ESTUDO 05 – LIVRO DO CÉU VOL. 10 AO 20 – ESCOLINHA DA DIVINA VONTADE

Escolinha da Divina Vontade
ESTUDO 05 – LIVRO DO CÉU VOL. 10 AO 20 – ESCOLINHA DA DIVINA VONTADE
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10-5 Novembro 29, 1910

Jesus é zeloso de que ninguém dê alívio à alma.

(1) Tendo vindo um bom e santo sacerdote, estava um pouco ansiosa porque queria conversar com ele, especialmente sobre meu estado presente para conhecer a Divina Vontade, mas tendo vindo a primeira e a segunda vez, vi que nada se concluía do que eu queria. Agora, tendo recebido a comunhão, toda aflita comunicava ao meu afetuoso Jesus minha grande aflição, dizendo: “Minha vida, meu bem e meu tudo, se vê que só Você é tudo para mim, não encontrei jamais em nenhuma criatura, por quão boa e santa que seja, uma palavra, um consolo, um epílogo a minha mais mínima dúvida, se vê que não deve haver nenhum para mim, mas Você só, só o Todo para mim, e eu sozinha, sozinha, e sempre só para Você, e eu me abandono tudo e sempre em Ti, por quão má sou tem a bondade de me ter entre teus braços e de não me deixar um só instante”. Enquanto dizia isto, meu bendito Jesus fazia-se ver que olhava dentro de meu interior, revolvia tudo para ver se havia alguma coisa que a Ele não agradasse, e enquanto revolvia, tomou em suas mãos como um grão de areia branca e o jogou a terra, depois me disse:

(2) “Minha filha amadíssima, é sumamente justo que quem é toda para Mim, somente Eu seja tudo para ela, sou muito zeloso de que outro possa dar-lhe o mínimo alívio. Eu sozinho, muito sozinho, quero suplir-te por todos e em tudo, o que te aflige? O que queres? Faço tudo para que estejas feliz, estás a ver aquele grão branco que te tirei? Não era outra coisa que um pouco de ansiedade, porque querias saber por meio de outros minha Vontade, te tirei e o lancei a terra para te deixar na santa indiferença, tal como Eu te quero, e agora te digo qual é meu Querer: A missa a amo, a comunhão também; sobre se deves ou não esperar o sacerdote para recuperar-te, serás indiferente, se te sentes adormecida não te esforçarás por recuperar-te, e se estás acordada não te esforçarás por adormecer. Entretanto deves saber que te quero sempre pronta e sempre no posto de vítima, ainda que nem sempre sofras, te quero como aqueles soldados no campo de batalha, que embora o ato de lutar não seja continuo, estão com as armas preparadas, e se necessário, sentados no quartel, para que cada vez que o inimigo queira empreender a batalha estejam prontos a derrotá-lo. Assim tu, filha minha, estarás sempre pronta, sempre em teu posto, para que cada vez que te queira fazer sofrer para meu alívio ou para perdoar flagelos, ou por outra causa, Eu te encontre sempre pronta, não devo sempre te chamar nem te dispor cada vez ao sacrifício, Mas ficarás como se sempre te chamasse, mesmo que nem sempre te tenha em ato de sofrer. Então nos entendemos, não é verdade? Fique calma e não tenha medo de nada”.

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11-5 Fevereiro 18,1912

Como quem vive da vida de Jesus, pode dizer que sua vida acabou.

(1) Encontrando-me no meu estado habitual, meu sempre e todo amável Jesus veio e me disse:

(2) “Minha filha, tudo o que fazes por Mim, ainda um respiro, entra em Mim como penhor de teu amor por Mim, e Eu em correspondência te dou minhas prendas de amor, assim que a alma pode dizer: “Eu vivo das prendas que me dá meu amado Jesus.

(3) Depois acrescentou:

(4) “Filha amada minha, vivendo tu da minha Vida, pode-se dizer que a tua vida acabou, que não vives mais, assim não vivendo mais tu, senão Eu em ti, tudo o que te fazem, agradável ou desagradável, Eu o recebo como feito propriamente a Mim; E isto você pode entender porque diante disso que te fazem, agradável ou desagradável, você não sente nada, isto significa que deve ser outro quem sente esse gosto ou esse desgosto, e quem outro o pode sentir senão Eu que vivo em ti e que te amo tanto, tanto?”

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12-5 Abril 12, 1917

Não é o sofrer que torna a criatura infeliz, torna-se infeliz quando falta alguma coisa ao seu amor por Deus.

(1) Encontrando-me em meu habitual estado, meu sempre amável Jesus veio, e como eu estava sofrendo um pouco me tomou em seus braços dizendo:

(2) “Querida filha minha, amada filha minha, repousa-te em Mim, antes, tuas penas não as tenhas consigo, envia-as sobre minha cruz a fim de que façam cortejo às minhas penas e me aliviem, e minhas penas cortejem às tuas e te sustentem, ardam de um mesmo fogo e se consumam juntas, e eu olharei para as tuas dores como minhas, dar-lhes-ei os mesmos efeitos, o mesmo valor, e farão os mesmos ofícios que eu fiz sobre a cruz para o Pai e para as almas; aliás, vem tu mesma sobre a cruz, como seremos felizes estando juntos, mesmo sofrendo, porque não é o sofrer que torna a criatura infeliz, mas sim o sofrer a torna vitoriosa, gloriosa, rica, bela, faz-se infeliz quando falta alguma coisa ao seu amor. Tu, unida Comigo sobre a cruz serás preenchida em tudo no amor, tuas penas serão amor, tua vida será amor, toda amor, e por isso serás feliz”.

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13-5 Junho 12, 1921

Onde encontrar a sua Vida, Deus parará e habitará ali para sempre, e então repousará não na obra da Criação, mas na sua própria Vida. A alma deve ser centro do Divino Querer.

(1) Continuando meu habitual estado, meu sempre amável Jesus continua me falando de seu Santo Querer dizendo-me:

(2) “Minha querida filha, parto de minha Vontade, Eu não quero céu tachado de estrelas, me agradaria, encontraria minha obra, mas não me satisfaria, porque não me encontraria a Mim mesmo; não te quero sol, se bem me agradaria, encontraria a sombra de minha luz e de meu calor, mas não encontrando a minha Vida passaria por muito; não te quero terra cheia de flores, de plantas e de frutos, pois se bem me poderia agradar porque encontraria o fôlego dos meus perfumes, as pegadas da minha doçura, a maestria da minha mão criadora, em suma, encontraria as minhas obras, mas não a minha Vida, por isso passaria adiante de tudo, continuaria a girar sem me deter, para encontrar o quê? Minha Vida. E onde encontrarei esta minha Vida? Na alma que vive da minha Vontade. Eis por que não te quero nem céu, nem sol, nem terra florida, senão centro de meu Querer. Onde encontrar a minha Vida deter-me-ei e ali habitarei para sempre, e então estarei contente, repousarei não na minha obra como na Criação, mas na minha própria Vida.

(3) Tens de saber que a tua vida deve ser o Fiat, o meu Fiat trouxe-te à luz, e qual nobre rainha 8 levando no teu seio o Fiat Criador, deves caminhar o campo da vida sobre as asas do mesmo Fiat, lançando por toda a parte a semente da minha Vontade, para poder formar outros tantos centros de minha Vida sobre a terra, e depois voltar em meu próprio Fiat ao Céu. Seja fiel e minha Vontade te será vida, mão para te conduzir, pés para caminhar, boca para falar, em suma, se substituirá a tudo”.

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14-5 Fevereiro 21, 1922

O amor faz morrer e viver continuamente.

(1) Continuando o meu estado habitual, o meu sempre adorável Jesus disse-me:

(2) “Minha filha, o meu amor pela criatura fazia-me morrer a cada instante. A natureza do verdadeiro amor é morrer e viver continuamente pela pessoa amada; o amor de amá-la consigo faz-lhe sentir a morte, procura-lhe um martírio, talvez dos mais dolorosos e prolongados, mas o mesmo amor, mais forte que a própria morte, no mesmo instante que morre lhe dá a vida, mas para fazer o que? Para dar vida à pessoa amada e formar com ela uma só vida, aquelas chamas têm virtude de consumir uma vida para a fundir na outra. É propriamente esta a virtude do meu amor, fazer-me morrer, e da minha consumação formar tantas sementes para coloca-las nos corações de todas as criaturas, para fazer-me ressurgir de novo e formar com elas uma só vida Comigo. e novo e formar com elas uma só vida Comigo.

(3) Agora, também tu podes morrer quem sabe quantas vezes por amor meu, e talvez a cada instante, cada vez que me queres ver e não me vês, a tua vontade sente a morte da minha privação, mas em realidade, porque não me vendo, a tua vontade morre porque não encontra a vida que busca, mas depois de que nesse ato se tem consumado, Eu renasço em ti e tu em Mim e reencontras assim a vida querida por ti, mas para voltar de novo a morrer para viver em Mim; assim também se me desejas, teu desejo não satisfeito sente a morte, mas fazendo-me ver encontra novamente sua vida, e assim seu amor, sua inteligência, seu coração, podem estar em contínuo ato de morrer e viver por Mim. Se eu fiz isso por você, é justo que você faça por mim”.

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15-5 Fevereiro 3, 1923

Os dois agonizantes.

(1) Sentia-me faltar a vida pela privação do meu doce Jesus, e se se move em meu interior, faz-se ver naquele mar espantoso das culpas das criaturas; então não podendo mais me lamentava forte, e Ele como comovido por meus lamentos saiu como fora daquele mar, E, estreitando-me, disse-me:

(2) “Minha filha, o que tens? Ouvi os teus lamentos, o estertor da tua agonia, e fiz tudo o que pude para vir em teu socorro e para te sustentar. Minha filha, paciência, somos dois pobres agonizantes, Eu e você, pelo bem da humanidade, e enquanto estamos agonizando o amor nos sustenta para não nos deixar morrer, para dar ajuda à pobre humanidade que jaz como morrendo no mar de tantas culpas”.

(3) E enquanto isso me dizia parecia que as ondas daquele mar nos submergiam a ambos. Quem pode dizer o que se sofria? E como naquelas ondas se viam os preparativos de guerra lhe disse: “Minha vida, quem sabe quanto durará esta segunda desordem, se a primeira durou tanto, o que será da segunda que parece mais longa?

(4) E Jesus muito aflito: “Certamente será mais longo, mas não durará tanto, porque porei a minha mão e os flagelos do Céu os apagarão da terra. Por isso oremos, e você não saia jamais de minha Vontade”.

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16-5 Julho 19, 1923

Prodígios do Fiat Divino no grande vazio da alma.

(1) Estava a rezar e a abandonar-me nos braços da Santíssima Vontade de Deus, e meu sempre amável Jesus saindo de meu interior e dando-me a mão me disse:

(2) “Minha filha, vem comigo e vê o grande vazio que existe entre o Céu e a Terra. Este grande vazio antes de meu Fiat se pronunciar era horrível de ver-se, tudo era desordem, Não se via divisão de terra, nem de águas, nem de montes; era uma massa de espanto; em quando meu Fiat se pronunciou todas as coisas rolaram agitando-se entre elas, e cada uma tomou seu posto, ficando todas ordenadas com a marca de meu Fiat Eterno, e não podem afastar-se se o meu Fiat não quer. A terra não dava mais pavor, e mais, ao ver a vastidão dos mares, suas águas não mais enlameadas mas cristalinas, seu doce murmúrio, como se as águas fossem vozes que muito pouco falassem entre elas, suas ondas fragorosas que às vezes se levantam tanto que parecem montes de água e depois caem no mesmo mar; quanta beleza não contém, Quanto ordem e quanta atenção não desperta na criatura? E logo, a terra toda pintada de verde e florida, quanta variedade de beleza não contém? No entanto, é nada ainda, o vazio não estava completamente cheio, e assim como meu Fiat se moveu sobre a terra e dividiu as coisas e ordenou a terra, assim, movendo-se para cima, no alto, estendi os céus, adornei-os com estrelas, e para preencher o vazio da escuridão criei o sol, que fazendo fugir as trevas encheu de luz este grande vazio e colocou o realce de toda a beleza em tudo criado. Então, quem foi a causa de tanto bem? Meu Fiat Onipotente, mas este Fiat quis o vazio para criar esta máquina do universo.

(3) Agora minha filha, vês este grande vazio no qual muitas coisas criei? Pois o vazio da alma é maior ainda, aquele devia servir para habitação do homem, o vazio da alma devia servir para habitação de um Deus. Não devia pronunciar por seis dias meu Fiat como ao criar o universo, mas por quantos dias contém a vida do homem, e tantas vezes, por quantas vezes pondo de lado o seu querer faz o meu agir; portanto, devo o meu Fiat fazer mais coisas que fez na Criação, queria mais espaço, mas você sabe quem me dá campo livre para preencher este grande vazio da alma? Quem vive em meu Querer. Meus Fiat são repetidamente ditos, cada pensamento é acompanhado pela potência de meu Fiat, e oh! quantas estrelas adornam o céu da inteligência da alma; suas 10 ações são seguidas por mim Fiat, e oh! quantos sóis surgem nela; suas palavras investidas por meu Fiat são mais doces que o murmúrio das águas do mar, onde o mar das minhas graças corre para encher este grande vazio, e meu Fiat se deleita em formar as ondas que chegam até além do Céu e dele descem mais carregadas para engrandecer o mar da alma. Meu Fiat sopra sobre seu coração, e de suas batidas forma incêndios de amor; meu Fiat não deixa nada, investe todo afeto, as tendências, desejos, e neles forma os mais belos floridos. Quantas coisas não trabalha meu trabalho Fiat neste grande vazio da alma que vive no meu Querer? Oh! como fica para trás toda a máquina do universo, os céus ficam estupefatos e olham trêmulos ao Fiat Onipotente atuante na vontade da criatura e se sentem duplamente felizes cada vez que este Fiat obra e renova sua potência criadora, assim que estão todos atentos em torno de Mim para ver quando meu Fiat é pronunciado, para alcançar a sua dupla glória e felicidade. Oh! se todos conhecessem a potência do meu Fiat, o grande bem que contém, todos se dariam a mercê de mim Vontade Onipotente. Entretanto, é de chorar, quantas almas com estes grandes vazios em seu seio são piores que o grande vazio do universo antes de que meu Fiat fosse pronunciado? Não agitando nelas meu Fiat, tudo é desordem, as trevas são tão densas que provocam horror e espanto, é uma confusão tudo junto, nada está em seu lugar, a obra da Criação está transtornada nelas, porque só meu Fiat é ordem, a vontade humana é desordem. Por isso filha de meu Querer, se você quer a ordem em você, faça que meu Fiat seja a vida de tudo em você, e me dará o grande contentamento de que meu Fiat possa se desenvolver, fazendo sair os prodígios e os bens que contém”.

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17-5 10 Julho 16, 1924

Ao criar o homem Deus infundiu-lhe a alma com seu alento, querendo Infundir-lhe a parte mais profunda de seu interior, qual é sua Vontade. Agora, querendo dispô-lo de novo a receber esta sua Vontade, é necessário que volte a infundir-lhe seu alento.

(1) Continuando meu estado habitual, meu adorável Jesus me transportou para fora de mim mesma e me disse:.

(2) “Minha filha, o Criador vai em busca da criatura para depor em seu regaço os bens que Ele tirou de Si na Criação, e por isso dispõe sempre em todos os séculos que haja almas que vão só em busca dEle, a fim de que deponha seus bens em quem o busca e quer receber seus dons. Então o Criador se move do Céu e a criatura se move da terra para se encontrar, um para dar e o outro para receber. Sinto toda a necessidade de dar; preparar os bens para dá-los e não ter a quem os poder dar e tê-los inativos por incorrespondência de quem não se preocupa em querer recebê-los, é sempre uma grande pena. Mas você sabe em quem posso depor os bens saídos de Mim na Criação? em quem faz sua a minha Vontade, porque Ela sozinha lhe dá a capacidade, o apreço e as verdadeiras disposições para receber os dons do seu Criador, e lhe fornece a correspondência, a gratidão, o agradecimento, o amor que a alma está obrigada a dar pelos dons que por tanta bondade recebeu. Por isso vem junto Comigo e giremos juntos pela terra e pelo Céu, a fim de que deponha em ti o amor que tirei por amor das criaturas em todas as coisas criadas, e tu me dês a correspondência, e junto Comigo ames a todos com meu amor, e daremos amor a todos, seremos dois para amar a todos, não estarei mais só”..

(3) Então giramos por tudo, e Jesus depositava em mim seu amor que continham as coisas criadas, e eu fazendo eco a seu amor, repetia com Ele o te amo de todas as criaturas. Depois acrescentou:.

(4) “Minha filha, ao criar o homem lhe infundi a alma com meu alento, querendo infundir-lhe a parte mais profunda de nosso interior, que é nossa Vontade, a qual lhe dava junto todas as partículas de nossa Divindade que o homem como criatura podia conter, tanto, de fazê-lo uma imagem nossa; mas o homem ingrato quis romper com nossa Vontade, e se bem lhe ficou a alma, mas a vontade humana que tomou lugar em vez da Divina ofuscou-o, infectou-o e fez inativas todas as partículas divinas, tanto, que bagunçou tudo e o desfigurou. Agora, querendo Eu disponho-o de novo a receber esta minha Vontade, é necessário que volte de novo a dar-lhe meu alento, a fim de que meu fôlego lhe ponha em fuga as trevas, as infecções, e faça de novo obrantes as partículas de nossa Divindade que lhe demos ao criá-lo. Oh! como gostaria de vê-lo belo, restabelecido como o criei, e só minha Vontade pode operar este grande prodígio. Por isso quero infundir-te meu alento, a fim de que recebas este grande bem, que minha Vontade reine em ti e te volte a dar todos os bens, os direitos que dei ao homem na sua criação”.

(5) E enquanto dizia isto, aproximando-se de mim dava-me seu alento, olhava-me, me estreitava e depois desapareceu..

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18-5 Outubro 4, 1925

Repetir o mesmo bem serve para formar a água para regar as sementes das virtudes. Tudo o que fez Nosso Senhor está suspenso na Divina Vontade

(1) Estava segundo meu costume fundindo-me na Santíssima Vontade de Deus, e enquanto girava nela para pôr meu te amo sobre todas as coisas, teria querido que meu Jesus nada visse ou ouvisse senão meu te amo, ou bem que tudo visse e ouvisse através deste meu amo te. E enquanto repetia o refrão de meu te amo pensava entre mim: “Vê-se que sou verdadeiramente uma pequena menina que não sei dizer outra coisa que o estribilho aprendido; e além disso, para que me serve repetir e sempre repetir te amo, te amo?” Enquanto isto pensava, meu adorável Jesus saiu de dentro de mim, fazendo ver em toda sua Divina Pessoa impresso por toda parte meu amo: Sobre os lábios, sobre o rosto, na testa, nos olhos, no meio do peito, sobre o dorso e no meio da palma das mãos, na ponta de seus dedos, em suma, em qualquer lugar; e com um sotaque terno me disse:.

(2) “Minha filha, não está contente de que nenhum te amo que sai de você fique perdido, mas que todos fiquem impressos em Mim? E além disso, sabes de que te serve repeti-los? Você deve saber que quando a alma se decide a fazer um bem, a exercitar uma virtude, forma a semente daquela virtude; com repetir aqueles atos forma a água para regar essa semente na terra do próprio coração, e quanto mais frequentemente os repete, mais rega essa semente e a planta cresce bela, verde, de maneira que logo produz os frutos daquela semente. Ao contrário, se é lenta em repeti-los, muitas vezes essa semente fica sufocada, e se cresce, cresce débil e jamais dá fruto; pobre semente, sem água suficiente para crescer, e meu Sol não surge sobre essa semente para dar-lhe a fecundidade, a maturidade e a bela cor a seus frutos, Porque ela é infecunda. Em vez de repetir sempre os mesmos atos, a alma contém muita água para regar aquela semente, meu Sol surge sobre ela cada vez que é regada, e se alegra muito ao ver que tem tanta força para crescer que faz chegar seus ramos até Mim, E, vendo os seus muitos frutos, tomo-os com prazer e repouso à sua sombra. Portanto, repetir o teu Eu te amo para Mim, fornece-te água para regar e formar a árvore do amor; repetir a paciência, rega e forma a árvore da paciência; repetir os teus atos na Minha Vontade, forma a água para regar e formar a árvore divina e eterna da Minha Vontade; Nenhuma coisa se forma com um só ato, senão com muitos e muitos atos repetidos. Só o teu Jesus contém esta virtude, de formar todas as coisas, até as maiores com um ato só, porque contenho a potência criadora, mas a criatura, à força de repetir o mesmo ato, forma passo a passo o bem que quer fazer. Com o costume torna-se natureza aquele bem ou aquela virtude, e a criatura torna-se possuidora, formando com elas toda sua fortuna. Também na ordem natural acontece assim, ninguém se torna mestre com ter lido uma vez ou poucas vezes as vogais e as consoantes, senão quem constantemente repete até encher-se a mente, a vontade e o coração de toda aquela ciência que convém para poder fazer de mestre aos demais; ninguém se vê saciado se não comer bocado a pouco o alimento que se necessita para saciar-se; ninguém recolhe a semente se não repetir, quem sabe quantas vezes, o seu trabalho no seu campo; e assim de tantas outras coisas. Repetir o mesmo ato é sinal de que se ama, se aprecia e se quer possuir o mesmo ato que faz. “Por isso, repete, e incessantemente repete sem nunca se cansar”.

(3) Depois me encontrei fora de mim mesma, e meu doce Jesus me levou girando em todos aqueles lugares onde havia, estando Ele na terra, obrado, sofrido, orado e também chorando; tudo o que tinha feito, tudo estava em ação e meu amado Bem me disse:.

(4) “Minha filha, filha de meu Querer Supremo, minha Vontade quer te fazer participar em tudo. Tudo o que você vê são todas as minhas obras que fiz estando na terra, as quais minha Vontade as tem suspensas nela porque as criaturas não se dispõem a querer recebê-las, em parte porque não conhecem ainda o que Eu fiz. Veja, aqui estão minhas orações que de noite fazia, cobertas de lágrimas amargas e de suspiros ardentes pela salvação de todos, estão todas em espera para dar-se às criaturas, para dar-lhes os frutos que contêm. Filha, entra tu nelas, cobre-te com minhas lágrimas, veste-te com minhas orações, a fim de que minha Vontade cumpra em ti os efeitos que há em minhas lágrimas, orações e suspiros. Minha Vontade tem como alinhadas em Si as penas de minha infância, todos meus atos internos de minha Vida oculta, que são prodígios de graça e de santidade, todas as humilhações, glória e penas de minha Vida pública, as penas mais escondidas de minha Paixão, tudo está suspenso, o fruto completo não foi tomado pelas criaturas e espero a quem deve viver em meu Querer a fim de que não estejam mais suspensos, mas que se derramem sobre eles para dar-lhes o fruto completo. Só quem deve viver em minha Vontade fará que não continuem suspensos meus bens, por isso entra em cada um de meus atos e de minhas penas, a fim de que minha Vontade se cumpra em ti. Entre tu e eu não quero coisas suspensas, nem tolero não poder dar-te o que quero, por isso quero encontrar em ti a minha própria Vontade, a fim de que nada possa opor-se ao que quer dar-te a minha própria Vontade”. (5) E enquanto Jesus dizia isto, eu passava de um ato para outro de Jesus e ficava como transformada, coberta com seus mesmos atos, orações, lágrimas e penas. Mas quem pode dizer o que sentia? Espero que o bendito Jesus me dê a graça de corresponder e de cumprir em mim sua adorável Vontade, e em todos. Amém..

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19-5 Março 9, 1926

A Criação forma a glória muda de Deus. Ao criar o homem Foi um jogo de azar, o qual falhou, mas deve-se refazer.

(1) Minha pobre alma nadava no mar interminável do Querer Divino, e meu sempre amável Jesus me fazia ver em ato toda a Criação; que ordem, que harmonia, quantas belezas variadas, cada coisa tinha o selo de um amor incriado que corria para as criaturas, que descendo no fundo de cada coração gritavam em sua linguagem muda: “Ama, ama Aquele que tanto ama”. Eu sentia um doce encanto ao ver toda a Criação, seu mutismo amoroso, que mais que voz potente feria meu pobre coração, tanto que me sentia vir a menos, e meu doce Jesus me segurando em seus braços me disse:.

(2) “Minha filha, toda a Criação diz: realize Glória, adoração ao nosso Criador, amor às criaturas’. Então a Criação é uma glória, uma adoração muda para nós, porque não lhe foi concedida nenhuma liberdade, nem de crescer nem de decrescer, a tiramos fora de nós, mas a deixamos em Nós, isto é, dentro de nossa Vontade a louvar, ainda que em forma muda, nossa potência, beleza, magnificência e glória, assim que somos Nós mesmos que nos louvamos nossa potência, nossa  glória, o infinito amor, nossa potência, bondade, harmonia e beleza; a Criação nada nos dá por si mesma, embora ela seja o alívio de todo o nosso Ser Divino, serve de espelho ao homem para olhar e conhecer o seu Criador, e dá-lhe lições sublimes de ordem, de harmonia, de santidade e de amor, pode-se dizer que o mesmo Criador, pondo-se em atitude de Mestre Divino, dá tantas lições por quantas coisas criou, da maior à mais pequena obra que saiu de suas mãos criadoras. Não foi assim ao criar o homem, nosso amor foi tanto por ele, que superou todo o amor que tivemos na Criação, por isso o dotamos de razão, de memória e de vontade, e pondo nossa Vontade como em um banco na sua, a multiplicasse, a centuplicasse, não para nós que não tínhamos necessidade, mas para seu bem, a fim de que não ficasse como as outras coisas criadas, mudas e naquele ponto como Nós as trazemos à luz, senão que crescesse sempre, sempre, em glória, em riquezas, em amor e em semelhança com seu Criador, e para fazer com que ele pudesse encontrar todas as ajudas possíveis e imagináveis, demos-lhe à sua disposição a nossa Vontade, a fim de que operasse com a nossa mesma potência o bem, o crescimento, a semelhança que queria adquirir com o seu Criador. Nosso amor ao criar o homem quis fazer um jogo de azar, pondo nossas coisas no pequeno cerco da vontade humana como no banco, nossa beleza, sabedoria, santidade, amor, etc., e nossa Vontade que devia fazer-se guia e ator de seu agir, a fim de que não só o fizesse crescer à nossa semelhança, mas que lhe desse a forma de um pequeno deus. Por isso nossa dor foi grande ao ver-nos rejeitar estes grandes bens pela criatura, e nosso jogo de azar ficou malogrado, mas mesmo fracassado, era sempre um jogo divino que podia e devia refazer-se de sua falha. Por isso, depois de tantos anos quis de novo meu amor jogar ao azar, e foi com minha Mamãe Imaculada, Nela nosso jogo não ficou malogrado, teve seu pleno efeito, e por isso tudo lhe demos e tudo a Ela confiamos, melhor, se formava uma competição, Nós a dar e Ela a receber..

(3) Agora, você deve saber que nosso amor também quer fazer este jogo de azar, a fim de que você, unida com a Mãe Celestial nos faça vencer no jogo refazendo-nos da falha que nos conseguiu o primeiro homem, Adão, assim nossa Vontade refeita em suas vitórias pode pôr de novo em campo seus bens que com tanto amor quer dar às criaturas; e assim como por meio da Virgem Santa, porque estava refeito em meu jogo, fiz surgir o Sol da Redenção para salvar a humanidade perdida, assim por meio de ti farei ressurgir o Sol da minha Vontade, para que faça o seu caminho entre as criaturas. Eis a causa de tantas graças minhas que derramo em ti, os tantos conhecimentos sobre minha Vontade, isto não é outra coisa que meu jogo de azar que estou formando em ti, Por isso esteja atenta, a fim de que não me dês o maior dos sofrimentos que poderia receber em toda a história do mundo, que meu segundo jogo seja fracassado. ¡ Ah, não, não o farás, meu amor sairá vitorioso e minha Vontade encontrará seu cumprimento!”..

(4) Jesus desapareceu e eu fiquei pensativa sobre o que me havia dito, mas toda abandonada no Querer Supremo. Por isso, em tudo o que escrevo, só Jesus sabe o rasgo da minha alma e a grande repugnância a colocar no papel estas coisas que teria querido sepultar-me sentia lutar com a mesma obediência, mas o Fiat de Jesus venceu, e continuo a escrever o que eu não queria. Então meu doce Jesus voltou e me viu pensativa e me disse:.

(5) “Minha filha, por que temes? Não queres que eu brinque contigo? Tu não porás outra coisa tua que a pequena chama de tua vontade que Eu mesmo te dei ao criar-te, assim que todo o azar de meus bens será meu, não queres ser tu a cópia de minha Mamãe? Por isso veem junto Comigo diante do trono divino e aí encontrará a chama da vontade da Rainha do Céu aos pés da Majestade Suprema, que Ela colocou no jogo divino, porque para jogar se necessita pôr sempre alguma coisa própria, De outra forma quem vence não tem o que tomar, e quem perde não tem o que deixar. E como eu venci o jogo com a minha mãe, ela perdeu a chaminha da sua vontade, mas, feliz perda! Com o ter perdido sua pequena chama, deixando-a como homenagem contínua aos pés de seu Criador, formou sua Vida no grande fogo divino, crescendo no oceano dos bens divinos, e por isso pôde obter ao Redentor suspirado. Agora cabe-te a ti colocar a chama da tua pequena vontade ao lado da minha inseparável Mãe, a fim de que também tu te formes no fogo divino e cresças com os reflexos do teu Criador, e assim possas obter graça ante a Suprema Majestade de poder obter o suspirado Fiat. Estas duas chaminhas se verão aos pés do trono supremo, por toda a eternidade, que não tiveram vida própria e que uma obteve a Redenção e a outra o cumprimento da minha Vontade, único fim da Criação, da Redenção e da minha desforra do meu jogo de azar ao criar o homem”..

(6) Num instante encontrei-me diante daquela luz inacessível, e a minha vontade, sob a forma de uma chaminha, pôs-se ao lado daquela da minha Mãe Celestial para fazer o que ela fazia, mas quem pode dizer o que se via, compreendia e fazia? Faltam-me as palavras e por isso ponho ponto. E meu doce Jesus adicionou:.

(7) “Minha filha, a chama da tua vontade a venci e tu venceste a minha; se tu não perdias a tua não podias vencer a minha, agora os dois somos felizes, ambos somos vitoriosos, mas olha a grande diferença que há, em minha Vontade basta fazer uma vez um ato, uma oração, um te amo, porque tomando o seu lugar no Querer Supremo fica sempre a fazer o mesmo ato, a oração, o te amo, sem interrompê-lo jamais, porque quando se faz um ato em minha Vontade, esse ato não está sujeito a interrupção, feito uma vez fica feito para sempre, é como se estivesse sempre a fazê-lo. O obrar da alma em minha Vontade entra a tomar parte nos modos do obrar divino, que quando obra sempre o mesmo ato sem ter necessidade de repeti-lo. O que serão os teus tantos te amo na minha Vontade que sempre repetirão o seu refrão, te amo, te amo? Serão tantas feridas para Mim e me prepararão a conceder a graça maior: que minha Vontade seja conhecida, amada e cumprida. Por isso em minha Vontade as orações, as obras, o amor, entram na ordem divina e se pode dizer que sou Eu mesmo que rogo, que faço, que amo, e que coisa poderia negar-me a Mim mesmo? Em que coisa não poderia me agradar?”.

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20-5 Setembro 28, 1926

Sua grande aflição pela publicação dos escritos. Jesus quer a entrega. Jesus incita ao padre que deve ocupar-se disto.

(1) Sentia-me oprimida e como esmagada sob o peso de uma humilhação profunda, porque me tinha sido dito que não só se publicaria o que se refere à Vontade de Deus, mas também o que se refere a todas as outras coisas que me disse o meu amável Jesus; era tanto a dor, que me tirava até as palavras para poder aduzir razões para que não o fizessem, nem sabia rogar ao meu amado Jesus para que não permitisse isto, tudo era silêncio dentro e fora de mim. Então o meu amável Jesus, movendo-se dentro de mim, estreitou-me a Ele para me dar ânimo e força e disse-me:

(2) “Minha filha, não quero que vejas como coisa tua o que escreveste, mas que o vejas como coisa minha e como coisa que não te pertence, tu de fato não deves entrar no meio, Eu me encarregarei de tudo, e por isso que quero que me entregues tudo, e à medida que escreves quero que me dês tudo como um dom, a fim de que Eu fique livre de fazer o que quero e para ti fique só aquilo que te convém para viver na minha Vontade. Eu te fiz tantos dons preciosos por quantos conhecimentos te manifestei, e tu nenhum dom me queres dar?”

(3) E eu: “Meu Jesus, perdoa-me, eu não gostaria de sentir o que sinto, o pensar que o que aconteceu entre Tu e eu devem sabê-lo os demais, deixa-me inquieta e dá-me tanta pena, que eu mesma não sei explicar, por isso dá-me a força, em Ti me abandono e tudo a Ti o doo”. E Jesus acrescentou:

(4) “Minha filha, assim está bem, tudo isto requer a minha glória e o triunfo da minha Vontade, mas o primeiro triunfo o quer, exige-o sobre ti. Não estás contente por te tornares a vitória, o triunfo desta Suprema Vontade? Você não quer então fazer qualquer sacrifício para fazer que este Reino supremo seja conhecido e possuído pelas criaturas? Também Eu sei que você sofre muito ao ver que depois de tantos anos de segredo entre você e Eu e que com tanto zelo te mantive escondida, agora ao ver sair fora nossos segredos sente fortes impressões, mas quando o quero Eu deves querer também você, por isso nos ponhamos de acordo e não se preocupe”.

(5) Depois disto me fazia ver ao reverendo padre, e Jesus estando junto a ele punha sua santa mão direita sobre sua cabeça para infundir-lhe firmeza, ajuda e vontade dizendo-lhe: “Meu filho, faze-o logo, não percas tempo, eu te ajudarei, estarei ao teu lado para que tudo corra bem e segundo a minha Vontade. Assim como me interessa que a minha Vontade seja conhecida e assim como com paterna bondade ditei os escritos que se referem ao Reino do Fiat Supremo, assim ajudarei à publicação, estarei no meio daqueles que se ocuparão, a fim de que o todo seja regulado por Mim. Por isso em breve, em breve”.

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