Espírito de retidão.
(40) “Quero que sejas sempre reta no teu agir, com um olho deves olhar para Mim e com o outro deves olhar o que estás a fazer; quero que as criaturas te desapareçam completamente. Se você não olhar para as pessoas, não, mas deves pensar que eu mesmo quero que faças o que te é ordenado, então com o olho fixo em Mim não julgarás ninguém, não olharás se a coisa te é penosa ou te agrada, se podes ou não fazê-la, fechando os olhos a tudo isto os abrirás para olhar só a Mim, me levarás junto a ti pensando que te estou olhando fixamente e me dirás: “Senhor, só por Ti o faço, só por Ti quero agir, não mais escrava das criaturas”. Então, se você anda, se você trabalha, se você fala, em qualquer coisa que você faz, seu único fim deve ser de me agradar só a Mim. Oh! Quantos defeitos evitará se fizer assim”.
(41) Outras vezes me dizia: “Também quero que se as pessoas te mortifiquem, te injuriam, te contradizem, o olhar também fixo em Mim, pensando que com a minha própria boca te digo: “Filha, sou propriamente Eu que quero que sofras isto, não as criaturas, afasta o olhar delas, senão só Eu e tu sempre, todas as demais destruas. Olha, quero fazer-te bela por meio destes sofrimentos, quero enriquecer-te com méritos, quero trabalhar a tua alma, tornar-te semelhante a Mim. Você me fará um presente, me agradecerá afetuosamente, será agradecida com aquelas pessoas que te dão a oportunidade de sofrer, recompensando-as com algum benefício. Fazendo assim caminharás
reta diante de Mim, nada te dará mais inquietude e gozarás sempre paz”.
2-5
Março 18, 1899
Continua a ver Jesus retirado no seu coração. Ele diz-lhe como lhe é querida a caridade.
(1) Esta manhã meu querido Jesus continuava a fazer-se ver de dentro do meu coração, e
vendo-o um pouco mais amável, armei-me de coragem e comecei a pedir-lhe que não
mandasse tantos castigos, e Jesus me disse:
(2) “O que te move, ó minha filha, a pedir-me que não castigue as criaturas?”
(3) Eu imediatamente respondi: “Porque são tuas imagens e, devendo as criaturas sofrer, virias
tu mesmo a sofrer”. Então Jesus dando um suspiro me disse:
(4) “Me é tão querida a caridade, que você não pode compreendê-lo. A caridade é simples,
como meu Ser, que embora seja imenso, é também simplíssimo, tanto que não há parte na
qual não penetre. Assim a caridade, sendo simples, se difunde por toda parte, não tem
deferência por nenhum, amigo ou inimigo, vizinho ou forasteiro, a todos ama”.
3-6
Novembro 11, 1899
A obediência impede-a de se ajustar à justiça.
(1) Encontrando-me em meu habitual estado, encontrei-me fora de mim mesma e me parecia que girava pela terra. ¡¡ Oh, como estava inundada por todo tipo de iniquidades, dá horror pensar!
Agora, enquanto eu girava, cheguei a um ponto e encontrei um sacerdote de vida santa, e em outro ponto uma virgem de vida pura e santa. Nos unimos os três e começamos a falar sobre os tantos castigos que o Senhor está enviando e tantos outros que tem preparados. Eu lhes disse: “E vós, que fazeis? Acaso vos conformastes à divina justiça?” E eles:
(2) “Vendo a extrema necessidade destes tristes tempos, e que o homem não se renderia nem que viesse um apóstolo, nem se o Senhor enviasse a outro São Vicente Ferrer, que com milagres e sinais portentosas o pudesse induzir à conversão é mais, vendo que o homem chegou a tal obstinação e a uma espécie de loucura, que a mesma força dos milagres o tornaria mais incrédulo, então, obrigados por esta premente necessidade, pelo bem deles e para deter este mar purulento que inunda a face da terra, e para glória do nosso Deus tão ultrajado, conformamo-nos à justiça, só estamos rogando e oferecendo-nos vítimas para fazer que estes castigos sirvam para a conversão dos povos. E tu, que fazes? Não te conformaste conosco?”
(3) E eu: “Ah não, não posso, porque a obediência não quer, embora Jesus queira que me uniforme, mas como a obediência não quer, deve prevalecer sobre tudo, devo estar sempre em oposição com Jesus bendito, o que me aflige muito”.
(4) E Eles: “Quando há obediência, certamente não precisa aderir”.
(5) Depois disto, encontrando-me em mim mesma, assim que vi o amadíssimo Jesus quis saber de que parte eram aquele sacerdote e aquela virgem, e Ele me disse que eram do Peru.
4-6
Setembro 14, 1900
Jesus derrama para aplacar sua justiça. O heroísmo da verdadeira virtude.
(1) Esta manhã meu adorável Jesus não vinha, e depois de muito esperar se fazia ver dentro de meu interior, que apoiando-se em meu coração cingia seus braços ao seu redor e apoiava sua sacratíssima cabeça nele, todo frigido, sério, de modo que te impunha silêncio, e virado de costas para o mundo. Depois de ter estado um pouco em silêncio, porque o aspecto com que se mostrava não permitia o atrever-se a dizer uma palavra, se tirou dessa posição e me disse:
(2) “Eu tinha resolvido não derramar, mas as coisas chegaram a tal ponto, que se eu não derramar estouraria iminentemente tais alvoroços, de mover revoluções que fariam sangrentas matanças”.
(3) E eu: “Sim Senhor, derrama, este é meu único desejo, que desabafes sobre mim tua ira e perdoes as criaturas”. Assim derramou um pouco. Depois, como se tivesse se acalmado acrescentou:
(4) “Minha filha, como cordeiro me fiz conduzir ao matadouro e estive mudo ante quem me sacrificou, assim será daqueles poucos bons destes tempos; porém isto é o heroísmo da verdadeira virtude.
5) Acrescentou mais uma vez: “Derramei, queres que eu derrame mais um pouco, para que eu fique mais aliviado?”
(6) E eu: “Meu Senhor, não me pergunte, estou à sua disposição, pode fazer de mim o que quiser”. Assim derramou de novo e desapareceu deixando-me sofredor e contente pelo pensamento de que tinha aliviado as penas do meu amado Jesus.
5-6
Abril 7, 1903
Temores por seu estado.
(1) Depois de ter passado dias amargos pelas contínuas privações de meu adorável Jesus, esta manhã me sentia ao cúmulo da aflição, cansada e sem forças, estava pensando que verdadeiramente não me queria mais neste estado, e quase me decidia a sair dele. Enquanto fazia isso, meu amável Jesus se moveu em meu interior e se fazia ouvir que rezava por mim, e só compreendia que implorava a potência, a força e a providência do Pai para mim, acrescentando:
(2) “Não vê, ! oh” Pai, como você tem maior necessidade de ajuda, porque depois de tantas graças você quer se tornar pecadora saindo de nossa Vontade?”
(3) Quem pode dizer como me sentia destroçar o coração ao ouvir estas palavras de Jesus. Depois saiu de dentro de mim, e eu depois de me ter assegurado que fora o bendito Jesus disse: “Senhor, é Tua vontade que continue neste estado de vítima?
Porque eu não me sinto na mesma posição que no princípio, me vejo como se não fosse necessária a vinda do sacerdote, e pelo menos pouparei o sacrifício ao confessor.
(4) E Ele: “Por agora não é minha Vontade que tu saias; a respeito do sacrifício do sacerdote, restituirei centuplicada a caridade que faz”.
(5) Depois, todos os aflitos acrescentaram: “Minha filha, os socialistas planejaram entre eles golpear a Igreja, e isto fizeram-no na França publicamente, e na Itália mais oculto; e minha justiça vai encontrando vazios para lançar mão dos castigos”.
6-6
Novembro 23, 1903
Não há beleza igual ao sofrer somente por Deus.
(1) No meu íntimo, fiquei impressionada com o que tinha escrito acima, como se não estivesse conforme à verdade, por isso assim que vi o bendito Jesus disse: “Senhor, o que escrevi não está bem, como pode ser tudo isso só com o sofrer?”
(2) E Ele: “Minha filha, não te admires, porque não há beleza que iguale ao sofrer só pelo amor de Deus. De Mim partem continuamente duas flechas, uma do meu coração, que é de amor e fere a todos aqueles que estão no meu regaço, isto é, que estão na minha graça, e esta flecha produz chagas, mortifica, irrita, aflige, atrai, revela, consola e continua minha Paixão e Redenção naqueles que estão em meu colo; a outra parte de meu trono eu a confio aos anjos, os quais como ministros meus fazem correr esta flecha sobre qualquer espécie de pessoas, punindo-as e excitando todos à conversão”.
(3) Agora, enquanto isto dizia me participou suas dores dizendo-me:
(4) “Eis também em ti a continuação de minha Redenção”.
7-6
Março 4, 1906
Uma brincadeira de Jesus.
(1) Continuando meu habitual estado, estava dizendo interiormente: “Senhor, me manifeste tua Vontade, se devo ou não estar neste estado. O que você perde em me dizer sim ou não?” Enquanto isso dizia o bendito Jesus se fez ouvir em meu interior e me disse:
(2) “Minha filha, digo que quero que saias deste estado de vítima, mas se o fizeres, ai de ti!”
(3) E eu: “Se você mesmo me diz que quer que eu saia, não devo?
(4) E Ele: “Devo dizer-te, empurrar-te, agredir-te, e não deves fazê-lo, porque uma filha que está sempre com seu pai deve conhecer o temperamento do pai, o tempo, a causa;
deve ponderar bem tudo, e se for necessário deve dissuadir o próprio pai de lhe dar aquela ordem”.
(5) E eu: “Não o fiz porque a obediência não quer”.
(6) E Ele sem me dar tempo: “E se te permite, pobre daquele que o faça!”
(7) Ao ouvir isto, disse: “Senhor, parece que desta vez queres tentar-me e causar-me tanta perturbação; Eu mesma já não sei o que devo fazer”.
(8) E ele: “Quis brincar um pouco contigo; Os esposos nunca brincam uns com os outros,? e eu não posso fazer o mesmo?”
8-7
Julho 17, 1907
Verdadeiro sinal para saber se se vive na Divina Vontade.
(1) Continuando meu habitual estado, assim que veio o bendito Jesus me disse:
(2) “Minha filha, o verdadeiro sinal para saber se a alma vive em minha Vontade, é que tudo o que lhe
acontece, em qualquer coisa se desenvolve a paz, porque minha Vontade é tão perfeita e santa que não
pode produzir nem sequer a sombra da turbação. Assim, se nos conflitos, mortificações, amarguras, se sente
perturbada, não pode dizer que está dentro da minha Vontade; na melhor das hipóteses, se se sente
resignada e ao mesmo tempo perturbada, pode dizer que está à sombra da minha Vontade, porque estando
fora é dona de sentir-se a si mesma, mas dentro não”.
9-8
Maio 25, 1909
Jesus confunde a alma de amor.
(1) Continuando meu estado habitual, o bendito Jesus não vinha, mas eu senti todo o dia como alguém que me apressava, que não me deixava perder nem um minuto de tempo, mas que me tinha sempre em contínua oração. Um pensamento queria distrair-me ao dizer-me: “Quando o Senhor não vem tu rezas mais, estás mais atenta, e com isto dás ocasião para que não venha, porque o Senhor dirá: Já que se porta melhor quando não venho, é melhor que a prive de Mim”. Eu não posso perder tempo e escutar o que dizia o pensamento, para fechar-lhe a porta na cara disse:
“Por quanto mais Ele não venha, eu mais o confundirei em amor, eu não quero dar-lhe ocasião, isto posso e isto quero fazer, e Ele é dono de fazer o que queira”. E sem pensar no desatino que me havia dito o pensamento continuei o que devia fazer. E na noite, quando já nem me lembrava disso, o bendito Jesus veio e sorrindo me disse:
(2) “Bravo, bravo a minha amante que quer me confundir em amor, entretanto te digo: Jamais me confundirá, e se alguma vez parecer que me confunde em amor, sou Eu quem te dá a liberdade de fazê-lo, porque o único alívio e a coisa que mais gozo por parte das criaturas é o amor. De fato era Eu quem te sugeria rezar, que rezava contigo, que não te dava descanso, assim que em vez de me confundires tu, Eu te confundia em amor, e como tu te sentias toda cheia de amor e por isso ficavas confusa, vendo o quanto meu amor derramava em ti, pensavas que me confundias com o teu amor, mas digo-te, contanto, desde que tu procures amar-me mais, gozo destes teus desatinos e faço deles um entretenimento entre tu e eu”.
Volume 10
Dezembro 22, 1910
Para poder realizar coisas grandes para Deus, é necessário destruir a estima própria, o respeito humano e a própria natureza.
(1) Continuando meu habitual estado, via diante de minha mente vários sacerdotes, e o bendito Jesus dizia:
(2) “Para ser hábil em fazer coisas grandes para Deus, é necessário destruir a estima própria, o respeito humano e a própria natureza, para reviver da Vida Divina e preocupar-se só com a estima de Nosso Senhor e do que corresponde à sua honra e glória; é necessário triturar, pulverizar o que concerne ao humano para poder viver de Deus; e eis que não vós, mas Deus em vós falará, trabalhará, e as almas e as obras a vós confiadas terão esplêndidos efeitos, e terão os frutos desejados por vós e por Mim, como a obra das reuniões dos sacerdotes que eu lhe disse antes, e um destes poderia ser hábil para promover e também realizar esta obra, mas um pouco de estima própria, de temor vão, de respeito humano torna-o inábil, e a graça quando encontra a alma circundada por estas baixezas, voa e não se detém e o sacerdote fica homem e age como homem, e tem no seu agir os efeitos que pode ter um homem, não já os efeitos que pode ter um sacerdote animado pelo Espírito de Jesus Cristo”.
11-6
Fevereiro 24,1912
A alma que faz a Divina Vontade perde seu temperamento, e adquire o temperamento de Jesus. Sorriso de Jesus.
(1) Tendo visto várias almas ao redor de Jesus, especialmente uma muito sensível, Jesus me disse:
(2) “Minha filha, as almas de temperamento sensível, se se põem ao bem, fazem mais progresso que as outras, porque sua sensibilidade às leva a empreendimentos grandes e árduos”.
(3) Eu lhe roguei que lhe tirasse esse resto de sensibilidade humana que lhe restava, que a apertasse mais a Ele, que lhe dissesse que a amava, pois ao ouvir-se dizer que a amava a conquistaria de tudo; verás que o alcançarás, não me venceste assim, dizendo-me que me amavas tanto, tanto?
(4) E Jesus: “Sim, sim, fá-lo-ei, mas preciso da sua cooperação, preciso que fuja o mais possível das pessoas que lhe estimulam a sensibilidade”.
(5) Então eu acrescentei: “Meu amor, me diga, e meu temperamento, qual é”?
(6) E Jesus: “Quem vive na minha Vontade perde o seu temperamento e adquire o meu. Assim que na alma que faz minha Vontade se descobre um temperamento afável, atrativo, penetrante, digno e ao mesmo tempo simples, de uma simplicidade infantil, em suma, me assemelha em tudo. Antes, mais ainda, tem em seu poder o temperamento como o quer e como se necessita, pois como vive em minha Vontade toma parte em minha Potência, portanto tem as coisas e a si mesma a sua disposição, assim que segundo as circunstâncias e as pessoas com as que tratam,
toma meu temperamento e o desenvolve”.
(7) E eu: “Diz-me, dás-me um primeiro lugar no teu Querer?”
(8) Jesus sorrindo: “Sim, sim, prometo-te, da minha Vontade não te farei sair jamais, e tomarás e farás o que queiras”.
(9) E eu: “Jesus, quero ser pobre, pobre e pequena, pequena de tuas mesmas coisas não quero nada, melhor que as tenhas Tu mesmo, eu só te quero a Ti, e conforme necessite as coisas Tu me as darás, não é verdade, oh! Jesus?”
(10) E Jesus: “Bravo, bravo a minha filha, finalmente encontrei uma que não quer nada. Todos querem alguma coisa de Mim, mas não o Todo, isto é, a Mim mesmo em troca tu, com não querer nada quiseste tudo, e aqui está toda a fineza e a astúcia do verdadeiro amor”.
(11) Eu sorri e Jesus desapareceu.
Dê seu testemunho sobre seu encontro com a Divina Vontade