Estudo 01 – Livro do Céu Vol. 10 ao 20 – Escolinha da Divina Vontade

Escolinha da Divina Vontade
Estudo 01 – Livro do Céu Vol. 10 ao 20 – Escolinha da Divina Vontade
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Volume 10 – 1

Novembro 9, 1910

Efeitos nocivos das obras santas feitas com finalidade humana.

(1) Encontrando-me no meu estado habitual, estava a confiar ao meu bendito Jesus as tantas necessidades da Igreja, e Jesus disse-me:

(2) “Minha filha, as obras mais santas feitas com fins humanos, são como aqueles recipientes quebrados, que colocando-se dentro deles algum líquido, pouco a pouco escorre à terra, e se durante a necessidade vão tomar Daqueles recipientes, encontram-se vazios. Eis por que os filhos da minha Igreja se reduziram a tal estado, porque no seu agir tudo é com fins humanos, por isso nas necessidades, nos perigos, nas ofensas, se encontraram vazios de graça, e portanto, debilitados, exaustos e quase cegos pelo espírito humano dão-se aos excessos; oh! quanto deveriam ter vigiado os chefes da Igreja para não me fazer ser motivo de chacota e quase a cobertura de suas indignas ações, é verdade que se faria muito escândalo se se julgassem e se castigassem, mas isso me seria de menor ofensa que os tantos sacrilégios que cometem. Ah! me é muito duro tolerá-los. Roga, roga minha filha, porque muitas coisas tristes estão por sair de dentro dos filhos da Igreja”.

(3) E desapareceu.

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Volume 11 – 1

A tarde do adeus a Jesus Sacramentado.

(1) Oh Jesus meu! Prisioneiro celestial, já o sol está no ocaso e as trevas invadem a terra, e Tu ficas sozinho no tabernáculo de amor. Parece-me ver-te triste pela solidão da noite, não tendo em torno de ti a coroa de teus filhos e de tuas ternas esposas, pelo menos em teu voluntário cativeiro.

(2) Oh meu prisioneiro divino, também eu sinto que o coração me oprime por ter que afastar-me de Ti, e me vejo forçada a te dizer adeus, mas que digo, oh Jesus! Nunca, jamais adeus, não tenho ânimo de te deixar sozinho, adeus te digo com os lábios, mas não com o coração, mas sim meu coração o deixo junto Contigo no sacrário, contarei teus batimentos e te corresponderei, por cada um, com um palpitar de amor numerarei teus afanosos suspiros, E, para te consolar, te farei repousar nos meus braços; serei a tua sentinela, e estarei atenta para ver se alguma coisa te aflige ou te dá dor, não só para nunca te deixar sozinho, mas para tomar parte em todas as tuas penas.

(3) Oh, coração do meu coração! Oh amor do meu amor! Deixa esse ar de tristeza e acorda, não resisto ver-te aflito. Enquanto com os lábios te digo adeus, te deixo meus respiros, meus afetos, meus pensamentos, meus desejos e todos meus movimentos, que conectando entre eles contínuos atos de amor, unidos aos teus te formarão uma coroa, te amarão por todos. Não está contente, oh! Jesus. Parece que me diz que sim, não é verdade?

(4) Adeus, oh! amante prisioneiro, mas ainda não terminei, antes de ir quero deixar também meu corpo ante Ti, intento fazer de minha carne, de meus ossos, tantos diminutos pedaços para formar tantas lâmpadas por quantos sacrários existem no mundo, e do meu sangue fazer tantas chamas para acender estas lâmpadas, e em cada sacrário quero pôr a minha lâmpada, que unindo-se à lâmpada do sacrário que te ilumina a noite, te dirá: “Te amo, te adoro, te bendigo, te ofereço reparação e te agradeço por mim e por todos”.

(5) Adeus, oh! Jesus, mas escuta uma última coisa: “Façamos um pacto, e o pacto seja que nos amemos mais; Tu me darás mais amor, me encerrarás em teu amor, me farás viver de amor e me sepultarás em teu amor; estreitaremos mais fortemente o vínculo do amor”. Só ficarei contente se me deres o teu amor para poder amar-te de verdade.

(6) Adeus! Jesus, abençoa-me, abençoa a todos, estreita me ao teu coração, aprisiona-me no teu amor, e dando-te um beijo no coração te deixo, adeus, adeus.

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Volume 12 – 1

Março 16, 1917

Como a união estreita entre a alma e Deus nunca se rompe.

(1) Continua meu estado habitual, e meu sempre amável Jesus, apenas como relâmpago e à corrida se faz ver, e se me lamento me diz:

(2)”Minha filha, minha filha, pobre filha, se soubesses que aconteceria você sofreria muito, e Eu para não te fazer sofrer tanto, trato de fugir”.

(3) E voltando a lamentar-me ao dizer-lhe:

“Minha vida, não o esperava de Ti, Tu que parecia que não podias nem sabias estar sem mim, e agora passa horas e horas, e alguma vez parece que queres deixar passar também o dia inteiro. Jesus, não faça isso comigo, como você mudou”.

E Jesus surpreende-me e diz-me:

(4) “Acalma-te, acalma-te, não mudei, Eu sou imutável, mas digo-te que quando me comunico à alma, a tenho estreitada Comigo, lhe falo, desabafo o meu amor, isto não se rompe jamais entre a alma e Eu, posso mudar o modo, ora de um modo, ora em outro, mas sempre vou inventando como falar e desabafar com ela em amor. Não vês que se não te disse nada de manhã, estou à espera da noite para te dizer uma palavra? E quando os demais lêem as aplicações da minha Paixão, estando em ti, Eu me derramo até a borda de tua alma e te falo de minhas coisas mais íntimas que até agora não tinha manifestado, e como a alma deve seguir-me naquele meu agir; aquelas aplicações serão o espelho da minha Vida interior, e quem nela olhar, copiará em si a minha própria Vida, oh! como revelam meu amor, a sede das almas, e em cada uma das fibras de meu coração, em cada respiro meu, pensamento, etc., por isso Eu te falo mais que nunca, mas apenas termino me escondo, e você não me vendo me diz que mudei, mas digo-te que quando não queres repetir com a tua voz o que te digo no teu interior, tu impedes o meu desabafo de amor”.

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Volume 13 – 1

Maio 1, 1921

A vontade humana faz surgir a diferença entre Criador e criatura.

(1) Continuando o meu habitual estado, encontrei-me fora de mim mesma no meio de uma multidão de pessoas, e estava também a Mãe Rainha, que falava àquela gente e chorava, tanto que, tendo um ramo de rosas no seu regaço, as banhava com suas lágrimas; eu não entendia nada do que dizia, só via que as pessoas queriam fazer tumultos, e a Celestial Mamãe lhes pedia que se acalmassem. Depois tomou uma rosa e apontando-me entre tanta gente a deu-me, eu a olhei, e a rosa estava adornada com as lágrimas de minha querida Mamãe, e essas lágrimas me convidavam a implorar pela paz dos povos.

(2) Depois encontrei-me com o meu doce Jesus, e pedi-lhe pela paz dos povos, e Ele atraiu-me a Si falou-me da sua Santíssima Vontade, dizendo-me:

(3) “Minha filha, minha Vontade contém a potência criadora, e assim como minha Vontade deu vida a todas as coisas, assim também tem o poder para destruí-las. Agora, a alma que vive em meu Querer tem também o poder de dar vida ao bem e morte ao mal, em sua imensidão se encontra no passado, e onde há vazios de minha glória, ofensas não reparadas, amor que não me foi dado, ela enche os vazios de minha glória, faz-me as reparações mais belas e dá-me amor por todos. No meu Querer se difunde ao presente, se estende aos séculos futuros, e por toda parte e por todos me dá o que a Criação me deve. Eu sinto na alma que vive em meu querer o eco de meu poder, de meu amor, de minha santidade; em todos os meus atos ouço o eco dos seus, corre em qualquer lugar, diante, atrás e até dentro de mim; onde quer que está o meu querer está o seu, conforme se multiplicam os meus atos assim se multiplicam os seus. Só a vontade humana põe a desarmonia entre criatura e Criador, um só ato de vontade humana põe a desordem entre o céu e a terra, lança a dessemelhança entre Criador e criatura; ao contrário, para quem vive em meu Querer tudo é harmonia, suas coisas e as minhas harmonizam juntas, Eu estou com ela na terra e ela está Comigo no Céu; um é o interesse, uma é a vida, uma é a Vontade. Olha a Criação, porque em nada se afastou de minha Vontade, o céu é sempre azul e estrelado, o sol está cheio de luz e calor, toda a Criação está em perfeita harmonia, uma coisa é sustento da outra, é sempre bela, fresca, jovem, jamais envelhece nem perde um traço de sua beleza, mas bem parece que cada dia surge mais majestosa, dando um doce encanto a todas as criaturas. Tal teria sido o homem se não tivesse se subtraído de meu Querer, e assim são as almas que vivem nele, são os novos céus, os novos sóis, a nova terra toda florida, mais multiformes em beleza e em encanto”.

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Volume 14 – 1

Fevereiro 4, 1922

O amor errante e rejeitado dá em soluços de pranto.

(1) Encontrando-me em meu habitual estado, meu sempre amável Jesus se fazia ver todo aflito, seu respiro era fogo, e me estreitando a Ele me disse:

(2) “Minha filha, quero um refrigério às minhas chamas, quero desafogar meu amor, mas meu amor é rejeitado pelas criaturas. Tu deves saber que Eu ao criar o homem, pus fora de dentro de minha Divindade, uma quantidade de amor que devia servir como vida primária das criaturas para enriquecer-se, para sustentar-se, para fortalecer-se, e para ajuda em todas suas necessidades; mas o homem rechaça este amor, e o meu amor vagueia desde que o homem foi criado e gira sempre sem jamais parar, e rejeitado por um corre a algum outro para dar-se, e como é rejeitado rompe em pranto, assim que a incorrespondência forma o pranto do amor. Agora, enquanto o meu amor vagueia e corre para se dar, se vê um fraco, pobre, rompe em pranto e lhe diz:

“Ai! Se não me fizesses andar por aí e me tivesses dado abrigo no teu coração, terias estado forte e nada te faltaria”. Se vir outro a levar com as culpas, parte-se em soluços e diz: “Ai! se me tivesses dado entrada em teu coração não terias caído”.

Diante daquele outro que vê arrastado pelas paixões, sujo de terra, o amor chora e soluçando lhe repete: “Ai! se tivesse tomado meu amor, as paixões não teriam vida em você, a terra não te tocaria, meu amor te bastaria para tudo”. Assim, em cada mal do homem, pequeno ou grande, ele tem um soluço e continua errante para dar-se ao homem, e quando no jardim do Getsémani se apresentaram todos os pecados diante de minha humanidade, cada culpa tinha um soluço de meu amor, e todas as penas de minha Paixão, cada golpe de flagelo, cada espinho, cada chaga, eram acompanhados pelo soluço do meu amor, porque se o homem me tivesse amado, nenhum mal lhe podia vir; a falta de amor germinara todos os males e também as minhas mesmas penas.

(3) Eu, ao criar o homem fiz como um rei, que querendo fazer feliz seu reino toma um milhão e o põe à disposição de todos, para que quem queira tomar, mas apesar de estar à disposição de todos, só algum toma alguns centavos. Agora, o rei está ansioso para saber se os povos tomam o bem que quer dar-lhes, e pergunta se seu milhão se esgotou para colocar outros milhões, e lhe vem respondido:

“Majestade, apenas algum centavo”.

O rei sente dor ao ouvir que seu povo não recebe seus dons nem os aprecia. Então, saindo no meio dos seus súditos, começa a ver a quem coberto de farrapos, a quem enfermo, a quem em jejum, a quem tremendo de frio, a quem sem teto, e o rei em sua dor rompe em prantos e soluços e diz:

“Ah! Se tivessem tomado do meu dinheiro, não veria ninguém que me fizesse imundo, cobertos de trapos, mas bem vestidos; não veria enfermos, mas sãos; não veria ninguém em jejum e quase morto de fome; mas satisfeitos; se tivessem tomado meu dinheiro nenhum estaria sem teto, poderiam muito bem construir uma casa para se abrigar”.

Em suma, em cada desventura que vê em seu reino ele tem uma dor, uma lágrima, e chora sobre o milhão que a ingratidão do povo lhe rechaça. Mas é tanta a bondade deste rei, que apesar de tanta ingratidão não retira esse milhão, continua deixando-o à disposição de todos, esperando que outras gerações possam tomar o bem que os outros rejeitaram, e assim receber a glória do bem que fez a seu reino. Assim faço Eu, meu amor que tirei de meu seio não o retirarei, continuará indo errante, seu soluço durará ainda, até que encontre almas que tomem deste meu amor até o último centavo, a fim de que cesse o meu pranto e possa receber a glória do dote do amor que pus fora para o bem das criaturas. Mas você sabe quem serão as afortunadas que farão cessar o pranto ao amor? As almas que viverão em meu Querer, elas tomarão todo o amor rejeitado pelas outras gerações, com a potência de minha Vontade criadora o multiplicarão quanto queiram e por quantas criaturas me rejeitaram, e então cessará seu soluço, e em seu lugar entrará o sorriso da alegria, e o amor satisfeito dará a essas afortunadas todos os bens, e a felicidade que as demais não quiseram”.

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Volume 15 – 1

Dezembro 8, 1922

Sobre a Imaculada Conceição.

(1) Escrevo por obedecer e ofereço tudo a meu doce Jesus, unindo-me ao sacrifício de sua obediência para obter a graça e a força de fazê-la como Ele quer. E agora, ó meu Jesus! dá-me a tua santa mão e a luz da tua inteligência, e escreve juntamente comigo.

(2) Estava pensando no grande portento da Imaculada Conceição da minha Rainha e Celestial Mãe, e em meu íntimo ouvi dizer-me:

(3) “Minha filha, a Imaculada Conceição de minha amada Mãe foi prodigiosa e de todo maravilhosa, tanto que Céus e terra ficaram estupefatos e fizeram festa. As Três Divinas Pessoas fizeram competição: O Pai fez sair um mar imenso de poder; Eu, Filho, tirei um mar infinito de sabedoria; e o Espírito Santo um mar imenso de eterno amor, que fundindo-se formaram um só mar e no meio deste mar foi formada a Concepção desta Virgem, escolhida entre as escolhidas, Então a Divindade forneceu a substância desta Concepção, e não só era centro de vida desta admirável e singular criatura, senão que este mar lhe estava ao redor, não só para tê-la defendida de tudo o que pudesse ensombrá-la, senão para dar a cada instante novas belezas, novas graças, potência, sabedoria, amor, privilégios, etc. Assim que sua pequena natureza foi concebida no centro deste mar, e se formou e cresceu sob a influência destas ondas divinas, tanto, que não apenas foi formada esta nobre e singular criatura, a Divindade não quis esperar como é seu costume com as demais criaturas, queria seus abraços, a correspondência de seu amor, seus beijos, gozar-se de seus inocentes sorrisos, e por isso não apenas foi formada sua Conceição lhe dei o uso da razão, a dotei de todas as ciências, lhe fiz conhecer nossas alegrias e nossas dores com relação à Criação; e desde o seio materno Ela vinha ao Céu, aos pés de nosso trono para nos dar os abraços, a correspondência de seu amor, seus ternos beijos, e lançando-se em nossos braços nos sorria com tal complacência de gratidão e de agradecimento, que arrancava nossos sorrisos. ¡Oh! como era bonito ver esta inocente e privilegiada criatura, enriquecida com todas as qualidades divinas, vir no meio de nós todo amor, toda confiança, sem temor, porque somente o pecado é o que põe distância entre Criador e criatura, rompe o amor, faz perder a confiança e infunde temor, assim que Ela vinha no meio de nós como Rainha, que com seu amor, dado por Nós, nos dominava, nos sequestrava, nos punha em festa e se fazia raptora de outro amor, e Nós a fazíamos fazer, Gozávamos do amor que nos arrebatava e a constituímos Rainha do Céu e da Terra. Céu e terra exultaram e festejaram juntamente conosco, por terem depois de tantos séculos a sua Rainha; o sol sorriu na sua luz, e achou-se afortunado por ter de servir a sua Rainha, dando-lhe luz; o céu, as estrelas e todo o universo sorriram de alegria e fizeram festa, porque deviam alegrar a sua Rainha fazendo-lhe ver a harmonia e beleza do firmamento; sorriram as plantas, pois deviam nutrir a sua Rainha, e também a terra sorriu e se sentiu enobrecida ao dever de dar habitação e por ter que fazer-se pisar pelos passos de sua Imperatriz. Só o inferno chorou e sentiu perder as forças pelo domínio desta Soberana Senhora.

(4) Mas tu sabes qual foi o primeiro ato que fez esta Criatura Celestial quando se encontrou pela primeira vez diante do nosso trono? Ela soube que todo o mal do homem havia sido a ruptura entre sua vontade e a de seu Criador, e Ela se estremeceu, e sem deixar passar o tempo atou sua vontade aos pés de meu trono, sem sequer querer conhecê-la, e minha Vontade se amarrou a Ela e se constituiu centro de vida, tanto que entre Ela e Nós se abriram todas as correntes, todas as relações, todas as comunicações, e não houve segredo que não lhe confiássemos. Foi precisamente isto o mais belo, maior, mais heroico ato que ela fez, pôr a nossos pés sua vontade, e que a nós, como arrebatados, nos fez constituí-la Rainha de todos. Vê então o que significa atar-se com minha Vontade e não conhecer a própria?

(5) O segundo ato que fez foi oferecer-se a qualquer sacrifício por amor nosso.

(6) O terceiro foi restituir-nos a honra e a glória de toda a criação, que o homem nos tirara com fazer a sua vontade; e ainda desde o seio materno chorou por amor nosso, porque nos viu ofendidos, e chorou de dor pelo homem culpado. Oh! como nos enterneciam estas lágrimas inocentes e apressavam a suspirada Redenção. Esta Rainha nos dominava, nos amarrava, nos arrancava graças infinitas, nos inclinava tanto para o gênero humano que não podíamos nem sabíamos resistir a suas repetidas instâncias; mas de onde lhe vinha tal poder e tanta ascendência sobre a mesma Divindade? Ah! você o entendeu, era a potência de nosso Querer que operava nela, que enquanto a dominava a fazia dominadora de Deus mesmo. Além disso, como poderíamos resistir a tão inocente criatura possuída pela potência e santidade de Nosso Querer? Seria resistir a Nós mesmos, Nós descobríamos Nela nossas qualidades divinas, como ondas afluíam sobre Ela os reflexos de nossa santidade, os reflexos dos modos divinos, de nosso amor, de nossa potência, etc., e nosso Querer, que era seu centro, atraía todos os reflexos de nossas qualidades divinas e se fazia coroa e defesa da Divindade habitante nela. Se esta Virgem Imaculada não tivesse tido o Querer Divino como centro de vida, todas as demais prerrogativas e privilégios com os quais tanto a enriquecemos teriam sido um nada frente a isso. Foi isto que lhe 6 confirmou e lhe conservou os tantos privilégios, e não só, mas a cada instante lhe multiplicava novos. Eis a causa pela qual a constituímos Rainha de todos, porque quando Nós trabalhamos o fazemos com razão, sabedoria e justiça, porque jamais deu vida a seu querer humano, senão que nosso Querer foi sempre íntegro nela. Como poderíamos dizer a outra criatura, você é Rainha do céu, do sol, das estrelas, etc., se em vez de ter nosso Querer por domínio fosse dominada por seu querer humano? Todos os elementos, céu, sol, terra, ter-se-iam subtraído do regime e domínio desta criatura, todos teriam gritado em sua linguagem muda: Não a queremos, nós somos superiores a ela porque jamais nos subtraímos de teu Eterno Querer; tal como nos criaste assim somos. ‘Teria gritado o sol com sua luz, as estrelas com seu brilho, o mar com suas ondas, e assim por diante. Ao contrário, como todos sentiram o domínio desta Virgem excelsa, que quase como sua irmã jamais quis conhecer sua vontade senão só a de Deus, não só fizeram festa, mas sentiram-se honrados por ter a sua Rainha e correram em torno dela para lhe cortejar e tributar as suas homenagens, com o pôr da lua como escabelo de seus pés, as estrelas como coroa, o sol como diadema, os anjos como servos, os homens como esperando; todos, todos lhe renderam honras e lhe fizeram suas homenagens. Não há honra e glória que não se possa dar a nosso Querer, seja que trabalhe em Nós, em sua própria sede, seja que habite na criatura.

(7) Mas sabes qual foi o primeiro ato que esta nobre rainha fez quando, ao sair do seio materno, abriu os olhos para a luz deste submundo? Quando Ela nasceu, os anjos cantaram canções de ninar à Celestial Bebezinha e Ela ficou extasiada, e sua bela alma saiu de seu corpinho, acompanhada por legiões angélicas e girou por terra e Céu e foi recolhendo todo o amor que Deus havia espalhado em tudo o que criou, e penetrando no empírico veio aos pés de nosso trono e nos ofereceu a correspondência do amor de tudo o que foi criado, e pronunciou seu primeiro obrigado em nome de todos. ¡ Oh! como nos sentimos felizes ao ouvir o obrigado desta pequena Rainha, e lhe confirmamos todas as graças, todos os dons, para fazê-la superar todas as outras criaturas unidas juntas. Depois, lançando-se em nossos braços, deleitou-se conosco, nadando no oceano de todos os contentamentos, ficando embelezada de nova beleza, de nova luz e de novo amor; suplicou novamente pelo gênero humano, pedindo-nos com lágrimas que descesse o Verbo Eterno para salvar seus irmãos, mas enquanto isso fazia, nosso Querer a fez saber que descesse à terra, e Ela imediatamente deixou nossos contentamentos e as alegrias e partiu, Para fazer o quê? Nosso Querer! Que poderoso ímã era nosso Querer habitante na terra nesta recém-nascida Rainha! Não nos parecia já estranha a terra, não nos sentíamos mais para castigá-la fazendo uso de nossa justiça; tínhamos a potência de nossa Vontade que nesta inocente menina nos despedaçava os braços, nos sorria desde a terra, e mudava a Justiça em graças e em doce sorriso, tanto, que não podendo resistir ao doce encanto, o Verbo Eterno apressou sua carreira. ¡ Oh prodígio de meu Querer Divino, a Ti tudo se deve, por Ti se cumpre tudo e não há prodígio maior que meu Querer habitante na criatura!”.

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Volume 16 – 1

Julho 15, 1923

A Divina Vontade é princípio, meio e fim de toda virtude e deve ser coroa de tudo, e cumprimento da glória de Deus por parte da criatura.

(1) Estava rezando fundindo-me toda na Santíssima Vontade de Deus, mas tinha em minha mente alguma dúvida acerca de tudo o que o meu doce Jesus me vai dizendo sobre este Santíssimo Querer, e Ele, estreitando-me a Si, com uma luz que lançava na mente disse-me:

(2) “Minha filha, a minha vontade é princípio, meio e fim de toda virtude; sem o germe de minha Vontade não pode ser dado o nome de verdadeira virtude, Ela é como a semente para a planta, que depois de que aprofundou suas raízes debaixo da terra, quanto mais profundas são, tanto mais alto se forma a árvore que a semente contém. Assim que primeiro está a semente, esta forma as raízes, as raízes têm a força de fazer brotar de debaixo da terra a planta, e conforme se vão aprofundando as raízes assim se formam os ramos, que vão crescendo tão alto, de formar uma bela coroa, e esta formará a glória da árvore, que dará frutos abundantes formará a utilidade e a glória daquele que semeou a semente. Esta é a imagem de minha Igreja: a semente é minha vontade, na qual nasceu e cresceu, mas para que cresça a árvore se necessita o tempo, e para dar fruto em algumas árvores é necessário a duração de séculos; quanto mais preciosa é a planta tanto mais tempo é necessário. Assim a árvore de minha Vontade, sendo a mais preciosa, a mais nobre e divina, a mais alta, necessitava do tempo para fazer crescer e fazer conhecer seus frutos, assim que a Igreja conheceu a semente, e não há santidade sem ela; depois conheceu os galhos, mas sempre em torno desta árvore girou; agora devem conhecer os frutos para nutrir-se deles e gozá-los, e esta será toda minha glória, minha coroa, e de todas as virtudes e de toda a Igreja. Agora, por que te maravilhas de que em vez de manifestar primeiro os frutos de meu Querer, os manifestei a ti depois de tantos séculos? Se a árvore ainda não se tinha formado, como podia fazer conhecer os frutos? Todas as coisas são assim: Se se deve fazer um rei, não se coroa primeiro o rei se antes não se forma o reino, o exército, os ministros, o palácio real, e ao último se coroa; e se quisesse coroar ao rei sem formar o reino, o exército, etc., seria um rei de mentira. Agora, minha Vontade de via ser coroa de tudo, cumprimento de minha glória por parte das criaturas, porque só em minha Vontade pode ser dito: Tudo eu já cumpri. E Eu, encontrando nela cumprido tudo o que quero, não só a faço conhecer os frutos, senão que a nutro e a faço chegar a tal altura de superar todos; eis por que amo tanto e tenho tanto interesse em que os frutos, os efeitos, os bens imensos que há em meu Querer, e o grande bem que a alma recebe com viver Nele sejam conhecidos, pois se não se conhecem, como se pode deseja-los? Muito menos podem alimentar-se com eles, e se Eu não fizesse conhecer o viver em meu Querer, que coisa significa, os valores que contém, faltaria a coroa à Criação, às virtudes, e minha obra seria uma obra sem coroa. Então vê o quão necessário é que tudo o que te disse sobre meu querer saia fora e seja conhecido, e também a razão pela qual tanto te incito a ti, e porque a ti te parece que te faço sair da ordem que tive com os outros, fazendo conhecer isto e as graças a eles feitas depois de sua morte, e em troca contigo permito que ainda em vida, o que eu lhe disse sobre o meu Querer seja conhecido. Se não for conhecido não será nem apreciado ou amado, o conhecimento será como o adubo à árvore, que fará amadurecer os frutos dos quais, bem maduros se alimentarão as criaturas. Qual não será o meu contentamento e o teu?”

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Volume 17 – 1

Junho 10, 1924

Quem vive na Divina Vontade tudo deve encerrar em si. A Divina Vontade é princípio, meio e fim do homem.

(1) Esta manhã tendo recebido a Santa Comunhão, segundo o meu costume estava dizendo ao meu querido Jesus:

(2) “Doce vida minha, não quero estar sozinha ao estar Contigo, mas quero a tudo e a todos junto comigo, e não só quero a coroa de todos os teus filhos, mas também a coroa de todas as coisas criadas por Ti, que juntamente comigo na interminabilidade da tua Santíssima Vontade, onde eu tudo encontro, prostrados a teus pés todos juntos te adoremos, te agradeçamos, te bendigamos”..

(3) E enquanto dizia isto, via como todas as coisas criadas corriam para fazer coroa a Jesus, para dar-lhe cada uma sua homenagem, e eu acrescentei:

(4) “Olha meu amor como são belas suas obras, como o sol fazendo de seus raios braços, enquanto se prostra para te adorar, sobe a Ti para te abraçar e te beijar; como as estrelas, fazendo-te coroa te sorriem com seu doce cintilar e te dizem: o Grande es Tu, Te damos glória por todos os séculos dos séculos’; como o mar corre e com seu amoroso murmúrio, como tantas vozes argentinas te diz: Graças infinitas a nosso Criador’. E eu junto com o sol te abraço e te beijo, com as estrelas te reconheço e te glorifico, com o mar te agradeço”..

(5) Mas quem pode dizer tudo o que eu dizia chamando todas as coisas criadas ao redor de Jesus? Se eu quisesse dizer tudo seria muito longo, me parecia que cada coisa criada tivesse um ofício distinto para poder oferecer sua homenagem a seu Criador. Agora, enquanto fazia isto pensava entre mim que perdia o tempo, e que não era este o agradecimento que devia fazer-se a Jesus depois da Comunhão e o disse a Jesus, e Ele todo bondade me disse:.

(6) “Minha filha, minha Vontade contém tudo, e a quem nela vive não deve escapar nada de tudo o que me pertence, mas bem que se lhe escape uma só coisa para dizer que não me dá toda a honra e a glória que minha Vontade contém, portanto não se pode dizer que sua vida seja completa nela, nem me dá a correspondência por tudo o que meu Querer lhe deu, porque tudo dei a quem vive na minha vontade, e vou ter com eles como que em triunfo sobre as asas das minhas obras, para lhes dar a nova correspondência do meu amor, e eles devem vir pelo mesmo caminho para me darem a nova correspondência deles. Não seria agradável para ti, se tivesses feito muitas belas e variadas obras, e uma pessoa amada por ti, para te dar gosto as colocas ao redor, e fazendo-as ver uma por uma te dissesse: Olha, estas são obras tuas, como é bela esta, como é artística esta outra, e na terceira quanta maestria, e na quarta quanta variedade de cores, que encanto nesta outra? Que alegria não sentirias, que glória para ti? Assim é para Mim, muito mais que quem vive em minha Vontade, devendo concentrar tudo nela, deve ser como o batimento de toda a Criação, que palpitando todas as coisas nela em virtude de meu Querer, deve formar um só batimento para dar-me nesse batimento os batimentos de todos e de tudo, levar-me a glória e o amor de todas as coisas criadas por Mim. Eu devo encontrar na alma na qual reina minha Vontade a todos, para que ela, contendo tudo, possa dar-me tudo o que os outros deveriam dar-me. Minha filha, viver em meu Querer é muito diferente das outras santidades, e por isso até agora não se encontrou o modo nem os verdadeiros ensinamentos de viver nele, pode-se dizer que as demais santidades são as sombras de minha Vida Divina, em troca esta é a fonte da Vida Divina, por isso seja atenta nos exercícios do viver em meu Querer, a fim de que de você possa sair o verdadeiro modo e os ensinamentos exatos e precisos, para que quem querendo viver nele possa encontrar não a sombra, mas a verdadeira santidade da Vida Divina. Além disso, minha Humanidade estando na terra em minha Vontade Divina, não houve obra, pensamento, palavra, etc., que não fosse encerrado em Mim para cobrir todas as obras das criaturas, pode-se dizer que Eu tinha um pensamento por cada pensamento, uma palavra por cada palavra, e assim de tudo o resto para glorificar completamente o meu Pai, e para dar luz, vida, bens e remédios às criaturas. Agora, em minha Vontade tudo existe, e quem deve viver Nela deve encerrar todas as criaturas para ir repassando todos meus atos e pôr neles outra bela pincelada divina tomada de minha Vontade, para dar-me a correspondência do que Eu fiz. Só quem vive em minha Vontade pode dar-me esta correspondência, e Eu a espero como meio para pôr em comunicação a Vontade Divina com a humana, e para dar-lhe os bens que Ela contém. Quero a criatura como intermediária, que fazendo o mesmo caminho que fez minha Humanidade em minha Vontade, abra a porta do Reino de minha Vontade, fechada pela vontade humana. “Por isso sua missão é grande, e se necessita sacrifício e grande atenção”.

(7) Então me senti imersa no Querer Supremo e Jesus continuou:.

(8) “Minha filha, minha Vontade é tudo e contém tudo, e além disso é princípio, meio e fim do homem. Por isso ao criá-lo não lhe dei leis nem instituí Sacramentos, mas só dei ao homem minha Vontade, porque era mais que suficiente, estando no princípio dela, para encontrar todos os meios para chegar não a uma santidade baixa, mas à altura da santidade divina, e assim encontrar-se no porto do seu fim. Isto significa que o homem não devia ter necessidade de outra coisa senão da minha Vontade, na qual devia encontrar tudo de modo surpreendente, admirável e fácil para se fazer santo e feliz no tempo e na eternidade; e se lhe dei uma lei, depois de séculos e séculos de criação, foi porque o homem tinha perdido o seu princípio, portanto tinha perdido os meios e o fim. Assim, a lei não foi princípio, mas meio; mas vendo que com tudo e a lei o homem estava perdido, ao vir à terra instituí os Sacramentos, como meios mais fortes e potentes para salvá-lo; mas quantos abusos, quantas profanações, quantos se servem da lei e dos próprios Sacramentos para pecar mais e precipitar-se no inferno. Enquanto que com só minha Vontade, que é princípio, meio e fim, a alma se põe ao seguro, eleva-se à santidade divina, alcança em modo completo a finalidade para a qual foi criada, e não há nem a sombra de perigo de me ofender. Assim, o caminho mais seguro é apenas a minha Vontade, e os mesmos Sacramentos, se não forem recebidos em ordem com a minha Vontade, podem servir como meios de condenação e de ruína. Por isso inculco tanto minha Vontade, porque a alma estando em seu princípio, os meios lhe serão propícios e receberá os frutos que contêm; em troca, sem Ela, os mesmos Sacramentos lhe podem ser veneno que a conduzam à morte eterna”.

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Volume 18 – 1

Agosto 9, 1925

Corresponder a Deus em amor por todas as coisas criadas, é o primeiro dever da criatura. A Divina Vontade foi dada como Vida primária da criatura.

(1) Jesus meu, dá-me a força, Tu que vês a grande repugnância que sinto ao escrever, que se não fosse pela bendita obediência e o temor de te desagradar jamais teria escrito uma só palavra. Suas longas privações me atordoam e me tornam incapaz de tudo, por isso tenho necessidade de maior ajuda para pôr no papel o que seu Santo Querer me sugere. Então me dê a mão e esteja sempre junto comigo.

(2) Agora, enquanto eu estava fundindo-me no Santo Querer Divino para corresponder em amor a Deus por tudo o que fez na Criação por amor das criaturas, o pensamento me dizia que não era necessário fazê-lo, nem era agradável a meu Jesus este modo de orar, Dizia-me que era tudo invenção da minha cabeça. E meu sempre amável Jesus, movendo-se em meu interior me disse:

(3) “Minha filha, tu deves saber que este modo de orar, isto é, corresponder a Deus em amor por todas as coisas criadas por Ele, é um direito divino e entra no primeiro dever da criatura. A Criação foi feita por amor do homem, aliás, foi tanto nosso amor, que se tivesse sido necessário teríamos criado tantos céus, tantos sóis, estrelas, mares, terras, plantas, e todo o resto, por quantas criaturas deviam vir à luz deste mundo, a fim de que cada uma tivesse uma Criação para si, um universo todo seu, como de fato quando tudo foi criado, só Adão foi o espectador de tudo o criado, ele podia gozar todo o bem que queria. E se não o fizemos foi porque o homem podia gozar igualmente tudo como se fora dele, apesar de que os demais também o gozam. Com efeito, quem não pode dizer: o sol é meu e gozar da luz do sol por quanto quiser, quem não pode dizer a água é minha e tirar a sede e servir-se dela onde a necessita, quem não pode dizer que o mar, a terra, o fogo, o ar são coisas minhas? E tantas outras coisas criadas por Mim, e se alguma coisa parece que ao homem falta, que se fatiga para consegui-la, é o pecado que obstruindo o passo a meus benefícios impede às coisas criadas por Mim ser magnânimas para com a criatura ingrata..

(4) Portanto, sendo assim, que em todas as coisas criadas Deus ligava seu amor a cada criatura, nela entrava o dever de corresponder a Deus com o seu pequeno amor, com a sua gratidão, com a sua gratidão por quem tanto fizera por ela. O não corresponder em amor a Deus por tudo o que fez na Criação para o homem, é a primeira fraude que a criatura faz a Deus, é um usurpar seus dons sem sequer reconhecer de onde vêm, nem a quem tanto a amou; por isso é o primeiro dever da criatura, e é tão indispensável e importante este dever, que Aquela que levou a peito toda nossa glória, nossa defesa, nosso interesse, não fazia outra coisa que girar por toda parte, desde a mais pequena até à maior das coisas criadas por Deus para imprimir a sua correspondência de amor, de glória, de agradecimento por todos e em nome de todas as gerações humanas. Ah, sim, foi propriamente a minha Mãe Celestial que encheu Céus e Terra de correspondência por tudo o que Deus tinha feito na Criação! Depois de Ela foi a minha humanidade que cumpriu este dever tão sacrossanto, ao qual a criatura tinha faltado tanto, tanto, assim que foram as minhas orações e as de minha inseparável Mãe que fizeram propício a meu Pai Celestial para com o homem culpado. Não queres repetir as minhas orações? “Aliás, por isso te chamei em meu Querer, a fim de que te associes conosco e sigas e repitas nossos atos”.

(5) Então eu buscava por quanto podia, girar por todas as coisas criadas para dar a meu Deus a correspondência do amor, da glória, do agradecimento por tudo o que havia feito na Criação. Parecia-me ver em todas as coisas a correspondência de amor da minha Imperatriz Mãe e do meu amado Jesus. Essa correspondência formava a mais bela harmonia entre o Céu e a Terra, e ligava o Criador à criatura. Cada correspondência de amor era uma tecla, uma Sonatina de música celestial que sequestrava, e meu doce Jesus adicionou:.

(6) “Minha filha, todas as coisas criadas não foram outra coisa que um ato de nossa Vontade que as pôs fora, elas não podem afastar-se de seu lugar, nem mudar efeitos, nem posição, nem o ofício que cada uma recebeu de seu Criador; elas não são outra coisa que espelhos onde o homem devia olhar os reflexos das qualidades de seu Criador: Onde a potência, onde a beleza, em outras coisas criadas a bondade, a imensidão, a luz, etc., em suma, cada coisa criada prega ao homem as qualidades do seu Criador, e com vozes mudas dizem-lhe o quanto o amo. Ao contrário, ao criar o homem não foi só a nossa Vontade, mas uma emanação que saiu do nosso seio, uma parte de nós mesmos que infundimos nele, e por isso o criamos livre de vontade, a fim de que crescesse sempre em beleza, em sabedoria, em virtude; À semelhança da nossa, ele podia multiplicar os seus bens, as suas graças. Oh, se o sol fosse livre de vontade e pudesse fazer de um, dois sóis; de dois, quatro sóis, etc., que glória, que honra não daria a seu Criador, e quanta glória também para ele mesmo! No entanto, o que as coisas criadas não podem fazer porque estão privadas de livre arbítrio e porque foram criadas para servir ao homem, pode ser feito pelo homem, porque ele devia servir a Deus, Então todo o nosso amor estava concentrado no homem e por isso colocamos tudo o que foi criado à sua disposição, tudo ordenado em torno dele, para que o homem se servisse das nossas obras como de tantos degraus e caminhos para vir a nós para nos conhecer e para nos amar. Mas qual não é nossa dor ao ver o homem por debaixo de nossas coisas criadas, mas bem transformada pelo pecado em fealdade sua bela alma dada por Nós, e não só não crescido no bem, mas horrível ao ver-se? Não obstante, como se tudo o que foi criado para ele não bastasse ao nosso amor, para guardar este livre arbítrio fizemos-lhe o dom maior que superou todos os demais dons, isto é, demos-lhe a nossa Vontade como preservativo, como antídoto, como preventivo e ajuda a sua livre vontade; assim que nossa Vontade se pôs a sua disposição para dar-lhe todas aquelas ajudas das quais o homem tivesse necessidade; assim que nossa Vontade lhe foi dada como vida primária e ato primeiro de todas suas obras. Devendo ele crescer em graça e beleza, tinha necessidade de uma Vontade Suprema que não só fizesse companhia à sua vontade humana, mas que se substituísse ao agir da criatura; mas também este grande dom desprezou e não o quis conhecer. Vê então como nossa Vontade entra na vida primária da criatura, e enquanto tem seu ato primeiro, sua vida, a criatura cresce sempre em graça, em luz, em beleza, conserva o vínculo do ato primeiro de sua criação, e nós recebemos a glória de todas as coisas criadas, porque servem a nossa Vontade que opera na criatura, única finalidade de toda a Criação. “Por isso te recomendo que nossa Vontade seja para você mais que vida, e o ato primeiro de todas suas ações”.

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Volume 19 – 1

Fevereiro 23, 1926

Jesus chama a pequena recém nascida para fazer que renasça sempre no seu Santo Querer a nova beleza, a nova santidade, a nova luz, a nova semelhança com o seu Criador.

(1) Meu amor e minha vida, Jesus, vem Tu em ajuda de minha debilidade e de minha relutância a escrever, mas bem faz que venha a escrever tua mesma Vontade, a fim de que nada ponha do meu, senão somente o que Tu queres que escreva, e Tu, minha Mãe e Mãe Celestial da Divina Vontade, vem levar-me a mão enquanto escrevo, dá-me as palavras, ilumina-me os conceitos que Jesus põe na minha mente, a fim de que possa escrever dignamente acerca da Santíssima Vontade, de modo a fazer contente ao meu doce Jesus.

(2) Estava pensando entre mim:

“Por que Jesus bendito me chama frequentemente a pequena recém nascida de sua Santíssima Vontade? Talvez porque sou má ainda, e não tendo dado um só passo em sua Vontade, com razão me chama recém-nascida apenas”.

Agora, enquanto eu pensava isso, meu adorável Jesus colocou seus braços no meu pescoço e me apertando forte ao seu coração me disse:

(3) “Nada quero negar à minha pequena recém-nascida da Minha Vontade; queres saber por que te chamo a pequena recém-nascida? Recém-nascida significa estar em ato de nascer, e como você deve renascer em cada ato teu em meu Querer, e não só isso, senão que minha Vontade para refazer-se de todas as oposições das vontades humanas quer chamar-te em meu Querer a fazer-te renascer tantas vezes por quantas vezes as vontades humanas se opuseram à sua, por isso é necessário conservar-te sempre recém-nascida. Quem está em ato de nascer é fácil fazê-la renascer quantas vezes se quiser e conservá-la sem o crescimento da vontade humana, mas quando a alma cresce, torna-se mais difícil conservá-la sem a vida do próprio eu. Mas isto não é tudo, à recém nascida de minha Vontade era necessário, conveniente, decoroso, para ela e para nossa própria Vontade, que se unisse àquele ato único do Eterno, que não tem sucessão de atos, e assim como este ato único dá ao Ser Divino toda a grandeza, a magnificência, a imensidão, a eternidade, a potência, em suma, encerra tudo para poder fazer sair deste ato único tudo o que quer, assim nossa pequena recém-nascida em nossa Vontade, unindo-se com o ato único do Eterno, devia fazer sempre um só ato, isto é, estar sempre em ato contínuo de nascer, fazer sempre um só ato: representar Nossa Vontade’. E enquanto faz um só ato, renascer continuamente, mas a que coisa renascer? A nova beleza, a nova santidade, a nova luz, a nova semelhança com o seu Criador; e conforme tu renasces em nosso Querer, assim a Divindade se sente correspondida na finalidade pela qual pôs fora a Criação, e se sente retornar as alegrias e a felicidade que devia dar-lhe a criatura, e estreitando-te ao seio divino te enche de alegria e de graças infinitas, e te manifesta outros conhecimentos sobre nossa Vontade, e não te dando tempo te faz renascer de novo em nosso Querer. Além disso, estes nascimentos contínuos fazem-te morrer continuamente à tua vontade, às tuas debilidades, às misérias, a tudo o que não pertence ao nosso Querer. Como é bonito o destino do meu bebê! Você não está feliz?

Veja, também Eu nasci uma vez, mas aquele nascimento me faz nascer continuamente, renascer em cada hóstia consagrada, renascer cada vez que a criatura retorna à minha Graça; o primeiro nascimento me deu o campo para me fazer renascer sempre. Assim são as obras divinas, feitas uma vez que o ato continua sem terminar nunca. Assim será de minha pequena recém nascida em meu Querer, nascida uma vez, permanecerá o ato do nascimento contínuo, por isso estou tão atento a que não entre em você seu querer, te circundo de tanta graça para fazer que você nasça sempre em meu Querer e meu Querer renasça em você”.

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Volume 20 – 1

Setembro 17, 1926

Como cada coisa criada por Deus tem seu lugar, e quem sai da Vontade de Deus perde seu lugar. Importância do Reino do Fiat Divino.

(1) Meu Jesus, invoco o teu Santo Querer, a fim de que Ele mesmo venha a escrever sobre o papel as palavras mais penetrantes e eloquentes, com os vocábulos mais aptos a fazer-se compreender, de maneira a pintar com as cores mais belas, com a luz mais resplandecente, com as características mais atraentes o Reino do Fiat Supremo, de modo a infundir nas palavras que me fará escrever no papel, uma força magnética e um ímã potente que ninguém poderá resistir, para fazer-se dominar por sua Santíssima Vontade. E Vós, Mãe minha, verdadeira Soberana Rainha do Fiat Supremo, não me deixeis sozinha, vinde guiar a minha mão, dai-me a chama do vosso coração materno, e enquanto escrevo, tende-me sob o vosso manto azul, a fim de que possa cumprir tudo o que o meu amado Jesus quiser de mim.

(2) Sentia-me toda investida pelo Querer Supremo, o qual me atraindo em sua luz imensa me fazia ver a ordem da Criação, como cada coisa estava em seu posto designado por seu Criador. Minha mente se perdia e ficava arrebatada ao ver a ordem, a harmonia, a magnificência, a beleza de toda a Criação, e meu doce Jesus que estava comigo me disse:

(3) “Minha filha, tudo o que saiu de nossas mãos criadoras, a cada coisa criada foi designado seu posto e seu ofício distinto, e todas estão em seu posto, louvando com louvores incessantes aquele Fiat Eterno que as domina, as conserva e lhes dá vida nova. Por isso, mantem-se sempre belas, íntegras, novas, é pelo movimento do Fiat Supremo dominante nelas. Também ao homem foi atribuído seu posto, seu ofício de soberano sobre todas as coisas criadas, com a diferença que enquanto todas as outras coisas criadas por Nós ficavam tal e como Deus as havia criado, sem jamais mudar-se, nem crescer, nem decrescer, ao contrário, a minha Vontade dando ao homem a supremacia sobre todas as obras das nossas mãos, e querendo desabafar com ele mais em amor, dava-lhe o ofício de crescer continuamente em beleza, em santidade, em sabedoria, em riqueza, até elevá-lo à semelhança do seu Criador, mas sempre devia fazer-se dominar, guiar, para dar campo livre ao Fiat Supremo de formar sua Vida Divina nele, para poder formar este contínuo crescimento de bens e de beleza com a felicidade sem fim, porque sem minha Vontade dominante não pode haver nem crescimento, nem beleza, nem felicidade, nem ordem, nem harmonia. Minha Vontade, sendo Ela origem, dona, princípio de toda a obra da Criação, onde Ela existe tem virtude de conservar bela sua obra, tal e como a tirou, mas onde não existe falta a comunicação de seus humores vitais para conservar a obra fora de nossas mãos. Vê então que grande mal foi para o homem se subtrair de nossa Vontade? De modo que todas as coisas, mesmo as mais pequenas, têm seu lugar, pode-se dizer que estão em sua casa, ao seguro, ninguém as pode tocar, possuem a abundância dos bens, porque esse Querer que corre nelas possui a fonte de todos os bens, estão todas na ordem, a harmonia e a paz de todas. Em troca o homem, ao subtrair-se de nosso Querer perdeu seu posto, ficou sem nossa casa, exposto aos perigos, todos o podem tocar para lhe fazer mal, os mesmos elementos são superiores a ele porque possuem uma Vontade Suprema, enquanto ele possui uma vontade humana degradada que não sabe dar-lhe outra coisa que misérias, debilidades e paixões, e, como perdeu o seu princípio, o seu posto, ficou sem ordem, desarmonizado com todos e não goza de paz nem sequer em si mesmo. Assim que se pode dizer que é o único ser errante em toda a Criação, que por direito nada lhe toca, porque Nós tudo damos a quem vive em nossa Vontade porque está em nossa casa, é uma de nossa família; as relações, os vínculos de filiação que possui com o viver n‟Ela dão-lhe o direito a todos os nossos bens; ao contrário, quem não vive da Vida d‟Ela, rompeu como de um só golpe todos os vínculos, todas as relações, por isso é tida por Nós como coisa que não nos pertence. Oh! se todos soubessem o que significa romper com nossa Vontade e em que abismo se precipitam, todos tremeriam de espanto e fariam concorrência para retornar ao Reino do Fiat Eterno para voltar a tomar seu lugar designado por Deus.

(4) Agora, minha filha, querendo dar de novo minha eterna bondade este meu Reino do Fiat Supremo, depois de havê-lo rejeitado tão ingratamente, não te parece que seja o dom maior que Eu possa fazer às gerações humanas? Mas para dá-lo devo formá-lo, constituí-lo, fazer conhecer de minha Vontade o que até agora não se conhece, e tais conhecimentos sobre Ela, que vençam aqueles que os conhecerão, para que amem, apreciem e desejem vir viver n‟Ele. Os conhecimentos serão as cadeias, mas eles mesmos, voluntariamente, não forçados, se farão atar; os conhecimentos serão as armas, as flechas conquistadoras que conquistarão os novos filhos do Fiat Supremo. Mas sabes o que é que estes conhecimentos possuem? Possuem a qualidade de mudar a natureza em virtude, em bem, na Vontade minha, de modo que os possuirão como propriedade sua”.

(5) Então eu ao ouvir isto disse:

“Meu amor, Jesus, se tanta virtude tem estes conhecimentos sobre tua adorável Vontade, por que não os manifestaste a Adão, a fim de que fazendo-os conhecer a seus descendentes, tivessem amado, apreciado muitíssimo um bem tão grande, e tivesse disposto os ânimos para quando Tu, Divino Reparador, decretasse dar-nos este grande dom do Reino do Fiat Supremo?”

E Jesus retomando a palavra acrescentou:

(6) “Minha filha, Adão enquanto esteve no Éden Terreno e viveu no Reino do Supremo Querer, conheceu todos os conhecimentos, quanto a criatura é possível, do que pertencia ao Reino que possuía, mas assim que saiu dele sua inteligência se escureceu, perdeu a luz de seu Reino, e não encontrava as palavras adequadas para manifestar os conhecimentos que tinha adquirido sobre a Suprema Vontade, porque faltava nele o mesmo Querer Divino que lhe proporcionasse as palavras necessárias para manifestar aos demais o que ele tinha conhecido. Isto por sua parte, e muito mais que cada vez que recordava sua subtração de minha Vontade, o sumo bem que tinha perdido, sentia tal intensidade de dor de o tornar taciturno, porque estava imerso na dor da perda de um Reino tão grande e pelos males irreparáveis causados por isso, e porque quanto Adão pudesse fazer, não lhe era dado reparar, mas necessitava-se daquele mesmo Deus que tinha ofendido para pôr remédio. Por parte de seu Criador não tinha nenhuma ordem, e por isso não lhe dava capacidade suficiente para manifestá-lo, porque, em que aproveitaria manifestar um conhecimento quando não devia dar-lhes o bem que continha? Eu só faço conhecer um bem quando o quero dar. Mas embora Adão não tenha falado muito sobre o Reino da Minha Vontade, ele ensinou muitas coisas importantes sobre o que lhe pertencia, tão verdade, que nos primeiros tempos da história do mundo, até Noé, as gerações não tiveram necessidade de leis, nem houve idolatrias (não diversidade de línguas), mas sim todos reconheciam um só Deus (uma só linguagem), porque tinham um alto conceito de minha Vontade. Ao contrário, quanto mais se afastaram d‟Ela, surgiram as idolatrias e pioraram em males, e por isso Deus viu a necessidade de dar suas leis como preservativo às gerações humanas. E por isso, quem faz minha Vontade não tem necessidade de leis, porque Ela é vida, é lei, e é tudo para o homem. A importância do Reino do Fiat Supremo é grandíssima, e Eu o amo tanto, que estou fazendo mais que nova Criação e Redenção, porque na Criação apenas seis vezes foi pronunciado meu Fiat Onipotente para dispô-la e tirá-la toda ordenada; na Redenção falei, mas como não falei do Reino de meu Querer que contém infinitos conhecimentos e bens imensos, portanto não tinha uma grande quantidade de palavras que dizer, porque tudo o que ensinei era de natureza limitada, e com poucas palavras se fazia conhecer. Em troca para fazer conhecer minha Vontade, se necessita muito filha minha, sua história é longuíssima, encerra uma eternidade sem princípio e sem fim, por isso por quanto digo tenho sempre que dizer, e por isso estou dizendo, oh! quanto mais, pois sendo mais importante que tudo contém mais conhecimentos, mais luz, mais grandeza, mais prodígios, por isso são necessárias mais palavras. Muito mais, que por quanto mais faço conhecer, tanto mais alarga os confins do meu Reino para o dar aos filhos que o possuirão. Por isso cada coisa que manifesto de minha Vontade é uma nova criação que faço em meu Reino, para fazê-la gozar e possuir por aqueles que terão o bem de conhecê-lo. Por isso se requer de sua parte grande atenção em manifestá-las”.

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