Texto do Tema 17 Livro do Céu Volume 1- Cap 19
19 – A Vítima inicia a fazer o seu ofício, ligando-se às penas de Jesus Cristo adornado com a coroa de espinhos, em reparação dos pecados, especialmente a soberba.Começa a inanição de Luísa.
Poucos dias depois do que foi dito anteriormente, senti de novo perder os sentidos (lembro-me que no início, sempre que isso me acontecia, eu achava que poderia deixar a vida). Quando perdi os sentidos, Nosso Senhor voltou a fazer-se ver com a coroa de espinhos na cabeça, jorrando sangue, e dirigindo-se a mim disse: “Filha, vê o que me fazem os homens; nestes tristes tempos é tanta sua soberba que infestaram todo o ar, e é tanta a peste que por toda parte se espalha, tanto, que chegou até meu trono no Empíreo. Fazem de tal modo que eles mesmos fecham a si o Céu; os miseráveis não têm olhos para ver a verdade porque estão ofuscados pelo pecado da soberba, com o cortejo dos demais vícios que levam consigo. Ah, dá-me um alívio a tão acerbas dores e uma reparação a tantas ofensas que me fazem”.
Dizendo isto, Ele tirou a coroa, que não parecia coroa mais um novelo inteiro, assim, nem sequer uma pequena parte da cabeça ficava livre, mas toda ela era atravessada por aqueles espinhos. Quando Ele tirou a coroa, veio ter comigo e perguntou-me se eu a aceitava. Eu me sentia tão aniquilada, percebia tais penas pelas ofensas que lhe são feitas, que me fazia destroçar o coração e lhe disse: “Senhor, faz de mim o que queiras”. E assim o fez e a introduziu sobre minha cabeça e desapareceu. Quem pode dizer a dor que senti ao voltar a mim mesma?
A cada movimento da cabeça acreditava expirar, tantas eram as dores, as picadas que percebia na cabeça, nos olhos, nas orelhas, atrás na nuca; aqueles espinhos sentia-me penetrar até na boca, e esta se apertava de tal modo que não podia abri-la para tomar o alimento, e ficava às vezes dois, às vezes três dias sem poder tomar nada. Quando de algum modo se atenuavam, sentia sensivelmente uma mão que me oprimia a cabeça e renovava as penas, e às vezes eram tantas as dores que perdia os sentidos.
No início isto acontecia alguns dias sim e outros não, de vez em quando se repetia três ou quatro vezes ao dia, às vezes durava um quarto de hora, outras vezes meia hora e outras uma hora, e depois ficava livre, só que me sentia muito débil e sofrida, na medida em que naquele estado de dormência me tinham sido comunicadas as penas, assim ficava mais ou menos dolorida. Lembro-me também, como algumas vezes, pelos sofrimentos da cabeça como disse acima, não podia abrir a boca para tomar o alimento, e como a família sabia que não tinha vontade de estar no campo 24, quando viam que não comia atribuíam-no a um capricho meu, e naturalmente se zangavam, se inquietavam e me repreendiam. Minha natureza queria ressentir-se disto, porque via que não era verdade o que eles diziam, mas o Senhor não queria este ressentimento, e eis como aconteceu.
NOTAS
24 O motivo foi que Luísa não pôde assistir à missa durante os meses de sua estada no campo
Perguntas para responder sobre esse capítulo
– Quais tipos de pecados nesse capítulo que ferem muito a Jesus?
– Luisa recebeu qual tipo de reparação neste capítulo e o que representa?
– Luisa sofre muito e o que ela sente referente a boca?
– E nesse episódio o que a família começa a fazer?
Dê seu testemunho sobre seu encontro com a Divina Vontade