LIVRO DO CÉU VOLUME 2-88
8 de Outubro de 1899
88 – “Quem sou eu e quem és tu? Qual é o meu Amor por ti e onde está o teu amor por mim?” O que o arrependimento autêntico faz.
Esta manhã o meu amável Jesus veio no meio de uma luz, e olhando para mim como se me penetrasse por todos os lados, tanto que me sentia aniquila- da, disse-me: “Quem sou Eu, e quem és tu?”
Estas palavras me penetravam até a medula dos ossos e descobria a infinita distância que há entre o Infinito e o finito, entre o Tudo e o nada; e não só isso, senão que descobria também a maldade deste nada e o modo como se tinha enlameado, parecia-me um peixe que nada nas águas, assim minha alma nadava na podridão, nos vermes e em tantas outras coisas capazes somente de causar horror à vista. Oh Deus, que visão abominável! Minha alma queria fugir da visão do Deus três vezes Santo, mas com outras duas palavras me amarrou: “Qual é o meu Amor para contigo? E qual é a tua correspondência para mim?”
Agora, enquanto à primeira palavra teria querido fugir espantada pela sua presença, à segunda palavra, “qual é o meu Amor para contigo?”
Encontrei-me abismada, atada por toda parte por seu amor, assim que minha existência era um produto de seu amor, e se este amor cessava, eu não existia mais. Então, me parecia que as pulsações
do coração, a inteligência e até a respiração eram todos um produto de seu Amor, eu nadava nele e mesmo o querer fugir me parecia impossível, porque seu amor me circundava por todos lados. Meu
amor me parecia como uma gota de água lançada ao mar, que desaparece e não se pode mais distinguir. Quantas coisas compreendi, mas se quisesse dizê-las todas, prolongar-me-ia demasiado.
Então Jesus desapareceu e eu fiquei toda confusa, via-me todo pecadora e em meu íntimo implorava perdão e misericórdia. Pouco depois meu único Bem voltou e eu me sentia toda banhada pela amargura e pela dor de meus pecados, e Ele me disse: “Minha filha, quando uma alma está convencida de ter feito mal ao me ofender, faz já o ofício de Madalena que banhou meus pés com suas lágrimas ungiu-os com bálsamo e os secou com seus cabelos. A alma, quando começa a ver em si mesma o mal que fez, prepara-me um banho às minhas chagas. Vendo o mal, sente amargura e prova dor, e com isto vem ungir as minhas chagas com um bálsamo requintado. Por este conhecimento a alma gostaria de fazer uma reparação, e vendo a ingratidão passada, sente nascer nela o amor por um Deus tão bom e gostaria de dar a sua vida para testemunhar o seu amor, e estes são os cabelos, que como tantas correntes de ouro a unem ao meu amor”.
Dê seu testemunho sobre seu encontro com a Divina Vontade