Estudo 10 Livro do Céu Volume 1 – Serva de Deus Luisa Piccarreta

Estudos do Livro do Céu
Estudo 10 Livro do Céu Volume 1 – Serva de Deus Luisa Piccarreta
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Texto do Tema Dia 24/06/2024 Livro do Céu Volume 1 – Cap 12

12- Jesus quer se apaixonar pela alma que sofre por amor a Ele: por isso a leva a mergulhar no mar sem limites de sua Paixão. A primeira visão de Jesus.

Depois dessas coisas, um dia, após a Comunhão, sentia-O todo amoroso em mim, e que me amava tanto, que ficava maravilhada, porque me via tão má, e sem corresponder, e dizia dentro de mim: “Ao menos fora boa e lhe correspondera, ainda tenho medo de que me deixe” (esse medo de me deixar sempre tive e ainda tenho, e às vezes é tanta a dor que sinto, que acho que a pena de morte seria menor, e se Ele próprio não vier a me acalmar, não sei como me dar paz11); entretanto Ele quer estreitar-se mais intimamente a mim. E enquanto O sentia dentro de mim, com uma voz interna me disse:

“Minha amada, as coisas passadas foram apenas uma preparação. Agora eu quero chegar aos fatos, e para dispor teu coração para fazer o que eu quero de ti, isto é, a imitação da minha Vida; quero que entres no imenso mar da minha paixão, e quando tiveres
compreendido bem a amargura das minhas penas, o amor com que as sofri, quem sou Eu que tanto sofri, e quem és tu, criatura vil, ah, teu coração não se atreverá a opor-se aos golpes, à cruz, que Eu preparei somente para o teu bem; mas sim, apenas pensando que Eu, Teu Mestre, sofri tanto, tuas tristezas parecerão sombras comparadas às minhas, o sofrimento será doce para ti e serás incapaz de ficar sem algum sofrimento”. Minha natureza tremia só de pensar no sofrimento.
Pedi-Lhe para dar-me força, porque sem Ele eu teria usado seus próprios dons para ofender o doador. Então comecei a meditar na Paixão, e isso fez tanto bem à minha alma, que acho que todo o bem chegou a mim dessa fonte. Via a paixão de Jesus Cristo como um imenso mar de luz, que com seus inúmeros raios me feriam muito, isto é, raios de paciência, de humildade, de obediência e de tantas outras virtudes; eu me vi toda cercada por essa luz e fui aniquilada me vendo tão diferente d’Ele. Aqueles raios que me inundaram eram para mim muitas outras censuras que me diziam: “Um Deus paciente, e tu? Um Deus humilde e submetido até aos seus próprios inimigos, e tu? Um Deus que sofre tanto por teu amor e teus sofrimentos por seu amor, onde estão eles?” Às vezes, Ele mesmo me narrava as penas sofridas, e eu ficava tão comovida que chorava amargamente. Um dia, enquanto trabalhava, estava considerando as penas muito amargas que meu bom Jesus sofreu.

Porém, meu coração se sentiu tão oprimido pela dor, que me faltava a respiração; temendo algo, eu queria me distrair inclinando-me para a varanda.
Começo a olhar no meio da rua, mas o que vejo? Vejo a rua cheia de gente e, no meio, meu amado Jesus com a cruz nos ombros; um o puxava de um lado e outro alguém por outro, todo ofegante, com o rosto gotejando sangue, e levantando os olhos em minha
direção, numa atitude de me pedir ajuda. Quem pode contar a dor que senti, a impressão que uma cena tão lamentável causou em minha alma? Entrei rapidamente em meu quarto, eu mesma não sabia onde estava, sentia meu coração rasgar em pedaços por causa da dor, e chorando lhe dizia: “Meu Jesus, se ao menos eu pudesse ajudar te, pudesse libertar-te daqueles lobos furiosos! Ai! Eu gostaria ao menos de sofrer essas penas em teu lugar, para aliviar minha dor”. Ah, meu bem, dá-me sofrimento, porque não é justo que Tu sofras tanto, e eu, pecadora, fique sem sofrer” 12. Desde então, recordo, que se incendiou em mim tanto desejo de sofrer que não se apagou até agora. Também me lembro que, depois da Comunhão, pedia lhe ardentemente para me conceder sofrimento, e Ele, às vezes, para me contentar, parecia-me que tomava os espinhos da sua coroa e cravava-os no meu coração; outras vezes, sentia que tomava meu coração entre suas mãos, e o estreitava tão forte que pela dor que eu sentia perdia os sentidos. Quando Lhe avisava que as pessoas poderiam perceber algo, e Ele estava disposto a me dar essas penas, eu logo lhe dizia: “Senhor, o que Tu estás fazendo? Peço que me dês sofrimento, mas que ninguém perceba”. Assim, por algum tempo, ele me contentou 13, mas meus pecados me tornaram indigna de sofrer secretamente, sem que ninguém o soubesse.
NOTA:
11 Este “santo temor de Deus” sempre reflete a percepção da Majestade Divina, que Luísa sente a fraqueza pessoal e insignificância diante da grandeza de Deus, e é também uma proteção de futuros dons que receberá.
12 Foi a primeira visão de Luísa aos 13 anos de idade.

Perguntas para responder sobre esse capítulo
– Quando Jesus fala que iremos imitar sua vida, você está compreendendo que era uma vida de doação e sacrificio. Como que a vida de Jesus na terra foi de sacrificio? Só na paixão?
– Jesus a chama a mergulhar na meditação de suas penas da paixão, porém, toda a vida de Jesus foi de amarguras e sofrimentos internos, devido ver os homens longe de Deus e sem esperanças. Ele era essa presença de Deus e a própria esperança, e foi muito rejeitado e desprezado pelos homens, imagine a dor vivida por Jesus a sua vida inteira?
– Então imitar a vida de Jesus você entende que viveremos exatamente a mesma coisa?
– Teremos em mãos o Dom da Divina Vontade para dar às pessoas e elas nos rejeitaram e nos desprezaram? Você está realmente disposto(a) a imitar Jesus e sofrer igual a Ele?
– Como você acredita que será conhecer todas essas verdades do Livro do Céu, e perceber que você está se sentindo livre e feliz com Deus reinando em sua alma, e ver outras pessoas ao ser redor ainda reclamando muito e sofrendo muita dor pelos apegos às coisas do mundo? E elas não acreditando, nem com a mínima disposição de estudar como você?

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