Summa Demoniaca – Padre José Almeida Fortea

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DO LIVRO SUMMA DEMÔNIACA – DO PADRE JOSE ALMEIDA FORTEA
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Parte 2 

Questão 17
Por que pecamos?
Existem nisso duas opções, é aquela e você situação sabe em que que a vontade tem que escolher uma opção é boa e a outra ruim, mas ele é levado a escolher a ruim. Ele sabe que ela é o cara mau, mas por algum motivo está decidido a buscá-la. O erro de cair em tentação não é um erro de inteligência, não é um problema de fraqueza da razão. Bem, se eu não soubesse que essa opção é errada, pecaria por ignorância ou por engano e, portanto, não pecaria. Para pecar, é preciso saber que está escolhendo
a opção errada. Não há pecado sem má consciência. É isso que torna o pecado tão
interessante do ponto de vista intelectual:
por que escolhemos o mal sabendo que ele é mau? É um verdadeiro mistério.
Uma resposta simples, que não é falsa, mas também não explica o assunto, é responder que pecamos por fraqueza. O que é verdade, mas também é verdade que não somos tão fracos que não possamos resistir. Se não pudéssemos resistir, não haveria mais pecado. Não teríamos escolha. Se há pecado, é porque podemos escolher. E sabemos por experiência que escolhemos o que queremos. Se queremos fazer algo, nada nem ninguém pode nos forçar a querer fazer outra coisa. Portanto, não importa o quão fracos sejamos,
sempre podemos resistir. Como se vê, não podemos nos desculpar nem do campo da inteligência nem da vontade. Fazemos mal porque queremos.

Poderíamos dizer que cometemos o mal pelo bem que alcançamos com ele. Mas é preciso lembrar que a inteligência percebe que esse bem é uma maçã envenenada. Percebe que é um pseudo bem, um bem que carrega mais mal do que o bem que contém. Por isso, por mais desejável que nos pareça o bem, a consciência nos diz: você não deve escolher essa opção. Então diga isso fazemos o mal porque nos parece bom, É verdade, mas
também é verdade que sabemos que o bem que contém é, afinal, um mal.
Portanto, a explicação de que fazemos o mal pelo bem que esta ação nos oferece é uma explicação adequada, é algo que nos ajuda a entender porque estamos pecando, mas não explica totalmente.
Talvez este mistério da maçã envenenada que comemos apesar de saber que está envenenada nunca possa ser totalmente explicado enquanto estivermos na terra.

Questão 18
Quantas tentações vêm do diabo?
Não tem como dizer quantas tentações vêm ao nosso interior diretamente do diabo. Mas parece razoável pensar que tentações, a maior parte parte de a partir de nós mesmos. Não precisamos que ninguém nos tente. Basta a liberdade para poder usá-la mal. É suficiente ter que tomar uma decisão em um dilema para fazer conscientemente a escolha errada. Conscientemente, sem paliativo, sem poder culpar ninguém, além de nós mesmos.
É verdade que o diabo tentou a primeira mulher. Mas sem um demônio, poderíamos pecar da mesma forma. A tentação não precisa do diabo, é autossuficiente. Se não, quem tentou o diabo?

Questão 19
Podemos ser tentados além de nossas forças?
O humano é fraco. De maneira que é por isso que a Bíblia nos diz: Fiel é que Deus cuida de nós como crianças.
Deus, que não permitirá que você seja tentado além de suas forças, mas com a tentação, lhe dará sucesso, tornando-o capaz de enfrentá-lo (1 Co 10, 13).
Essa tentação deve ser permitida por Deus é algo que aparece muito claramente no livro de Jó. Mas, além
disso, em outro lugar da Bíblia, pouco antes da própria Paixão, Jesus diz a São Pedro:
Simão, Simão! Olha que o Adversário disse que você peneiraria você como o trigo!
Lc 22,31
“Ele reivindicou você”, então a peneira da tentação deve ser permitida. Não afirmar esta doutrina significaria que
estamos nas mãos de um destino cego e que qualquer um, por mais fraco que seja, pode ser tentado com um poder e uma intensidade além das forças que possui. Portanto, a mensagem é clara e tranquilizadora: Deus, como pai que é, zela para que nenhum de seus filhos seja pressionado além do que pode suportar.
De tudo isso você vê a sabedoria por trás do velho ditado: Deus aperta, mas não se afoga.

Questão 20 é (mentira) (O Diabo não sabia que Jesus era Deus quando o tentou. O padre disse que o demônio sabia, mas os vários livros ditados por Jesus disse claramente que o diabo não sabia quem Ele era realmente. Estava tentando descobrir somente.)

Questão 21
O diabo sabe que Deus é perfeito?

(também continua na mentira da questão 20)

Questão 22
Como distinguir se a tentação vem de nós mesmos ou do demônio?

Entre os homens comunicamos nossa espécie inteligível especialmente com a linguagem. Embora também possamos fazer isso, por exemplo, com pintura ou música. Mas sempre por meio de um meio externo. Enquanto o anjo pode transmitir essa espécie para nós sem a necessidade de qualquer meio. É por isso que não há como distinguir o que vem de dentro de nós, ou de um anjo, de um demônio ou de Deus diretamente.
Ora, quem se empenha há muitos anos na vida espiritual com uma vida de oração muito intensa, pode perceber que há tentações que surgem com uma intensidade bastante surpreendente, sem, aliás, ter uma causa razoável, e que podem alcançar ser de uma persistência estranha. Para dar um exemplo, é lógico que ler um livro contra a fé produz tentações contra a fé, mas se essa tentação aparecer de repente, muito intensa e insistente por semanas e semanas, tudo isso pode ser um sinal de que é uma tentação do Diabo. Mas mesmo assim não podemos ter certeza. Como regra geral, pode-se dizer que as tentações sem causa razoável, muito intensas e persistentes, podem ser suspeitadas de serem do diabo. Mas, com essas características vagas, nunca podemos estar cem por cento seguros.

Para os padres eles vêm até nós pessoas com uma vida intensa de oração e que, sem nunca terem tido problemas psicológicos, de repente um dia surgem com pensamentos de blasfemar contra Deus, pisar em um crucifixo e coisas do gênero. Se esses distúrbios são crônicos, é razoável pensar que se originam de doenças.
Mas se seu início for repentino e a pessoa parecer sã, então há razão para suspeito que são tentações do diabo.
O psiquiatra que leu esta explicação certamente pensará que o que é descrito se deve a um processo de ação reação. Queremos dizer a esses psiquiatras que conhecemos perfeitamente esses mecanismos do subconsciente, mas também os lembramos de que o diabo também existe. E isso fica mais claro quando aquela tentação obsessiva de repente desaparece um belo dia, sem nunca reaparecer. As tentações do diabo nunca são crônicas. E por mais veementes que sejam quando desaparecem, não deixam a menor sequela na psique que os sofreu.

 

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