O texto fornecido aborda um tema profundo e complexo, centrado na ideia de “refazer” e “reencenar” os atos divinos, especialmente no contexto da vontade divina e da humanidade de Jesus Cristo. A partir desse material, podemos elaborar uma apresentação aprofundada que esclareça e explore melhor esses conceitos, destacando sua relevância espiritual e teológica.
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### **Apresentação: Refazer e Reencenar na Vontade Divina** – Padre Joseph Iannuzzi
#### **Introdução**
O texto apresentado nos convida a refletir sobre a relação entre os atos humanos e a vontade divina, especialmente no que diz respeito à ideia de “refazer” e “reencenar” os atos de Deus. Esses conceitos são fundamentais para entender como a humanidade pode participar da obra divina, sem, no entanto, confundir-se com a perfeição dos atos de Jesus Cristo e da Virgem Maria. A partir das revelações de Jesus à mística Luisa Piccarreta, somos levados a compreender que nossa participação na vontade divina não é uma tentativa de melhorar ou repetir o que já foi perfeitamente realizado por Cristo, mas sim de acolher passivamente e reencenar esses atos em nossa própria humanidade.
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#### **1. A Distinção entre Refazer e Reencenar**
O texto começa por estabelecer uma distinção crucial entre “refazer” e “reencenar”. Refazer implica em corrigir ou melhorar algo que foi mal feito, como quando uma mãe pede ao filho que refaça a cama porque não foi bem arrumada. No contexto espiritual, isso se aplica aos atos humanos imperfeitos, que precisam ser reparados. No entanto, **não podemos refazer os atos de Jesus Cristo ou da Virgem Maria**, pois esses foram realizados de maneira perfeita e completa.
Por outro lado, **reencenar** significa receber passivamente da fonte divina os atos já realizados por Cristo e Maria, assimilando-os em nossa própria humanidade. Isso não envolve adicionar ou melhorar, mas sim acolher e participar daquilo que já foi consumado na vontade divina. Essa distinção é essencial para evitar heresias e mal-entendidos sobre o papel humano na obra de salvação.
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#### **2. A Humanidade de Jesus Cristo como Centro da Vontade Divina**
Jesus Cristo, em sua humanidade, é o centro da vontade divina. Ele não apenas realizou atos perfeitos, mas também **refez e restaurou** tudo o que a humanidade havia perdido com o pecado original. Como o novo Adão, Cristo assumiu uma natureza humana para redimir todas as almas, passadas, presentes e futuras. Sua humanidade viveu no centro da vontade eterna do Pai, abraçando e reordenando todos os atos humanos de acordo com a vontade divina.
Nesse sentido, **nós não refazemos os atos de Cristo**, mas **reencenamos** o que Ele fez, especialmente ao meditar sobre Sua paixão e ao participar dos sacramentos. Ao fazer isso, nos unimos a Ele e cooperamos com Sua obra redentora, sem jamais pretender igualar ou superar Sua perfeição.
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#### **3. A Participação Humana na Vontade Divina**
A participação humana na vontade divina é um tema central nos escritos de Luisa Piccarreta. Jesus ensina que, ao viver na vontade divina, a alma pode **abraçar os atos de todas as criaturas**, passadas, presentes e futuras, e reencená-los de maneira qualitativa, não quantitativa. Isso significa que, através da intenção correta e da união com a vontade de Deus, podemos impactar espiritualmente toda a criação, sem precisar enumerar ou repetir cada ato individualmente.
A **bilocação espiritual** é um conceito chave aqui. Assim como Cristo, em Sua humanidade, estava presente em todos os tempos e lugares para redimir todas as almas, a alma que vive na vontade divina pode, de certa forma, estar presente em múltiplos lugares e tempos, reencenando os atos divinos e reparando os atos imperfeitos das criaturas.
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#### **4. A Importância da Intenção**
A intenção é um elemento crucial nesse processo. Deus olha para a intenção com a qual agimos, e é por isso que podemos **receber o mérito como se todos estivessem salvos**, mesmo sabendo que nem todas as almas serão salvas. A intenção de amar e glorificar a Deus, de reparar os atos imperfeitos e de unir-se à vontade divina, é o que confere valor espiritual às nossas ações.
Como Jesus revela a Luisa, mesmo que nossas ações sejam limitadas ou imperfeitas, **Deus aceita nossa intenção** e nos recompensa de acordo com ela. Isso nos liberta da ansiedade de ter que realizar tudo perfeitamente, pois sabemos que, ao fazer o melhor que podemos, Deus completará o resto.
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#### **5. A Reencenação da Paixão de Cristo**
Um dos exemplos mais poderosos de reencenação é a meditação das **Horas da Paixão de Cristo**. Ao meditar sobre esses momentos, a alma não apenas recorda os sofrimentos de Jesus, mas também **reencena** Sua paixão, unindo-se a Ele na obra redentora. Como Jesus diz a Luisa, essas horas são a “ordem do universo”, colocando o céu e a terra em harmonia.
Ao reencenar a paixão, a alma se torna **co-redentora** com Cristo, oferecendo seus próprios sofrimentos e intenções em união com os d’Ele. Isso não significa que podemos salvar alguém por nossos próprios méritos, mas que, através da vontade divina, participamos da obra de salvação de maneira única e profunda.
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#### **6. A Fusão do Céu e da Terra**
A reencenação dos atos divinos também nos leva a uma visão da **nova criação**, onde o céu e a terra se fundem em uma única realidade. Como Jesus explica a Luisa, Sua humanidade viveu suspensa entre o céu e a terra, unindo os dois em um único ato eterno. Da mesma forma, a alma que vive na vontade divina se torna um ponto de união entre o celestial e o terreno, antecipando a plenitude do Reino de Deus.
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#### **Conclusão**
O texto nos convida a uma profunda reflexão sobre nosso papel na vontade divina. Não somos chamados a refazer o que já foi perfeitamente realizado por Cristo e Maria, mas a **reencenar** esses atos, acolhendo-os em nossa humanidade e participando da obra redentora. Através da intenção correta, da meditação da paixão de Cristo e da união com a vontade divina, podemos impactar toda a criação, reparando os atos imperfeitos e glorificando a Deus.
Essa visão nos liberta da ansiedade e do medo, pois sabemos que, ao fazer o melhor que podemos, **Deus completará o resto**. Como Luisa Piccarreta nos ensina, a santidade não é uma questão de esforço humano, mas de entrega amorosa à vontade divina, que nos transforma e nos une a Cristo de maneira indissolúvel.
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### **Perguntas para Reflexão**
1. Como podemos distinguir, em nossa vida espiritual, entre “refazer” e “reencenar” os atos divinos?
2. De que maneira a meditação da paixão de Cristo pode nos ajudar a reencenar Sua obra redentora?
3. Como a intenção influencia o valor espiritual de nossas ações, mesmo quando os resultados não são visíveis?
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Essa apresentação busca esclarecer e aprofundar os conceitos apresentados no texto, destacando sua relevância para a vida espiritual e a teologia cristã. Que essa reflexão nos inspire a viver cada vez mais unidos à vontade divina, reencenando os atos de Cristo e Maria em nossa própria humanidade.
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