12-54 –
Julho 9, 1918
Quem vive no Divino Querer faz vida na fonte de amor de Jesus.
(1) Continuando meu habitual estado, meu doce Jesus veio e me disse:
(2) “Minha filha, Eu sou todo amor, sou como uma fonte que não contém outra coisa que amor,
e tudo o que poderia entrar nesta fonte perde suas qualidades e se torna amor, assim que em
Mim a justiça, a sabedoria, a bondade, a fortaleza, etc., não são outra coisa que amor, mas
quem dirige esta fonte, este amor e todo o resto? Meu Querer! Meu Querer domina, rege,
ordena; assim que todas minhas qualidades levam o selo de meu Querer, a Vida de minha
Vontade, e onde encontram meu Querer fazem festa, se beijam mutuamente; onde não,
zangadas se retiram. Agora minha filha, quem se deixa dominar por minha Vontade e vive em
meu Querer, faz vida em minha mesma fonte, sendo quase inseparável de Mim, e tudo nele se
muda em amor, assim que amor são os pensamentos, amor a palavra, o batimento, a ação, o
passo, tudo; para ele é sempre dia, mas se se separa de minha Vontade, para ele é sempre
noite e todo o humano, as misérias, as paixões, as fraquezas, saem em campo e fazem seu
trabalho, mas que tipo de trabalho, trabalho para chorar”.
+ + + +
12-55
Julho 12, 1918
Efeitos da Paixão de Jesus.
(1) Estava rezando com certo temor e ansiedade por uma alma moribunda, e meu amável
Jesus ao vir me disse:
(2) “Minha filha, por que temes? Não sabes tu que por cada palavra sobre minha Paixão,
pensamento, compaixão, reparação, lembrança de minhas penas, tantas vias de comunicação
de eletricidade se abrem entre a alma e Eu, e portanto de tantas variedades de beleza vai-se
adornando a alma? Ela fez as horas de minha Paixão e Eu a receberei como filha de minha
Paixão, vestida com meu sangue e adornada com minhas chagas. Esta flor cresceu em seu
coração e eu a abençoo e a recebo no meu como uma flor predileta”.
(3) E enquanto isso dizia, desprendia-se uma flor de meu coração, e empreendia o vôo para
Jesus.
*proximo 12-58*
14-52
Agosto 19, 1922
A pena que a Divindade infligia no interior de Jesus.
As penas da Paixão foram sombras e semelhanças das penas internas.
(1) Encontrando-me em meu estado habitual, o doce Jesus me fazia sofrer parte de suas penas
e de suas mortes que sofreu por cada uma das criaturas. Por minhas pequenas penas
compreendia como atrozes e mortais tinham sido as penas de Jesus, então me disse:
(2) “Minha filha, minhas penas são incompreensíveis à natureza humana, as mesmas penas de
minha Paixão foram sombras ou semelhanças de minhas penas internas. Minhas penas
internas me eram infligidas por um Deus Onipotente, ao qual nenhuma fibra podia esquivar-se
do golpe; as de minha Paixão eram-me infligidas pelos homens, os quais não tendo nem a
onipotência nem a onividência, não podiam fazer o que eles mesmos queriam, nem podiam
penetrar em todas as minhas fibras internas. Minhas penas internas estavam encarnadas e
minha mesma Humanidade era transformada em cravos, em espinhos, em flagelos, em chagas,
em martírio, tão cruéis que me davam mortes contínuas, estas eram inseparáveis de Mim,
formavam minha mesma Vida; em troca as de minha Paixão eram estranhas a Mim, eram
espinhos e pregos que se podiam cravar, e querendo se podiam também remover, e o único
pensamento de que uma pena se pode tirar é um alívio; mas minhas penas internas, que eram
formadas pela mesma carne, não havia nenhuma esperança de que me pudessem tirar, nem
diminuir a acuidade de um espinho, do trespassar-me com pregos. Minhas penas internas
foram tais e tantas, que as penas de minha Paixão as poderia chamar alívios e beijos que
davam a minhas penas internas, que unindo-se juntas davam o último testemunho de meu
grande e excessivo amor por salvar as almas. Minhas penas externas eram vozes que
chamavam a todos a entrar no oceano de minhas penas internas, para fazê-los compreender
quanto me custava sua salvação. E além disso, por suas mesmas penas internas, comunicadas
por Mim, pode compreender de algum modo a intensidade contínua das minhas. Por isso te dê
ânimo, é o amor que a isto me empurra”.
16-50
Fevereiro 22, 1924
Deus gozou as alegrias da Criação até que o homem pecou; logo As gozou quando veio à luz a Virgem Santíssima; depois quandoveio o Verbo à terra, e as gozará quando as almas vivam no Querer Divino.
(1) Estava a pensar no que foi dito antes e dizia para mim: “Será possível que o Senhor bendito
depois de tantos séculos não tenha gozado das puras alegrias da Criação, e que espera viver no
Divino Querer para receber estas alegrias, esta glória e a finalidade para a qual tudo foi criado?”
Enquanto pensava nisto e outras coisas, meu doce Jesus se fez ver dentro de mim, e com uma luz
que me enviava para a inteligência, ele disse:
(2) “Minha filha, as alegrias puras da Criação, meus inocentes entretenimentos com a criatura e
apreciei-os, mas a intervalos, não perenemente, e as coisas quando não são estáveis e contínuas
aumentam mais a dor e fazem desejar mais o gozo de novo, e qualquer sacrifício seria feito para
torná-los permanentes. Primeiro eu gostei das puras alegrias da Criação quando depois de criar
tudo, criei o homem, até que ele pecou. Entre ele e Nós havia sumo acordo, alegrias comuns,
inocentes entretenimentos; nossos braços estavam sempre abertos para abraçá-lo, para dar-lhe
novas alegrias, novas graças, e com o dar Nós nos divertíamos tanto, de formar para Nós e para
ele uma festa contínua; para Nós dar é gozar, é felicidade, é diversão; enquanto pecou e rompeu
sua vontade com a nossa tudo terminou, porque não estando mais nele a plenitude de nossa Von-
tade, faltava a corrente para poder dar e poder continuar a vida de felicidade de ambas as partes;
muito mais, pois faltando nele nossa Vontade, faltava-lhe a capacidade e a salvaguarda para poder
guardar os nossos dons.
(3) Em segundo lugar gozamos as puras alegrias da Criação quando depois de tantos séculos veio
à luz do dia a Virgem Imaculada. Tendo sido Ela preservada até da sombra da culpa e possuindo
toda a plenitude de nossa Vontade, não tendo havido entre Ela e Nós nem a sombra de ruptura en-
tre a vontade dela e a nossa, nos foram restituídas as alegrias e nossos inocentes entretenimentos,
nos trouxe como em seu colo todas as festas da Criação, e Nós lhe demos tanto e nos divertíamos
tanto em dar-lhe, de enriquece-la a cada instante de novas graças, novos contentamentos, nova
beleza, de não poder contê-los mais. Mas a Imperatriz criatura não durou muito na terra, passou
para o Céu e não encontramos nenhuma outra criatura no submundo que perpetuasse nossos en-
tretenimentos e nos trouxesse as alegrias da Criação.
(4) Em terceiro lugar, gozamos das alegrias da Criação quando Eu, Verbo Eterno, desci do céu e
tomei minha Humanidade. Ah! minha amada Mamãe com possuir a plenitude de minha Vontade
tinha aberto as correntes entre o céu e a terra, tinha posto tudo em festa, Céu e terra, e a Divinda-
de estando em festa por amor de tão Santa Criatura me fez conceber em seu virginal seio, dando-
lhe a fecundidade divina para me fazer cumprir a grande obra da Redenção. Se não tivesse estado
esta Virgem excelsa que tomasse o primado em minha Vontade e que teria feito vida perfeita no
meu Querer, vivendo nele como se não tivesse vontade própria, e que com fazer isto pôs em co-
rrente as alegrias da Criação e nossas festas, jamais o Verbo Eterno teria vindo à terra para cum-
prir a Redenção do gênero humano. Vê então como a coisa maior, mais importante, que mais satis-
faz, que mais atrai a Deus, é o viver em meu Querer, e quem vive nele vence a Deus e faz dar de
Deus dons tão grandes, de deixar estupefatos Céu e terra, e que por séculos e séculos não se ha-
viam podido obtê-lo. Como minha Humanidade estando na terra e contendo a mesma Vida do Que-
rer Supremo, isto é, que era inseparável de Mim, levava em modo completo à Divindade todas as
alegrias, a glória e a correspondência do amor de toda a Criação; e a Divindade foi tão feliz que me
deu o primado sobre tudo, o direito de julgar todas as pessoas. Oh, que bem obtiveram as criaturas
sabendo que um Irmão seu, que tanto as amava e tanto tinha sofrido para pô-las a salvo, devia ser
seu Juiz! A Divindade, ao ver em Eu encerrava toda a finalidade da Criação, como se se despojas-
se de tudo me concedeu todos os direitos sobre todas as criaturas. Mas minha humanidade passou
para o Céu e não ficou na terra quem perpetuasse o viver de todo no Querer Divino, e portanto,
elevando-se sobre tudo e todos em nossa Vontade, nos trouxesse as puras alegrias, e nos fizesse
continuar nossos inocentes entretenimentos com uma criatura terrestre, assim que nossas alegrias
foram interrompidas e nossos jogos despedaçados na face da terra”.
(5) Então eu, ao ouvir isto, disse: “Meu Jesus, como pode ser isto que Tu dizes? É verdade que
nossa Mamãe passou ao Céu, e sua Humanidade também, mas não se levaram com Vós as ale-
grias, para que possais continuar os vossos entretenimentos inocentes no Céu com seu Pai Celes-
tial?”
(6) E Jesus: “As alegrias do Céu são nossas e ninguém nos pode tirar nem diminuir, em troca as
que nos vêm da terra estamos em ato de adquiri-las, e o jogo é formado precisamente no ato das
novas aquisições; entre a aquisição da vitória ou perda, vêm a formar-se as alegrias da aquisição,
ou se fica derrotada vêm formados as dores da derrota.
(7) Agora quanto a Nós, minha filha; quando Eu vim para a terra o homem estava tão entregue ao
mal e tão cheio de vontade humana, que o viver em meu Querer não encontrava lugar, e Eu em
minha Redenção o impetrei primeiro a graça da resignação a minha Vontade, porque no modo co-
mo se encontrava era incapaz de receber o maior dom do viver em meu Querer, e logo o impetrei a
maior graça, como coroa e cumprimento de todas as graças, viver em meu Querer, a fim de que
nossas puras alegrias da Criação e nossas diversões inocentes, tomar de volta o seu curso na face
da terra. Olha, passado cerca de vinte séculos desde que as verdadeiras, as plenas alegrias da
Criação foram interrompidas porque não encontramos capacidade suficiente, remoção total de von-
tade humana onde poder confiar as propriedades de nosso Querer. Agora, para fazer isso, tínha-
mos que escolher uma criatura que mais se aproximasse e se irmanasse com as humanas ge-
rações, pois se eu pusesse como exemplo a minha Mãe, teriam se sentido muito distantes de Ela e
teriam dito: Como não deveria viver no Querer Divino se foi a isenta de toda mancha, mesmo de
origem? ‘Portanto, teriam levantado os ombros e não se teriam dado nem um pensamento, e se eu
colocar como exemplo a minha humanidade teria ficado ainda mais assustado e teriam dito: Era
Deus e Homem, e sendo a Vontade Divina sua vida própria, não é de maravilhar-se seu viver no
Querer Supremo’. Então, para fazer que em minha Igreja pudesse ter vida este viver em minha
Vontade, devia Eu fazer um degrau, descer mais ao baixo, escolher entre eles uma criatura, à qual
dotando-a das graças suficientes e fazendo-me caminho em sua alma, devia esvaziá-la de tudo,
fazendo-lhe compreender o grande mal de a vontade humana, de maneira que a aborrecesse tanto
de preferir a morte antes de fazer sua vontade, e depois, fazendo-lhe dom da minha Vontade Divi-
na, e colocando-me em atitude de mestre eu lhe fizesse compreender toda a beleza, a potência, os
efeitos, o valor, o modo como devia viver na minha Vontade Eterna. Para fazer que pudesse viver
nela, estabeleci nela a lei de minha Vontade, tenho feito como em uma segunda Redenção, onde
estabeleci o evangelho, os Sacramentos, os ensinamentos, como vida principal para poder conti-
nuar a Redenção; se nada tivesse deixado, de onde se deviam afiançar? O que fazer? Assim tenho
feito de viver em meu Querer, quantos ensinamentos não te dei? Quantas vezes eu não te tenho
conduzido pela mão nos eternos vôos de meu Querer, e sobrevoando você sobre todo o Criado
carregastes aos pés da Divindade as puras alegrias da Criação e nos temos entretido junto com
você? Agora, com ter escolhido uma criatura que aparentemente não tem grande disparidade com
elas, tomarão ânimo, e encontrando os ensinos, o modo e conhecendo o grande bem que há em
viver em meu Querer, o farão próprio, e assim as puras alegrias da Criação e nossos inocentes en-
tretenimentos não estarão mais despedaçados na face da terra. E ainda que fosse uma só criatura
por geração que viva em nosso Querer, será sempre festa para nós, e nas festas se faz sempre
mais ostentação e é-se sempre mais generoso em dar. ” Oh quanto bens obterão à terra enquanto
se diverte sobre sua face seu mesmo Criador! Portanto minha querida filha, seja atenta a meus en-
sinamentos, porque se trata de me fazer fundar uma lei não terrestre mas celeste, não lei de só
santidade, mas lei divina, lei que não fará mais distinguir os cidadãos terrestres dos celestes, lei de
amor que destruindo tudo o que pode impedir mesmo a sombra da união com o seu Criador, porá
em comum os seus bens, tirando-lhe todas as fraquezas, as misérias do pecado original. A lei de
minha Vontade porá tal força na alma, de servi-lo de doce charme, maneira de adormecer os males
da natureza e substituí-los com o doce charme dos bens divinos. Lembre-se quantas vezes você
me viu escrever no fundo da sua alma, era a nova lei do viver em meu Querer, na qual Eu me de-
leitava antes de escrevê-la para aumentar sua capacidade e depois me punha de mestre para te
explicar, quantas vezes não me viu taciturno, pensativo no fundo de sua alma? Era o grande tra-
balho de meu Querer que estava a formar-me, e tu, não me vendo a falar, lamentavas-te que eu
não te amava mais. ah, era precisamente então quando meu Querer, derramando-se em ti alarga-
va tua capacidade, te confirmava Nele e te amava de mais. Por isso não queiras investigar nada do
que faço, senão Que certeza tenhas sempre em minha Vontade”.
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16-51
Fevereiro 24, 1924
Jesus quer estabelecer a Lei de sua Vontade. Efeitos mesmo de um único ato feito nela.
(1) Sentia-me imersa no Querer Divino e pensava entre mim: “Quem sabe quantas outras coisas de
sua Vontade dirá meu doce Jesus a outras almas, se a mim que sou tão indigna e incapaz disse-
me tanto, quem sabe quantas coisas mais sublimes dirá a outras, que são mais boas que eu”. E
meu amável Jesus, movendo-se em meu interior me disse:
(2) “Minha filha, toda a lei e os bens da Redenção foram escritos por Mim e depositados no co-
ração de minha amada Mamãe. Era justo que, como foi Ela a primeira que viveu em meu Querer e
por isso me atraiu do Céu e me concebeu em seu seio, conhecesse todas as leis e fora depositária
de todos os bens da Redenção, e não adicionei nem uma vírgula a mais, e não porque fosse inca-
paz, quando saindo à minha vida pública a manifestei às pessoas, aos apóstolos; e os mesmos
apóstolos e toda a Igreja nada acrescentaram do que eu disse e Eu fiz quando eu estava na terra.
Nenhum outro evangelho fez e nenhum outro sacramento Mas sempre gira em torno de tudo o que
Eu fiz e disse. Quem é chamado por primeiro é necessário que receba o fundo de todo o bem que
quero fazer à todas as gerações humanas; é verdade que a Igreja comentou o Evangelho, escre-
veu muito sobre tudo o que eu fiz e disse, mas nunca se afastou da minha fonte, da origem dos
meus ensinamentos. Assim será da minha vontade, porei em ti o fundo da lei eterna de meu Que-
rer, o que é necessário para fazê-la compreender e os ensinamentos necessários, e sim a Igreja se
estenderá nas explicações e nos comentários, não se afastará jamais da origem, da fonte consti-
tuída por Mim, e se alguém quiser afastar-se, ficará sem luz e na escuridão mais densa, e será
obrigado, se quiser luz, a retornar à fonte, isto é para meus ensinamentos”.
(3) Quando ouvi isto, disse: “Meu doce amor, quando os reis estabelecem as leis chamam aos mi-
nistros como testemunhas das leis que estabelecem para depositá-las em suas mãos, a fim de que
as publiquem e as façam observar pelos povos. Eu não sou ministro, é mais, sou tão pequena e
incapaz que não sou boa para nada”.
(4) E Jesus acrescentou: “Eu não sou como os reis da terra que se entendem com os grandes, eu
prefiro entendê-los com os pequenos, porque são mais dóceis e nada se atribuem a eles, mas tudo
à minha bondade. No entanto, também Eu escolhi um ministro meu que te assista neste teu esta-
do, e por quanto me pediste que te libertasse de sua vinda diária, eu não prestei atenção em você,
e mesmo que você não estivesse mais sujeita a recair neste estado, Eu não vou permitir que você
perca a sua assistência. Era esta a causa pela qual era necessário que tivesse um ministro meu
que estivesse ao dia da lei de minha Vontade, e conhecendo meus ensinamentos fosse testemun-
ha e depositário de uma lei tão santa, e como fiel ministro meu publique na minha Igreja o grande
bem que quero fazer a Ela, com fazer conhecer a minha Vontade”.
(5) Então fiquei tão imersa no Divino Querer, que me senti como se nadasse num mar imenso e
minha pobre mente se perdia, e onde tomava uma gota da Vontade Divina, e onde alguma outra, e
fluíam tanto os conhecimentos dela, que minha capacidade era impotente para os receber todos, e
entre mim dizia: “Como é grande, profundo, alto, imenso, santo tu Querer, oh Jesus meu! Tu que-
res pôr junto tudo o que a Ele pertence, e eu sendo pequena eu me afogo nele. Por isso, se você
quiser que eu entenda o que você quer me fazer entender, infrinja-o em mim pouco a pouco, assim
poderei manifestá-lo a quem Tu queres”.
(6) E Jesus: “Minha filha, certamente que é imensa a minha Vontade, Ela contém toda inteira a
eternidade. Se você soubesse todo o bem que contém ainda uma só palavra sobre minha Vontade
e um único ato feito pela criatura Nela, você ficaria atordoada, nesse ato toma como em um punho
Céu e terra. Meu Querer é vida de tudo e corre por toda parte, e a criatura junto com meu querer
corre em cada afeto, em cada batida, em cada pensamento e em todo o resto que fazem as criatu-
ras; corre em cada ato do Criador, em cada bem que faço, na luz que mando à inteligência, no per-
dão que concedo, no amor que envio, nas almas que dou fervou, nos bem-aventurados que beatifi-
co, em tudo; não há bem que faço, nem ponto da eternidade em que não tenha seu pequeno lugar-
zinho. ” Oh! como me é querida, como a sinto inseparável, é a verdadeira companheira fiel de min-
ha Vontade, sem jamais deixá-la sozinha. Por isso corre em Ella e tocarás com a mão o que te di-
go”.
(7) E enquanto isso dizia, lançava-me no mar imenso do seu Querer, e eu corria, corria, Mas quem
pode dizer tudo? Tocava tudo, corria em tudo, tocava com a mão o que Jesus me dizia, mas não
sei colocá-lo no papel; se Jesus quiser me dará mais capacidade, por isso por agora ponho ponto…
19-52
Agosto 29, 1926
A natureza do verdadeiro bem só a possui a Vontade Suprema. Bênçãos de Jesus ao título que deve ser
dado aos escritos sobre a sua Santíssima Vontade.
(1) Minha pobre mente está sempre de volta no centro supremo do Querer Eterno, e se alguma vez
penso em alguma outra coisa, o próprio Jesus com seu dizer chama minha atenção a navegar o
mar interminável de sua Santíssima Vontade. Agora, como eu estava pensando em outras coisas,
meu doce Jesus, ciumento, me apertou a Si e me disse:.
(2) “Minha filha, sempre em minha Vontade te quero, porque nela está a natureza do bem. Um bem
só se pode chamar verdadeiro bem quando nunca acaba, nem tem princípio nem fim. O bem,
quando tem princípio e fim, está cheio de amarguras, de temores, de ansiedades e mesmo de
desilusões, tudo isto torna infeliz o mesmo bem, e muitas vezes passam-se com facilidade do bem
da riqueza à miséria, da fortuna passa-se ao infortúnio, da saúde passa-se à doença, porque todos
os bens que têm princípio são vacilantes, passageiros, caducos e no final se resolvem no nada. Por
isso a natureza do verdadeiro bem a possui só minha Vontade Suprema, porque não tem princípio
nem fim, e por isso o bem é sempre igual, sempre pleno, sempre estável, não sujeito a nenhuma
mutação; por isso tudo o que a alma faz entrar no Supremo Querer, todos os seus atos formados
n’Ele adquirem a natureza do verdadeiro bem, porque são feitos numa Vontade estável, que não
mudam, que contém bens eternos e sem medida.
Assim, o teu amor, a tua oração, os teus agradecimentos e tudo o que podes fazer, tomam lugar num princípio eterno que não termina
jamais, e por isso adquirem a plenitude da natureza do verdadeiro bem, portanto a tua oração
adquire o pleno valor e o fruto completo, de modo que tu mesma não poderás compreender até
onde se estenderão os frutos, os bens de tua oração, girará a eternidade, se dará a todos e ao
mesmo tempo ficará sempre plena em seus efeitos; teu amor adquire a natureza do verdadeiro
amor, daquele amor inquebrantável que jamais vem a menos, que jamais termina, que ama a todos
e se doa a todos e fica sempre com a plenitude do bem da natureza do verdadeiro amor, e assim
de tudo o resto. A tudo o que entra em minha Vontade, sua força criadora comunica sua própria
natureza e os converte em atos seus, porque não tolera nela atos estranhos dos seus, e por isso se
pode dizer que os atos da criatura feitos em minha Vontade, entram nos caminhos inescrutáveis de
Deus, e não se podem conhecer todos seus inumeráveis efeitos. O que não tem princípio nem fim
torna-se incompreensível às mentes criadas que têm seu princípio, porque faltando nelas a força
de um ato que não tem princípio, todas as coisas divinas e tudo o que entra em minha Vontade se
torna inescrutável e não pesquisável. Vê então o grande bem do agir na minha Vontade, a que
ponto tão alto eleva a criatura, como lhe é restituída a natureza do bem, tal como a tirou do seu
seio o seu Criador. Ao contrário, tudo o que se pode fazer fora de minha Vontade, ainda que seja
um bem, não se pode chamar verdadeiro bem, porque lhe falta o alimento divino, sua luz, e são
estranhos a meus atos, e por isso tiram a semelhança à alma da imagem divina, Porque é só a
minha vontade que a faz crescer à minha semelhança, e tirando esta semelhança, tira-se o mais
belo, o maior valor ao agir humano, pois são obras vazias de substância, de vida e de valor, são
como plantas sem fruto, como alimento sem substância, como estátuas sem vida, como trabalhos
sem salário, que cansam os membros dos mais fortes. ¡ Oh, a grande diferença entre o obrar em
minha Vontade e entre o obrar sem Ela! “Por isso sê atenta, não me dês este desgosto de me fazer
ver em ti um ato que não dê a minha semelhança”..
(3) Depois disto desapareceu, mas pouco depois voltou inquieto pelas ofensas recebidas, e
refugiando-se em mim queria descansar, e eu lhe disse: “Meu amor, tenho tantas coisas para te
dizer, tantas coisas para estabelecer entre Tu e eu, tenho que te pedir que tua Vontade seja
conhecida e que seu Reino tenha seu pleno triunfo. Se tu descansas, eu não posso te dizer nada,
Devo calar-me para te deixar repousar”. E Jesus, interrompendo as minhas palavras, com uma
ternura indescritível, estreitou-me a Si, muito forte, e beijando-me disse:.
(4) “Minha filha, como é bela a oração sobre teus lábios acerca do triunfo do Reino do Supremo
Querer, é o eco de minha mesma oração, de meus suspiros e de todas minhas penas. Agora quero
ver o que você escreveu sobre o título para dar-se aos escritos sobre a minha Vontade”.
(5) E enquanto dizia, tomava este livro em suas mãos, e parecia que lesse o que está escrito no dia
27 de agosto; enquanto lia, ficava pensativo, como se se pusesse em profunda contemplação, de
modo que eu não ousava lhe dizer nada, só ouvia que seu coração batia muito forte, como se
quisesse estourar; depois apertou o livro a seu peito dizendo:.
(6) “Abençoo o título, abençoo-o de coração e abençoo todas as palavras que dizem respeito à
minha Vontade”.
(7) E levantando sua mão direita, com uma majestade encantadora pronunciou as palavras da
bênção. Fez isto desapareceu.
+ + + +
19-53
31 de Agosto de 1926
Nosso Senhor, assim como pôs fora a Criação, assim pôs fora todos
os bens que há no Reino de sua Vontade para bem das criaturas.
A vontade humana paralisa a Vida da Divina na alma.
(1) Estava segundo meu costume fazendo meus atos, meus giros no Santo Querer Divino, eu
mesma vejo que não sei fazer outra coisa que girar nele, em minha amada herança que me deu
meu doce Jesus, na qual há tanto que fazer e que aprender, que não me bastará nem minha
pequena vida do exílio, nem toda a eternidade para cumprir meus ofícios nesta vastíssima herança,
na qual não se vêem os confins, nem onde começa nem onde termina, e quanto mais se gira nela,
tantas coisas novas se aprendem, mas muitas coisas se vêem e não se compreendem, e é
necessário o doce Jesus para que as explique, de outra maneira se admiram, mas não se sabem
dizer. Então meu sempre amável Jesus, me surpreendendo enquanto fazia meus atos em sua
adorável Vontade me disse:.
(2) “Minha filha, olha quantas coisas tiramos com nosso Fiat na Criação para o bem da natureza do
homem; de tudo o que tinha estabelecido nossa Vontade pôr fora, nada faltou ao cumprimento
dela. Agora, assim como foi estabelecido tudo o que devíamos tirar na Criação, e nada faltou ao
nosso chamado, assim foi estabelecido o que devíamos tirar para o bem das almas, como de fato o
tiramos, mas foi tanto, de ultrapassar por milhares e milhares de vezes mais todos os bens que se
vêem na Criação; mas tanto aqueles que deviam servir ao bem da natureza, como aqueles que
deviam servir ao bem da alma, tudo ficou depositado em nossa Vontade, porque as nossas coisas
não as confiamos a ninguem, sabendo que só Ela as teria conservado íntegras e belas, tal como as
tiramos do nosso seio divino, muito mais, pois só Ela tem a força conservadora e multiplicadora,
que enquanto dá, nada perde e todas as coisas as têm no posto querido por Nós.
Agora, quantas coisas há em minha Vontade que devo dar às criaturas, mas devem vir ao Reino dela para recebê-
las, e assim como a natureza humana jamais poderia tomar parte nos bens da Criação se não
quisesse viver sob o céu, nem ter um lugar sobre a terra, onde as coisas criadas por Mim lhe fazem
coroa, assim a alma, se não vem a viver sob o céu de Querer, em meio aos bens que nossa
paterna bondade pôs fora para fazê-la feliz, para embelezá-la, para enriquecê-la, jamais poderá
tomar parte nestes bens, para ela serão como estranhos e não conhecidos. Muito mais que cada
alma teria sido um céu distinto, onde nosso Querer Supremo se deleitaria adornando-o com um sol
mais resplandecente e com estrelas mais esplêndidas que aquelas que se vêem na Criação, mas
uma mais bela que a outra. Olha a grande diferença: Para a natureza humana há um sol para
todos, em troca para as almas há um sol para cada uma, há um céu próprio, há uma fonte que
sempre mana, há um fogo que jamais se apaga, há um ar divino que se respira, há um alimento
celestial que faz crescer admiravelmente à semelhança daquele que a criou. ¡ Oh, quantas coisas
tem minha Vontade preparadas e estabelecidas para dar a quem quiser vir a viver em seu Reino,
sob seu liberal e doce regime, não quer confiar seus bens fora de seu Reino, porque sabe que se
saírem de seus confins não serão apreciados nem compreendidos, muito mais que só Ela sabe
conservar e manter em vida seus bens, e só quem vive nela é capaz de compreender a sua
linguagem celestial, de receber os seus dons, de olhar para as suas belezas e de formar uma só
vida com a minha Vontade. Ao contrário, quem não quer viver em seu Reino, não é capaz de
compreender seus bens, sua língua não saberá falar deles nem adaptar-se à linguagem de meu
Reino, nem poderá olhar suas belezas, antes ficará cego pela forte luz que nele reina. Vê então há
quanto tempo estão postos fora de nosso seio paterno todos os bens que devemos dar aos filhos
de nosso Fiat Supremo, tudo está preparado desde que foi criada a Criação, não nos retiraremos
pela tardia, esperaremos ainda, e quando a criatura puser a sua vontade à nossa para a fazer
dominar, Nós lhe abriremos as portas para a fazer entrar, porque foi a vontade humana que fechou
as portas à nossa e abriu as portas às misérias, às fraquezas, às paixões; não foi a memória ou a
inteligência que se puseram contra o seu Criador, se bem que concorreram, mas foi a vontade
humana que teve o seu ato primeiro e rompeu todos os vínculos, todas as relações com uma
Vontade tão santa, muito mais, que todo o bem ou todo o mal está encerrado nesta vontade
humana, o regime, o domínio é seu, assim que tendo falhado a vontade no bem, tudo se malogrou,
perdeu a ordem, desceu de sua origem, tornou-se feia; e como foi a vontade humana que se pôs
contra a minha, fazendo com que todos os bens lhe fossem perdidos, por isso quero a sua vontade,
e em troca quero dar-lhe a minha para lhe restituir todos os bens perdidos. “Por isso, minha filha,
fica atenta, nunca dês vida à tua vontade, se queres que a minha reine em ti”.
(3) Depois disto fez silêncio, ficando todo afligido pelo grande mal que produziu a vontade humana
nas criaturas, até deformar sua bela imagem infundida nelas ao criá-las, e suspirando acrescentou:.
(4) “Minha filha, a vontade humana paralisa a Vida da minha na alma, porque sem minha Vontade
não circula a Vida Divina na alma, que mais que sangue puro conserva o movimento, o vigor, o uso
perfeito de todas as faculdades mentais, de modo a fazê-la crescer sã e santa, de poder descobrir
nela a nossa semelhança, quantas almas paralisadas sem a minha Vontade! Que espetáculo digno
de compaixão, ver as gerações humanas quase todas paralisadas na alma, e portanto irracionais,
cegas para ver o bem, surdas para ouvir a verdade, mudas para ensiná-la, inertes para as obras
santas, imóveis para caminhar o caminho do Céu, porque a vontade humana, impedindo a
circulação da minha Vontade, forma a paralisia geral na alma das criaturas, acontece como ao
corpo, que a maior parte das enfermidades, especialmente depois de paralisia, são produzidas por
falta de circulação de sangue, se o sangue circula bem o homem é robusto e forte, não sente
nenhum mal-estar, mas se começa a irregularidade da circulação do sangue, começam as
indisposições, as fraquezas, as febres, e se a circulação se torna mais irregular, fica paralisado,
porque o sangue que não circula e que com rapidez não corre nas veias, forma os graves males à
natureza humana. O que as criaturas não fariam se soubessem que há um remédio para a
irregularidade da circulação do sangue? Iriam quem sabe até onde para tê-lo, para não padecer
nenhuma enfermidade. No entanto, há o grande remédio de minha Vontade para evitar qualquer
mal da alma, para não ficar paralisada no bem, para crescer forte e robusta na santidade, e quem o
toma? Não obstante é um remédio que se dá grátis, não se devem fazer viagens para tê-lo, aliás,
está sempre pronta a dar-se e constituir-se como Vida regular da criatura. ¡ Que dor minha filha,
que dor!”..
(5) Disse isto desapareceu..
20-55
Fevereiro 3, 1927
Como no Reino do Fiat Divino uma será a Vontade. Como um dito sobre a Vontade Divina
pode ser uma chave, uma porta, um caminho. Como a Suprema Vontade em todas as coisas
criadas forma tantos seios para fazer mamar a seus filhos os conhecimentos d’Ela.
(1) Meu sempre amável Jesus me atraindo toda a Ele me disse:
(2) “Minha filha, o Reino do Fiat Divino terá como centro uma só Vontade, que é a Divina, portanto
uma será a Vontade de todos, que difundindo-se a todos e abraçando tudo, dará a felicidade, a
ordem, a harmonia, a força e a beleza a todos, então será o reino de uma Vontade, uma Vontade
para todos e todos a uma só Vontade. Quem torna feliz a Pátria Celestial senão a Vontade de Deus
e a vontade de todos? Oh, se no Céu pudesse entrar outra vontade que não fosse a de Deus, o
que não pode ser, os santos perderiam a paz perene e sentiriam a desordem de uma vontade que
não é divina, que não contém todos os bens e que não é santa nem portadora de felicidade e de
paz, portanto, todos unanimemente a expulsariam. Por isso o Reino do Fiat terá por lei, por regime,
por domínio, só e unicamente a minha Vontade, e em virtude dela todos serão felizes, de uma só
felicidade, não haverá jamais disputas, mas sim paz perene”.
(3) Depois disto, sentindo o grande esforço que fazia ao escrever e o trabalho que me custava,
sentia-me indecisa se devia ou não continuar escrevendo, e meu amado Jesus me incitando me
disse:
(4) “Minha filha, cada palavra extra sobre minha Vontade pode ser uma chave a mais para abrir o
Reino do Fiat Supremo, cada conhecimento d‟Ele pode ser uma porta nova que se forma para dar
mais conforto, mais ingressos para fazer entrar os filhos de seu Reino; cada semelhança sobre
minha Vontade é um caminho a mais que se forma para tornar mais fáceis as comunicações deste
reino. A menor coisa relacionada com o Fiat, é uma batida d’Ele que quer formar no meio dos filhos
de seu Reino, e sufocar esta minha filha, não convém, esta batida levará uma Vida nova e divina
bilocada por este pulsar para fazer gozar a quem tiver a fortuna de possuir este Reino. Não sabes
tu que para dizer que existe um reino é necessário primeiro formá-lo e depois dizer que existe? Por
isso é necessário que sejam formados os caminhos, as portas de segurança, as chaves de ouro,
não falsificadas de outro metal, para tornar fácil a entrada no Reino de minha Vontade, por isso um
caminho a menos, uma chave que falte, uma porta fechada, pode fazer mais dificultosa, menos
fácil de entrar nele. Por isso tudo o que te digo não só serve para formar este Reino, mas serve
também para ajudar aqueles que querem possuí-lo. Portanto, a filha primogênita da minha Vontade
deve ter cuidado para tornar mais fácil o que diz respeito ao reino do Eterno Fiat”.
(5) Logo estava seguindo meus atos no Supremo Querer e encontrando-me fora de mim mesma
girava por toda a Criação para seguir a Divina Vontade em cada coisa criada, mas enquanto isso
fazia se rompia o véu de cada coisa e se via habitante nelas ao Santo Querer, que fazia cada ato
que cada coisa criada contém, sempre trabalhador sem deter-se jamais e meu doce Jesus, saindo
de dentro de meu interior me disse:
(6) “Minha filha, olha o amor exuberante da minha Vontade, sempre estável, sempre trabalhadora,
sempre em ato de dar, sem jamais retroceder no que estabeleceu fazer quando o Fiat Supremo
ressoou na Criação, Ela tomou o compromisso de fazer todas as artes, de desempenhar todos os
ofícios, de fazer todos os serviços, de tomar qualquer forma para tornar feliz o homem. E mais, fez
mais que mãe terníssima dispondo todas as coisas criadas, quase como tantos seios nos quais Ela
se escondia dentro para fazer-se mamar pelo homem, assim que se fez sol para lhe fazer mamar
sua luz, fez-se céu para lhe fazer mamar o amor vital da imutabilidade, fez-se estrelas para lhe
fazer sugar a variedade dos bens que contêm suas obras, fez-se água, plantas e flores para lhe
fazer mamar a água da graça e lhe tirar a sede, para lhe fazer mamar sua doçura e seus castos
perfumes; todas as formas tomou minha Vontade: De ave, de cordeiro, de pomba, em suma, de
tudo, para se pôr na boca do homem e fazer-se mamar por ele, para lhe dar o bem que cada coisa
criada continha. Só uma Vontade Divina que em um desabafo de seu amor criava tudo, podia
tomar tantas formas, fazer tantos ofícios, ser tão persistente sem jamais cessar de fazer seus atos.
No entanto, quem procura penetrar em cada coisa criada, para ver quem é Aquela que lhe oferece
seu peito para dar seu leite, para amamentar as criaturas, para recriá-las e para torná-las felizes?
Quase ninguém, Ela se desentranha continuamente, dá sua Vida em cada coisa criada para dar
vida, e não se dignam nem sequer olhá-la para ver quem é Aquela que os ama tanto e é vida de
sua vida. Por isso a dor de minha Vontade é grande, por tantas ingratidões das criaturas. Portanto
com paciência Divina e invencível espera a seus filhos, que conhecendo-a arranquem o véu às
coisas criadas que a escondem e reconheçam o peito de sua Mãe, e reconhecidos e como
verdadeiros filhos seus mamem esses seios divinos. Eis por que a glória de toda a Criação, de toda
a Redenção, de teu Jesus e do Eterno Fiat, só estará completa quando se apegarem a seu peito os
filhos de seu Reino, para mamar deles, e reconhecendo-a não se descolarão de seu seio, e Ela
dará todos os bens e terá a glória, o contento de ver todos os seus filhos felizes, e estes filhos
terão a honra, a glória de copiar em si mesmos a Mãe que com tanto amor os tem em seu seio
para alimentá-los com seu leite divino. Agora, minha Vontade está nas condições como se
encontra o sol quando as nuvens impedem que a plenitude da sua luz, com toda a sua vivacidade,
invista a terra, portanto o sol por causa das nuvens não pode desdobrar toda a sua luz que contém,
como se as nuvens impedissem a glória ao sol de dar o curso da sua luz sempre igual, sempre fixa,
como de fato a dá. Assim as nuvens da vontade humana impedem todo o curso que o Sol da
minha Vontade gostaria de fazer para elas, e não podendo comunicar todos os bens que contém,
tanto por meio da Criação como diretamente, sua glória fica interceptada pelas nuvens da vontade
humana. Mas quando conhecerem o Fiat Supremo e se derem por filhos seus, estas nuvens serão
removidas e Ela poderá dar os bens que possui, então nossa glória será completa no meio das
criaturas”.
Dê seu testemunho sobre seu encontro com a Divina Vontade