Estudo 55 Livro do Céu Vol. 1 ao 11 – Escola da Divina Vontade

Escola da Divina Vontade
Estudo 55 Livro do Céu Vol. 1 ao 11 – Escola da Divina Vontade
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2-62
18 de agosto de 1899

Como a palavra de Deus não só é verdade, mas também luz.

(1) Vindo esta manhã o amantíssimo Jesus lhe disse: “Meu amado Jesus, eu creio que tudo o que escrevo são muitos disparates”.
(2) E Jesus: “A minha palavra não só é verdade, mas também luz, e quando uma luz entra num quarto escuro, o que faz? Dissipa as trevas e faz descobrir os objetos que há, feios ou belos, se estão em ordem ou em desordem, e do modo como se encontra esse quarto julga-se a pessoa que ocupa aquela habitação. Agora, a vida humana é o quarto escuro, e quando a luz da verdade entra em uma alma, dissipa as trevas, isto é, faz descobrir o verdadeiro do falso, o temporal do eterno, assim que lança de si os vícios e se mete à ordem das virtudes, porque sendo minha luz santa, que é minha própria Divindade, não poderá comunicar outra coisa que santidade e ordem, portanto a alma sente sair de si, luz de paciência, de humildade, de caridade e mais. Se minha palavra produz em você estes sinais, por que teme?”

(3) Depois disto, Jesus me fez ouvir que rogava ao Pai por mim, dizendo: “Pai Santo, peço-te por esta alma, faz com que cumpra em tudo perfeitamente a nossa Santíssima Vontade, faz Ó Pai adorável que as suas ações estejam tão conformadas com as minhas, mas de tal modo
que não se possam distinguir umas das outras, e assim poder cumprir sobre ela o que desenhei”.

(4) Mas quem pode dizer a força que me sentia infundir na minha alma por esta oração de Jesus? Sentia-me a vestir a alma por uma força tal, que para cumprir a Vontade Santíssima de Deus não me teria importado sofrer mil martírios, se assim fosse seu beneplácito. Sempre sejam dadas as graças ao Senhor, que tanta misericórdia usa com esta pobre pecadora.

* * * * * *

2-63
21 de agosto de 1899

Efeitos de agradar somente a Jesus.

(1) Depois de ter passado dois dias de sofrimentos, Jesus mostrava-se todo afabilidade e doçura. Em meu íntimo eu dizia: “Como é bom comigo o Senhor, porém não encontro em mim nada de bom que lhe possa agradar”. E Jesus, respondendo, disse-me:

(2) “Amada minha, assim como você não encontra outro prazer nem outro contente, que te entreter e conversar Comigo e dar-me gosto só a Mim, de modo que todas as outras coisas que não são minhas te desgostam, assim Eu, meu prazer e minha consolação é vir a me entreter e falar contigo. Tu não podes entender a força que tem sobre meu coração, de me atrair a ela, uma alma que tem a única finalidade de me agradar só a Mim; sinto-me tão unido com ela que estou obrigado a fazer o que ela quer”.

(3) Enquanto Jesus assim dizia, compreendi que falava no modo como em dias passados, enquanto sofria acerbos dores, em meu interior ia dizendo: “Meu Jesus, tudo por teu amor, estas dores sejam tantos atos de louvor, de honra, de homenagem que te ofereço, estas dores sejam tantas vozes que te glorifiquem e tantos testemunhos que digam que te amo”.

3-61
Abril 20, 1900

A cruz dá-nos as linhas e a semelhança de Jesus.

(1) Continua meu adorável Jesus vindo apenas como sombra, e ao vir não diz nada. Esta manhã, depois de ter-me renovado as dores da cruz por duas vezes, olhando-me com ternura enquanto sofria a dor das perfurações dos pregos, disse-me:

(2) “A cruz é um espelho onde a alma vê a Divindade, e contemplando-se nele adquire os lineamentos, a semelhança mais perfeita com Deus. A cruz não se deve apenas amar, desejar, mas ter como honra e glória a mesma cruz, e isto é agir como Deus e tornar-se como Deus por participação, porque só Eu me gloriei da cruz e considerei como uma honra sofrer, e a amei tanto, que em toda minha vida não quis estar um momento sem a cruz”.
(3) Quem pode dizer o que compreendia da cruz por falar do bendito Jesus? Mas me sinto muda para expressá-lo com palavras. Ah! Senhor, peço-te que me mantenhas sempre pregada na cruz, a fim de que tendo sempre diante deste espelho divino, possa limpar todas as minhas manchas e
embelezar-me sempre mais à tua semelhança.
+ + + + +

3-62
Abril 21, 1900

Mais que o sacramento, a cruz sela a Deus na alma.

(1) Encontrando-me em meu próprio estado, é mais, com um pouco de temor por uma coisa que não é necessário dizer aqui, meu doce Jesus ao vir me disse:
(2) “E ainda que sejam vasos sagrados, é necessário de vez em quando sacudi-los; vossos corpos são tantos vasos sagrados nos quais faço minha morada, por isso é necessário que de vez em quando lhes dê uma sacudida, isto é, que os visite com alguma tribulação para fazer que Eu esteja
neles com mais decoro. Por isso fique calma”.
(3) Depois disto, tendo recebido a comunhão e tendo-me renovado as dores da crucificação, acrescentou:

(4) “Minha filha, como é preciosa a cruz, olha um pouco: O sacramento do meu corpo ao dar-se à alma, une-a Comigo, transforma-a até a tornar uma mesma coisa Comigo, mas ao consumir-se as espécies desune-se a união realmente contraída; mas a cruz não, ela toma a Deus e o une com a alma para sempre, e para maior segurança ela se põe como selo. Portanto, a cruz sela a Deus na alma, de modo que jamais há separação entre Deus e a alma crucificada.

4-68
Abril 22, 1901

Jesus a instrui sobre a imitação de sua Vida.

(1) Sentindo-me toda aflita e confusa, e quase sem esperança de voltar a ver meu adorável Jesus, de repente veio e me disse:
(2) “Sabes o que quero de ti? Quero-te em tudo semelhante a Mim, assim no agir como na intenção; quero que sejas respeitosa com todos, porque respeitar a todos dá paz a si mesmo e paz aos demais; que te tenhas como mínima de todos, e que todos os meus ensinamentos ruminantes
sempre em sua mente e as conserve em seu coração, a fim de que nas diversas ocasiões as encontre sempre prontas para servir-lhe delas e pô-las em execução, em suma, quero que sua vida seja um transbordamento da minha”.

(3) E, enquanto dizia isto, via que por detrás do Senhor descia sobre a terra um gelo e um fogo que faziam mal às colheitas, e ao dizer eu: “Senhor, que fazes? Pobre gente!” Não me dando ouvidos, ele desapareceu.

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4-69
Junho 13, 1901

A cruz e as tribulações são o pão da bem-aventurança eterna.

(1) Depois de um longo silêncio por parte de meu adorável Jesus, em que no máximo dizia alguma coisa sobre os flagelos que quer derramar, esta manhã encontrando-me oprimida, cansada por minha dura situação, especialmente pelas contínuas privações às quais estou frequentemente
sujeita, vi-o por breves instantes e disse-me:

(2) “Minha filha, as cruzes e as tribulações são o pão da eterna bem-aventurança”.
(3) Portanto compreendia que sofrendo mais, mais abundante e mais saboroso será o pão que nos nutrirá na celestial morada, ou seja, quanto mais se sofre, mais garantia recebemos da futura glória.

6-67
Setembro 2, 1904
Só Deus tem poder para entrar nos corações e dominá-los como lhe aprouver. Novo modo como os sacerdotes devem se comportar.

(1) Encontrando-me em meu habitual estado me sentia toda oprimida, com o agregado temor de que meu pobre estado fosse toda obra diabólica, e me sentia consumir alma e corpo. Depois, assim que veio, disse-me:
(2) “Minha filha, por que te perturbas tanto? Não sabes tu que se se unirem todas as potências diabólicas, não podem entrar dentro de um coração e tomar domínio dele, a menos que a própria alma, por sua própria vontade lhes dê a entrada? Só Deus tem este poder de entrar nos corações e
dominá-los como lhe aprouver”.
(3) E eu: “Senhor, por que me sinto consumir alma e corpo quando me privas de Ti? Não é porventura este o sopro diabólico que penetrou na minha alma e que assim me menta?”

(4) E Ele: “Antes te digo que é o sopro do Espírito Santo, que soprando sobre ti continuamente te
tem sempre acesa, e te consome por amor seu”.
(5) Depois disto encontrei-me fora de mim mesma e via o Santo Padre assistido por nosso Senhor,
que estava escrevendo um novo modo como devem comportar-se os sacerdotes, o que devem
fazer e o que não devem fazer, para onde não devem ir, e impunha castigos a quem não se
submetia à sua obediência.

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6-68
Setembro 7, 1904

A atenção para não cometer pecado, suplique a dor do pecado.

(1) Estava pensativa por ter lido num livro, que o motivo de tantas vocações frustradas é a contínua falta da dor do pecado, e como eu não penso nisto e só penso em Jesus bendito e no modo como fazê-lo vir, e de nenhuma outra coisa me ocupo, pensei entre mim que estava em mau estado.
Depois, encontrando-me em meu estado habitual, o bendito Jesus me disse:
(2) “Minha filha, a atenção em não cometer pecado supre a dor, e ainda que alguém sentisse dor, e com tudo e isso cometesse pecado, sua dor seria vã e infrutífera, enquanto a atenção contínua para não cometer pecados não só tem o lugar da dor, senão  que força a graça a ajudá-la
continuamente em modo especial a não cair em pecado, e mantém a alma sempre limpa. Por isso continua a estar atenta a não me ofender nem minimamente, e isto suplantará o resto”.

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6-69
Setembro 8, 1904

O desalento mata mais almas que todos os outros vícios.
A coragem faz reviver, e é o ato mais louvável que a alma pode fazer.

(1) Continuando o meu estado habitual, o meu adorável Jesus não vinha. Então, tendo esperado muito me sentia toda desalentada e temia muito que esta manhã não viesse. Depois, assim que veio, disse-me:

(2) “Minha filha, não sabes tu que o desânimo mata mais almas que o resto dos vícios? Por isso, coragem, coragem, porque assim como o desencorajamento mata, assim o valor, a coragem fazem reviver, e é o ato mais louvável que a alma pode fazer, porque enquanto se sente desencorajada, do mesmo desencorajamento toma valor, anula-se a si mesma e espera; e desfazendo-se a si mesma, já se encontra recusada em Deus”.

11-72
Março 21,1914
Irresistível necessidade de Jesus de fazer conhecer a alma como a ama, e todos os dons com os quais a vai enchendo.

(1) Jesus continua: “Minha filha, Eu amo tanto a quem faz a minha Vontade, que não posso manifestar tudo, nem todo o amor com que a amo, a graça com que a vou enriquecendo, a beleza com que a vou embelezando, nem todos os bens com que a vou enchendo; Se eu lhe manifestasse tudo junto a alma morreria de alegria, o coração lhe explodiria, de maneira que não poderia viver mais sobre a terra, e de repente tomaria o vôo para o Céu; no entanto Eu sinto uma irresistível necessidade de fazer conhecer o quanto a amo, É muito difícil amar, fazer o bem e não se fazer conhecer. Sinto o meu coração como se estivesse a partir, e não podendo resistir a tanto amor vou-lhe manifestando pouco a pouco como a amo, e todos os dons com os quais a vou preenchendo, e quando a alma se sentirá cheia até à borda, até não poder contê-los mais, Numa destas minhas manifestações desaparecerá da terra e desembocará no seio do Eterno”.

(2) E eu: “Jesus, minha vida, parece-me que exageras um pouco ao manifestar-me até onde pode chegar uma alma que faz a tua Vontade”. E Jesus, compadecendo-se da minha ignorância, sorrindo disse-me:
(3) “Não, não amada minha, não exagero, quem exagera parece que quer enganar; teu Jesus não sabe enganar-te, mas é nada o que te disse, receberás maiores surpresas quando rota a prisão de teu corpo e nadando em meu seio, abertamente será revelado até onde meu Querer te
fez chegar”

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11-73
Março 24,1914
A Humanidade de Jesus é limitada, enquanto sua Vontade é interminável.

(1) Continuando meu habitual estado me lamentava com Jesus porque não vinha ainda, e vindo me disse:

(2) “Minha filha, minha Vontade esconde em Si a minha própria Humanidade, eis porque te falando de minha Vontade, alguma vez te escondo minha Humanidade e te sentes rodeada de luz, ouves a voz e não me vês, porque minha Vontade a absorve em Si, pois esta tem seus limites, enquanto minha Vontade é eterna e sem limites. De facto, a minha humanidade, estando na terra, não ocupou todos os lugares, todos os tempos e todas as circunstâncias, e aonde Ela não pôde chegar, suplantou e chegou a minha Vontade interminável; e quando encontro as almas que em tudo vivem do meu Querer, suplantam a minha humanidade, aos tempos, aos lugares e às circunstâncias e até aos sofrimentos, porque vivendo nelas o meu Querer, Eu me sirvo delas como me servi da minha Humanidade. Que coisa foi minha Humanidade senão um órgão de minha Vontade”. E tais são quem fazem minha Vontade”.

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11-74
Abril 5,1914

Tudo o que se faz na Vontade de Deus se torna luz.

(1) Continuando meu estado habitual, meu adorável Jesus se fazia ver dentro de uma imensidão de luz, e eu nadava nessa luz, assim que me sentia a correr nos ouvidos, nos olhos, na boca, em tudo, e então Jesus me disse:

(2) “Filha minha, que faz minha Vontade, se obra, a obra se torna luz, se fala, se  pensa, se deseja, se caminha, etc., as palavras, os pensamentos, os desejos, os passos, se mudam todos  em luz, mas luz tirada do meu Sol, assim que minha Vontade atrai com tanta força a quem faz
meu Querer, que o faz girar sempre em torno desta luz, e à medida que gira, mais luz toma, luz que a tem como raptada em Mim”.

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