LIVRO DO CÉU – VOLUME 1
(118) Então começou uma guerra por parte da família, impediam-me de ir à igreja, não me davam
já a liberdade de ficar só, era observada continuamente, pelo que freqüentemente percebiam que
caía nesse estado. Muitas vezes me lamentava com o Senhor dizendo lhe:
119) “Meu bom Jesus, quanto aumentaram as minhas penas, até das coisas mais amadas estou
privada, como são os Sacramentos. Nunca pensei que chegaria a isso, quem sabe onde irei
terminar. Ah! Dê-me ajuda e força, porque minha natureza desfalece”. Muitas vezes dignava-se
bondosamente dizer-me algumas palavras, por exemplo:
(120) “Eu sou a tua ajuda, de que temes? Não te lembras que também sofri da parte de todo o tipo
de pessoas? Uns pensavam de Mim de um modo, e outros de outro, as coisas mais santas que Eu
fazia eram julgadas por eles como defeituosas, más, até me disseram que era um Endemoninhado,
tanto que me viam com olhos sinistros, tinham-me entre eles mas de má vontade, e maquinavam
entre eles tirar-me a vida o mais depressa possível, porque a minha presença se tinha tornado
intolerável para eles. Então, não queres que te faça semelhante a Mim fazendo-te sofrer por parte
das criaturas?”.
(121) E assim passei alguns anos sofrendo por parte das criaturas, dos demônios e diretamente
de Deus, às vezes chegava a tanta amargura por parte das criaturas, e pelo modo como
pensavam, que tinha vergonha de que qualquer pessoa me visse, tanto, que o meu maior sacrifício
era aparecer no meio das pessoas; tanta era a vergonha e a confusão que me sentia atordoada.
Houve outras visitas de outros médicos, mas não serviram para nada, às vezes derramando
amargas lágrimas dizia-lhe com todo o coração: “Senhor, como se tornaram públicos os meus
sofrimentos, agora não só a família o sabe mas também os estranhos me vejo toda coberta de
confusão, parece-me que todos me apontam com o dedo, como se estes sofrimentos fossem as
mais más ações, eu mesma não sei dizer o que me acontece. Ah! Só Tu podes libertar-me de tal
publicidade e fazer-me sofrer ocultamente. Peço-te, suplico-te, escuta-me favoravelmente”.
(122) Às vezes também o Senhor mostrava não me escutar e aumentavam minhas penas,
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