Estudo 45 – O Evangelho como me foi revelado – Cap47 – Escola da Divina Vontade

Estudo 45 – O Evangelho como me foi revelado – Cap47 – Escola da Divina Vontade
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47. O encontro com João e Tiago. João de Zebedeu é o puro entre os discípulos.

25 de fevereiro de 1944.

47.1 Vejo Jesus que caminha ao longo da faixa verde que costeia o Jordão. Ele voltou mais ou menos ao mesmo lugar que viu o seu batismo. É perto do vau do Jordão, que parece ser muito conhecido e freqüentado como meio de passar-se à outra margem, na direção de Peréia. Mas o lugar, antes tão povoado, agora parece quase deserto. Só algum viajante, a pé ou montado em jumentos ou cavalos, é que o percorre. Jesus parece nem perceber isso. Ele prossegue por sua estrada, subindo novamente para o norte, como que absorto em seus pensamentos. Ao chegar à altura do vau, encontra-se com um grupo de homens de diversas idades, que discutem animadamente entre si, separando-se depois, uma parte para o sul e a outra para o norte. Entre aqueles que se dirigem ao norte, vejo João e Tiago.

47.2 João é o primeiro a avistar Jesus, monstrando-o ao irmão, e aos companheiros. Falam eles ainda um pouco entre si e, depois, João se põe a caminhar rapidamente para alcançar Jesus. Tiago o segue mais devagar. Os outros não se interessam, continuando a caminhar lentamente e discutindo. Quando João chega perto de Jesus, às suas costas, à distância de uns dois ou três metros, grita: – Cordeiro de Deus, que tiras os pecados do mundo! Jesus se vira, e olha para ele. Os dois estão a poucos passos um do outro. Eles se observam. Jesus, com seu aspecto sério e indagador. João, com seus olhos puros e risonhos, no belo rosto tão juvenil, que parece feminino. Podem-se lhe dar uns vinte anos e, sobre a face rosada, não tem ainda mais do que alguns poucos pelos loiros, como uma veladura dourada. – A quem estás procurando? –pergunta Jesus. – A Ti, Mestre. – Como sabes que eu sou mestre? – Foi o Batista que me disse. – E, por que me chamas Cordeiro? – Porque o ouvi chamar-te assim, um dia em que ias passando, há pouco mais de um mês. – Que queres de Mim?

– Que nos digas palavras de vida eterna, e nos consoles. – Quem és tu? – João de Zebedeu, sou eu, e este é Tiago, meu irmão. Somos da Galiléia. Somos pescadores. Mas somos também discípulos de João. Ele nos dizia palavras de vida, nós o escutávamos, porque queríamos seguir a Deus e, com a penitência, merecer o seu perdão, preparando os caminhos do coração para a vinda do Messias. Tu és o Messias. João o disse, porque viu o sinal da Pomba pousar sobre Ti. Disse –nos também: “Eis o Cordeiro de Deus.” Eu, então, digo a Ti: Cordeiro de Deus, que tiras os pecados do mundo, dá-nos a paz, porque não temos mais quem nos guie, e nossa alma está turbada. – Onde está João? – Herodes o pôs na prisão, em Maqueronte. Os mais fiéis entre os seus discípulos tentaram libertá-lo. Mas não é possível. Nós estamos voltando de lá.

47.3Deixa-nos ir Contigo, Mestre. Mostra-nos onde é que moras. – Vinde. Mas sabeis o que estais pedindo? Quem me segue deverá deixar tudo: sua casa, seus parentes, seu modo de pensar, e até a vida. Eu vos farei meus discípulos e meus amigos, se quiserdes. Mas Eu não tenho riquezas, nem privilégios. Sou pobre, e o serei ainda mais, até o ponto de não ter nem onde encostar a cabeça, serei perseguido pelos lobos mais do que uma ovelha perdida. Minha doutrina é ainda mais severa do que a de João, porque proíbe também o ressentimento. Ela dirige-se não tanto ao exterior, quanto ao espírito. Tereis que renascer, se quereis ser meus. Quereis fazer assim? – Sim, Mestre, só Tu tens palavras que nos dão luz. Elas descem e, onde havia trevas e desolação, pois estávamos sem guia, derramam a claridade do sol. – Vinde, então, e vamos. Eu vos irei ensinando pelo caminho.

47.4 Jesus diz: – O grupo dos que me haviam encontrado era numeroso. Mas só um me reconheceu. Aquele que tinha a alma, o pensamento e a carne limpos de toda luxúria. Insisto no valor da pureza. A castidade é sempre fonte de lucidez de pensamento. A virgindade também purifica, conservando a sensibilidade intelectiva e afetiva, aperfeiçoando-a, o que só pode ser experimentado, por quem é virgem.

47.5 Pode-se ser virgem, de muitos modos. De modo forçado, especialmente as mulheres, quando não foram escolhidas para o casamento. Assim devia ser também com os homens. Mas não é assim, e isso é mal, porque de uma juventude precocemente conspurcada pela libidinagem não poderá sair nada mais do que um chefe de família doente em seus sentimentos e, muitas vezes, também em seu corpo. Há uma virgindade desejada, ou seja, aquela dos que se consagram ao Senhor, num impulso de vontade. Bela virgindade! Sacrifício agradável a Deus! Mas nem todos sabem permanecer naquele candor do lírio que está firme em seu pedúnculo, estendido ao céu, sem conhecer a lama do chão, aberto somente ao beijo do sol de Deus e de seus orvalhos. Muitos permanecem fiéis, materialmente, ao voto feito. Mas infiéis em seu pensamento, que lamenta e deseja aquilo que eles sacrificaram. Estes são virgens só pela metade. Se a carne está intacta, o coração não está. Seu coração fermenta, ferve, exala fumaças de uma sensualidade, tanto mais refinada e reprovada, quanto mais ela foi sendo criada por um pensamento que acaricia, alimenta e aumenta continuamente imagens de satisfações ilícitas, até para quem está livre, e quanto mais para quem está consagrado por votos a Deus. Aparece então, a hipocrisia do voto. Em aparência, ele existe, mas de fato, em substância, não. E, em verdade, eu vos digo que, entre quem vem a Mim com o seu lírio despedaçado pela imposição de um tirano e quem vem com o seu lírio não materialmente despedaçado, mas coberto pela baba, pelo transbordamento de uma sensualidade acariciada e cultivada, para poder encher com ela as horas de solidão, Eu chamo de “virgem” ao primeiro, e de “não virgem” ao segundo. Ao primeiro, dou coroa de virgem e uma dupla coroa de martírio: uma, pela carne ferida; e outra, pelo coração ferido por uma mutilação não desejada.

47.6 O valor da pureza é tal, que, como viste, satanás se preocupa, em primeiro lugar, em convencer-me a que me entregue à impureza. Ele sabe bem que a culpa da sensualidade desmantela a alma e a torna presa fácil das outras culpas. Todo o trabalho de satanás se concentrou neste ponto capital, para me vencer. O pão, a fome, são as formas materiais que simbolizam o apetite, os apetites de que satanás procura tirar proveito para os seus fins. Bem outro era o alimento que ele me oferecia, para fazer-me cair como um bêbado aos seus pés! Depois, teria vindo a gula, o dinheiro, o poder, a idolatria, a blasfêmia, a abjuração de Lei divina. Mas o primeiro passo para conquistarme era esse. O mesmo que usou para ferir Adão[83].

47.7 O mundo escarnece dos puros. Os culpados de lascívia os golpeiam. João Batista é uma vítima da luxúria de dois obscenos. Mas, se o mundo tem ainda um pouco de luz, isto se deve aos puros que ainda há no mundo. São esses os servos de Deus, que sabem compreender a Deus e repetir as palavras Dele. Eu disse[84]: “Felizes os puros de coração, porque verão a Deus.” Mesmo desde esta terra. Eles, cujo pensamento não é perturbado pela fumaça da sensualidade, é que “vêem” a Deus e O ouvem, O seguem, e O indicam aos outros.

47.8 João, filho de Zebedeu, é um puro. É o mais Puro dos meus discípulos. Que alma de flor, em um corpo de anjo! Ele me chama com as palavras do seu primeiro mestre, e me pede que lhe dê paz. Mas a paz, ele a tem em si mesmo, pela sua vida pura. Eu o amei por essa sua pureza, à qual eu confiei os ensinamentos, os segredos e a Criatura mais querida que Eu tinha. Ele foi o meu primeiro discípulo, que me teve amor desde o primeiro instante em que me viu. Sua alma estava intimamente unida com a minha, desde o dia em que ele me tinha visto passar ao longo do Jordão e me tinha visto apontado pelo Batista. Mesmo que ele não me tivesse encontrado depois, na minha volta do deserto, me teria procurado tanto, até conseguir encontrar-me, porque quem é puro, é humilde e desejoso de instruir-se na ciência de Deus, e vai, como a água que vai ao mar, àqueles que ele reconhece serem mestres na doutrina celeste”.

47.9 Jesus ainda diz: – Eu não quis que tu falasses sobre a tentação de sensualidade do teu Jesus. Mesmo que a tua voz interior te fez entender o motivo de satanás para atrair-me à sensualidade, Eu preferi falar disso. E não pensais além. Era necessário falar. Agora vai avante. Deixa a flor de satanás sobre suas areias. Vem atrás de Jesus, como João. Cami nharás entre os espinhos, mas encontrarás, como rosas, as gotas de sangue de Quem as derramou por ti, para vencer a carne, também em ti.

47.10 Antecipo uma observação. Diz[85] João em seu Evangelho, falando do encontro Comigo: “E, no dia seguinte”. Parece com isso que o Batista me tivesse mostrado no dia seguinte ao batismo, e que, logo, João e Tiago me seguiram, mas isso contrasta tudo o que disseram os outros evangelistas a respeito dos quarenta dias passados no deserto. Mas deveis ler assim:
“(Tendo já acontecido a prisão de João), um dia depois os dois discípulos de João Batista aos quais ele me havia mostrado, dizendo: ‘Eis o Cordeiro de Deus’, ao me verem de novo, chamaram e me seguiram.” Depois da minha volta do deserto. Juntos voltamos às margens do lago da Galiléia, onde Eu tinha ido refugiar-me, para, de lá, iniciar a minha evangelização. Os dois falaram de Mim aos outros pescadores, depois de terem estado Comigo por todo o caminho, e por um dia inteiro na casa hospitaleira de um amigo da parentela de minha casa. Mas a iniciativa foi de João, cuja alma a vontade de penitência e a sua pureza tinha tornado tão limpa, que era uma verdadeira obra-prima de limpidez, sobre a qual a Verdade se refletia nitidamente, dando-lhe também a santa audácia dos puros e dos generosos, que não temem andarem avante, onde está Deus, onde está a verdade, a doutrina, o caminho de Deus. Quanto Eu o amei por essa sua simples e heróica característica!”.

[83] para ferir Adão. O homem-filho de Deus — assim anota Maria Valtorta numa cópia dactilografada — tinha já sido ferido pela soberba da desobediência. Sobrava o homem animal, e foi ferido pela luxúria porque, perdida a Graça, pecou como homem natural. Jesus era Deus e Homem. Intocável como Deus. Por isso, apenas como “Homem” podia ser tentado por Satanás. [84] Eu disse, em: Mateus 5,8 (170.5.11). [85] Diz, em: João 1,35.

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