**Luísa Piccarreta: Uma Jornada de Fé, Sofrimento e Redenção**

**Luísa: Uma Jornada de Fé, Sofrimento e Redenção**

Em um pequeno vilarejo, onde a vida transcorria com a simplicidade típica das comunidades rurais, vivia Luísa, uma mulher cuja história de fé e sofrimento se tornaria um testemunho marcante para todos que a conheceram. Sua vida, repleta de provações físicas e espirituais, foi marcada por uma relação íntima com o divino, mas também por um fardo pesado de dor e incompreensão.

Luísa, desde jovem, sentia-se chamada a uma vida de profunda espiritualidade. No entanto, sua jornada não foi fácil. Em seus momentos de oração, ela frequentemente se dirigia a Jesus com palavras angustiadas: *”Meu bom Jesus, quanto aumentaram as minhas penas, até das coisas mais amadas estou privada, como são os Sacramentos. Nunca pensei que chegaria a isso, quem sabe onde irei terminar.”* Essas palavras refletiam o desespero de alguém que via sua fé testada ao extremo, privada até mesmo da comunhão com os sacramentos, que tanto amava.

Em suas orações, Jesus respondia com palavras de consolo, mas também de desafio: *”Eu sou a tua ajuda, de que temes? Não te lembras que também sofri da parte de todo o tipo de pessoas?”* Ele a lembrava de que seu sofrimento era uma participação nas dores que Ele mesmo suportara. *”Então, não queres que te faça semelhante a Mim fazendo-te sofrer por parte das criaturas?”* Essas palavras ecoavam em Luísa, que, embora reconhecesse a profundidade espiritual da mensagem, lutava contra a fraqueza de sua natureza humana.

Os anos se passaram, e Luísa enfrentou um sofrimento crescente. Ela descrevia sua dor como algo que a consumia por dentro, vinda não apenas das pessoas ao seu redor, mas também de uma batalha espiritual intensa. *”Assim passei alguns anos sofrendo por parte das criaturas, dos demônios e diretamente de Deus,”* relatava ela. A vergonha e a confusão a assolavam, a ponto de evitar aparecer em público. *”Tanta era a vergonha e a confusão que me sentia atordoada,”* confessava.

Em meio a essa agonia, Luísa buscava consolo em Jesus, mas muitas vezes sentia que suas orações não eram atendidas. *”Às vezes também o Senhor mostrava não me escutar e aumentavam minhas penas,”* dizia ela. No entanto, em outros momentos, Ele a confortava com palavras ternas: *”Pobre filha, vem a Mim que te quero consolar. Tu tens razão em que sofres, mas é que não te lembras, que também Eu, oh, quanto mais sofri.”* Jesus a lembrava de que seu sofrimento era uma forma de participar de Sua própria paixão, uma oferta de reparação pelos pecados do mundo.

A saúde de Luísa deteriorou-se gravemente. Ela passou a sofrer de ataques frequentes que a deixavam em estado de letargia, incapaz de se mover ou falar. *”Freqüentemente se multiplicava aquele estado de perder os sentidos, e quase não tinha nem uma hora livre,”* descreveu. Em um desses episódios, seu confessor foi chamado e, após orações e o uso da cruz, conseguiu libertá-la daquele estado. Luísa atribuía sua recuperação à santidade do sacerdote, mas também via nisso um sinal de que seu sofrimento tinha um propósito maior.

No entanto, nem todos compreendiam sua condição. Muitos a acusavam de fingimento, outros acreditavam que ela estava endemoninhada. *”Quem dizia que era fingimento, quem precisava dos tacos, outros que queria passar por santa, quem acrescentava que estava endemoninhada,”* relatava Luísa com tristeza. Essas acusações pesavam sobre ela e sua família, especialmente sua mãe, que derramava lágrimas de angústia ao ver a filha sofrer tanto.

Apesar de tudo, Luísa mantinha-se firme em sua fé. Ela resistia às vezes, questionando a Deus: *”Senhor, como é que fazes isto? Como é que entre você e eu, você quis colocar um terceiro?”* Mas, no fim, ela sempre se submetia à vontade divina, aceitando a cruz que lhe era imposta. *”Quem pode resistir a Deus?”* dizia ela, resignada.

A história de Luísa é um testemunho de fé inabalável em meio ao sofrimento extremo. Sua vida, marcada por provações físicas e espirituais, revela uma mulher que, mesmo em seus momentos mais sombrios, encontrou força na relação íntima com o divino. Sua jornada nos lembra que, mesmo quando o fardo parece insuportável, há um propósito maior por trás de cada dor, e que a fé pode ser um farol de esperança mesmo nas noites mais escuras.