LIVRO DO CÉU VOLUME 4-46
6 de Janeiro de 1901
4-46 Jesus comunica-se aos três magos com o amor, com a beleza e com a potência.
(1) Encontrando-me fora de mim mesma, parecia-me ver quando os santos Magos chegaram à caverna de Belém; assim que chegaram à presença do Menino, Ele se deleitou em fazer brilhar externamente os raios de sua Divindade, comunicando-se aos Magos em três modos: Com o amor, com a beleza e com a potência. De modo que ficaram arrebatados e prostrados ante a presença do Menino Jesus; tanto, que, se o Senhor não tivesse retirado a seu interior os raios de sua Divindade, teriam permanecido ali para sempre sem poder se mover mais. Então, assim que o Menino retirou a Divindade, voltaram em si mesmos os santos Magos, sacudiram-se estupefatos ao ver um excesso de amor tão grande, porque nessa luz o Senhor lhes tinha feito compreender o mistério da Encarnação. Depois levantaram-se e ofereceram os dons à Rainha Mãe, e Ela falou longamente com eles, mas não sei dizer tudo o que disse, só recordo que lhes inculcou fortemente não só sua salvação, senão que tomassem a peito a salvação de seus povos, não tendo medo nem mesmo de expor suas vidas para obter a tentativa.
(2) Depois disso eu me aposentei em mim mesma e me encontrei com Jesus, e Ele queria que eu lhe dissesse alguma coisa, mas eu parecia tão ruim e confusa que não me atrevia a dizer-lhe nada; então vendo que não dizia nada, Ele mesmo continuou falando sobre os Santos magos me dizendo:
(3) “Ao ter-me comunicado em três modos aos Magos, obtive três efeitos, porque jamais me comunico às almas inutilmente, senão que sempre recebem algum proveito. Então, comunicando-me com o amor obtiveram o desapego de si mesmos, com a beleza obtiveram o desprezo das coisas terrenas, e com a potência ficaram seus corações atados a Mim, e obtiveram a coragem de arriscar o sangue e a vida por Mim”.
(4) Depois acrescentou: “E tu, o que queres? Diz-me, amas-me muito? Como gostarias de me amar?”.
(5) E eu, não sabendo o que dizer, aumentando a minha confusão, disse: “Senhor, não quero outra coisa que a Ti, se me perguntares se eu te amo, não tenho palavras para saber o que dizer, só sei dizer que sinto esta paixão de que ninguém me pode ganhar a amar-te, e que eu seja a primeira a amar-te acima de todos, e que nenhum me possa superar, mas isto ainda não me agrada, para estar contente quereria amar-te com teu mesmo amor, e assim poder amar-te como te amas Tu mesmo. ¡ Ah sim! Só então cessariam meus temores sobre o amor”.
(6) E Jesus, contente, pode-se dizer dos meus desatinos, estreitou-me tanto a Ele, de modo que me via dentro e fora transfundida n’Ele, e comunicou-me parte do seu amor. Depois disto voltei em mim mesma, e me parecia que por quanto amor me é dado, tanto possuo a meu Bem; e se pouco o amo, pouco o possuo.
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