“A Alma e o Divino Esposo: Diálogos de Luz e Purificação nos Escritos de uma Mística Católica”

Os Três Fiat
“A Alma e o Divino Esposo: Diálogos de Luz e Purificação nos Escritos de uma Mística Católica”
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Luisa Piccarreta (1865–1947), conhecida como “A Pequena Filha da Divina Vontade”, foi uma mística católica italiana cuja vida e escritos se tornaram um farol de espiritualidade profunda. Nascida em Corato, na região da Puglia, viveu a maior parte de sua vida reclusa em um leito, por motivos de saúde, dedicando-se inteiramente à oração e à escuta de Deus. Sua obra magna, “O Livro do Céu” (36 volumes escritos entre 1899 e 1947), é fruto de diálogos místicos com Jesus, nos quais Ele revela os mistérios da Divina Vontade como caminho de santificação para a humanidade.

Tabela de Conteúdo

A Obediência: Chave das Revelações

Obediência não foi apenas uma virtude para Luisa — foi o alicerce sobrenatural que validou suas experiências. Desde os 17 anos, Jesus a chamou a viver em estado de contínua união com Ele, mas sempre sob a direção de confessores e autoridades eclesiásticas. Seu diretor espiritual, São Hannibal Maria Di Francia, e outros sacerdotes ordenaram-lhe que registrasse cada palavra, visão e inspiração recebida. Apesar de sua relutância inicial (“Meu Deus, preferiria mil mortes a escrever uma linha”, p. 4), Luisa obedeceu, transformando sua cela em um santuário de revelações.

Jesus mesmo justificou esse rigor:
“A obediência é a chave que abre Meus segredos… Sem ela, até os dons mais sublimes se tornam sombras” (p. 4).

A Essência da Obra: A Divina Vontade

Nos escritos de Luisa, a obediência humana à Vontade Divina é apresentada como o ápice da santidade, superior até mesmo aos martírios. Jesus lhe revelou que viver na Divina Vontade significa:

  • Replicar a vida de Adão antes da Queda“Fazer de cada ato um ato divino”.
  • Unir-se à obediência de Cristo“Minha obediência ao Pai, até a morte, será tua força” (p. 10).

Legado e Reconhecimento Eclesiástico

A obediência de Luisa garantiu que suas revelações fossem submetidas à Igreja. Seus escritos receberam o Imprimatur em 1926, e seu processo de beatificação está em andamento. Sua espiritualidade, centrada na fusão da vontade humana com a Divina Vontade, continua a inspirar fiéis, mostrando que a santidade não está em feitos heroicos, mas em um “sim” cotidiano, humilde e radical.

Uma Vida como Sacramento

Luisa não pregou milagres nem visões espetaculares, mas a beleza do ordinário santificado. Sua existência, confinada a um quarto escuro, prova que Deus escreve Seus maiores mistérios nas páginas mais simples — desde que a alma diga, como ela:
“Fiat… Faça-se em mim segundo Tua Palavra” (p. 4).

(Citações extraídas do “Livro do Céu”, Volume 1)

O livro “Livro do Céu” : escritos de Luisa Piccarreta, revela uma jornada espiritual profunda que ilustra como Deus se relaciona intimamente com a alma humana. Essa relação é marcada por quatro dimensões essenciais: formaçãohabitaçãopurificação e elevação. Cada etapa reflete a ação divina para moldar a alma à Sua imagem, conduzindo-a à plenitude do amor e da união com Ele.

Deus inicia Sua obra na alma como um Mestre amoroso, instruindo-a nos caminhos da virtude. Através de luzes interiores, repreensões suaves e convites à imitação de Cristo, Ele ensina a alma a renunciar ao mundo exterior e a buscar a retidão. Por exemplo, Jesus orienta Luisa a fixar o olhar apenas n’Ele, dizendo:

“Quero que sejas sempre reta no teu agir, com um olho deves olhar para Mim e com o outro deves olhar o que estás a fazer” (p. 10).

A formação inclui o aniquilamento do ego, onde a alma reconhece sua nulidade e dependência total de Deus. A humildade é a base desse processo, pois, como Jesus explica:

“Nos corações que fedem de soberba, nem sequer posso entrar… mas com aquelas que se conhecem a si mesmas, sou generoso em verter minhas graças” (p. 9 Volume 1 Livro do Céu)

Formação: A Educação Divina da Alma

Objetivo: Preparar a alma para receber Deus, removendo obstáculos e ensinando-a a renunciar ao mundo.
Como acontece:

  • Luzes interiores: Deus revela à alma a feiura do pecado e a beleza das virtudes.

    “Jesus me mostrou como o pecado era uma afronta horrenda… fiquei espantada” (p. 9).

  • Exortações amorosas: Cristo corrige a alma com ternura, como um pai ensina um filho:

    “Não quero que penses mais no passado… é uma afronta à Minha Misericórdia” (p. 10).

  • Renúncia ao exterior: A alma é chamada a cortar apegos a pessoas, prazeres e distrações:

    “Tira este pequeno mundo que te rodeia… Eu não posso entrar livremente” (p. 7).

Resultado: A alma aprende a depender totalmente de Deus, como uma criança (p. 9).

Habitação: Deus Faz Morada na Alma

Objetivo: Tornar a alma um tabernáculo vivo onde a Trindade habita.
Como acontece:

  • Presença sensível: A alma experimenta Deus na oração, especialmente na Eucaristia:

    “Sentia uma chama no coração… Ele estava dentro de mim” (p. 13).

  • Desapego total: Para que Deus habite plenamente, a alma deve esvaziar-se de tudo que não é Ele:

    “Estamos sozinhos… não há mais quem nos perturbe” (p. 8).

Condição: A alma deve viver como se estivesse “só no mundo com Deus”, ignorando distrações (p. 7).

Purificação: O Fogo do Amor que Limpa

Objetivo: Eliminar resquícios de egoísmo, soberba e apegos inconscientes.
Como acontece:

  • Provações externas:
    • Mortificações: Jejuns, renúncias a confortos (ex.: sentar-se na metade da cadeira, p. 12).
    • Obediência: Aceitar orientações do confessor, mesmo quando incompreendida (p. 13).
  • Provações internas:
    • Tentações demoníacas: Ataques de desespero, ódio a Deus, medo da condenação (p. 20-21).
    • Desolação espiritual: Sentir-se abandonada por Deus (p. 15).

Método divino:

“Deus permite que os demônios nos tentem… para que, vencendo, nos tornemos mais fortes” (p. 19).

Resultado: A alma torna-se “ouro puro”, capaz de refletir a luz divina (cf. Jó 23:10).

Elevação: A União Transformante na Divina Vontade

Objetivo: Fundir a vontade humana à Divina Vontade, tornando-as uma só.
Como acontece:

  • Êxtases e visões:
    • Encontros com Jesus e Maria: Luisa vê Cristo sofredor (p. 24) e recebe missões de reparação.
    • União mística: A alma sente-se “consumida” pelo amor divino:

      “Transforma tudo em teu Ser Divino” (p. 5).

  • Vida na Divina Vontade:
    • A alma age em sintonia com Deus, sem esforço, como Jesus em Nazaré:

      “Meus atos eram feitos por Deus, com Deus e para Deus” (p. 10).

Frutos:

  • Paz inabalável: A alma já não teme sofrimentos, pois tudo é visto como expressão do amor divino.
  • Apostolado invisível: Sua existência torna-se reparação cósmica, como a de Luisa (p. 24) e ela também foi a ¨Depositária das Verdades do Fiat Supremo¨ vivendo na Divina Vontade.

A Jornada da Alma nos Escritos de Luisa Piccarreta
(Purificação, União e Missão – Um Caminho de Transformação Divina)


 A Purificação da Alma – Do Pó ao Cristal

A alma é lapidada por Deus para refletir Sua luz.

 O Despertar do Chamado

  • A Voz do Esposo: Jesus convida a alma a sair das trevas:
    “Desperta, alma adormecida… Teus pecados são névoa, mas Meu amor é sol” (p. 6).
  • Primeiro Passo: Reconhecer a necessidade de purificação (“Só os sedentos buscam a fonte”).

 A Ciência da Humildade

  • Aniquilamento: A alma aprende a dizer “nada sou” para que Deus seja “tudo” (p. 9).

 O Fogo das Provações

  • Crisol Divino: Jesus usa sofrimentos para “derreter o egoísmo e fundir-te em Mim” (p. 11).
  • Exemplo de Luisa: Suas enfermidades tornaram-se “fornalha onde o ouro da paciência se refinou” (p. 13).

 A União Transformante – Casamento das Vontades

A alma torna-se “uma só coisa” com Deus.

As Núpcias Místicas

  • Aliança Eterna“Tua vontade se perde na Minha… Já não és tu quem vive, mas Eu” (p. 25).
  • Símbolos: Anel (fidelidade), Coroa (sofrimento compartilhado), Cálice (união de destinos).

 A Paixão Compartilhada

  • Comunhão nas Chagas“Quero que sintas Minha dor na Cruz… Cada espinho teu alivia os Meus” (p. 15).
  • Exercício Prático“Ofereça uma dor física ou emocional como reparação pelas almas perdidas”.

A Habitação Divina

  • Morada do Espírito“Não sou hóspede em ti, mas dono… Teu coração é Meu trono” (p. 7).
  • Frutificação: Paz, discernimento e “atos que nascem de Mim, não de ti” (p. 24).

 A Missão da Alma – Do Santuário ao Mundo

A alma unida a Deus torna-se instrumento de renovação cósmica.

 Intercessão e Reparação

  • Sacerdócio Espiritual“Teus sacrifícios são flechas que atingem Meu Coração… E Eu derramo graças” (p. 24).
  • Exemplo: Luisa oferecia jejuns por sacerdotes e pela Igreja (p. 13).

Maternidade/Paternidade Espiritual

  • Gerar Almas“Teu amor silencioso será útero de novos santos” (p. 25).

 O Legado Eterno

  • Sementes do Céu“Nada do que fazes por Mim se perderá… Serás lembrada nas estrelas” (p. 25).
  • Missão Póstuma: Os escritos de Luisa continuam a guiar almas, décadas após sua morte.

Conclusão: A Alma como Epifania da Divina Vontade

A jornada (purificação → união → missão) não é linear, mas espiralada: cada etapa aprofunda a anterior.

Síntese dos Três Estados:

  1. Purificação“Tirar o que não é Deus”.
  2. União“Vestir-se de Deus”.
  3. Missão“Refletir Deus”.

Últimas Palavras de Jesus nos Escritos:

“A alma que vive em Minha Vontade é Minha segunda humanidade… Por ela, o Céu desce à terra” (p. 25).


Apêndice Prático: Roteiro para a Jornada

  1. Autoavaliação:
    • Qual etapa (purificação, união, missão) você identifica em sua vida atual?
    • Que “espinho” precisa ser oferecido como reparação hoje?
  2. Compromisso:
    • Escreva uma carta a Jesus, renovando seu “sim” à Divina Vontade.

(Todas as citações são do “Livro do Céu”, Volume 1)


Esta estrutura temática não é apenas um guia, mas um mapa do tesouro: onde X marca o lugar do coração humano, e o tesouro é o próprio Deus. 🗝️**

Os Pedidos e Conselhos de Jesus à Alma

1. Exortações à Entrega Total

Jesus não pede migalhas, mas tudo:
“Entrega-Me tua vontade… Não quero parte de ti, quero-te inteira(o)” (p. 6).

  • Conselhos práticos:
    • “Renuncia até ao direito de escolher… Deixa-Me dirigir teus passos” (p. 9).
    • “Sê como a pomba que não traça seu voo, mas confia no vento” (p. 12).

Exemplo nos escritos:
Quando Luisa hesita em escrever por medo, Jesus insiste:
“Por obediência, escreve… Cada palavra será tijolo no Reino da Minha Vontade” (p. 4).


2. Sofrimentos Transformadores: “Minha Cruz é Teu Tesouro”

Jesus convida a alma a abraçar a cruz como ferramenta de santificação:
“Quero que bebas Meu cálice… Cada dor será pérola em tua coroa eterna” (p. 15).

  • Como aceitar o sofrimento:
    • “Oferece cada espinho como reparação pelas Minhas chagas” (p. 25).
    • “Não temas a dor, teme o vazio de uma vida sem Mim” (p. 14).

Promessa divina:
“Transformarei tuas lágrimas em rios de graça para o mundo” (p. 24).


3. Oração e Silêncio: “Fala Menos, Ouve Mais”

  • Oração como respiração da alma:
    “Quero que tua oração seja contínua… Como o bater do teu coração” (p. 8).
  • Silêncio como linguagem do amor:
    “Calando tua mente, ouvirás Meus segredos… No silêncio, te farei Minha confidente” (p. 18).

Conselho de Jesus a Luisa:
“Nas horas mais agitadas, fecha os olhos e repete: ‘Jesus, eu Te amo’… Isso basta” (p. 13).


A Resposta da Alma a Deus

1. Anseios: “Quero Amar-Te, mas Não Sei Como”

A alma clama por mais de Deus, mesmo na fraqueza:
“Meu coração desfaz-se de saudade… Quando virás, ó Bem Amado?” (p. 7).

  • Exemplo de Luisa:
    Ela confessa: “Senhor, meu amor é uma faísca… Sopra-Te sobre mim para que vire chama!” (p. 5).

2. Temores: “E Se Eu Falhar?”

O medo da imperfeição paralisa, mas Jesus responde:
“Não olhes para ti… Olha para Mim. Tua fraqueza é Meu campo de batalha” (p. 10).

  • Luta interior de Luisa:
    “Temia tanto desagradar-Te que me escondia… Mas Tu me encontraste” (p. 9).

3. Atos de Amor: “Fazer Tudo por Ti”

A alma responde aos pedidos de Jesus com gestos concretos:

  • Sacrifícios escondidos:
    “Troquei o pão fresco por um mais duro… E sorri, pensando em Teu jejum no deserto” (p. 13).
  • Obediência heroica:
    “Escrevi, mesmo tremendo… Pois Tua vontade era minha paz” (p. 4).

A Ação Divina na Alma

1. Graça: “Sopros do Espírito Santo”

A graça age como força sobrenatural:

  • “Minha graça te fará caminhar sobre as ondas do medo” (p. 15).
  • Exemplo:
    Luisa, incapaz de resistir aos demônios, recebe “força de um anjo” ao invocar Jesus (p. 20).

2. Luzes Interiores: “Lâmpada para Teus Pés”

Jesus ilumina a mente em momentos decisivos:

  • Discernimento:
    “Mostrei a Luisa a vaidade das honras humanas… E ela escolheu o desprezo” (p. 8).
  • Revelações:
    “Compreendi, numa luz clara, que o sofrimento é chave do Céu” (p. 14).

3. Provações: “O Fogo que Purifica”

Deus permite provas para fortalecer, não destruir:

  • Tipos de provações:
    • Tentações violentas: Demônios que aterrorizam Luisa à noite (p. 21).
    • Desolações: Jesus esconde-Se para testar sua fé (p. 16).
  • Propósito:
    “São golpes de cinzel… Para esculpir em ti Minha imagem” (p. 11).

4. Êxtases: “Vislumbres do Céu”

Nos momentos de união mística, a alma toca a eternidade:

  • Experiências de Luisa:
    • Visão de Jesus no presépio“Vi-Te pequenino, tremendo de frio… E meu coração derreteu-se” (p. 6).
    • Êxtases na Paixão“Senti os espinhos perfurarem-me a alma… Era Tua dor, não a minha” (p. 15).

 A Alquimia da Alma

Jesus transforma oferta humana em glória divina:

  • Pedidos d’Ele (entrega, sofrimento, oração) +
  • Resposta da alma (anseios, temores, amor) +
  • Ação divina (graça, luzes, provações) =
    Uma alma transfigurada, pronta para o Céu.

Última exortação de Jesus nos escritos:
“Não te canses de dizer ‘sim’… Cada ‘sim’ teu é um raio de Minha glória na terra” (p. 25).

 

 A Alma como Morada Divina


 O Chamado à Intimidade

Nos escritos místicos de Luisa Piccarreta, a alma é revelada como um santuário vivo, um espaço sagrado onde o próprio Deus deseja habitar. Jesus compara-Se a um “Sol Eterno” cuja luz quer penetrar cada canto desse santuário, mas adverte: “Se não tirares este pequeno mundo que te rodeia, não posso entrar livremente em teu coração” (p. 6).


 O Convite: “Dá-Me um Lugar em Teu Coração”

Jesus inicia Seu diálogo com um pedido comovente:
“Ah! Dá-me um lugar em teu coração, tira tudo o que não é meu, para que Eu possa mover-Me e respirar em ti” (p. 6).

  • A imagem do útero materno: Assim como Jesus esteve “restringido” no ventre de Maria, Ele deseja a intimidade de um coração que O acolha sem resistências (p. 6).
  • O obstáculo: As “conversas inúteis”, as “imaginações” e os afetos desordenados que enchem a alma de “pó” (p. 7-8).
  • A promessa“Promete ser toda Minha, e Eu mesmo porei mãos à obra” (p. 6).

Exemplo místico:
Luisa descreve como, após a Comunhão, Jesus lhe mostrava que até os pensamentos sobre pessoas amadas eram “grilhões” que O impediam de agir livremente nela (p. 8).

“Dá-me um lugar em teu coração… Tira tudo o que não é Meu, para que Eu possa respirar em ti.”
— Jesus a Luisa (Livro do Céu, p. 6)

A alma, nos escritos de Luisa Piccarreta, é revelada como um jardim fechado (Ct 4,12), espaço sagrado onde Deus anseia habitar. Jesus inicia Seu diálogo com um pedido urgente: “Limpa os cantos escuros do teu coração… Só assim Minha luz poderá inundar-te” (p. 4).

A Metáfora do Jardim

  • Beleza e Ordem: O jardim simboliza a alma cultivada pela graça, onde cada virtude é uma flor que perfuma o Céu.
  • Invasões perigosas“Pensamentos desordenados são ervas daninhas que sufocam Minhas sementes” (p. 6).

A Luta contra as Trevas

Jesus adverte que as “trevas” não são ausência de Deus, mas acúmulo de apegos:

  • Exemplo de Luisa: Ela descreve como conversas mundanas a deixavam “coberta de poeira, incapaz de sentir a leveza da graça” (p. 7).
  • Remédio divino“Meus raios de luz queimam a sujeira… Mas só entram onde há espaço” (p. 5).

Exercício Prático:

  1. Exame de consciência: Liste três “ervas daninhas” (distrações, vícios) que ocupam seu coração.
  2. Oração de entrega“Jesus, entra com Teus raios de luz e converte este jardim em Teu santuário.”

 A Purificação: “Estamos Sós, Nada Mais Nos Perturba”

Uma vez que a alma renuncia ao mundo exterior, Jesus começa a purificar seu interior:
“Agora estamos sós… Quero fazer de ti uma perfeita imagem Minha” (p. 9).

  • A humildade como alicerce:
    • A alma deve tornar-se como “um menino envolto em fraldas” — incapaz de dar um passo sem Deus (p. 9).
    • Jesus repreende Luisa quando ela se atribui méritos: “Eu cuido muito bem daquelas almas que se gloriam a si mesmas” (p. 9).
  • O esquecimento das culpas:
    “Não quero que penses mais em teus pecados… Pensemos em amar-nos” (p. 10).

    • Aqui, Jesus revela um paradoxo: só a alma que se reconhece verdadeiramente humilde pode receber o perdão pleno.

Metáfora luminosa:
A alma é como uma casa cujas janelas são lavadas pela luz de Cristo. Quanto mais se abre, mais a luz revela até as menores poeiras — e as dissolve (p. 4-5).


 A Transformação: “Eu Sou o Espírito de Paz”

Quando a alma está purificada, Jesus ensina-a a viver em união contínua:
“Quero que em todas as tuas ações, até as mais necessárias, haja espírito de sacrifício” (p. 11).

  • A mortificação como moeda divina:
    Assim como uma moeda só tem valor com a imagem do rei, as obras da alma só são válidas se marcadas pela cruz (p. 11).

    • Exemplos concretos de Luisa:
      • Sentar-se na metade da cadeira, deixando o outro lado para Jesus (p. 12).
      • Trocar alimentos saborosos por pão seco, oferecendo o sacrifício como “repouso” para Cristo ofendido (p. 13).
  • A voz interior:
    Jesus torna-Se um guia sensível, corrigindo até o ritmo do trabalho:
    “Depressa! O tempo que ganhares, passarás Comigo em oração” (p. 12).

 A Alegria da Presença Divina

A alma que se torna morada de Deus experimenta uma liberdade paradoxal:

  • Já não busca criaturas, pois tudo vê “em Deus” (p. 8).
  • Sofre, mas sente “uma paz que a faz esquecer as penas” (p. 17).
  • Torna-se, finalmente, aquilo para que foi criada: um reflexo do Amor.

Palavras de Jesus a Luisa:
“Não temas… Minha Vontade será tua coroa. Eu e tu estamos sós no mundo” (p. 25).


 O Diálogo de Correção e Amor

“Olha, se não tirares este pequeno mundo que te rodeia, não posso entrar livremente em teu coração.”
— Jesus a Luisa (p. 6)

Jesus não é um juiz distante, mas Pai que corrige com ternura. Seus alertas são atos de amor para salvar a alma da mediocridade:

A Voz que Purifica

  • Repreensões cotidianas:
    • “Por que ocupas tua mente com trivialidades? Em Nazaré, só pensava no Pai” (p. 8).
    • “Teus afetos desordenados são correntes… Quebremo-las juntos” (p. 9).
  • Método divino: Jesus usa contrastes para despertar a alma:
    “Eu, Rei do Céu, me fiz pequeno no presépio… E tu, criatura, buscas grandeza?” (p. 6).

O Processo de Libertação

Luisa relata como Jesus a libertou dos laços humanos:

  • Passo 1“Mostrou-me a vaidade dos elogios… Hoje, louvores me parecem vento” (p. 8).
  • Passo 2“Ensinou-me a ver as pessoas em Deus… Quem me fere é instrumento de Sua mão” (p. 8).

Fruto da Correção:
“Adquiri uma liberdade que nem eu mesma entendo… Já não sou escrava de nada, exceto do Teu amor” (p. 8).

O Diálogo de Correção Amorosa – Quando as Repreensões se Tornam Abraços

“Filha, olha como Eu te corrijo: não como juiz, mas como Esposo que quer te ver bela.”
— Jesus a Luisa (Livro do Céu, p. 10)

 A Linguagem do Amor Divino

Enquanto o mundo grita condenações, Deus sussurra correções. Nos escritos de Luisa Piccarreta, Jesus revela um mistério surpreendente: Suas repreensões são provas de um amor que não suporta ver a alma manchada. Este capítulo desvenda como Ele transforma falhas em degraus de santidade, sempre com três marcas:

  1. Precisão cirúrgica (sabe exatamente o que corrigir)
  2. Ternura incondicional (nunca humilha, apenas convida)
  3. Proposta concreta (oferece um caminho para a cura)

A Pedagogia do Céu: Como Jesus Corrige

(Baseado em pp. 8-11 do manuscrito)

a) A Correção Instantânea

Jesus não espera “o momento certo”:

  • Exemplo 1: Quando Luisa conversa demais com a família, Ele intervém:
    “Essas palavras enchem tua mente de pó… Quero que me imites em Nazaré: Minha boca só falava do Pai” (p. 8).
  • Exemplo 2: Se ela demora a levantar-se, ouve:
    “Tu descansas, e Eu não tive outro leito que a Cruz” (p. 12).

Por que isso importa?
Deus não é um Pai distante. Ele está presente nos detalhes, como um artista que ajusta cada pincelada em sua obra-prima (a alma).

b) A Linguagem dos Contrastes

Jesus usa comparações que ferem para curar:
“Um Deus paciente — e tu? Um Deus humilde — e tu?” (p. 14).

Esses “golpes de amor” (como Luisa os chama) não esmagam, mas despertam saudade do Céu.


Os Três Frutos da Correção Divina

a) Humildade Verdadeira

  • Jesus revela à Luisa:
    “Quanto mais te aniquilas, mais Minhas graças caem em ti como chuva” (p. 9).
  • Diferente da culpa tóxica:
    A humildade divina não paralisa, mas liberta. Quando Luisa se reconhece “um verme”, Jesus a abraça: “Esquece teus pecados… Pensemos em amar-nos” (p. 10).

b) Libertação dos Afetos Desordenados

  • Após ser corrigida, Luisa confessa:
    “Já não sou capaz de amar criatura alguma por si mesma” (p. 8).
  • Segredo revelado:
    Quem se deixa moldar por Deus passa a ver todas as pessoas como telas onde Ele pinta Seu rosto — nem as ofensas ferem, nem os elogios intoxicam.

c) Alegria na Exatidão

  • Jesus promete:
    “Se caminhares reta diante de Mim, nada te turbará” (p. 11).
  • O paradoxo:
    Quem aceita ser “ajustado” por Deus experimenta uma paz que o mundo não pode dar.

Como Responder às Correções de Deus

(Lições práticas extraídas dos diálogos de Luisa)

  1. Silêncio imediato:
    “Ficava muda, toda confusa” (p. 8) — a primeira reação deve ser acolher, não justificar.
  2. Pergunta de conversão:
    “Senhor, como posso reparar?” (p. 10) — substituir a autopiedade por ação.
  3. Agradecimento:
    Luisa beijava a mão que a corrigia (p. 17) — sinal de que entendia: cada repreensão é um bilhete de amor.

A Oficina do Espírito Santo

Deus não corrige a alma para puni-la, mas para prepará-la como morada. Como um ourives que não desiste da pepita até ver nela seu brilho original, Jesus insiste:

“Não temas… Cada ‘não’ que te digo é um ‘sim’ para tua liberdade” (p. 11).


A alma como morada divina exige dois movimentos:

  1. Esvaziar-se: Remover tudo que impede a entrada de Deus (trevas, apegos).
  2. Acolher: Permitir que a luz de Cristo transforme o jardim interior em reflexo do Céu.

 

A Jornada de Purificação – O Fogo que Torna a Alma Espelho do Divino
(Uma imersão nos escritos de Luisa Piccarreta sobre a arte sagrada de ser moldada por Deus)


 Por que a Purificação?

A alma que aceita ser morada de Deus não escapa do fogo — ela o abraça. Nos diálogos de Jesus com Luisa, a purificação não é castigo, mas o processo de desbastar o mármore bruto para revelar a imagem de Cristo escondida nele. Jesus explica:
“Quero queimar em ti tudo o que não é meu… Só assim poderás refletir Minha luz” (p. 11).

Nesta jornada, três etapas se destacam:

  1. Humilhação (reconhecer-se “nada”).
  2. Mortificação (negar a vontade própria).
  3. Abandono (confiar na ausência sensível de Deus).

A Ciência do Aniquilamento – “Sê um Menino Envolto em Fraldas”

(pp. 9-10 do Livro do Céu Vol. 1)

O Que É Aniquilamento?

Não é autoflagelação, mas esvaziar-se de toda ilusão de autossuficiência. Jesus pede à alma:
“Sê como um menino que não pode mover um pé sem a mãe… Assim, esperarás tudo de Mim” (p. 9).

  • Exemplo de Luisa:
    Após a comunhão, ela se via como “a mais feia, a mais indigna” (p. 9). Essa não era falsa modéstia, mas visão sobrenatural de sua pequenez diante de Deus.
  • Fruto paradoxal:
    Quanto mais a alma se reconhece “nada”, mais Deus a inunda de graças:
    “Nas almas humildes, Minhas graças caem como chuva… Nos orgulhosos, sequer encontro espaço” (p. 9).

Exercício prático:

  1. Diário da Humildade: Anote uma qualidade (ex.: “sou organizado(a)”) e pergunte a Jesus: “Como isso pode ser Teu, não meu?”
  2. Oração do “Nada”: Repita diante do espelho: “Sem Ti, sou pó. Em Ti, sou luz”.

    A Linguagem da Purificação: Dor, Aniquilamento e Renúncia

    A purificação é narrada com termos concretos e imagens vívidas:

    a) Sofrimento como Linguagem de Amor

    • A coroa de espinhos:

      “Cada movimento da cabeça me fazia crer expirar… oferecia tudo como reparação” (p. 25).
      A dor física torna-se símbolo da união à Paixão de Cristo.

    b) Aniquilamento do “Eu”

    • Humilhação como caminho:

      “Reduz-me a nada… como um menino envolto em fraldas” (p. 9).
      Verbos como “desfazer”, “consumir” e “esmagar” marcam a linguagem de autonegação.

    c) Batalha Espiritual

    • Diálogos com o demônio:

      “Os demônios diziam: ‘Você é nossa!’… eu lhes respondia: ‘Mentirosos!’” (p. 20-23).
      A linguagem adota tons bélicos (“batalha”, “fuga”, “vitória”) para descrever o combate às tentações.

       

A espiritualidade de Luisa Piccarreta descreve a purificação não como um fim, mas como um caminho sagrado que parte da renúncia ao mundo, atravessa o vale da cruz e culmina no êxtase da união divina. Este capítulo desvenda as etapas dessa transformação, mostrando como cada prova, cada lágrima e cada visão mística são degraus para a alma se tornar “uma só vontade” com Deus.


 Purificação Exterior: Renúncia ao Mundo

Antes de mergulhar nas profundezas do espírito, a alma é chamada a despojar-se das amarras materiais:

a) Renúncia às Criaturas

Jesus ensina Luisa a cortar apegos, mesmo aos legítimos:

“Se você não tirar este pequeno mundo que te rodeia… Eu não posso entrar livremente em teu coração” (p. 7).
Isso inclui evitar conversas vãs e fixar o olhar apenas n’Ele (p. 8).

b) Mortificação dos Sentidos

Atos concretos de abnegação preparam a alma para a intimidade divina:

  • Jejum: Renunciar a alimentos agradáveis por amor (p. 12).
  • Trabalho como oração: Realizar tarefas cotidianas com espírito de sacrifício (p. 6).

 Purificação Interior: Aniquilamento do Ego

Com o exterior despojado, Deus ataca o núcleo da alma — o ego:

a) Humilhação como Caminho

Luisa é reduzida a “um menino envolto em fraldas” (p. 9), incapaz de agir sem Deus:

“Meu ser quase se desfazia… não podia dar um passo sem Seu sustento” (p. 9).

b) Combate às Tentações

Demônios assediam a alma com dúvidas e desespero (p. 20-21), mas Jesus ensina a resistir:

“Declare diante do Céu e dos demônios: Não quero ofender a Deus!” (p. 23).

 

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