#1 Estudo na Divina Vontade_Livro do Céu_ Vol 2 ao 10

Estudos na Divina VontadeOs Três Fiat
#1 Estudo na Divina Vontade_Livro do Céu_ Vol 2 ao 10
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3-1
Novembro 1, 1899

Purificação da Igreja. As almas vítimas são o seu sustento

(1) Encontrando-me no meu estado habitual, encontrei-me fora de mim mesma, dentro de uma igreja, e ali estava um sacerdote que celebrava o divino sacrifício, e enquanto isso fazia chorava amargamente e dizia: “A coluna da minha Igreja não tem onde apoiar-se”.

(2) No momento em que dizia isto vi uma coluna, cujo cume tocava o céu, e abaixo desta coluna
estavam sacerdotes, bispos, cardeais e todas as outras dignidades que sustentavam essa coluna, mas com minha surpresa, ao olhar vi que destas pessoas, quem era muito fraco, quem era meio acabado, quem era doente, quem era cheio de lama; escassíssimo era o número daqueles que se encontravam em estado de sustentá-la, assim que esta pobre coluna, tantas eram as sacudidas que recebia por baixo, que cambaleava sem poder estar firme. Até acima desta coluna estava o Santo Padre, que com correntes de ouro e com os raios que despedia de toda sua pessoa, fazia quanto mais podia para sustentá-la, para acorrentar e iluminar as pessoas que moravam na parte baixa, Embora alguma escapasse para ter mais oportunidade de degradar-se e enlamear-se , e não só a estas pessoas mas que tratava de atar e iluminar a todo o mundo.

(3) Enquanto eu via isto, aquele sacerdote que celebrava a missa (embora tenha dúvidas se e sacerdote ou Nosso Senhor, parece-me que era Ele, mas não sei dizer com certeza), chamou-me junto a Ele e disse-me:

(4) “Minha filha, olha em que estado lamentável se encontra minha Igreja, as mesmas pessoas que deviam sustentá-la, desfalecem, e com suas obras a abatem, golpeiam-na, e chegam a denegri-la. O único remédio é que faça derramar tanto sangue, até formar um banho para poder lavar esse purulento lodo e curar suas profundas chagas, para que sanadas, reforçadas, embelezadas por esse sangue, possam ser instrumentos hábeis para mantê-la estável e firme”. Depois acrescentou: “Chamei-te para te dizer: Queres tu ser vítima e assim ser como uma escora para segurar esta coluna em tempos tão incorrigíveis?”.

(5) Eu, em princípio, senti um arrepio correr por medo, e porque possivelmente não teria a força, mas logo me ofereci e pronunciei o Fiat. Enquanto estava nisto, encontrei-me rodeada por muitos
santos, anjos e almas purgantes que com flagelos e outros instrumentos me atormentavam; e eu, embora no princípio sentisse temor, mas depois, quanto mais sofria, tanto mais me vinha o desejo 1 Este livro foi traduzido da tradução em espanhol que foi feita do original manuscrito de Luisa Piccarreta.5 de sofrer e saboreava o sofrer, como um dulcíssimo néctar. E muito mais porque me veio um pensamento: “Quem sabe se essas penas pudessem ser meios para consumir a vida, e assim
poder empreender o último vôo para meu sumo e único Bem”. Mas com muita pena, depois de ter sofrido acerbas penas, vi que essas penas não me consumiam a vida. ¡¡ Ó Deus, que pena, que esta frágil carne me impeça de unir-me com meu Bem Eterno! (6) Depois disto, vi o massacre
sangrento que se fazia daquelas pessoas que estavam debaixo da coluna. Que horrível catástrofe! Escassíssimo era o número dos que não caíam vítimas, chegavam a tal atrevimento, que tentavam matar o Santo Padre. Mas depois parecia que aquele sangue derramado, aquelas sangrentas
vítimas destroçadas, eram meios para fazer fortes aqueles que ficavam, de modo que sustentavam a coluna sem fazê-la balançar mais. ” Oh, que dias felizes!. Depois disso despontavam dias de triunfos e de paz, a face da terra parecia renovada, a coluna adquiria seu primeiro brilho e esplendor. ¡ Oh dias felizes, de longe eu vos saúdo, pois tanta glória dareis à Igreja e tanto honra a Deus que é sua Cabeça!

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4-1
Setembro 5, 1900

A Esperança, alimento do Amor.

(1) Como nos dias passados meu adorável Jesus não se fazia ver, eu me sentia desconfiada na esperança de tê-lo de novo; antes acreditava que tudo havia terminado para mim: visitas de Nosso Senhor e estado de vítima. Mas esta manhã, ao vir o bendito Jesus, trazia uma horrível coroa de espinhos, e pôs-se junto a mim, lamentando-se tudo, em atitude de querer um alívio; então eu a tirei pouco a pouco, e para lhe dar mais gosto a coloquei sobre minha cabeça. Pouco depois me
disse:
(2) “Minha filha, o verdadeiro amor é quando é sustentado pela esperança, e pela esperança perseverante, porque se hoje espero e amanhã não, o amor adoece, porque o amor sendo alimentado pela esperança, por quanto alimento se lhe fornece tanto mais forte se torna, mais robusto, mais vivo o amor, e se isto vem a faltar, primeiro se adoece o pobre amor, e se fica só, sem sustento, termina com morrer de todo. Por isso, por maiores que sejam as tuas dificuldades, jamais, nem sequer por um instante deves afastar-te da esperança com o temor de me perder, mas bem deves fazer de modo que a esperança, superando tudo, te faça encontrar-te sempre unida
Comigo, e então o amor terá vida perpétua”.
(3) Depois disso, continuou a vir sem me dizer mais nada.
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M. I.

5-1

(1) Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
(2) Senhor, vem em minha ajuda, ata esta minha vontade rebelde que quer sempre resistir contra a santa obediência, e me põe em tal estreiteza, que enquanto às vezes parece morta, então mais
do que nunca, como serpente a sinto viva e me corrói por dentro, por isso me canta com novas cordas, é mais, enche-me de tua santa e adorável Vontade até transbordar fora, de maneira que
minha vontade fique consumida na tua, e então poderei ter a felicidade de não lutar mais contra a santa obediência. E tu, ó santa obediência, perdoa-me se te faço sempre a guerra e dá-me a força para poder seguir-te em tudo pacificamente, ainda que às vezes pareça que eu tenho toda a razão. Como lutar contra Vós, como neste escrever por conta do confessor! mas bom, façamos silêncio, não façamos mais atrasos e comecemos a escrever.
(3) Como meu passado confessor se encontrava muito ocupado, muito mais que no curso dos anos em que ele me dirigia, quando não podia ele vir vinha o confessor presente, mas eu não tinha pensado jamais que deveria me encontrar nas mãos deste, sobre tudo que eu estava contente com aquele e nele tinha toda minha confiança. Cerca de um ano e meio antes de o presente fosse meu confessor, estando em meu habitual estado, o bendito Jesus me disse não estar contente com que
meu passado confessor não se ocupasse mais de meu interior, e do modo como ele concorria com Nosso Senhor sobre meu estado, dizendo-me que:
(4) “Quando coloco nas mãos do confessor almas vítimas, o trabalho de seu interior deve ser contínuo, por isso diga-lhe: Ou me corresponde, ou te coloco nas mãos de qualquer outro”.
(5) E eu: “Senhor, que dizes, quem será tão paciente que deverá tomar esta cruz de vir cada dia a sacrificar-se como este confessor?”
(6) E Jesus: “Dar-lhe-ei luz, nomeando o presente confessor, e virá”.
(7) E eu: “Quão impossível é que ele tome esta cruz”.
(8) E Jesus: “Sim, virá, e além disso, quando não me ouvir a Mim mandarei a minha Mãe, e ele que a ama, não lhe negará este favor Porque, certamente, nada é negado a quem verdadeiramente se
ama. No entanto, eu quero ver um pouco mais o que este faz, e dizer-lhe tudo o que eu disse”.
(9) Quando o confessor veio lhe contarei tudo, mas pobrezinho, uma nova ocupação tomada por ele impossibilitava-o a ocupar-se de meu interior, via-se que não era sua vontade, senão a impotência por isso não podia ocupar-se de mim. Quando o dizia se empenhava mais, mas logo
voltava a não cuidar de mim, como antes. Jesus bendito se lamentava dele, e eu voltava a dizer ao confessor. Um dia ele mesmo me mandou ao pai presente, e eu também com ele abri minha alma
1 Este livro foi traduzido do espanhol
5 dizendo-lhe tudo o que tenho dito, ele aceitou vir e eu fiquei maravilhada de que tinha dito que sim, e dizia entre mim: “Tinha razão Jesus”. Mas logo cessou a maravilha, não sei dizer como, durou
apenas quanto dura uma sombra que rápido foge, veio apenas dois ou três dias e não se viu mais, também como sombra fugiu e eu continuava estando nas mãos do confessor passado, adorando as disposições de Deus, eu estava contente com ele, que tantos sacrifícios tinha feito por minha causa. Depois de ter passado cerca de outro ano, e eu sentindo uma necessidade de consciência, disse-o ao confessor passado e disse-me: “Mando-te Dom Genaro”. Quer dizer ao padre presente,
investindo-se de minha necessidade.
(10) Pensativa sobre uma tempestade ocorrida entre eles, Jesus repetiu: “Não mova as coisas, tudo o que tenho disposto Eu e tudo o que foi feito, foi bem feito”.

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6-1
Novembro 1, 1903

Quando a alma faz todas as suas ações pelo único fim de amar a Jesus,
caminha sempre de dia, para ela jamais é noite.

(1) Continuando meu estado habitual, me encontrei fora de mim mesma, e me via como um pequeno vapor, e eu ficava toda maravilhada ao me ver reduzida nessa forma. Enquanto eu estava nisto veio o meu adorável Jesus e disse-me:
(2) “Minha filha, a vida do homem é vapor, e assim como ao vapor é só o fogo que o faz caminhar, e à medida que o fogo é vivo e muito, assim corre mais veloz, e se é pouco caminha a passo lento,
e se está apagado fica detido; assim a alma, se o fogo do amor de Deus é muito, pode-se dizer que voa sobre todas as coisas da terra, e sempre corre e voa a seu centro que é Deus; agora, se é
pouco se pode dizer que caminha com dificuldade, arrastando-se e enlameando-se de tudo o que é terra; se está apagado fica parada, sem vida de Deus nela, como morta a tudo o que é divino.
Minha filha, quando a alma em todas suas ações não as faz por outra coisa senão com o único fim de me amar, e nenhuma outra recompensa quer de seu obrar mais que meu amor, caminha
sempre de dia, jamais é noite para ela, mas bem caminha no mesmo sol, que quase como vapor a circunda para fazê-la caminhar nele, fazendo-lhe gozar toda a plenitude da luz, e não só isso, senão que suas mesmas ações servem de luz para o seu caminho e sempre adicionar nova luz”.

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7-1
Janeiro 30, 1906

A constância ordena tudo.

(1) Continuando meu habitual estado, assim que veio o bendito Jesus me disse:
(2) “Minha filha, como é necessário que a alma seja constante em fazer o bem que começou, porque se bem tem princípio, mas não terá fim, e não tendo fim é necessário que uniforme-se aos modos do Eterno Deus. Deus é justo, é santo, é misericordioso, é Aquele que contém tudo, mas talvez por um só dia? Não, sempre, sempre, assim a alma não deve
ser um dia paciente, humilde, obediente, e outro dia impaciente, soberba, caprichosa. Estas são virtudes quebradas, é um misto negro e branco, luz e trevas, tudo é desordem, tudo é confusão, modos todos diferentes dos de seu Criador. Em tais almas há guerra contínua,
porque as paixões lhe fazem guerra, porque vendo-se nutridas freqüentemente esperam que a vitória seja delas; guerra por parte dos demônios, das criaturas e ainda por parte das mesmas virtudes, as que vendo-se desiludidas lhe fazem guerra encarniçada e terminam
com nauseara, e se se salvam estas almas, oh! quanto terá de trabalhar o fogo do purgatório. Ao contrário, para a alma constante tudo é paz, já a simples constância faz com que tudo esteja em seu posto, as paixões se sentem morrer, e quem é aquele que estando
próximo a morrer pensa em fazer guerra a alguém? A constância é espada que põe tudo em fuga, é cadeia que ata todas as virtudes, de modo que se sente acariciada continuamente por elas, e o fogo do purgatório não trabalhará nada porque a constância ordenou tudo e a fez similar aos modos do Criador”.

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8-1
Junho 23, 1907

O ato mais belo é o abandono na Vontade de Deus.

(1) Encontrando-me em meu habitual estado, o bendito Jesus não vinha, e eu estava pensando entre mim qual seria o ato mais belo e mais aceito a Nosso Senhor, que pudesse mais facilmente induzi-lo a vir: A dor das próprias culpas ou a resignação. Enquanto estava nisto, assim que veio
me disse:
(2) “Filha, o ato mais belo e que mais me agrada é o abandono em minha Vontade, mas tanto, que não se recorde que existe o próprio ser, senão que tudo para ela seja o Divino Querer. Ainda que a dor das próprias culpas seja boa e louvável, mas não destrua o próprio ser; ao contrário, o abandonar-se todo em minha Vontade destrói o próprio ser e readquire o Ser Divino. Então, a alma ao abandonar-se em minha Vontade, me dá mais honra, porque me dá tudo o que Eu posso
exigir da criatura, e venho readquirir em Mim o que de Mim havia saído, e a alma readquire o único que deveria readquirir, a Deus com todos os bens que o mesmo Deus possui, só que, até que a
alma está de todo na Vontade de Deus, readquire a Deus, e se sair da minha Vontade readquire seu próprio ser junto com todos os males da corrupta natureza”.

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9-1
Março 10, 1909

O Pai só faz uma coisa com Jesus. Jesus dá-se continuamente às almas.

(1) Continuando o meu habitual estado, encontrei-me fora de mim mesma com o Menino Jesus nos braços, e eu disse-lhe: “Diz-me, meu querido, o que faz o Pai?”
(2) E Ele: “Faz uma só coisa Comigo; assim o que faz o Pai faço Eu”.
(3) Então eu acrescentei: “E com os santos o que você faz?”
(4) E Ele: “dou-me continuamente, assim que Eu sou vida deles, gozo, felicidade, bem imenso, sem termo e sem limites. De Mim estão cheios, em Mim tudo encontram, Eu sou tudo para eles, e eles
são todos para Mim”.
(5) Eu, ao ouvir isto queria como me zangar e lhe disse: “Aos santos te dás continuamente, em troca de mim tão limitado, tão avaramente e em intervalos, até fazer-me passar parte do dia sem
que venha, e às vezes demora tanto que me vem o temor de que nem sequer na noite virá, por isso eu vivo morrendo, mas da morte mais cruel e impiedosa, e sem embargo dizia que me amava
muito”.
(6) E Ele: “Minha filha, também a ti me dou continuamente, ora pessoalmente, ora com a Graça, ora com a luz, e em tantos outros modos. E além disso, quem te diz que não te amo tanto, tanto?”
(7) Agora, enquanto estava nisto veio-me um pensamento, que perguntasse se era Vontade de Deus meu estado, pois isto era mais necessário do que o que lhe estava dizendo, e perguntei. E
Ele, em vez de me responder, aproximou-se e pôs-me a língua na boca, e eu não pude falar mais, só chupava uma coisa que não sei dizer; e ao retirá-la mal pude dizer: “Senhor, volta logo, quem
sabe quando virás”.
(8) E Ele respondeu: “Esta noite virei de novo”.
(9) E desapareceu.

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10-1
Novembro 9, 1910

Efeitos nocivos das obras santas feitas com finalidade humana.

(1) Encontrando-me no meu estado habitual, estava a confiar ao meu bendito Jesus as tantas necessidades da Igreja, e Jesus disse-me:
(2) “Minha filha, as obras mais santas feitas com fins humanos, são como aqueles recipientes
quebrados, que colocando-se dentro deles algum líquido, pouco a pouco escorre à terra, e se durante a necessidade vão tomar Daqueles recipientes, encontram-se vazios. Eis por que os filhos
da minha Igreja se reduziram a tal estado, porque no seu agir tudo é com fins humanos, por isso nas necessidades, nos perigos, nas ofensas, se encontraram vazios de graça, e portanto, debilitados, exaustos e quase cegos pelo espírito humano dão-se aos excessos; oh! quanto
deveriam ter vigiado os chefes da Igreja para não me fazer ser motivo de chacota e quase a cobertura de suas indignas ações, é verdade que se faria muito escândalo se se julgassem e se castigassem, mas isso me seria de menor ofensa que os tantos sacrilégios que cometem. Ah! me
é muito duro tolerá-los. Roga, roga minha filha, porque muitas coisas tristes estão por sair de dentro dos filhos da Igreja”.
(3) E desapareceu.

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