Estudo 15- Livro do Céu Volume 1- Serva de Deus Luísa Piccarreta

Estudos do Livro do Céu
Estudo 15- Livro do Céu Volume 1- Serva de Deus Luísa Piccarreta
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Texto do Tema 15 Livro do Céu Volume 1 – Cap 17

17 – Vitória na prova contra as tentações.

Agora, essa dura batalha, embora não me lembre muito bem, entre dias ou semanas separadas, durou três anos 18. Ainda que não parassem por completo, começaram a mitigar 19. Lembro-me de que, depois de uma Comunhão, o Senhor me ensinou como eu deveria fazer para os pôr em fuga, que era desprezá-los e não lhes prestar nenhuma atenção, e que eu deveria fingir que eram tantas formigas. Senti-me infundir tanta força que não sentia mais o medo de antes, e fazia assim: Quando faziam um barulho, rumores, eu lhes dizia: “se vê que não têm nada que fazer, e que para passar o tempo estão fazendo tantas tonteiras; façam, façam, que depois quando se cansarem, terminarão”.

Às vezes paravam, outras vezes ficavam tão zangados que faziam ruídos mais altos. Eu os sentia ao meu lado, tornando-se mais fortes e faziam violência para me levar; podia sentir o cheiro horrível ao calor do fogo. É verdade que no meu íntimo sentia um estremecimento, mas me compelia e lhes dizia:
“Mentirosos que sois! Se isto fosse verdade desde o primeiro dia o haveriam feito, mas como é falso e que não tendes nenhum poder sobre mim, exceto aquele que vos é dado do Alto, por isso digam, digam, e depois quando vos cansardes, morrereis. Se pois gemiam e gritavam lhes dizia: “O quê, não saíram bem as coisas hoje? Lamentai-vos porque vos foi tirada alguma alma? “Pobrezinhos, não se sentem bem, porém quero também eu fazê-los lamentar outro pouco”.
E começava a rezar pelos pecadores, ou a fazer reparações. Às vezes ria-me quando começavam a fazer as coisas habituais e lhes dizia: “Como posso temê-los, raça vil? Se fossem seres sérios não teriam feito tantas tolices, vocês mesmos, não se envergonham?
Não façam o que os torna ridículos” Depois, se me punham tentações de blasfemar ou de odiar a Deus, oferecia aquela pena amarguíssima, aquela violência que me faziam, porque enquanto via que o Senhor merecia todo o amor, todos os louvores, eu era forçada a fazer o contrário, em reparação de tantos que livremente o blasfemam e que nem sequer se lembram que existe um Deus, e que estão obrigados a amá-lo. Se me incitavam ao desespero, em meu interior dizia: “Não presto atenção nem no paraíso nem no inferno, a única coisa que me apressa é amar a meu Deus, este não é tempo de pensar em outra coisa, senão que é tempo de amar quanto mais possa a meu bom Deus, o paraíso e o inferno os deixo em suas mãos, e Ele, que é tão bom, me dará o que mais me convém, e me dará um lugar onde possa glorificá-lo mais”.
Jesus Cristo ensinou-me que o meio mais eficaz para fazer com que a alma fique livre de toda vã apreensão, de toda dúvida, de todo temor, era declarar, diante do Céu, da terra e diante dos próprios demônios, não querer ofender a Deus, mesmo à custa da própria vida, não querer consentir a qualquer tentação do demônio. E isso, se pode fazer assim que a alma adverte que vem a tentação, no momento da batalha, e à medida que começa a se sentir livre, e também durante o curso do dia. Fazendo assim, a alma não perderá tempo em pensar se consentiu ou não, porque só recordar a promessa lhe restituirá a calma, e se o demônio busca inquietá-la, poderá responder-lhe que se tivesse tido intenção de ofender a Deus, não teria declarado o contrário, e assim ficará livre de todo temor. Agora, quem pode dizer a raiva do demônio?   Pois agindo assim todas as suas astúcias resultavam para sua confusão, e onde acreditava ganhar, perdia, já que de suas próprias tentações e artifícios a alma se servia para poder fazer atos de reparação e amor ao seu Deus. O outro modo que me ensinou para afastar as tentações foi o seguinte: se me tentavam ao suicídio, eu devia responder: “Não tendes nenhuma permissão de Deus, e mais: para vosso despeito quero viver para poder amar mais a meu Deus”.

Se eu fosse espancada, eu deveria me humilhar, ajoelhar e agradecer ao meu Deus porque isso acontecia como penitência pelos 58 meus pecados, e não só isso, mas oferecer tudo como atos de reparação por todas as ofensas feitas a Deus no mundo. Finalmente, uma tentação feia que durou pouco, por cerca de um ano e meio com os demônios tão horríveis, eu devia ficar grávida e depois parir um pequeno demônio com chifres 20. Minha fantasia crescia tanto que eu me via diante de uma confusão horrível, pelo que se teria dito de mim por tão espantoso acontecimento.
NOTAS
18 Durou dos 13 aos 16 anos, quando Luísa condescendeu-se nesta experiência amarga.
19 Se bem que os sofrimentos de Luísa neste período lembrem as descrições de São João da Cruz sobre os sofrimentos da purificação passiva da alma, esta passagem indica que os sofrimentos infligidos a ela pelos demônios tinham um caráter prioritário de reparação em vez de purificação no plano divino

 

Perguntas para responder sobre esse capítulo

Jesus demorou bastante para ensinar a Luisa à lutar com os demônios? Qual propósito nisso?
Como Luisa começou a agir com as tentações dos demônios para humilha-los?
O que Jesus ensinou para Luisa para nunca ter apreensões e dúvidas?
Os demônios como agiam nesta fase da prova? Pioraram mais?

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