Estudo 59 O Evangelho como me foi revelado – Maria Valtorta – Escola da Divina Vontade

Estudo 59 O Evangelho como me foi revelado – Maria Valtorta – Escola da Divina Vontade
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65. A pesca milagrosa e a eleição dos quatro primeiros apóstolos.
10 de novembro de 1944.
65.1E recomeça com as palavras de Jesus:
– Quando chega a primavera e tudo floresce, o homem do campo diz,
contente: “Terei muito fruto.” E jubila em seu coração por esta esperança.
Mas, da primavera até o outono, do mês das flores ao das frutas, quantos
dias, quantos ventos e chuvas, sol e borrascas haverão de passar e, às vezes,
guerra ou crueldade da parte dos poderosos, as doenças das plantas e
doenças do homem do campo, pelo que as plantas — não mais cavadas e
reforçadas, regadas, podadas, sustentadas, limpas — que prometiam muito
fruto, entristecem e morrem ou totalmente ou na sua colheita!
Vós me estais seguindo. Vós me amais. Vós, como as plantas na
primavera, vos ornais com bons propósitos e com amor. Na verdade, Israel,
esta aurora do meu apostolado está como os nossos doces campos no
luminoso mês de Nisam. Mas, ouvi. Como um ardor de estiagem, virá
Satanás a queimar-vos com o seu hálito, pois tem inveja de Mim. Virá o
mundo com o seu vento gelado para gelar o vosso florescer. Virão as
paixões, como tempestades. Virá o tédio, como uma chuva obstinada. Todos
os inimigos meus e vossos virão para esterilizar tudo o que deveria vir desta
vossa santa inclinação de florescer em Deus. Eu vos aviso porque sei.
Mas, será que tudo, então, estará perdido quando Eu, como agricultor
doente — mais do que doente, morto — não mais poderei dar a vós palavras
e milagres? Não. Eu semeio e cultivo, enquanto for o meu tempo. Depois,
sobre vós crescerá e amadurecerá, se tomardes os necessários cuidados.
Olhai para aquela figueira da casa de Simão, filho de Jonas. Quem a
plantou, não encontrou o ponto certo e propício. Plantada junto ao úmido
muro do norte, já teria morrido se não tivesse, por si mesma, tratado de se
defender para viver. E procurou sol e luz. Lá está ela, toda dobrada, mas
forte e orgulhosa, que bebe desde a aurora o sol, e dele extrai suco para as
suas centenas e centenas de doces frutos. Defendeu-se sozinha. Disse: “O
Criador me quis para dar alegria e alimento ao homem. Eu quero que a sua
vontade tenha a minha por companheira!” Uma figueira! Uma planta que não
fala! Uma planta sem alma! E vós, filhos de Deus, filhos do homem, seríeis
menos do que uma planta?
Tomai bom cuidado para dar frutos de vida eterna. Eu vos cultivo e por
fim vos darei um suco, o mais poderoso que existe. Não deixeis, não deixeis
que Satanás ria sobre as ruínas do meu trabalho, do meu sacrifício e da
vossa alma. Procurai a luz. Procurai o sol. Procurai a força. Procurai a vida.
Eu sou a Vida, Força, Sol, Luz de quem me ama. Aqui estou para levar-vos
para o lugar de onde vim. Aqui falo para chamar-vos todos e mostrar-vos a
Lei dos dez mandamentos que dão a vida eterna. Com conselho de amor, Eu
vos digo: “Amai a Deus e ao próximo.” É a primeira condição para se
realizar todos os outros bens. O mais santo dos dez mandamentos: Amai.
Aqueles que amarem em Deus, a Deus e o próximo, pelo Senhor Deus terão
na terra e no Céu a paz como sua morada e sua coroa.
O povo com custo afasta-se, depois da bênção de Jesus. Não há doentes
nem pobres.
65.2 Jesus diz a Simão:
– Chama também os outros dois. Vamos para o lago, lançar a rede.
– Mestre, eu estou com os braços cansados por ter lançado e levantado a
rede a noite inteira e por nada. O peixe está nas profundezas e quem sabe
onde.
– Faz o que te digo, Pedro, e escuta sempre a quem te ama.
– Farei o que me estás dizendo, em respeito à tua palavra –e chama em
voz alta os empregados e também Tiago e João–: Vamos sair para a pesca. O
Mestre assim quer.
E enquanto eles vão se afastando, diz a Jesus:
– Porém, Mestre, Te asseguro de que esta hora não é propícia. A esta
hora, quem sabe onde é que os peixes estão descansando!…
Jesus, sentado à proa, sorri e cala-se.
Fazem um arco de círculo sobre o lago e depois lançam a rede. Poucos
minutos de espera; depois o barco começa a receber uns solavancos
estranhos, dado que o lago está liso como se fosse de vidro fundido sob um
sol já alto.
– Mas isto é peixe, Mestre! –diz Pedro com os olhos arregalados.
Jesus sorri, e cala-se.
– Iça, iça a rede! –ordena Pedro aos empregados. Mas o barco inclinase para o lado da rede:
– Ohé! Tiago! João! Depressa! Vinde! Com os remos! Depressa!
Eles correm, e os esforços dos dois grupos conseguem içar a rede sem
estragar os peixes.
Os barcos se aproximam. Estão até juntos. Um cesto, dois, cinco, dez.
Estão todos cheios e ainda há muitos peixes saltitantes na rede: prata e
bronze vivos que se movem para fugir da morte. Então, não há senão um
remédio: despejar o resto no fundo dos barcos. Eles o fazem e o fundo é toda
uma agitação de vidas em agonia. Os pescadores estão no meio desta
abundância que lhes ultrapassa os tornozelos e os barcos afundam além da
linha de imersão por causa do peso excessivo.
– Para a terra! Vira! Força! Põe a vela! Cuidado com o fundo! Varas
prontas para amortecer o choque! O peso é demais!
65.3Enquanto dura a manobra Pedro não reflete. Mas, quando chegam à
terra, ele o faz. E compreende. Por isso fica perturbado:
– Mestre! Senhor! Afasta-te de mim! Eu sou um homem pecador. Não
sou digno de estar perto de Ti!
Ele está de joelhos sobre o úmido leito do rio. Jesus olha para ele e
sorri.
– Levanta-te! Segue-me! Eu não te deixo mais! De agora em diante serás
pescador de homens e contigo estes teus companheiros. Não temais nada
mais. Eu vos chamo. Vinde!
– Já, Senhor. Vós ocupai-vos dos barcos. Levai tudo para Zebedeu e
para o meu cunhado. Vamos. Todos por Ti, Jesus! Bendito seja o Eterno por
esta escolha.
E a visão termina.

 

66. Judas de Keriot no Getsêmani torna-se discípulo.
28 de dezembro de 1944, 12:00 horas.
[…].
66.1Pela tarde, vejo Jesus… debaixo das oliveiras… Ele está sentado
sobre uma saliência do terreno em sua posição habitual, com os cotovelos
apoiados nos joelhos, os antebraços para a frente e as mãos juntas. Cai a
tarde, a luz diminui sempre mais no basto olival. Jesus está sozinho. Ele
tirou o manto como se sentisse calor e sua veste branca põe uma nota clara
no verde do lugar que o crepúsculo já vai tornando muito escuro.
Um homem desce por entre as oliveiras. Parece estar procurando alguma
coisa ou alguém. É alto, vestido com uma roupa de cor alegre, um amarelo
rosado, que torna mais vistoso o grande manto, todo de franjas ondulantes.
Não o vejo bem no rosto, porque a pouca luz e a distância não me permitem
e também porque ele tem uma ponta do manto caído sobre o rosto. Quando
vê Jesus, faz um gesto, como para dizer: “Lá está Ele!” e apressa o passo. A
poucos metros de distância, saúda-o:
– Salve, Mestre!
Jesus se vira de repente e levanta o rosto, porque o recém-chegado está
na saliência superior. Jesus o olha sério e eu diria triste.
O outro repete:
– Eu te saúdo, Mestre. Sou Judas de Keriot. Não me reconheces? Não te
lembras de mim?
– Eu me lembro e reconheço. És aquele que me falaste, junto com Tomé,
na Páscoa passada.
– E ao qual Tu disseste: “Pensa e saiba decidir antes da minha volta.”
Eu me decidi. Eu venho.
– Por que vens, Judas?
Jesus está mesmo triste.
– Porque… eu já te disse na outra vez o porquê. Porque eu sonho com o
reino de Israel e em ti eu vi o rei.
– Para isso vens?
– Para isso. Coloco-me a mim mesmo e tudo o que possuo: capacidade,
conhecimento, amizades, trabalho, ao teu serviço e a serviço da tua missão
para reconstituir Israel.
Os dois agora estão de frente, próximos, de pé, e se olham fixamente.
Jesus com uma seriedade que chega a ser tristeza, o outro, exaltado pelo seu
sonho, sorridente, belo e jovem, leviano e ambicioso.
– Eu não te procurei, Judas.
– Eu vi. Mas eu Te estava procurando. São dias e dias que eu venho ‐
colocando pessoas às portas, para me anunciarem a tua chegada. Eu pensava
que virias com os teus seguidores e que, por isso, teria sido fácil notar-te.
Ao invés… Compreendi que já havias chegado porque um grupo de
peregrinos te estava bendizendo por teres curado um doente. Mas ninguém
sabia me dizer onde estavas. Então, eu me lembrei deste lugar. E vim. Se eu
não tivesse Te encontrado aqui, eu teria me resignado a não Te encontrar
mais…
– Achas que tenha sido um bem para ti o teres-me encontrado?
– Sim, visto que te procurava, te desejava, te quero.
– Por que? Por que Me procuraste?
– Mas eu já disse a Ti, Mestre!
66.2Não me compreendeste?
– Eu te compreendi sim. Mas quero que tu também me compreendas,
antes de Me seguires. Vem. Falaremos enquanto caminhamos.
E se põem a caminhar, um ao lado do outro, para cima e para baixo,
pelas estradinhas que entrecortam o olival.
– Tu Me segues por uma idéia que é humana, Judas. Eu te devo dissuadir
disto. Eu não vim para isto.
– Mas, não és Tu o que foi designado para ser o Rei dos judeus? Aquele
de quem falaram os Profetas? Surgiram já outros. Mas a eles faltavam muitas
coisas e caíram como folhas que o vento não levanta mais. Tu tens a Deus
Contigo, tanto que operas milagres. Onde está Deus, o bom êxito da missão
está garantido.
– Falaste bem. Eu tenho Deus Comigo. Eu sou o seu Verbo. Sou aquele
que foi profetizado pelos Profetas, prometido aos Patriarcas, esperado pelas
multidões. Mas, por que, ó Israel, te tornaste tão cego e surdo, a ponto de
não saberes mais ler nem ver, ouvir e compreender a verdade dos fatos? O
meu Reino não é deste mundo, Judas. Dissuade-te disso. À Israel Eu venho
trazer a Luz e a Glória. Mas não a luz e a glória da terra. Eu venho para
chamar os justos de Israel ao Reino. Porque é de Israel e com Israel que há
de se formar e vir a planta da vida eterna, cuja linfa será o Sangue do
Senhor, a planta que se estenderá por toda a terra, até o fim dos séculos. Os
meus primeiros seguidores são de Israel. Os meus primeiros confessores, de
Israel. Mas também os meus perseguidores são de Israel. Também os meus
carrascos, de Israel. E também o meu traidor, de Israel…
– Não, Mestre. Isto não acontecerá nunca. Se todos te traírem, eu ficarei
Contigo, e te defenderei.
– Tu, Judas? E sobre o que se funda esta tua segurança?
– Sobre a minha honra de homem.
– Isso é uma coisa mais frágil do que uma teia de aranha, Judas. É a
Deus que devemos pedir a força para sermos honestos e fiéis. O homem!…
O homem faz obras de homem. Para fazer obras do espírito — e seguir o
Messias em verdade e justiça significa fazer obra de espírito — é preciso
matar o homem e fazê-lo renascer. És tu capaz disso?
– Sim, Mestre. Além disso… Nem todo Israel te amará. Mas carrascos e
traidores ao seu Messias não sairão de Israel. Israel te espera, há séculos!
– Mas dele sairão. Lembra-te dos Profetas. As palavras deles… e o seu
fim. Eu estou destinado a decepcionar a muitos. E tu és um deles. Judas, tu
tens à tua frente, um manso, um pacífico, um pobre, que pobre quer
permanecer. Eu não vim para impor-me e para fazer guerra. Eu não disputo
aos fortes e poderosos nenhum reino, nenhum poder. Eu só disputo a Satanás
as almas e venho para quebrar as correntes de Satanás com o fogo do meu
amor. Eu venho para ensinar misericórdia, sacrifício, humildade,
continência. Eu te digo, e a todos digo: “Não tenhais sede de riquezas
humanas, mas trabalhai pelas moedas eternas.” Desilude-te Judas, se pensas
que sou um triunfador sobre Roma e sobre as castas que imperam. Os
Herodes, como os Césares podem dormir tranqüilos enquanto Eu falo às
multidões. Eu não vim para arrancar cetros de ninguém… e o meu cetro,
eterno, já está pronto. Mas ninguém, que não fosse amor, como Eu sou, iria
querer empunhá-lo. 66.3Vai Judas, e medita.
– Estarás me rejeitando, Mestre?
– Eu não rejeito ninguém, pois quem rejeita não ama. Mas, diz-me,
Judas: que nome darias ao ato de alguém que, sabendo-se doente de um mal
contagioso, dissesse a um inocente que se aproxima para beber do seu
cálice: “Pensa no que estás fazendo”? O nome seria ódio, ou amor?
– Eu diria que é amor porque não quer que o inocente arruíne sua saúde.
– Então dá este nome também ao meu ato.
– Posso arruinar minha saúde indo Contigo? Nunca!
– Podes arruinar mais do que a saúde porque pensa bem isso, Judas,
pouco será imputado a quem se tornar assassino, pensando que está fazendo
justiça, e assim pensando, porque não conhece a Verdade; mas muito será
imputado a quem, tendo-a conhecido, não só não a segue, mas se faz até
inimigo dela.
– Eu não serei esse tal. Toma-me Contigo, Mestre. Não me podes
recusar. Se és o Salvador e vês que eu sou um pecador, uma ovelha
desviada, um cego fora do caminho certo, por que é que recusas salvar-me?
Toma-me Contigo. Eu te seguirei até à morte…
– Até à morte! É verdade. Isto é verdade. Depois…
– Depois, o quê, Mestre?
– O futuro está no seio de Deus. Vai. Amanhã nos tornaremos a ver, junto
à porta dos Peixes.
– Obrigado, Mestre. O Senhor esteja Contigo.
– E que a sua misericórdia te salve.
E tudo termina.

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