vê o um e o outro vitoriosos, Deus e a pequenez da criatura. Parece-te pouco que a pequenez da criatura cante vitória, mova a agir a uma Vontade Divina e a vença?”

(5) Depois disto minha pobre mente continuava girando na Criação, para levar diante da Majestade Suprema todos os atos que faz a Divina Vontade em cada coisa criada, todos aqueles que fez na Rainha Soberana, e na Humanidade Santíssima de Nosso Senhor. Assim, reunindo tudo junto, os levava como tantas partes do Divino Querer, todos dignos de um Deus três vezes Santo. Parece-me que só o agir da Divina Vontade pode dar as homenagens mais belas e dignas de um Deus. Enquanto estava nisto, o meu doce Jesus mexeu-se dentro de mim e disse-me:

(6) “Minha filha, como são admiráveis, harmoniosos, todos ordenados entre eles, de uma beleza rara, os atos feitos por minha Vontade, são nosso exército divino que, ordenados em torno do Ser Supremo formam nossa glória, nossa defesa, nossa felicidade sem fim; o que sai do Fiat Divino
leva a marca divina, e à medida que saem, mais que nossos filhos legítimos, não perdem jamais a vida. Se tu nunca dás vida à tua vontade, também tu poderás chamar-te um ato da Divina Vontade, e como ato dela virás a adquirir o direito sobre todos os seus atos, tomarás lugar em nosso exército, será nossa filha legítima e como irmã de todos os atos de nossa Vontade, e por isso terá o poder de uni-los todos juntos, para levar-nos a glória, a felicidade de todos os atos do Eterno Fiat.

Que diferença entre quem é um ato de Vontade Divina e quem não é. Um ato dela pode ser um sol, um céu, um mar de eterno amor, uma bem-aventurança e felicidade que jamais termina; que coisa não pode ser um ato de minha Vontade? Ela é eterna e faz eternos seus atos, é luz imensa e todos seus atos têm a plenitude da luz, não há coisa de Si que não Invista seus atos. Ao contrário, para quem não é ato da Divina Vontade, oh! quão diferente é, não pode tomar posto no exército divino, não será capaz de dar alegrias e felicidade, sua luz será tão escassa que dificilmente poderá ver-
se a si mesmo, seus atos, por quão bons, mas porque são produzidos pela vontade humana, serão como fumaça que o vento dispersa, ou como flor que murcha e morre. Que diferença filha minha entre um e outro”.

22-15
Agosto 4, 1927.
Não há maior felicidade de um rei, do que servir a sua rainha, e da rainha, do que servir o rei.
Quando reina a Vontade Divina é como o batimento do coração. Exemplo do pai com o filho.

(1) Sentia-me extremamente aflita pelas habituais privações do meu amado Jesus, mas na medida em que é acostumada à pena se faz mais intensa e se agrava sempre mais até me fazer ficar petrificada. Agora, enquanto estava imersa, como no mar, nesta dor, foi-me dado um refresco, e eu via naquela água gelada a Vontade d’Aquele que me tinha torturado, mas também me amava, que tinha preparado aquele refresco. E enquanto eu o aproximava dos meus lábios, Jesus moveu-se dentro de mim em ato de estender a mão para segurar o copo para me dar ele a beber, dizendo:

(2) “Sirvo a minha rainha; ela serve a Mim que sou o Rei, e Eu a sirvo, que é a minha rainha, porque quem faz e vive na minha Vontade está sempre disposta a fazer o que Eu quero, por isso serve ao seu Rei fielmente e de modo admirável, e estando a minha Vontade nela Eu sirvo a minha mesma Vontade que a fez rainha”.
(3) Ao ouvir isto, explodi em pranto de ternura indescritível e pensava para mim: “Rainha, rainha! E me deixa assim sozinha e abandonada até me fazer chegar aos extremos? E depois se vem é para me deixar por mais tempo. Ah, Jesus, Jesus! Estás a gozar comigo?” Mas enquanto eu desabafava
minha dor se moveu de novo dentro de mim e acrescentou:

(4) “Minha filha, não estou zombando, mas digo-te que não há felicidade maior do que quando o rei serve a rainha e a rainha ao rei. E, se a rainha estiver doente, se for servida pelo rei, sustentada nos seus braços, alimentada pelas suas mãos, não há coisa que o rei não lhe faça, e não permite
que nenhum servo se aproxime para servir a sua rainha, A doença se transformaria em felicidade para a doente rainha e ao ser tocada, servida, sustentada, velada pelo rei, sente-se como se seu amor lhe desse de novo a vida. Se isto acontece na ordem natural, que um rei é mais feliz de ser
servido pela rainha, um pai por uma filha, e a filha se é servida por seu pai ou sua mãe, porque o rei, o pai, a filha, no serviço que prestam têm por primeiro ato o amor e querem dar a vida com seus serviços. Eis por que ficam felizes em suas penas, o que não está nos servos, e por isso o serviço dos servos é sempre duro. Agora muito mais na ordem sobrenatural, quem vive em meu Querer é minha rainha, e seu primeiro ato é o amor, e em todos os atos que faz me dá sua vida, e Eu, oh! como me sinto feliz em seus atos, porque são os atos de minha mesma Vontade que me servem. E Eu vendo-te doente por minha causa, sinto-me feliz de te servir nas mesmas coisas criadas por mim, querendo dar-te em cada uma delas a minha mesma Vida, e ao dar-te a, sinto-me duplicar a minha felicidade, porque sirvo a minha Vida naquela que possui a minha Vontade, que me a tornou rainha. Isto não acontece quando minhas coisas criadas servem a quem não faz minha Vontade; estes são servos porque não possuem uma Vontade real, e oh! como me é difícil servir aos servos. Se um rei serve a sua rainha não se degrada, mas adquire glória e heroísmo, mas ser obrigado a servir aos servos, que dor e humilhação”.

(5) Depois disto seguia os atos no Querer Divino e pensava para mim: “As privações do meu doce Jesus fizeram tal impressão sobre minha pobre alma, que não sinto mais aqueles fervores ardentes de antes, senão tudo é frieza. Oh Deus! que faca de duas pontas é tua privação, de uma parte
corta, pela outra mata, e com seus cortes tira e destrói tudo e deixa tal nudez, mesmo das coisas mais santas, que com esforço e só para cumprir o Querer Supremo se vive”. Mas enquanto pensava isto, o meu amado Jesus mexeu-se dentro de mim dizendo-me:

(6) “Minha filha, no entanto, o que tu sentias primeiro dentro de ti entrava na ordem da graça ordinária: Fervor, sensibilidade, é graça ordinária que dou a todos segundo suas disposições, e estão sujeitas a interrupções, agora a nascer e agora a morrer, e por isso não constituem nem vida, nem firmeza de santidade. Ao contrário, na minha Vontade, dei-te graça extraordinária, que é firmeza no bem e ato incessante, virtudes propriamente divinas. Acreditas que seja coisa de nada ou ordinária aquele giro contínuo nas obras do teu Criador? A firmeza da tua vontade na minha só por seguir os atos do meu Eterno Querer? Ante minha Vontade, os fervores, a sensibilidade não têm o que fazer, são como as pequenas luzes ante o grande sol, que não têm razão de existir, e se existem é para não fazer nada. Minha Vontade absorve tudo e faz tornar à alma toda Vontade de Deus, que quer fazer dela outro sol; quem é sol quer que todos se convertam em sol, seria coisa não digna dele formar pequenas luzes, isto não seria de sua natureza. E você chora pelas pequenas luzes e não pensa que um Sol te investe firme e irremovível. Muito mais que quando reina minha Vontade na alma, é como o batimento do coração, que tem o primeiro ato de vida em todos os membros, é como a vida, o movimento, a força, o calor, tudo vem do bater, se cessa o batimento, cessa a vida, o movimento e tudo.

(7) Agora minha Vontade, conforme pulsa na alma, pulsa e dá Vida Divina, pulsa e dá seu movimento incessante, sua força que não diminui jamais; pulsa e dá sua luz inextinguível. Como é bonito ver o contínuo pulsar de minha Vontade na criatura, é o maior milagre que existe no Céu e na terra, é a ordem perfeita entre Criador e criatura. E eu faço como um pai com a alma onde reina o pulsar do meu Querer, o qual tem sempre consigo o seu próprio filho, comunica-lhe os seus modos, põe-lhe na boca as suas palavras, gostaria de palpitar no filho para lhe dar o seu engenho, a sua vida, e quando está seguro que o filho é outro igual a si mesmo e podia fazer o que ele sabe fazer, diz-lhe: Meu filho, sai ao campo da vida e faz o que até agora tem feito seu pai; trabalha, desempenha nossa tarefa, toma você toda a obrigação da família, serás a repetição da minha vida e eu repousarei, acompanho-te com o meu coração para que sintas em ti a vida de teu pai, e fielmente a desenvolvas, esperando-te em meu repouso para gozar juntos os frutos de tuas fadigas. ‘ Mais que pai faço com a alma onde reina meu Querer, é mais, o pai não pode dar o pulsar ao filho e Eu dou-lhe, tenho-a sempre junto Comigo, ensino-lhe meus modos divinos, comunico-lhe meus segredos, minha força, e quando estou seguro a lanço no campo da Vida de minha Vontade a fim de que tome todo o empenho da família humana e lhe digo: Minha filha, deixa-me repousar, a ti confio tudo, mas te espero freqüentemente em meu repouso para gozar o fruto do trabalho que fazes no reino de minha Vontade’. Não queres que o teu Pai, o teu Jesus
descanse e tu trabalhes, mas sempre com o meu respirar em vez de Mim?”

(8) E eu: “Meu Jesus, Tu quase não me dizes nada e a mim não só me parece que devo trabalhar sozinha sem Ti, senão que me falta a tua palavra que me estenda o caminho que devo fazer no reino do teu Querer”. E Jesus acrescentou:

(9) “Minha filha, minha palavra é vida, e Eu quando falo devo ver se esta vida pode ter vida nas criaturas, se isto não é assim não exponho uma Vida Divina minha se não há quem a receba, e me basta ver disposta ainda que seja uma só criatura para tirar de Mim, em minha palavra, esta Vida
Divina. Eis por que muitas vezes não falo, porque não vejo os dispostos a viver a Vida da minha palavra. Muito mais que contigo não tenho necessidade de palavras para me fazer entender, basta olhar-nos para nos entender, não é certo? Você me entende e eu entendo você”.

 

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