LIVRO DO CÉU 4-168
31 de dezembro de 1902
4-168 Jesus ama tanto a Luisa, que chega a amá-la quanto se ama a Si mesmo embora às vezes não possa vê-la e lhe seja repugnante. Explicações
(1) Continuava com o temor de que pudesse opor-me ao Querer de meu adorável Jesus, sentia-me toda oprimida e angustiada, e estava pedindo-lhe que me libertasse, dizendo-lhe: “Senhor, tem piedade de mim, não vês o perigo em que me encontro? É possível que eu, vilíssimo vermezinho me atreva tanto, de sentir-me oposto a seu Santo Querer? E além disso, que bem posso encontrar e em que precipício cairei se me encontro desunida de sua Vontade?” Enquanto dizia isto, o bendito Jesus se moveu em meu interior, e com uma luz que me mandava parecia que me dizia:
(2) “Tu nunca compreendes nada, este estado é estado de vítima; quando te ofereceram vítima por Corato tu aceitaste; agora, que coisa há de mal em Corato? Não há talvez a rebelião para com o Criador por parte da criatura, entre sacerdotes e leigos, entre partidos e partidos? E bem, teu estado de rebelião não querido, o temor, tuas penas, é estado expiatório, e este estado de expiação Eu o sofri no Getsémani, tanto, que cheguei a dizer: “Se é possível passar de Mim este cálice, mas não se faça minha vontade senão a tua”. Enquanto que em todo o curso de minha Vida a tinha desejado tanto, até me sentir consumir”.
(3) Ao ouvir isto, parece que me acalmei e me senti fortificada, e lhe pedi que derramasse em mim suas amarguras, e havendo-me aproximado de sua boca, por quanto chupava não saía nada, só um fôlego amarguíssimo que me amargava todo o interior, E eu, vendo que nada derramava, disse: “Senhor, já não me amas? Se você não quer derramar amargura pelo menos derramar suas doçuras”.
(4) E Ele: “Mas bem te amo mais, e se você pudesse entrar em meu interior veria com clareza em todas as minhas partículas o amor especial para você, e algumas vezes te amo tanto, que chego a te amar quanto me amo a Mim mesmo, se bem às vezes não te posso ver e me é nauseante”.
(5) Estas últimas palavras foram como um relâmpago a meu pobre coração, pensar que nem sempre era amada por meu amante Jesus, e que em ocasiões chegava a ser uma alma abominável. Se Ele mesmo não tivesse corrido a explicar-me o significado, eu não teria podido
viver mais. Então ele adicionou:
(6) “Pobre filha, é muito difícil para você? Você encontrou a minha sorte, Eu era sempre o que era, Uno com a Trindade Sacrossanta e nos amávamos com um amor eterno, indissolúvel, porém coberto como vítima de todas as iniquidades dos homens, meu exterior era abominável ante a Divindade, tanto que a justiça divina não me perdoou em nenhuma parte, tornando-se inexorável até me abandonar. Tu és sempre como és Comigo, mas como desempenhas o estado de vítima, teu exterior aparece ante a divina justiça coberto das culpas dos demais, eis por que te disse essas palavras; sem embargo tu tranquiliza-te, porque te amo sempre.
(7) Dito isto desapareceu. Parece que o bendito Jesus desta vez tinha vontade de me inquietar,
mas logo me dá a paz. Seja sempre bendito e agradecido.
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