O texto que você forneceu é uma reflexão profunda e espiritual, baseada no livro *”O Livro do Céu”*, volume 35, de 26 de fevereiro de 1938. Ele aborda temas centrais como a vontade divina, o amor de Deus pela criatura, a importância de reconhecer Deus em Suas obras e a relação entre a felicidade celestial e a terrestre. A seguir, apresento uma análise e explicação aprofundada do conteúdo, buscando esclarecer e expandir os conceitos apresentados.
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### **A Vontade Divina e o Reconhecimento de Deus nas Obras Criadas**
O texto começa destacando a centralidade da vontade divina na vida da criatura. A vontade de Deus é descrita como um império de amor, que deseja ser reconhecido em todos os Seus caminhos e obras. Deus, em Sua infinita bondade, guia a criatura como um pai que pega a mão de um filho e o conduz em um voo seguro. Esse voo simboliza a elevação espiritual, onde o homem é chamado a reconhecer a presença de Deus em todas as coisas criadas.
Aqui, o texto enfatiza que o lugar do homem na criação não é apenas físico ou material, mas está profundamente enraizado na própria divindade. O homem é chamado a viver na vontade divina, tornando-se parte integrante do plano de Deus. Essa união entre a criatura e o Criador é tão íntima que, ao reconhecer Deus em Suas obras, o homem se eleva e se torna um instrumento de glória para o Senhor.
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### **O Amor como Centro da Relação entre Deus e a Criatura**
O amor é o tema central que permeia todo o texto. Deus é apresentado como um ser que ama intensamente e deseja ser amado em retorno. A maior dor de Deus, segundo o texto, é não ser correspondido no amor pela criatura. Essa ideia é profundamente comovente, pois revela a vulnerabilidade divina: Deus, em Sua infinita grandeza, sente a falta do amor daqueles que Ele mesmo criou.
O texto também destaca que o amor da criatura por Deus traz alegrias imensas, tanto no céu quanto na terra. A felicidade celestial e a terrestre se unem em um abraço de amor, criando uma harmonia que reflete a glória de Deus. No entanto, o amor da criatura não é apenas uma resposta passiva; é uma conquista ativa, que forma novas realizações e glórias para Deus.
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### **A Criatura como Instrumento de Glória para Deus**
O texto desenvolve a ideia de que, ao reconhecer Deus em Suas obras, a criatura se torna um instrumento de Sua glória. Essa relação é descrita como uma “milícia divina”, onde os que vivem na vontade de Deus formam um exército espiritual, dedicado a amar e servir ao Senhor. A criatura, ao se entregar à vontade divina, permite que Deus atue através dela, transformando-a em um trono, um céu e um mar de amor.
Essa metáfora do “mar de amor” é particularmente bela, pois sugere que o amor de Deus é vasto, profundo e infinito. A criatura, ao se reconhecer como parte desse mar, experimenta uma alegria que transcende todas as outras felicidades. O texto também ressalta que, quando a criatura não reconhece Deus, ela se torna como um “osso movido”, desconectado de seus membros e incapaz de cumprir seu propósito.
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### **A Dor de Deus e a Responsabilidade da Criatura**
Um dos pontos mais impactantes do texto é a descrição da dor de Deus quando a criatura não O reconhece ou não O ama. Deus é comparado a um general sem exército, a um rei sem súditos. Essa imagem é poderosa, pois mostra que, apesar de Sua infinita grandeza, Deus deseja o amor e o reconhecimento daqueles que Ele criou.
O texto também aborda a ideia de que o amor de Deus é excessivo e não se contenta com menos do que tudo. Quando a criatura não corresponde a esse amor, Deus sente uma dor profunda, como um pai que vê seu filho se afastar. No entanto, mesmo nessa dor, Deus continua a buscar a criatura, oferecendo-lhe novas oportunidades de amor e reconciliação.
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### **A Criação como Expressão do Amor de Deus**
O texto explora a criação como uma expressão do amor de Deus. Cada elemento da criação — o sol, o céu, o vento, o ar — é descrito como um “membro” do corpo divino, que trabalha em harmonia para glorificar o Criador. A criatura que vive na vontade divina se torna parte dessa harmonia, unindo-se a Deus e a todas as coisas criadas em um canto contínuo de amor.
Essa visão da criação como um todo interconectado reflete a ideia de que tudo foi feito para servir à criatura e, através dela, glorificar a Deus. No entanto, quando a criatura se afasta da vontade divina, ela rompe essa harmonia e se torna como um “osso movido”, incapaz de cumprir seu propósito.
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### **Conclusão: O Chamado à Vontade Divina**
O texto conclui com um chamado urgente para que a criatura viva na vontade divina. A vida na vontade de Deus é descrita como a única maneira de restaurar a harmonia perdida e de experimentar a verdadeira felicidade. A criatura é convidada a abandonar sua própria vontade, que é descrita como devastadora, e a se entregar completamente ao amor de Deus.
Essa entrega não é apenas um ato de obediência, mas uma resposta de amor ao amor excessivo de Deus. Ao viver na vontade divina, a criatura se torna um instrumento de glória, unindo-se a Deus e a todas as coisas criadas em um canto eterno de amor e alegria.
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### **Reflexão Final**
O texto oferece uma visão profunda e comovente da relação entre Deus e a criatura. Ele nos convida a refletir sobre o lugar que ocupamos na criação e sobre a importância de reconhecer Deus em todas as coisas. Ao mesmo tempo, ele nos desafia a responder ao amor de Deus com um amor igualmente intenso e generoso.
A vida na vontade divina é apresentada como o caminho para a verdadeira felicidade, tanto no céu quanto na terra. É um chamado a abandonar nossas vontades egoístas e a nos entregar completamente ao amor de Deus, tornando-nos instrumentos de Sua glória e participantes de Sua alegria infinita.
Que possamos, como a criatura descrita no texto, nos elevar em voo seguro, guiados pela mão amorosa de Deus, e reconhecer Sua presença em todas as coisas, vivendo plenamente em Sua vontade divina.
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