Estudo Meditação 59 Livro do céu Vol. 30 a 36 – Escola da Divina Vontade

Escola da Divina Vontade
Estudo Meditação 59 Livro do céu Vol. 30 a 36 – Escola da Divina Vontade
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30-12
Janeiro 12, 1932
Giro na Divina Vontade. Garantias, adiantamentos e compromissos por parte das criaturas. Capital da parte do Criador. Eco que forma a Divina Vontade nas criaturas.

1) Estava segundo meu costume fazendo meu giro volta nos atos da Divina Vontade, sentia que nela e com Ela podia abraçar tudo, recordar tudo, admirar tudo o que tinha feito a Divina Vontade.
Era o teatro infinito que se apresentava diante de minha pequena mente, que com cenas divinas e inumeráveis, fazia saborear doçuras indizíveis e as cenas mais belas e encantadoras que a potência do Fiat Divino pôs fora, no giro da Criação, Redenção e Santificação. Parece que é uma reviravolta que ele fez ao longo dos séculos, e nesta reviravolta ele fez tantas coisas maravilhosas, maravilhosas, de fazer estremecer o céu e a terra, e essa reviravolta fez isso para nos fazer girar ao redor, para nos fazer saber o quanto pode fazer, e sabe fazer por amor nosso. Então, enquanto girava no giro infinito do Querer Divino, meu amável Jesus visitando a sua pequena recém-nascida me disse:

(2) “Minha pequena filha de minha Vontade, se você soubesse quanto gozo ao te ver girar no infinito giro de meu Fiat Supremo, e ao ver que te detém como suspensa frente a seus prodígios, a suas obras admiráveis e adoráveis, a suas cenas encantadoras e que raptam, em meu ímpeto de amor digo: ‘Como estou feliz por minha filha ser espectadora e apreciar as cenas admiráveis dAquela que a criou.’ Mas isto não basta, você deve saber que para adquirir uma propriedade, é necessário que quem a quer ceder, deve dar a liberdade a quem deve tomá-la, visitá-la, levá-la quase pela mão para lhe fazer conhecer todos os bens que nela há, as fontes que possui, a raridade e preciosidade das plantas, a fertilidade do terreno, e isto serve para apaixonar quem a deve adquirir; e quem deve adquiri-la é necessário que dê os adiantamentos, faça os compromissos relevantes para vincular aquele que deve ceder a propriedade, a fim de que não possa retratar-se.

(3) Agora, filha bendita, querendo dar o reino de minha Divina Vontade, é necessário que você gire em suas propriedades divinas, e Eu, levando-a pela mão, te faço conhecer seus mares intermináveis, os bens, os prodígios, as maravilhas surpreendentes, as alegrias, as felicidades, coisas todas de valor infinito que possui, a fim de que você o conheça o ame, e se apaixone tanto, que não só não saberia viver sem ele, senão que daria a vida para adquirir um reino tão santo, pacífico e belo. Mas não é tudo ainda, requer sua parte, suas garantias, seus adiantamentos e compromissos. E nosso amor e bondade é tanta, que querem dar nossa Vontade como propriedade que pertence à criatura, que põe à sua disposição o que Ela tem feito, a fim de que se sirva disso como garantias e compromissos equivalentes para receber um dom tão grande. Agora, quando você gira na Criação e vê o céu e se alegra ao ver a bela abóbada azul forrada de estrelas, o sol transbordante de luz, e reconheça e sinta o Fiat Divino palpitante ainda, que o criou por amor
das criaturas, e você fazendo sair de seu coração seu pequeno amor, ama Aquele que tanto te amou, seu amor se sela no ato do céu, na luz do sol, e nos dá como penhor o céu, por antecipação as estrelas, por compromisso o sol, porque foi criado para ti, e basta que possuas como vida tua nossa Vontade, e já tudo é teu e pode ser o válido compromisso para obter seu reino. E assim, conforme gira em todas as outras coisas criadas, as reconheça e nos ame, e quantas vezes repete seus giros, tantas vezes repete as vestes, faz os compromissos, e nos compromete a dispor as coisas, a dar graças, ajudas, para dar como reino o grande dom do Fiat Voluntas Tua como no Céu assim na terra. Nós sabemos que a criatura não tem o que nos dar, e nosso amor se impõe para lhe dar nossos atos como se fossem seus, colocando em suas mãos nossas obras como moeda divina, para que tenha meios suficientes para poder contratar com nosso Ser Supremo.

Mas se não tem nada, tem seu pequeno amor, desprendido do nosso no ato de criá-la, por isso tem uma partezinha do amor infinito de Deus, e quando a criatura nos ama, põe o infinito em atitude, sentimos a força magnética da parte do nosso amor infinito, que, fazendo-se sentir, nos ama nela, se eleva, se estende, chega até nós e quer entrar no infinito de onde saiu, oh! Como nos rapta, e no ímpeto de nosso amor dizemos: ‘Quem pode resistir à força de nosso amor infinito que sai da criatura e nos ama?’ Dar céus e terra nos parece pouco para retribuí-la por seu pequeno amor, que se bem é pequeno, possui a parte do infinito, e isto nos basta. Oh! Como é doce e querida a
preciosa prenda do amor da criatura, e como não há coisa que no giro dos séculos não tenha saído de nossa Vontade, teu giro na criação do homem é uma visita que lhe fazes, para conhecer o que fez, e conhecer em que mares de graças, de santidade, de amor foi posto no ato de ser criado, e você gostaria de fazer todo teu aquele amor para nos amar, e nos compromete com os mesmos atos com que criamos o homem. E assim quando você gira na criação da Virgem, em seus mares de graças, em minha vinda à terra e em tudo o que Eu fiz e sofri, você coloca por compromisso a Rainha do Céu, minha própria Vida e todos meus atos. Minha Vontade é tudo, e para dar-se à criatura quer ser reconhecida, quer ter o que fazer, quer contratar com ela, e quanto mais a visites em seus atos, tanto mais se encontra empenhada e comprometida e começa o desembolso de seu capital; todas as verdades, os conhecimentos que te dei sobre a Divina Vontade, não foi porventura capital que pus em tua alma? E é tão exuberante, que pode encher de luz, de amor, de santidade, de graças, de paz, o mundo inteiro, e não foi acaso depois de um giro que fizeste em seus atos, que já te esperava com todo amor para te dar suas roupas e adiantamentos de que seu reino teria vindo sobre a terra? Tu davas as tuas roupas e o meu Fiat dava-te as dele, pode-se dizer que cada verdade e palavra que dizia a respeito dele, eram disposições que tomava de como formar este reino, leva que chamava para formar o seu exército, capital que desembolsava para mantê-lo, alegrias e delícias para atraí-los, força divina para vencê-los, porque primeiro Nós fazemos os atos, ordenamos tudo, e depois mostramos e fazemos conhecer os atos que temos feito. E como este bem queremos dar às criaturas, é necessário, justo e razoável que nos entendamos ao menos com uma criatura, a fim de que de uma passe à outra. Nós não fazemos nossas obras no ar, mas queremos um pequeno apoio para formar nossas maiores obras, não foi nosso pequeno apoio a Rainha do Céu na grande obra da Redenção, que depois se estendeu a todos e a quem a queira?

Por isso seu voo em minha Vontade seja contínuo, a fim de que troquemos, você suas garantias e Ela seus capitais, para acelerar seu reino sobre a face da terra”.
(4) Depois disto me sentia mais do que o habitual toda imersa no Fiat Divino, e meu soberano Jesus adicionou:
(5) “Minha filha, rapidamente se conhece quando minha Divina Vontade opera na alma, enquanto Ela age estende no ser humano suavidade, doçura, paz, fortaleza, firmeza, antes de que trabalhe sopra e imprime seu Fiat Onipotente, o qual estende seu céu em torno da obra que quer fazer, parece que sem seu céu minha Vontade não sabe agir, e enquanto obra faz ressoar seu eco doce, harmonioso nas Três Divinas Pessoas, pondo-as ao dia do que está fazendo na alma, porque sendo uma a Vontade que está operando nela, com a das Divinas Pessoas, acontece que o que faz nas Divinas Pessoas, faz ressoar seu eco potente na criatura, e neste eco lhe leva os admiráveis segredos, as doçuras inefáveis, o amor inseparável, como se amam as Divinas Pessoas, o doce acordo entre Elas. Este eco é o portador das coisas mais íntimas do Ente Supremo à criatura; onde está atuando minha Vontade, o eco de um se funde no outro, o de cima se faz revelador divino, aquele de baixo, ressoando em Deus, tem a virtude de falar potentemente
com os modos divinos do bem das criaturas e do mesmo amor com que Eles a querem. Minha Vontade com sua potência forma as doces correntes, e funde e transforma a Deus e à criatura, de maneira que Deus se sente refeito na criatura, e ela se senta refeita em Deus. Oh! Minha vontade, como és admirável e poderosa, estende tuas doces correntes e ata a Deus e às criaturas, a fim de que todos voltem ao meu seio divino”.

31-12
Outubro 21, 1932
A criatura, céu cravejado de estrelas. A Criação encerrada na criatura. A prática do bem forma a vida do bem na criatura. Sinal de se Jesus vive na alma.

(1) Estou sempre em poder do Fiat Divino. Ele me espera em todas as coisas criadas para duplicar o amor que teve ao criar tantas coisas para mim, parece que o Querer Divino suspira o amor de sua amada criatura para poder encontrar o pequeno apoio de amor onde apoiar seu grande amor.
Pelo que, céus, sóis, ventos, não são outra coisa que chamadas insinuantes e contínuas para nos dizer: “Eu já te precedi com meu amor, tu não me deixes sem o teu”. Mas enquanto ouvia que todos me chamavam para amar o meu Criador, o meu amado Jesus, surpreendeu-me e disse:

(2) “Minha filha, assim como criei um céu que se estende sobre a tua cabeça, cravejado de estrelas, assim criei um céu dentro de ti, e este céu é a tua alma que se estende onde quer que seja, desde a ponta da cabeça até à ponta dos pés, não há parte de ti onde este céu não se estenda, assim que há um céu fora, e um céu dentro, mais belo ainda, e tudo o que este céu faz por meio da tua natureza, isto é, se pensa, se fala, se age, se sofre, não são outra coisa que estrelas fulgidíssimas com as quais se vai adornando este céu da alma; o sol que resplandece dentro de le é a minha Vontade, o mar que corre é a minha Graça, o vento minhas sublimes verdades que formam os prados floridos das mais belas virtudes, a Criação está toda encerrada na
criatura. Não era nem de nossa sabedoria, nem de nosso potente amor, criar a Criação somente por fora da criatura, e por dentro, a parte vital e substancial dela, sem céu, estrelas e sóis, não, não, não, quando Nós fazemos uma obra a enchemos dentro e fora de nossas obras e de nossa
própria Vida, mas tanto, que não deve haver partícula de seu ser em que não deva sentir nossa Vida e a força de nossas obras criadoras. Por isso amamos tanto a criatura, porque é obra nossa, e deixamos nossa Vida nela para conservar o que Nós havíamos feito. Eis por que quem não sente
em si a Vida de minha Divina Vontade, significa que a conhece teoricamente, mas não na prática, porque quando se conhece um bem e se pratica, tem a virtude de formar a substância da vida do bem que se sabe, de outra forma ficaria sem prática, como uma pintura desenhada, que não tendo
vida não tem virtude de formar sua vida em quem a olha. Minha Vontade é vida, nossas obras são obras vivas, não mortas, porém para quem não as conhece, ou não busca conhecê-las, ou não as põe em prática, podem ser para ela obras mortas e sem vida. Por isso é a prática o que espero da
criatura para realizar, formar e fazer crescer a Vida do meu Querer, e voltar vivas para ela nossas obras”.

(3) Depois disto sentia um temor, uma dúvida, de se em minha alma estivesse meu doce Jesus, ou se tinha retirado deixando-me sozinha e abandonada. Ai de mim! Que espinho cruel que fere e faz sentir a morte mais impiedosa, mas meu sempre amável Jesus, me surpreendendo me disse:
(4) “Minha filha, não temas, para te tranquilizar quero te dizer o sinal de quando estou nela e quando parto: Se a alma se submete a minha Vontade, a ama, lhe dá o primeiro lugar, é sinal que Eu moro nela, porque minha presença tem a virtude de ter à vontade humana submetida à minha;
em vez disso, se você se sente rebelde à minha vontade, então é um sinal certo de que Eu me retirei. Por isso acalma-te e não temas”.

32-12
Maio 28, 1933

Precipício, portas e inferno vivo do querer humano. Portas, escadas e paraíso vivo da Divina Vontade. Necessidade de seus conhecimentos, grandeza que adquire. A filha do grande Rei.

(1) Minha pobre mente muitas vezes se debate entre a infinita beleza, potência, valor e prerrogativas inumeráveis do eterno Querer, e entre os precipícios, fealdades e males do querer humano. Meu Deus, que contraste, se todos pudessem vê-lo estariam dispostos a perder a vida antes de fazer a própria vontade. E enquanto me sentia toda temerosa pelos graves males nos quais me podia precipitar minha vontade, meu amado Jesus me surpreendeu e disse:

(2) “Minha filha bendita, ânimo, é necessário que te faça conhecer até onde se pode chegar tendo por vida a minha Divina Vontade, e em que abismo se precipita quem se faz dominar pelo próprio querer, é mais, cada mal que te faço conhecer dele, é uma porta que te faço fechar à vontade humana e uma guarda que te dou, a fim de que se tu quisesses entrar de novo e descer no precipício do querer humano, a guarda te impeça de passar e mantenha fechada a porta, e cada vez que te faço conhecer outros males do querer humano, não são outra coisa que defesas e guardas que acrescento, a fim de que não te deixem descer no fundo de seu abismo, porque tu deves saber que cada mal da vontade humana, não são outra coisa que tantas portas distintas que ela possui para descer no reino dos males, dos vícios, dos terrores assustadores do inferno vivente, até tornar-se nauseante e insuportável a Deus e a si mesma, e Eu com fazer conhecer seus males, não faço outra coisa que amuralhar as portas e pôr nelas meu selo e dizer: ‘Esta porta não se abre mais’.
Agora, assim como a vontade humana tem suas portas, suas escadas para descer no abismo dos males, não para subir, assim a minha Divina Vontade tem suas portas, suas escadas para subir a seus céus, a seus bens imensos, e forma o paraíso vivente de quem a possui; cada conhecimento dela é uma porta que se abre, é uma escada que se forma, é um caminho que se põe diante de ti, que tu deves percorrer para possuir com os fatos o que conheceste. Olha então o grande bem dos tantos conhecimentos que te manifestei, são tantas portas que te facilitam a entrada em seu reino, e em cada porta pus um anjo como guardião, a fim de que te dê a mão e te conduza segura nas regiões da Divina Vontade; cada conhecimento é um convite e uma força divina que te cede, e faz você sentir a necessidade extrema, a necessidade absoluta de viver da Vontade Divina. Ela, conforme se faz conhecer, te estende os braços para te tomar, e te conduz entre eles naquele mesmo conhecimento que te manifestou, o adapta à tua capacidade, modela tua alma a fim de que entre em ti como humor vital, como sangue, como ar, e produza em ti a vida, os bens que seu conhecimento possui, e tornando-se condutora, mais que uma mãe está de guarda para ver quando sua filha absorveu a última gota do bem que lhe fez conhecer, para lhe abrir seu seio de novo e derramar-se em sua filha, e lhe fazer conhecer outro valor, outros efeitos que contém a Vida de meu Querer, e repete seu trabalho porque quer ver nela o valor de sua Vida, os efeitos, a substância dos seus bens. Agora, os conhecimentos sobre minha
Divina Vontade instruem o querer humano, e este adquire ciência e razão, pelo que entende que não só é justiça fazê-la reinar e dominar como vida primária em sua alma, senão é um bem sumo que recebe, honra e grande glória que este Querer Santo, com o domínio, chegue a dar-lhe o estado de realeza divina, porque se sente filha do grande Rei, assim que a realeza também é sua.

(3) Quando a criatura chegou a compreender tudo isto por caminhos de conhecimentos e de lições que lhe deu meu Querer Divino, tudo está feito, minha Vontade venceu o querer humano, e este venceu a Divina Vontade. Os conhecimentos sobre Ela são tão necessários, que servem para dissecar os humores ruins e os substituem com os humores santos, eles são como sóis que lançam dardos ao querer humano e lhe comunicam sua vida, sua santidade, e o desejo ardente de possuir o bem que conhece. Por isso seja atenta a escutar suas lições, e corresponde a um bem tão grande.”

33-12
Março 11, 1934
Quem não vive na Vontade Divina a põe em solidão e a reduz ao silêncio. Quem é o templo de Deus. A Divina Vontade templo da alma. A pequena hóstia. Sinal para saber se se vive na Divina Vontade.

(1) Parece-me ouvir o eco contínuo do Fiat Divino que ressoa em minha alma, que com sua potência invencível chama meus pequenos atos em seus atos para formar um só, e parece que se deleita com sua criatura, não se sente sozinho, tem a quem contar suas alegrias e suas dores, em suma, não se sente nem em solidão nem reduzido ao silêncio; em troca com quem não vive no Querer Divino sente o peso da solidão, e se quer falar e confiar seus segredos não é entendido, porque falta a luz de sua Vontade que lhe faz entender sua linguagem celestial, e oh! como fica dolorido por isso, porque enquanto é toda voz e todas as palavras, não tem a quem dizer nada. Oh! Vontade adorável, faz-me viver sempre em Ti, a fim de que rompa tua solidão e te dê espaço para te fazer falar. Mas enquanto minha mente se perdia nos amplos horizontes do Fiat Divino, meu doce Jesus repetindo sua visita, todo bondade me disse:

(2) “Minha pequena filha de meu Querer, é verdade que quem não vive em nossa Vontade a põe em solidão e a reduz ao silêncio; você deve saber que cada criatura é um trabalho novo e distinto que temos que fazer, e por isso novas coisas que dizer; e se não vive em nosso Querer sentimos que aquela criatura está distante de Nós, porque sua vontade não está na nossa, por isso por parte dela nos sentimos sozinhos, impedidos em nosso trabalho, e se quiséssemos falar, é como se quiséssemos falar aos surdos, aos mudos. Por isso quem não vive em nosso Querer é nossa cruz, nos impede a passagem, nos ata os braços, lança por terra nossas obras mais belas, e Eu que sou o Verbo me reduzo ao silêncio.

(3) Agora, você deve saber que a alma em graça é o templo de Deus, mas quando a alma vive em nossa Vontade, Deus se faz templo da alma, e oh! a grande diferença entre a criatura templo de Deus, e entre Deus templo da alma; o primeiro é um templo exposto aos perigos, aos inimigos, sujeito a paixões, muitas vezes nosso Ente Supremo se encontra nestes templos como nos templos de pedra, não cuidado, não amado como convém, e a pequena lâmpada de seu amor contínuo que devia ter como homenagem a seu Deus que reside nela, sem o óleo puro está apagada, e se jamais for, cai em pecado grave, nosso templo se derruba e fica ocupado por ladrões, nossos inimigos e seus, que o profanam e dele fazem massacre. O segundo templo, ou seja, Deus templo da alma, não está exposto a perigos, os inimigos não podem aproximar-se, as paixões perdem a vida, a alma neste nosso templo divino é como a pequena hóstia que tem consagrado nela a seu Jesus, a qual com o amor perene que toma, recebe e se alimenta, forma a lâmpada viva que sempre arde, sem que jamais se apague; este nosso templo ocupa seu posto real, seu Querer completo e é nossa glória e nosso triunfo; e a pequena hóstia, o que faz neste nosso templo? Roga, ama, vive de Vontade Divina, suplica a minha Humanidade sobre a terra, toma o meu posto de penas, chama a todo o exército de nossas obras para nos cortejar, a Criação, a Redenção as tem como suas e faz de comandante sobre elas, e ora nos põe como exército ao redor em ato de oração, de adoração, ora como exército em ato de nos amar e glorificar, mas ela sempre à cabeça para fazer o que quer que façam nossas obras, e termina sempre com seu refrão tão agradável a Nós: Seu Querer seja conhecido, amado e reine e domine o mundo inteiro. Então, todas as ânsias, os suspiros, os interesses, as ansias, as orações desta pequena hóstia que vive em nosso templo divino são: que o nosso Fiat abrace a todos, ponha de lado todos os males das criaturas, e com o seu sopro onipotente se faça lugar nos corações de todos para fazer-se vida de cada criatura; pode-se dar ofício mais belo, mais santo, mais importante, mais útil para o Céu e para a terra, do que esta pequena hóstia que vive no nosso templo? Além disso, nosso amor, nossa potência, fazem todos os desabafos, todas as indústrias, todas as estratagemas com quem vive em nossa Vontade: Nosso amor se faz pequeno e se encerra na alma para formar sua Vida, e desta só ficam os despojos para ficar coberta; nossa potência se faz imensa qual é, e se forma templo suntuoso para tê-la dentro, ao seguro, e desfrutar de sua companhia. Para quem faz nossa Vontade ela está sempre ocupada de Nós, e Nós estamos sempre ocupados dela, por isso trata de te encontrar sempre em nossa Vontade”.

(4) Depois disto continuava pensando no Querer Divino, e meu amado Jesus acrescentou:
(5) “O sinal se a alma vive em minha Vontade, é se todas as coisas internas e externas são portadoras de minha Vontade, porque dizer que possui sua Vida e não senti-la é impossível, por isso a sentiremos no coração, no ar, no sangue que circula em suas veias, no pensamento que formula na sua mente, na voz que dá vida à sua palavra, e assim por diante. Então, o ato interno fazendo eco ao exteno, faz encontrar minha Vontade no ar que respira, na água que bebe, no alimento que toma, no sol que lhe dá luz e calor, em suma, o interno e o externo dão as mãos e formam tantos atos para formar a Vida de minha Vontade neles, um só ato não forma vida, senão atos contínuos e repetidos formam a vida. Além disso, em minha Vontade tudo está presente, como em ato de fazer tudo o que foi feito por Nós, e a criatura n’Ela entra na potência de nossos atos presentes e faz o que fazemos Nós, ela fica investida com nossa força criadora, por nosso amor que sempre surge, compreende que é propriamente para ela que tudo faz, e oh! como ama e como quer fazer tudo para o seu Criador, ao contrário fora do nosso Fiat, o que Nós fizemos parecem coisas passadas, feitas para todos, não para ela só, por isso o amor não acorda, dorme, fica como em letargia e pensam num amor distante, não em ato. Por isso há tal diferença entre quem vive em minha Vontade e entre quem vive fora d’Ela, que não há comparação que valha. Por isso seja atenta e me agradeça pelo grande bem que te fiz de te fazer conhecer o que significa viver em meu Querer”.

34-12
Julho 4, 1936

Como um ato de vontade humana pode arruinar a ordem Divina e suas obras mais belas. A primeira coisa que Deus quer é a liberdade absoluta. A Divina Vontade formará tantos Jesus onde Ela reina.

(1) Minha pobre mente não sabe estar sem girar e voar no Querer Divino, e minha pobre vontade humana se sente como sob a pressão da Divina Vontade, e pensava entre mim: “Ah! sim, é belo, sente-se a vitória, o triunfo, o domínio, a felicidade, as belas conquistas do viver no Querer Divino,
mas o querer humano enquanto se sente vivo deve continuamente morrer, é verdade que é a maior honra, o maior Amor de Deus, o dignar-se descer na vontade da criatura e com Sua Majestade e Poder agir, fazer o que Ele quer, e o humano ficar no seu lugar e só pode fazer o que faz Deus, mas o seu tudo deve abandonar, este é o sacrifício dos sacrifícios, especialmente em certas circunstâncias; oh! como é doloroso sentir a vida e tê-la como se não a tivesse, porque o Fiat Divino não tolera que nem sequer uma fibra de querer humano atue no seu”. E uma multidão de pensamentos ocupava minha pobre mente, e meu doce Jesus compadecendo minha ignorância e o estado doloroso em que me encontrava, com ternura indescritível, pondo-me sua mão santíssima sobre minha cabeça me disse:

(2) “Filha bendita, ânimo, não se abata, meu Querer Divino quer tudo, porque sabe que um pequeno ato, um desejo, uma fibra de querer humano arruinaria suas obras mais belas, a ordem divina, sua santidade ficaria obstruída, seu amor restrito, sua potência limitada, por isso não tolera que nem sequer uma fibra de querer humano tenha vida; é verdade que é o sacrifício dos sacrifícios, nenhum outro sacrifício pode igualar o peso, o valor, a intensidade do sacrifício de viver sem vontade, tanto que se requer a Vida perene, o milagre contínuo de meu Querer Divino para poder resistir a este sacrifício, que diante dos outros, estes se podem chamar sombras, quadros pintados, jogo de crianças que choram por uma insignificância, porque há o querer humano que nas penas, nos encontros dolorosos, nas obras, não se sente desfeito, sem vida, sem satisfações, por isso os sacrifícios se sentem, oh! quanto mais leves, mas vazios de Deus, de santidade, de amor, de luz, de verdadeira felicidade, e talvez nem sequer isentos de pecados, porque o querer humano sem o meu não pode fazer jamais coisas boas e santas. Além disso, se meu Fiat não tivesse a virtude de ter consigo o querer humano sem lhe dar vida, mas sim encerrar sua Vida nele para fazer que não encontre nem lugar nem tempo de poder atuar, não poderia agir com aquela
ostentação, suntuosidade e pompa divina que Nós estamos acostumados a fazer em nossas obras; se na Criação houvesse estado outra vontade, nos teria impedido a suntuosidade, a ostentação, a pompa divina que tivemos em toda a Criação, poderia ter-nos impedido a extensão do céu, a multiplicidade das estrelas, a vastidão da luz do sol, a variedade de tantas coisas criadas, nos teria colocado um limite. Por isso nosso Querer quer estar só para fazer o que sabe e quer fazer, por isso quer a vontade humana consigo, concorrente, espectadora, admiradora do que quer fazer nela, mas deve estar convencida, se quer viver em minha Vontade, que a sua não pode agir mais e que deve servir para encerrar a minha na sua, para deixá-la fazer com toda a liberdade as suas obras, com toda a suntuosidade, com a magnificência da graça e com a pompa das suas variedades divinas. A primeira coisa que queremos é a liberdade absoluta, queremos ser livres filha minha, seja qual for o sacrifício que queremos e as obras que queremos fazer, se isto não for, viver em minha Vontade será um modo de dizer, mas em realidade não existe”.

(3) O querido Jesus fez silêncio, e eu pensava em tudo o que me tinha dito e dizia entre mim: “Ele tem razão de que não pode o querer humano agir ante a Santidade e Potência da sua, e por si mesmo se põe em seu posto de nulidade, se requer de muito para agir ante uma Vontade Divina, se sente incapaz e ela mesma lhe pediria que não lhe desse a grande desventura de lhe fazer formar um movimento, uma fibra do próprio querer; mas minha cruz, e Tu sabes em que labirinto me colocaste, sinto-me impedida e humilhada até o pó, tinha necessidade e Tu sabes de quem, sem poder me ajudar, e não um dia, um ano, oh! como é duro, sei que só seu Querer me dá a força, a graça, que por mim mesma não poderia resistir”. E sentia tal amargura de sentir-me morrer. E meu sempre amável Jesus, compadecendo-me disse-me:

(4) “Minha filha, quando minha Divina Vontade quer fazer um ato completo na criatura, e sabes tu o  que significa um ato completo de minha Vontade? Significa ato completo de Deus, no qual encerra Santidade, Beleza, Amor, Poder e Luz de fazer estremecer Céus e terra, o próprio Deus deve
sentir-se arrebatado, mas tanto, de formar sua sede, seu trono de glória neste seu ato completo, o qual servirá a Si mesmo e descerá como benéfico orvalho a favor de todas as criaturas. Por isso para fazer este ato completo, devia dispor sobre ti uma nova cruz, não dada a nenhum outro, para
te amadurecer e fazer surgir em ti as disposições que se requeriam, tu para receber e Deus para fazer este seu ato completo de sua Vontade; com nada se faz nada, por isso tu para receber e Nós para dar coisas novas devíamos dispor cruzes novas, que unidas ao trabalho contínuo de nosso Querer, devia preparar tudo para um ato tão grande. Você deve saber que meu Fiat nunca te deixou, por isso você sente sua doce impressão e imperante sobre cada fibra, movimento, desejo de seu querer, ciumento de você e de seu mesmo ato completo que queria fazer, tinha e mantinha seu real domínio, mas sabe por quê? Um doce e querido segredo, escuta-me: Conforme o meu Querer dominava a tua mente, o teu olhar, a tua palavra, assim formava o teu Jesus na tua mente, o seu olhar no teu, a sua palavra na tua; conforme dominava as fibras, o movimento, o coração, assim formava as suas fibras, o movimento, o coração de teu Jesus em ti; e conforme te dominava as obras, os passos, todo teu ser, assim formava suas obras, seus passos, todo Jesus em ti.

Agora, se a minha Vontade te tivesse dado a liberdade de fazer agir a tua, inclusive nas coisas menores e inocentes, não teria podido formar o teu Jesus em ti, e Eu de vontade humana não posso nem quero viver, nem meu Querer teria tomado o empenho de me formar na alma se não estivesse seguro que Eu encontrasse minha mesma Vontade, da qual estava animada minha Humanidade; será propriamente isto seu reino sobre a terra, formar tantos Jesus por quantas criaturas queiram viver de Vontade Divina; com Jesus nas almas seu reino terá sua suntuosidade, sublimidade, seu esplendor de coisas inauditas, e estará seguro, e então no reino de meu Fiat Divino terei tantos Jesus viventes que me amam, glorificam-me e me darão glória completa. Por isso suspiro tanto este reino, também tu o suspira, não te ocupes de outra coisa, deixa-me fazer, confia em Mim, e Eu pensarei em tudo”.

(5) Depois disto continuava pensando na Divina Vontade, e meu doce Jesus acrescentou:
(6) “Minha filha, a luz, símbolo do meu Querer Divino, a natureza dela é expandir-se quanto mais pode, e se encontra em todos, não nega a nenhum a sua luz, a queiram ou não a queiram, no máximo pode acontecer isto, que quem a quer utiliza a luz e se serve dela também para fazer grandes obras, ao contrário quem não a quer não faz nenhum bem, mas não pode negar que recebeu o bem da luz. Tal é a minha Vontade, mais que luz se expande por todas as partes, investe a todos e tudo, e o sinal de que a alma a possui é sentir a necessidade junto com Ela de dar-se a todos, fazer bem a todos, com seus atos corre a todos e quer fazer tantos Jesus para dá-lo a cada um. Minha Vontade é de todos, sou Jesus de todos, e por isso só estou contente quando a criatura faz sua minha Vontade, minha Vida, e quer me dar a todos, ela é minha alegria e minha festa continua”.

35-12
Outubro 19, 1937

Como em quem vive na Vontade Divina, Ela forma a Trindade na criatura. O verdadeiro amor começa de si mesmo. A Vontade Divina é a fecundadora e a inseminadora da Vida Divina nas almas.

(1) O Querer Divino continua me investindo, sinto seu movimento em mim, que conforme se move fala, mas com tal eloquência, que se não fizesse um prodígio para fazer-se entender, eu não poderia repetir o que diz, é mais, adapta-se a minha capacidade, porque se fala, sendo a sua palavra criadora quer criar o bem que possui a sua palavra, e se eu não o entendesse não poderia fazer meu aquele bem, nem dá-lo aos outros como propriedade do Fiat Supremo. Por isso estava pensando em como pode ser que seu movimento é palavra? E meu doce Jesus visitando minha pobre alma, todo amor me disse:
(2) “Filha bendita do Querer Divino, você deve saber que onde reina minha Vontade com sua potência criadora, seu movimento é palavra, fala nas obras, nos passos, fala na mente, no respiro; e como quer estender seu reino, assim fala para criar sua Vida Divina em cada ato de criatura. Por
isso, é preciso muita atenção para ouvir onde quer iniciar seus ensinamentos. Com a potência de sua palavra investe o ato humano, o respiro, o batimento, o pensamento, a palavra humana, e neles forma sua obra divina, o respiro, o batimento, o pensamento, a palavra divina; estes atos
elevam-se ao Céu, apresentam-se ante a Trindade Sacrossanta, nossa Divindade olha para estes atos e o que encontra? Encontra-se a Si mesma nestes atos, reproduzida sua Vida, a mesma Trindade Santíssima vê o prodígio que fez a nossa Vontade, que com a sua potência investiu a criatura fazendo dela a repetição da nossa Vida e, oh! como ficamos contentes, arrebatados, porque nela encontramos a santidade que nos semeia, o nosso amor que nos ama, a inteligência que nos compreende, a nossa potência e bondade que nos leva com os vínculos da nossa doçura a amar o gênero humano; reconhecemo-nos nela e encontramos a obra da Criação tal como Nós a queremos. Um só destes atos contém tais maravilhas, que não encontram lugar onde se possam colocar, tanta é sua grandeza, só em nossa imensidão encontram o lugar onde podem colocar-se e permanecer, e estes atos ficam fundidos com nossos atos. Que glória não será a nossa, e também da criatura, de que suas ações em virtude do nosso Fiat tem o seu lugar nos atos do seu Criador?

Oh! se todos conhecessem o que significa viver no Querer Divino, fazê-lo reinar, fariam concorrência para fazer-se investir para fazê-lo fazer que a criatura seja a repetidora da Vida Divina”.

(3) O amado Jesus fez silêncio e eu fiquei imersa no mar do Querer Divino, e como admirada dizia:
“Meu Deus, até onde pode chegar quem vive em teu Querer!” E uma quantidade de pensamentos, como tantas vozes diziam e diziam, mas não sei repeti-los, talvez saberei fazê-lo quando estiver na pátria celestial, porque possuirei a mesma linguagem lá em cima. Depois, estando como preocupada, meu sumo bem Jesus continuou seu dizer:
(4) “Minha filha, não te admires, tudo é possível à minha Vontade. O verdadeiro amor, quando é perfeito, começa de si mesmo, o verdadeiro modelo é a Trindade Sacrossanta: Meu Pai Celestial amou a Si mesmo, e em seu amor gerou a seu Filho, quando se amou a Si mesmo no Filho. Eu, seu Filho, amei a Mim mesmo no Pai, e deste amor procedeu o Espírito Santo. Neste amar a Si mesmo, o Pai Celestial gerou um só amor, uma só potência e santidade, e assim de tudo o resto, vinculou a união inseparável das Três Divinas Pessoas. E quando criamos a Criação amamos a Nós mesmos, assim que nos amamos a Nós mesmos no estender o céu, no criar o sol, foi o amor de Nós mesmos o que nos levou a criar tantas coisas belas dignas de Nós e inseparáveis de Nós.

E quando criamos o homem, o amor de Nós mesmos se fez mais intenso, e amando-nos a Nós mesmos nele, nosso amor reproduziu nossa Vida e semelhança no fundo de sua alma. Não se pode dar senão o que se tem, e como nosso amor era perfeito, amando-nos a Nós mesmos não podíamos nos separar do que saía de Nós. Agora, nossa Vontade, com o querer a criatura para que viva n‟Ela para formar seu reino, ama-se a Si mesma, e amando-se a Si mesma quer dar o que possui, e só está contente quando forma a repetição de nossa Vida, quando atua nos atos da criatura, e triunfante e vitoriosa, com suma glória e honra nossas, nos leva a nosso seio divino para fazer que Nós reconheçamos nossa Vida no agir de quem vive em seu Querer. É isto propriamente o que significa amar a Si mesma no que quer fazer e produzir: Dar-se a Si mesma para poder formar outro ser semelhante a Ela. Nossa Vontade é a fecundadora e a inseminadora de nossa Vida, e onde encontra almas dispostas ama a Si mesma, com seu amor as fecunda e semeia nelas seus atos divinos, os quais, unidos juntos, formam o grande prodígio da Vida Divina na criatura.
Por isso deixe-se em poder de minha Vontade, e faça que faça de você o que Ela quer fazer, e seremos felizes você e Nós”.

36-12
Junho 5, 1938

O sinal se a criatura vive no Querer Divino, é se sente sua Vida nela, seu ato trabalhador, que é o maior dom que faz à criatura. Concentração de Deus na criatura, e da criatura em Deus.

(1) Meu voo continua no Querer Divino, sinto que quer respirar, bater, mover-se e pensar em mim, me parece que põe de lado sua imensidão, sua altura e profundidade, sua potência, e se diminui em mim para fazer como eu faço, parece que se deleita em descer de sua altura para abaixar-se
em mim e respirar como eu respiro, palpitar e mover-se em meu movimento, enquanto fora de mim fica sempre Aquele que é, imenso e potente, que tudo investe e circunda. Por isso minha mente, enquanto queria gozá-lo dentro de mim para dar-lhe minha vida e receber a sua, queria também
sair fora de mim para percorrer sua imensidão, sua potência, sua altura e profundidade, das quais não se encontram os confins. Que abismo de luz, no qual não se pode encontrar nem o fundo, nem a altura, nem os confins! E enquanto minha mente se perdia, meu doce Jesus visitando minha
pequena alma, todo bondade me disse:

(2) “Minha pequena filha de meu Querer, minha Vontade investe e envolve tudo e a todos em seu colo de luz, possui tudo, não há quem lhe possa fugir; todos vivem n’Ela, só que não a reconhecem, não reconhecem quem é quem lhes dá a vida, o movimento, o passo, o calor, e lhes dá até o respiro; podemos dizer que a criatura vive em nosso Querer como se vivesse em nossa casa, a provemos do que lhe é necessário, a alimentamos com ternura mais que paterna, e não nos reconhece, e muitas vezes se atribui a si mesma o que faz, enquanto o fazemos Nós, e chega a ofender Aquele que lhe dá a vida e a conserva. Podemos dizer que temos em nossa casa tantos inimigos nossos que vivem às nossas custas, como tantos ladrões de nossos bens. Mas nosso amor é tanto, que nos obriga a dar-lhes a vida e alimentá-los como se fossem amigos. Como é doloroso que nossa Vontade sirva de quarto a quem não nos reconhece e nos ofende! Estão n’Ela por razão de criação, de nossa imensidão, porque se não quisessem estar em nosso Querer não
haveria lugar para eles, porque não há ponto nem no Céu nem na terra em que Ela não se encontre.

(3) Agora, a criatura para dizer que vive em nosso Querer, o deve querer, o deve reconhecer; ao querê-lo sente que tudo é Vontade de Deus para ela, e ao reconhecê-lo sente nosso ato trabalhador sobre ela; e isto é o viver em meu Querer Divino: ‘Sentir a nossa força a trabalhar dentro e fora de si’. E conforme sente que Ele trabalha, ela trabalha em conjunto; se sente que amamos, ama em conjunto; se queremos fazer-nos conhecer mais, ela é toda a atenção para nos ouvir, e recebe com amor a nova vida do nosso conhecimento; em suma, sente a nossa Vida operosa, e quer fazer, e faz, o que nós fazemos, nos segue em tudo. Isto é o viver em nosso Querer: Sentir nossa Vida que dá vida a ela, sentir nosso ato trabalhador que se move, respira e
age em seu ser. Estes são os nossos habitantes celestiais, a nossa glória na nossa habitação; somos como filhos e Pai, o que é nosso é deles, mas o reconhecem, não são cegos e ladrões que não têm olhos para olhar para a nossa luz, nem ouvidos para ouvir as nossas urgências paternas, nem sentem nosso ato trabalhador sobre eles; enquanto quem vive em nosso Querer sente a virtude de nosso ato trabalhador, e este é o maior dom que podemos fazer à criatura. Por isso sê atenta, reconhece que tua vida vem de Nós, que te damos tudo, o respiro, o movimento, para fazer vida junto contigo”.
(4) Depois disto continuava pensando nas grandes maravilhas do Querer Divino. Quantas surpresas, quantos prodígios inéditos que só o Fiat Divino pode fazer! E meu sempre amável Jesus, voltando, acrescentou:
(5) “Minha bendita Filha, Eu criei a Criação e todas as criaturas para formar nelas minhas delícias, e para pôr fora de nosso Ente Supremo os excessos de nosso amor e a potência prodigiosa de  nossas obras. Agora, se tanto nos deleitamos em criar tantas variadas e múltiplas obras na ordem da Criação, que devia servir ao homem, muito mais nos devíamos deleitar ao operar prodígios inéditos, obras jamais pensadas, belezas que arrebatam em quem devia servir a Nós. Era o homem o primeiro ato da Criação, portanto devíamos nos deleitar tanto nele, para ter-nos sempre ocupados, em todas as obras belas que podíamos fazer nele, e ele devia estar sempre conosco para nos amar e para fazer-se amar e receber os grandes prodígios de nossas obras. Foi a subtração de nosso Querer que deteve nossas delícias e o curso de nossas obras que com tanto amor queríamos fazer no homem; mas o que foi estabelecido por Nós deve ter seu cumprimento, eis por que voltamos ao assalto de chamar as criaturas a viver em nosso Querer, para fazer que o que foi decretado e estabelecido para agir, seja prontamente cumprido. Agora, tu deves saber que conforme a alma cumpre seus atos em nosso Querer, nosso amor é tanto, que concentramos nela nosso Ser Supremo com todas nossas obras; e oh! que delícias e alegrias sentimos ao ver nela a nossa majestade dominante, circundada de todas as  nossas obras; os anjos, os santos, inclinam-se e concentram-se nela para honrar o seu Criador, porque para onde está Deus todos correm e querem seu posto de honra em torno de Nós. Mas enquanto tudo fica concentrado nela, outra maravilha maior acontece, ela fica concentrada em todos e em cada coisa criada. Nossa Vontade a ama tanto, que onde quer que se encontre a multiplica e lhe dá o lugar onde quer que a tenha unida com Ela em todas as suas obras. Estar sem esta criatura que vive em nosso Querer Divino não o podemos, deveríamos dividir nossa Vontade em duas partes para não tê-la em todos e em nossas obras, mas isto não podemos, porque Ela não está sujeita a se dividir, é sempre uma e um ato só, e além disso, nosso amor nos faria guerra se puséssemos de lado quem vive em nosso Querer, mas bem é esta a razão pela qual a queremos vivendo em nossa Vontade, porque a queremos junto conosco, queremos lhe fazer conhecer nossas obras, queremos fazê-lo sentir os batimentos e as notas do nosso amor, a fim de que nosso amor nos ame nela. De longe as obras não se conhecem, e nosso amor não se sente, por isso temos necessidade de estar juntos para amar-nos, conhecer-nos e agir, de outra maneira a criatura faz seu caminho e Nós fazemos o
nosso, e ficamos privados de nossas delícias e de poder operar o que queremos, e isto com sumo sofrimento nosso. Por isso sê atenta, vive sempre em nosso Querer se queres que Nós vivamos em ti e tu em Nós”.

 

 

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