ESTUDO 18 – LIVRO DO CÉU VOL. 10 AO 20 – ESCOLINHA DA DIVINA VONTADE

Escolinha da Divina Vontade
ESTUDO 18 – LIVRO DO CÉU VOL. 10 AO 20 – ESCOLINHA DA DIVINA VONTADE
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Como nos podemos consumir no amor

Jesus não fazia outra coisa que dar-se em poder da Vontade do Pai

Exemplo da Santidade de viver no Divino Querer

Jesus ao obrar formava nossas obras no Divino Querer

A Vontade de Deus é caminho real que conduz à Santidade Divina

Amor de Deus ao criar a criatura

São necessárias as disposições para possuir o dom do Querer Divino

10-18
Março 24, 1911
Reze pelas necessidades da Igreja.
(1) Continuando meu estado habitual, meu sempre amável Jesus veio, e eu lhe rogava por certas
necessidades da Igreja e por um certo B. que editou livros de inferno, e me disse:
(2) “Minha filha, não fez outra coisa senão lançar-se maioritariamente na lama; uma mente de sadio
juízo logo verá como é néscio e como Eu o tenho cegado, pois não tem posto fora nenhuma
verdadeira força de razão no que ele afirma. Não quero que os sacerdotes se apressem a lê-lo,
tornando-se demasiado vis se o fizerem, e passarão os limites de sua dignidade, como se
quisessem prestar atenção ao absurdo de uma criança, e por isso lhe darão espaço para que faça
outros absurdos, mas se não lhe prestarem atenção, pelo menos lhe darão a dor de que ninguém
leve a sério o que ele faz, e de que ninguém o aprecie. Responderão com obras dignas de seu
ministério, esta é a mais bela resposta. Ah! àquele lhe acontecerá que cairá na armadilha que
prepara para os demais”

11-18
Maio 9,1912
Como nos podemos consumir no amor.
(1) Esta manhã, encontrando-me no meu estado habitual, estava pensando como podemos nos
consumar no amor, e o bendito Jesus ao vir me disse:
(2) “Minha filha, se a vontade não quer outra coisa que a Mim só, se a inteligência não se ocupa
de outra coisa que de me conhecer a Mim, se a memória não se recorda de outra coisa senão só
de Mim, aqui consumadas as três potências da alma no amor.” Assim também dos sentidos: Se
fala só de Mim, se escuta só o que se refere a Mim, se se gostam somente das coisas minhas,
se se obra e se caminha só por Mim, se o coração me ama só a Mim, se os desejos me desejam
só a Mim, eis a consumação do amor formada nos sentidos. Minha filha, o amor tem um doce
encanto quem ama, qualquer coisa que a vontade encontra, se é amor, se torna toda olho, se não, se
volta cega, tola e não compreende nada; assim a língua, se deve falar de amor sente-se correr
em sua palavra tantos olhos de luz e se faz eloquente, se não, torna-se balbuciante e termina por
emudecer; e assim de todo o resto”.

12-18
Agosto 14, 1917
Jesus não fazia outra coisa que dar-se em poder da Vontade do Pai.
Exemplo da Santidade de viver no Divino Querer.
(1) Encontrando-me no meu estado habitual, meu doce Jesus, depressa veio e me disse:
(2) “Minha filha, Eu não fazia outra coisa senão dar-me em poder da Vontade do Pai, se
pensava, pensava na mente do Pai; se falava, falava na boca e com a língua do Pai; se
operava, operava nas mãos do Pai; também o respiro respirava nele, e tudo o que fazia ia
ordenado como Ele queria. Assim eu podia dizer que minha Vida a desenvolvia no Pai, e Eu era
o portador do Pai, porque tudo encerrei em seu Querer e nada fazia por Mim, meu ponto principal
era a Vontade do Pai, porque Eu não punha atenção a Mim mesmo, nem pelas ofensas que me
faziam interrompia meu curso, senão que sempre voava mais a meu centro, e minha Vida natural
terminou quando em tudo cumpri a Vontade do Pai. Assim, tu filha minha, se te deres em poder
de minha Vontade, não terás mais pensamento de nada, minha mesma privação que tanto te
atormenta e te consome, correndo em minha Vontade encontrará o sustento, meus beijos
escondidos, minha Vida em ti vestida de ti, em tua mesma batida de coração sentirás o meu,
ardente e dolorido, e se não me vês, sentes-me, meus braços te estreitam, e quantas vezes não
sentes meu movimento, meu alento refrescante que acalma teus ardores? Você sente tudo isto,
e quando faz por ver quem te estreitou, quem te deu seu alento, e não me vê, Eu te sorrio e te beijo
com os beijos de meu Querer e me escondo mais em você, para te surpreender de novo e para te
dar um avanço de mais em minha Vontade. Por isso não me amargures com afligir-te, senão deixa-me fazer,
o voo do meu Querer não se detenha jamais em ti, de outra maneira impedirias a minha
Vida em ti, enquanto com o viver do meu Querer, Eu não encontro impedimento e faço crescer e
desenvolver a minha Vida como quero”.
(3) Agora, para obedecer quero dizer duas palavras acerca da diferença do viver resignado à
Divina Vontade, e o viver no Divino Querer:
(4) Primeiro, viver resignado segundo meu pobre parecer, significa resignar-se em tudo à
Vontade Divina, tanto nas coisas prósperas como nas adversas, olhando em todas as coisas à
Divina Vontade, a ordem das disposições divinas que tem sobre todas as criaturas, e que nem
sequer um cabelo pode cair de nossa cabeça se o Senhor não o quer. Parece-me que é como
um bom filho que vai aonde quer o pai, sofre o que quer o pai; rico ou pobre lhe é indiferente,
porque está contente só de ser o que o pai quer; se recebe ou pede ordens de ir a alguma parte
para o desempenho de alguma empresa, ele vai somente porque o quis o pai, mas enquanto
dura o tempo de estar longe deve tomar um descanso, deter-se para descansar, tomar o
alimento, tratar com pessoas, portanto deve pôr muito de seu querer apesar de que vai porque
o quis o pai, mas em tantas coisas se encontra na ocasião de fazer por si mesmo, portanto
pode estar os dias, os meses, longe do pai, sem estar em todas as coisas especificada a
vontade do pai. Assim, a quem vive resignado ao Divino Querer é quase impossível não
misturar sua vontade no que faz, será um bom filho, mas não terá em todos os pensamentos,
as palavras, a vida do pai retratada de todo nele, porque devendo ir, voltar, seguir, tratar com
outros, o amor fica quebrado, porque só a união contínua faz crescer o amor, e jamais se
rompe, e a corrente da vontade do pai não está em comunicação contínua com a corrente da
vontade do filho, e naqueles intervalos o filho pode habituar-se a fazer a própria vontade; no
entanto, eu acho que é o primeiro passo para a santidade.
(5) Segundo, viver no Divino Querer, queria a mão de meu amável Jesus para escrevê-lo. Ah!
Só Ele poderia dizer tudo o belo, o bom e o santo do viver no Divino Querer, eu sou incapaz,
tenho muitos conceitos na mente mas faltam-me as palavras. Jesus meu, converte-te em minha
palavra, e eu direi o que posso:
(6) Viver no Divino Querer significa inseparabilidade, não fazer nada por si mesmo, porque
diante do Divino Querer se sente incapaz de tudo, não pede ordens nem as recebe, porque se
sente incapaz de ir sozinho e diz: “Se queres que faça, façamos juntos, e se queres que vá,
vamos juntos”. Portanto, faz tudo o que o Pai faz: Se o Pai pensa, faz seus os pensamentos do
Pai, e não faz nem mais um pensamento do que faz o Pai; se o Pai olha, se fala, se age, se
caminha, se sofre, se ama, também ela olha para o que olha o Pai, repete as palavras do Pai,
age com as mãos do Pai, caminha com os pés do Pai, sofre as mesmas penas do Pai e ama
com o amor do Pai; vive não fora mas dentro do Pai, por isso é o reflexo e o retrato perfeito do
Pai; O que não é para quem vive somente resignado. A este filho é impossível encontrar sem o
Pai, nem o Pai sem ele, e não só externamente, mas todo o seu interior se vê como entrelaçado
com o interior do Pai, transformado, perdido tudo, tudo em Deus. ¡Oh, os voos rápidos e
sublimes deste filho no Querer Divino! Este Querer Divino é imenso, a cada instante circula em
todos, dá vida e ordena tudo, e a alma espaçando-se nesta imensidão voa para todos, ajuda a
todos, ama a todos, mas como ajuda e ama o mesmo Jesus, o que não pode fazer quem vive
só resignado, Assim, a quem vive no Divino Querer é impossível fazer por si só, mas bem sente
náusea de seu obrar humano, ainda que seja santo, porque no Divino Querer, as coisas, ainda
as menores, tomam outro aspecto, adquirem nobreza, esplendor, santidade divina, potência e
beleza divinas, multiplicam-se ao infinito, e num instante faz tudo e depois que fez tudo, diz:
“Não fiz nada, fez Jesus, e este é todo meu contentamento, que miserável qual sou, Jesus me
deu a honra de ter-me no Divino Querer para fazer-me fazer o que fez Ele”. Assim que o inimigo
não pode molestar a esta filha em se fez bem ou mal, pouco ou muito, porque tudo o fez Jesus,
e ela junto com Jesus, esta é a mais pacífica, não está sujeita a ansiedades, não ama a
nenhum e ama a todos, mas divinamente, pode-se dizer: “É a repetidora da Vida de Jesus, o
órgão da sua voz, o bater do seu coração, o mar das suas graças”.
(7) Só nisto, creio, consiste a verdadeira santidade; todas as outras coisas são sombras, larvas,
espectros de santidade. No Querer Divino as virtudes tomam lugar na ordem divina; ao
contrário, fora Dele, na ordem humana, estão sujeitas a estima própria, a vanglória, a paixões. ¡
Oh! quantas boas obras e quantos sacramentos frequentados são de chorar diante de Deus, e
de reparar-se, porque estão vazios do Divino Querer, portanto sem frutos. Queira o Céu que
todos compreendessem a verdadeira santidade, oh! como todas as outras coisas
desapareceriam.
(8) Portanto, muitos se encontram no caminho falso da santidade, muitos a põem nas pias
práticas de piedade, e ai de quem as estorve! Oh! como se enganam, se seus querer não estão
unidos com Jesus, e também transformados nele, o que é contínua oração, com todas as suas
pias práticas sua santidade é falsa, e se vê que estas almas passam com muita facilidade das
pías práticas aos defeitos, às diversões, a semear discórdias e a tantas outras coisas. ¡Oh,
como é desonrosa esta espécie de santidade! Outros põem a santidade em ir à igreja e assistir
a todas as funções, mas seu querer está distante de Jesus, e se vê que estas almas pouca
atenção põem a seus próprios deveres, e se são impedidas se enfurecem, choram porque sua
santidade lhes vai pelo ar, lamentam-se, desobedecem, são as chagas das famílias; oh, que
falsa santidade! Outros a colocam nas confissões frequentes, na direção detalhada, em fazer
escrúpulo de tudo, mas logo não se fazem escrúpulo de que seu querer não corre junto com o
Querer de Jesus, e ai de quem as contradiz! ; estas almas são como os balões inflados, que
assim que lhes faz um pequeno buraco, sai o ar e sua santidade se esfuma, e caem por terra,
estes pobres balões têm sempre que dizer, são facilmente levados à tristeza, vivem sempre em
dúvida, e por isso queriam um diretor para eles, que em cada pequena coisa os aconselhasse,
os tranquilizasse, os consolasse, mas logo estão mais agitados que antes. Pobre santidade,
como é falsificada, gostaria das lágrimas de meu Jesus para chorar junto com Ele sobre estas
santidades falsas e fazer conhecer a todos como a verdadeira santidade está em fazer a Divina
Vontade e viver no Divino Querer, esta santidade lança as suas raízes tão profundas, que não
há perigo de que oscile, porque enche Céu e terra, e onde quer que encontre o seu apoio; é
firme, não sujeita a inconstâncias, a defeitos voluntários, atenta aos próprios deveres, é a mais
sacrificada, desapegada de todos e de tudo, mesmo das mesmas direções, e como suas raízes
são profundas, eleva-se tão alto, que as flores e os frutos florescem no Céu, e está tão
escondida em Deus que a terra pouco ou nada vê desta alma; o Querer Divino a tem absorvida
nele; Só Jesus é o artífice, a vida, a forma da santidade desta invejável criatura, não tem nada
de seu, senão tudo é em comum com Jesus, sua paixão é o Divino Querer; sua característica é
o Querer de seu Jesus, e o Fiat é seu movimento contínuo.
(9) Ao contrário, a pobre e falsa santidade dos balões está sujeita a contínuas inconstâncias, e
enquanto parece que os balões de sua santidade se inflam tanto, que parecem voar pelo ar a
uma certa altura, tanto que muitos e os mesmos diretores ficam admirados, mas logo se
desengaçam; e basta para fazer esvaziar estes balões, uma humilhação, uma preferência
usada pelos diretores com qualquer outra pessoa, acreditando-lhes um roubo que lhes fazem,
pois se acreditam as mais necessitadas, portanto, enquanto se fazem escrúpulo de tolices,
depois chegam a desobedecer; é a inveja e a traça destes balões, que roendo-lhes o bem que
fazem, vai tirando-lhes o ar e o pobre balão se esvazia e cai por terra, chegando a sujar-se de
terra, e então se vê a santidade que havia no globo; E o que se encontra? Amor próprio,
ressentimento, paixões escondidas sob aspecto de bem, e se tem ocasião para dizer: Fizeram-se
brinquedo do demônio; assim que de toda a santidade, não se encontrou outra coisa que um
amasso de defeitos, aparentemente disfarçados de virtude. Mas quem pode dizer tudo? Só
Jesus conhece os males piores desta falsa santidade, desta vida devota sem fundamento,
porque está apoiada sobre uma falsa piedade. Estas falsas santidades são as vidas espirituais
sem fruto, estéreis, que são causa de fazer chorar, quem sabe quanto, ao meu amável
Jesus; são o mal humor da sociedade, as cruzes dos mesmos diretores, das famílias. Pode-se
dizer que levam junto a eles um ar maléfico que danifica a todos.
(10) ¡ Oh, que diferente é a santidade da alma que vive no Querer Divino! Estas almas são o
sorriso de Jesus, estão afastadas de todos, mesmo dos mesmos diretores, só Jesus é tudo
para elas, assim que não são suplício para nenhum; o ar benéfico que possuem embalsama a
todos, são a ordem e a harmonia de todos. Jesus, zeloso destas almas, faz-se ator e
espectador do que fazem, nem sequer um batimento cardíaco, um respiro, um pensamento que
Ele não regule e domine. Jesus as tem tão absorvidas no Divino Querer, que dificilmente podem
lembrar-se que vivem no exílio.

13-18
Setembro 16, 1921
Jesus ao obrar formava nossas obras no Divino Querer.
(1) Estava fazendo a hora da Paixão quando meu doce Jesus se encontrava no palácio de
Herodes vestido de louco, recebendo zombarias, e meu sempre amável Jesus, fazendo-se ver
me disse:
(2) “Minha filha, não somente naquele momento fui vestido de louco, escarnecido e recebi
zombaria, senão que as criaturas continuam me dando estas penas, mas bem estou sob
contínuas zombarias e por toda classe de pessoas. Se uma pessoa se confessa e não mantém
seus propósitos de não me ofender, é uma zombaria que me faz; se um sacerdote confessa,
prega, administra Sacramentos, e sua vida não corresponde às palavras que diz e à dignidade
dos Sacramentos que administra, tantas zombarias me faz por quantas palavras diz, por
quantos Sacramentos administra; e enquanto Eu nos Sacramentos lhes dou a vida nova, eles
me dão zombaria, zombaria, e ao profanar-los me preparam a vestidura para me vestir de
louco; se os superiores ordenam a seus inferiores sacrifícios, oração, virtude, desinteresse, e
eles levam uma vida cômoda, viciosa, interessada, são tantas burlas que me fazem; Se as
cabeças civis e eclesiásticas querem a observância das leis, e eles são os primeiros
transgressores, são zombarias que me fazem. Oh, quantas provocações me fazem! São tantas
que estou cansado delas, especialmente quando sob a aparência de bem põem o veneno do
mal, oh! como fazem de Mim um jogo, como se Eu fosse seu brinquedo e seu passatempo, mas
minha justiça cedo ou tarde zombará deles castigando-os severamente. Você reza e repreende-me
por estas zombarias que tanto me doem, e que são a causa pela qual não posso fazer
conhecer quem eu sou”.
(3) Depois, tendo vindo novamente, e como eu estava Fundindo-me toda no Divino Querer,
disse-me:
(4) “Filha queridíssima de meu Querer, Eu estou esperando com ânsia tuas fusões em minha
Vontade; tu deves saber que conforme Eu pensava em minha Vontade, assim ia modelando
teus pensamentos nela, preparando-lhes seu lugar; ao operar, modelava tuas obras em meu
Querer, e assim de todo o resto. Agora, o que eu fazia não o fazia para Mim, porque não tinha
necessidade, mas para ti, e por isso te espero em minha Vontade para que venhas a tomar os
lugares que te preparou minha Humanidade, e sobre as obras que preparei vem fazer as tuas, e
então por isso estarei contente e receberei completa glória quando te ver fazer o que Eu fiz”

14-18
Abril 1, 1922
O momento mais humilhante da Paixão de Jesus foi o ser vestido e tratado como louco.
Toda pena que Jesus sofreu, não era outra coisa que o eco das penas que mereciam as
criaturas.
(1) Passo dias amargos pela privação do meu doce Jesus, e se ele se faz ver é quase como um
raio que foge. Que pena! Que rasgo! Minha mente foi incomodada pelo pensamento de que
não teria retornado mais minha Vida, meu Tudo. Ah, tudo para mim acabou! O que eu vou fazer
para encontrá-lo de novo? A quem eu vou me dirigir? Ah! Ninguém se move a piedade de mim.
Enquanto isso e mais pensava, meu amável Jesus veio e me disse:
(2) “Pobre filha minha, pobre filha minha, quanto sofre, seu estado doloroso supera o mesmo
estado das almas purgantes, porque se estas estão privadas de Mim, são as culpas com que se
vêem sujas as que lhes impedem me ver e elas mesmas não ousam vir ante Mim, Porque
diante da minha Santidade infinita não há pequeno defeito que possa resistir à minha presença;
e se isto o permitisse, que estivessem imundas diante de mim, para elas seria o maior tormento,
que superaria as mesmas penas do inferno. A maior tortura que poderia dar a uma alma, seria
tê-la manchada ante Mim, e Eu para não torturá-la principalmente a deixo purgar primeiro e
depois a admito em minha presença. Mas entre Eu e a pequena filha de meu Querer não são as
culpas que me impedem de me fazer ver, é minha justiça que se interpõe entre Eu e ela, por
isso sua pena de não me ver supera qualquer pena. Pobre filha, ânimo, tocou-te minha mesma
sorte, como são terríveis as penas da justiça, e posso compartilhá-las só a quem vive em minha
Vontade, porque se necessita uma força divina para sustentá-la, mas não temas, voltarei logo
aos modos habituais. Deixa que os raios da justiça toquem as criaturas, também minha justiça
deve fazer seu curso, tu não poderia sustentá-la toda e depois estarei contigo como antes. Mas
apesar disso eu não te deixo, Eu também sei que você não pode ficar sem Mim, por isso eu
estarei no fundo do seu coração e conversaremos juntos”.
(3) Depois segui as horas da Paixão, e seguia meu doce Jesus no momento em que foi vestido
e tratado como louco; minha mente se perdia neste mistério, e Jesus me disse:
(4) “Minha filha, o passo mais humilhante de minha Paixão foi propriamente este, o ser vestido e
tratado como louco, cheguei a ser o brinquedo dos judeus, seu trapo; humilhação maior não
poderia ter minha infinita sabedoria; porém era necessário que eu, Filho de Deus, sofresse esta
pena. O homem pecando fica louco; loucura maior não pode dar-se, e de rei qual é, converte-se
em escravo e brinquedo de vilíssimas paixões que o tiranizam, e mais que a um louco o
acorrentam a seu capricho, lançando-o na lama e cobrindo-o com as coisas mais sujas. ¡¡¡¡¡ Oh!
que grande loucura é o pecado, neste estado o homem jamais podia ser admitido diante da
Majestade Suprema, por isso quis sofrer esta pena tão humilhante, para conseguir ao homem
que saísse deste estado de loucura, oferecendo-me ao meu Pai Celestial para sofrer as penas
que mereciam a sua loucura. Cada pena que sofri em minha Paixão não era outra coisa que o
eco das penas que mereciam as criaturas; este eco ecoava em Mim e me submetia a penas, a
desprezos, a zombarias e a todos os tormentos”.

15-18
Abril 25, 1923
A Vontade de Deus é o caminho real que conduz à Santidade da semelhança do Criador.
Luisa continuando de onde ficou Adão, Deus a constitui como cabeça de todos e portadora
da felicidade e bens que haviam sido atribuídos a todos.
(1) Estava rezando e meu doce Jesus veio, pondo-se junto a mim para rezar junto comigo, mas
bem sua inteligência se refletia na minha e eu rezava com a sua, sua voz ecoava na minha e
rezava com sua palavra; mas quem pode dizer os efeitos intermináveis desta oração? Depois o
meu amado Jesus disse-me:
(2) “Minha filha, quis rezar juntamente contigo para te reafirmar em minha Vontade e te dar a graça
de te encontrar ante a Majestade Suprema no ato da criação do homem, e como o dotamos de
todos os bens e sua vontade era a nossa, e a nossa a sua, tudo era harmonia entre Ele e Nós, o
que queria tomava de Nós: santidade, sabedoria, poder, felicidade, etc., era nosso protótipo, nosso
retrato, nosso filho feliz, Assim que Adão no princípio de sua existência teve uma época em que
cumpria a maravilha a finalidade para a qual foi criado, provou o que significa viver do Querer de
seu Criador, éramos felizes mutuamente ao ver reproduzir em nossa imagem nossos mesmos
atos. Logo, assim que rompeu a sua vontade com a nossa, ficou dividido de nós; portanto os
primeiros atos do homem estão em nossa vontade, e eu não quero outra coisa de ti, senão que
venhas em nosso Querer para seguir de onde Adão deixou, para poder ligar em ti todas as
harmonias que ele rompeu; e assim como esta primeira criatura tendo sido criada por nós como
cabeça de toda a família humana, com subtrair-se do nosso Querer levou a infelicidade a todos,
assim tu com vir a continuar de onde ele deixou, constituímos-te como cabeça de todos, e portanto
portadora daquela felicidade e bens que tinham sido atribuídos a todos se tivessem vivido em
nosso Querer”.
(3) E eu: “Meu Jesus, como pode ser possível isto, se com vir Tu mesmo sobre a terra a redimirnos
e a sofrer tantas penas, não se adquiriu a felicidade que o primeiro homem perdeu para si e
para todos, Como pode ser agora que ao me vincular em teu Eterno Querer possa restituir esta
felicidade perdida?”
(4) E Jesus: “Minha filha, todos os tempos estão em minhas mãos, dou a quem quero, e para isso
me sirvo de quem quero. Muito bem poderia ter trazido a felicidade que contém minha Vontade
sobre a terra, mas não encontrei nenhuma vontade humana que quisesse fazer vida perene na
minha, para retomar os vínculos da Criação e dar-me novamente todos os atos do primeiro homem
como se os tivesse feito todos com o selo da Vontade Suprema, e por isso pôr à disposição de
todos a felicidade perdida. É verdade que estava a minha amada Mãe, mas Ela devia cooperar
junto Comigo à Redenção. Além disso, o homem era escravo, aprisionado por suas mesmas
culpas, doente, coberto de chagas, as mais asquerosas, e Eu como pai amante vinha a
desembolsar meu sangue para resgatá-lo, vinha como médico a curá-lo, como professor a ensinar-lhe
o caminho, o meio para não deixá-lo precipitar no inferno; pobre enfermo, como poderia ter-se
espaçado nos eternos voos de meu Querer se não sabia caminhar; se Eu tivesse querido dar a
felicidade que contém minha Vontade, teria sido como dá-la aos mortos e fazê-la pisotear, o
homem estava indisposto para receber tanto bem e por isso quis ensinar a oração para dispô-los, e
me conformei em esperar outras épocas, deixar passar séculos e séculos para fazer conhecer o
viver em meu Querer, para dar o princípio a esta felicidade”.
(5) E eu: “Meu amor, se com a tua Redenção nem todos se salvam, como pode a tua Vontade dar
a todos esta felicidade?”
(6) E Jesus: “O homem será sempre livre, não lhe tirarei jamais os direitos que lhe dei ao criá-lo; só
que na Redenção vim abrir tantos caminhos, sendas, atalhos para facilitar a salvação, a santidade
do homem; com a minha Vontade venho abrir o caminho real e direto que conduz à santidade da
semelhança do seu Criador e que contém a verdadeira felicidade, mas apesar de tudo isto serão
sempre livres de ficar, quem no caminho real, quem nos caminhos, e quem fora de tudo, mas
estará no mundo o que agora não há, a felicidade do Fiat Volutas Tua como no Céu assim na
terra. O homem fez os primeiros atos em meu Querer e depois se subtraiu, por isso arruinou tudo,
e como era a cabeça de todos, junto se arruinaram os membros. Minha Humanidade formou o
plano de todos os atos humanos na Vontade Divina, minha Mãe me seguiu fielmente, assim que
tudo está preparado; agora não se necessita outra coisa, que outra criatura que querendo viver
perenemente neste Querer, venha a tomar a posse do plano feito por Mim, e abra este caminho
real a todos, o qual conduz à felicidade terrena e Celeste”

16-18
Setembro 2, 1923
Privação de Jesus e outras penas. Ameaças de guerras.
(1) Sentia-me muito amarga pela privação do meu adorável Jesus, muito mais do que fazendo-se
ver como relâmpago me fazia sair de mim mesma, e enquanto Ele rapidamente fugia me via obrigada
a ver coisas trágicas e funestas, ruídos de guerras, como se quisessem comprometer a Itália;
chefes de governo que, aproximando-se de outros chefes, ofereciam somas de dinheiro para fazê-los
cair nos laços da guerra. Desde o mês de janeiro deste ano, estando um dia muito sofredor, Jesus
tinha-me dito que me fazia sofrer para dar luz às nações, porque querendo fazer a guerra queriam
arrastar a outras, oferecendo grandes somas para atraí-los para eles; agora eu acho que eles
adicionam outros esforços para obter a sua tentativa. Que dor, sair de mim mesma, ver pessoas
que sofrem, ver montar outro campo de guerra e não ter a meu Jesus junto comigo para lhe dizer
uma palavra, para lhe arrancar ainda a custa de penas, misericórdia para a humanidade infeliz! E
assim eu passei bastante dias neste estado, meu coração não podia mais, não só sentia a pena de
estar quase privada de meu Jesus, senão também outra pena, tão dura que eu mesma não a sei
manifestar. Por isso, em quanto se fez ver que, estreitando-se a meu coração buscava repouso e
refúgio, pois não podia mais, eu o apertei e lhe disse:
(2) “Minha vida, Jesus, diz-me, em que te ofendi que não venhas? Que é esta outra pena além da
tua privação que me dilacerou e me divide de Ti?
(3) E Jesus todo aflito me disse: “Minha filha, acaso puseste em alguma coisa a vontade de me
ofender, pois teme que me tenha subtraído de ti?”
(4) E eu: “Não meu Jesus, quero morrer antes de te desagradar”.
(5) E Jesus: “Pois bem, uma filha que sempre esteve com o seu pai deve ser atenta em conhecer
os segredos, os modos, as causas de como lida com ela. Tanto tempo faz estou com você e não
entende ainda as causas que me obrigam a me subtrair? mas se você as também compreendeste
os graves males que viste quando como relâmpago vindo a ti, e tirando-te de ti mesma te deixava
sozinha a percorrer a terra, quantas coisas trágicas você não viu? E além disso, os grandes preparativos
de guerra que estão fazendo as nações; o ano passado a França, com mover-se contra a
Alemanha soou a primeira badalada; Itália, ao mover-se contra a Grécia, soou a segunda badalada
de guerra, Logo virá outra nação que soará a terceira para chamá-las ao combate. Que perfídia,
que obstinação! Por isso minha Justiça, não podendo suportar mais tanta obstinação, me obriga a
me subtrair de você para ficar livre em seu curso; e a pena que você sente em seu coração, ademais
da minha privação, não é outra coisa que a pena da humanidade dividida de Mim; certo que é
uma pena horrível, tanto que meu coração estremeceu e agonizou, e agora, pelos vínculos Que
tens Comigo ficas vinculada com toda a família humana, e estás obrigada a sentir tu esta pena,
que as gerações humanas com seus horrendos pecados se dividem de Mim. Coragem, não se
abata, faça que deixe livre o curso à Justiça, e depois estarei de novo contigo, e rezaremos e
choraremos juntos pela sorte do homem, a fim de que não vá mais errante sobre a terra, senão que
retorne a seu Deus”.

17-18
Outubro 11, 1924
Amor de Deus ao criar a criatura. Cada sentido
é uma comunicação entre a alma e Deus.
(1) Sentia-me muito oprimida pela privação do meu doce Jesus. Oh. Oh! quantos temores se
suscitavam em minha alma, mas o que mais me destroçava era que meu Jesus não me amasse
como antes. Depois, enquanto estava nisto, senti-me tomada pelos ombros, e ouvindo a voz de
Jesus no meu ouvido, dizia-me:
(2) “Minha filha, por que teme que eu não te ame? Ah! Se você só conhecesse o meu amor em
geral por todas as criaturas, ficaria surpresa. Com quanto amor não criei a criatura? Com quantos
sentidos não a criei? Cada sentido era uma comunicação que deixei entre Eu e ela, o pensamento
era comunicação entre minha inteligência e a sua, o olho era comunicação entre minha luz e a sua,
a palavra era meio de comunicação entre meu Fiat e o seu, o coração entre meu amor e o seu, em
suma, tudo, o respiro, o movimento, o passo, tudo, tudo era comunicação entre Mim e a criatura.
Eu fazia mais que um pai que, devendo sair de viagem um filho, não só lhe prepara o alojamento,
as vestes, o alimento e tudo o que pode fazer feliz a seu filho, senão que dá virtude ao filho e lhe
diz: Separar-nos-emos, é verdade, mas de longe tu sentirás a minha vida e eu a tua, tu sentirás o
meu pensamento e eu o teu, tu o meu fôlego, o meu coração, e eu os teus, assim que estaremos
longe e perto, separados e inseparáveis, tu sentirás a minha vida e eu a tua’. Mas isto que não
pode ser feito por um pai terreno por seu filho, porque lhe é impossível, o fiz Eu, Pai Celestial, que
enquanto fazia sair à luz a este meu filho, depois de haver preparado Eu mesmo o quarto deste
mundo, punha entre ele e Eu tal união, que eu devia sentir a sua vida em Mim, e a minha criatura a
minha, e este é o meu amor em geral e por todos; que te dizer além do meu amor especial que tive
por ti? Cada sofrimento que te enviei tem sido uma comunicação de mais entre ti e Eu, e portanto
um adorno de mais com o qual embelezava a tua alma; cada verdade que te manifestava era uma
partícula das minhas qualidades, com as quais embelezava e enchia a tua alma; cada graça e cada
vinda minha a ti eram dons que fazia chover sobre ti; não fiz outra coisa que multiplicar minhas
comunicações quase a cada instante para plasmar em ti as diversas belezas minhas, minha
semelhança, a fim de que tu vivas Comigo no Céu e Eu viva contigo na terra, e depois de tudo isso
você duvida do meu amor? Mas digo-te: “Pensa em amar-me e Eu pensarei sempre mais em amarte”.

18-18
Dezembro 25, 1925
São necessárias as disposições para possuir o dom do Querer Divino. Semelhanças Dele. O
viver no Querer Supremo é a coisa maior, é o viver Vida Divina, e a alma trabalha na unidade
da Luz Eterna.
(1) Estava pensando no que está dito anteriormente, que a Vontade de Deus é um dom, e por isso
como dom se possui como coisa própria; em troca quem faz a Vontade de Deus deve estar às
ordens, deve perguntar frequentemente o que deve fazer e pedir que lhe seja dado o dom, não
para ser o dono mas para fazer a mesma ação que Deus quer, que deve devolver o dom que
tomou emprestado. Em minha mente se formavam tantas imagens e semelhanças entre quem vive
no Querer Divino e o possui como dom, e entre quem faz a Santíssima Vontade de Deus, que não
só não possui a plenitude do dom, e se o possui é a intervalos e em empréstimo. Eu digo agora
algumas destas semelhanças:
(2) Suponhamos que tivesse uma moeda de ouro que tivesse a virtude de fazer surgir quantas
moedas eu quisesse, oh! Quão rica poderia fazer-me com este dom, ao contrário, outro recebe-o
em empréstimo este dom por uma hora para realizar uma ação sua e devolvê-lo de imediato; que
diferença entre a minha riqueza pelo dom que possuo e entre a de quem o recebe em empréstimo!
Ou, se eu tivesse uma luz que não se apaga jamais, assim, de noite ou de dia eu estou seguro,
tenho sempre o bem de ver esta luz que ninguém me pode tirar, faz-se comigo como conatural e
faz-me conhecer o bem para o fazer e o mal para o evitar, assim que com esta luz dada a mim em
dom, eu rio-me de todos, do mundo, do inimigo, das minhas paixões, e até de mim mesma;
portanto esta luz é para mim fonte perene de felicidade, Está desarmado e me defende, é sem voz
e me ensina, é sem mãos nem pés e dirige meu caminho e se faz guia segura para me levar ao
Céu. Em troca outra pessoa quando sente a necessidade deve ir pedir esta luz, pois não a tem a
sua disposição, e habituada a não ver sempre junto com a luz, não possui o conhecimento do bem
e do mal e não tem força suficiente para fazer sempre o bem e evitar o mal; então, não possuindo a
luz acesa continuamente, em quantos enganos, perigos e caminhos sinuosos não se encontra?
Que diferença entre quem a possui como dom sua esta luz, e entre quem a deve ir pedir quando a
necessita. Agora, enquanto minha mente se perdia em tantas semelhanças, dizia entre mim:
“Assim, viver na Vontade de Deus é possuir a Vontade de Deus, e isto é um dom; portanto, se a
bondade de Deus não se agrada em dá-lo, o que pode fazer a pobre criatura?” Naquele momento,
o meu amável Jesus moveu-se dentro de mim, como se me apertasse toda a Ele, e me disse:.
(3) “Minha filha, é verdade que viver em meu Querer é um dom, e é possuir o dom maior, mas este
dom que contém valor infinito, que é moeda que surge a cada instante, que é luz que nunca se
apaga, que é sol que jamais tem ocaso, que coloca a alma em seu lugar estabelecido por Deus na
ordem divina e portanto toma seu lugar de honra e de soberania na Criação, não se dá senão a
quem está disposto, a quem não deve fazer esbanjamento, a quem deve estimá-lo tanto e amá-lo
mais que a própria vida, é mais, deve estar pronto a sacrificar a própria vida para fazer que este
dom de meu Querer tenha a supremacia sobre tudo e seja tido em conta mais que a própria vida,
mas bem, sua vida como um nada em comparação a Ele. Por isso primeiro quero ver que a alma
quer fazer em verdade minha Vontade e nunca a sua, pronta a qualquer sacrifício para fazer a
minha, em tudo o que faz me pedir sempre, mesmo como empréstimo o dom de meu Querer.
Então Eu, quando vejo que nada faz sem o empréstimo do meu Querer, dou-o como dom, porque,
pedindo-o e pedindo-o mais uma vez, formou o vazio na sua alma para pôr este dom celestial, e
por ter-se habituado a viver com o empréstimo deste alimento divino, perdeu o gosto do próprio
querer, seu paladar se enobreceu e não se adaptará aos alimentos vis do próprio eu; portanto,
vendo-se em posse do dom que ela tanto suspirava, ansiava e amava, viverá da Vida daquele dom,
o amará e o terá na estima que merece. Você não condenaria um homem que enche de afeto
pueril a uma criança, só para que estivesse um pouco em sua companhia entretendo-se juntos, lhe
desse uma nota de mil, e a criança não conhecendo o valor, depois de alguns momentos o partisse
em mil pedaços? Mas se em troca primeiro o faz desejar, logo lhe faz conhecer o valor, depois o
bem que lhe pode fazer essa nota de mil e logo o dá, aquele menino não o fará em pedaços, senão
que ira a guardá-lo sob chave, apreciando o dom e amando mais ao doador, Você elogiaria o
homem que teve a habilidade de fazer conhecer o valor da nota ao pequeno menino. Se isto faz o
homem, muito mais Eu que dou meus dons com sabedoria, com justiça e com verdadeiro amor; eis
então a necessidade das disposições, do conhecimento do dom e da estima e do amor ao mesmo
dom. Por isso, como precursor do dom de minha Vontade que quero fazer à criatura é o
conhecimento dela, o conhecimento prepara o caminho, o conhecimento é como o contrato que
quero fazer do dom que quero dar, e quanto mais conhecimento envia à alma, tanto mais é
estimulada a desejar o dom e a solicitar ao Divino Escritor que ponha a última assinatura, que o
dom é seu e o possui. Então, o sinal de que quero fazer dom do meu Querer nestes tempos, é o
conhecimento dEle, por isso esteja atenta em não deixar escapar nada do que te manifesto sobre a
minha Vontade, se queres que Eu ponha a última assinatura do dom que suspiro dar às criaturas”..
(4) Depois disto, minha pobre mente se perdia no Querer Supremo, e fazia quanto mais podia por
fazer todos meus atos na Divina Vontade; me sentia investida por uma luz suprema, e meus
pequenos atos, assim que saíam de mim, tomavam lugar naquela luz e se convertiam em luz, e eu
não podia ver nem o ponto da luz no qual os tinha feito, nem onde encontrá-los, só via que se
haviam incorporado naquela luz interminável e não mais, e a mim me era impossível poder navegar
em toda aquela luz inacessível, estar dentro de mim sim, mas atravessá-la toda não era dado a
minha pequenez. Enquanto eu estava nisso, meu amável Jesus se moveu dentro de mim e me
disse:.
(5) “Minha filha, como é belo o agir da alma em minha Vontade, seu ato se une ao ato único de seu
Criador que não conhece sucessão de atos, porque a luz eterna não é divisível, e se se pudesse
dividir, o que não pode ser, a parte dividida se tornaria trevas, assim que o ato divino, sendo luz, de
todo seu agir forma um só ato. Por isso a alma operando na luz do meu Querer se une àquele ato
único do seu Criador e toma lugar no âmbito da luz da eternidade, por isso não pode vê-los, nem
na parte da luz onde os tem feito, nem onde se encontram, porque a luz eterna de Deus, para a
criatura, é intransponível, não se pode abranger toda, mas tenha por certo que seu ato está
naquela luz, que toma lugar no passado, no presente e no futuro. Olhe o sol, sendo ele imagem da
sombra da luz divina, tem em parte esta propriedade: Suponha que você trabalhasse no ponto
onde o sol expande sua luz solar, você vê sua luz diante, sobre e atrás de você, à direita e à
esquerda, por isso se você quisesse ver qual é a parte da luz do sol que toda te circundava, você
não a saberia encontrar nem distinguir, Você saberia apenas que a luz dele estava sobre você.
Agora, aquela luz estava desde o primeiro instante em que foi criado o sol, está e estará, e se seu
ato pudesse converter-se em luz solar como se converte em luz divina, poderia encontrar sua parte
de luz e a luz que te foi dada pelo sol para te fazer trabalhar? Claro que não, mas saberia que de
você saiu um ato que se incorporou na luz do sol, por isso digo que viver no Querer Supremo é a
coisa maior, é o viver Vida Divina. O Celestial Criador, quando vê a alma em sua Vontade, toma-a
em seus braços, e pondo-a em seu ventre a faz operar com suas próprias mãos e com aquela
potência daquele Fiat com o qual foram feitas todas as coisas; faz descer sobre a criatura todos os
seus reflexos para lhe dar a semelhança de seu agir; eis por que razão a obra da criatura se torna
luz e se une àquele ato único do seu Criador e constitui glória eterna e louvor contínuo do seu
Criador. “Por isso sê atenta e faz com que o viver em meu Querer seja para ti teu todo, a fim de
que jamais possas descender de tua origem, isto é, do seio de teu Criador”.. .

19-18
Maio 6, 1926
Os que vivem no Querer Divino são os
primeiros diante de Deus, e formam sua coroa.
(1) Estava segundo meu costume Fundindo-me no Santo Querer Divino e pedia à Mãe Celestial
que viesse junto comigo, que me desse sua mão, a fim de que guiada por Ela pudesse
corresponder ao meu Deus por todo aquele amor, aquela adoração e glória que todos lhe devem.
Agora, enquanto dizia isto, o meu amado Jesus mexeu-se dentro de mim e disse-me:.
(2) “Minha filha, tu deves saber que os primeiros diante da Majestade Suprema são aqueles que
viveram em meu Querer e que jamais saíram de minha Vontade. Minha mãe veio ao mundo depois
de quatro mil anos, porém diante de Deus foi primeiro que Adão; seus atos, seu amor, estão na
primeira ordem das criaturas, assim que seus atos estão primeiro que todos os atos das criaturas,
porque Ela foi a mais próxima a Deus, ligada aos vínculos mais estreitos de santidade, de união e
de semelhança, e com o viver em nosso Querer seus atos se tornavam inseparáveis dos nossos, e
como são inseparáveis se tornam os atos mais próximos, como coisas conaturais a seu Criador. O
primeiro e o depois em nossa Vontade não existem, mas tudo é como ato primeiro, por isso quem
vive em minha Vontade, Mesmo que venha ao último, é sempre antes de todos. Assim não se
olhará a época em que as almas sairão à luz do tempo, senão que se verá se a Vida de minha
Vontade esteve nelas como centro de vida, reinante e dominante em todos seus atos, tal como
rainha e domina no seio da Divindade, estas serão as primeiras, Seus atos feitos em nosso Querer
se elevarão sobre todos os atos das outras criaturas, e todos ficarão para trás, por isso estas almas
serão nossa coroa. Olha, enquanto você chamava minha mãe no meu Querer para me retribuir em
amor, adoração e glória, meu Querer uniu vocês, e o amor, a glória, a adoração que fazia a Rainha
Soberana se tornaram atos seus, e os seus se tornaram atos da minha mãe, A minha vontade tudo
pôs em comum, e uns se tornaram inseparáveis dos outros, e eu ouvia em ti a voz de minha mãe,
sentia seu amor, sua adoração, sua glória, e em minha Mãe ouvia tua voz que me amava, me
adorava, me glorificava; como me sentia feliz, encontrar e sentir a mãe na filha e a filha na mãe.
Minha Vontade une a todos e a tudo, não seria verdadeiro viver em meu Querer, nem obrar de
minha Vontade, se tudo o que a Ela pertence e todo o seu eterno agir não o concentra na alma que
nela vive e onde tem o seu Reino e domínio. Se isto não fosse, o Reino de minha Vontade seria um
Reino dividido, o que não pode ser, porque minha Vontade une tudo junto seu obrar e dele faz um
só ato, e se diz que cria, redime, santifica e outras coisas, são os efeitos daquele só ato que jamais
muda ação. “Por isso, quem vive em meu Querer sua origem é eterno, inseparável de seu Criador
e de todos aqueles nos quais minha Vontade teve seu Reino e seu domínio”.. .

20-18
Novembro 1, 1926
O que faz o Fiat Supremo em cada coisa criada e as lições
que dá às criaturas para vir a reinar no meio delas.
(1) Estava fazendo meu habitual giro em toda a Criação para poder amar, glorificar, como ama e
glorifica o próprio Fiat Divino em todas as coisas criadas. Mas enquanto fazia isto pensava: “Meu
doce Jesus me faz girar por toda a Criação, como para alcançar sua Vontade em todos seus atos,
fazer-lhes companhia, dar-lhes um meu te amo, um obrigado e um te adoro, e pedir que logo venha
seu Reino; mas eu não sei tudo o que faz este Fiat Divino em cada coisa criada, gostaria de saber
para que um deles seja meu ato com o seu”. Agora, enquanto pensava assim, meu sempre amável
Jesus, todo bondade saiu de dentro de mim e me disse:
(2) “É justo que a pequena filha de meu Querer saiba o que faz Aquele de onde veio sua origem.
Tu deves saber que o meu Fiat Eterno não só preenche toda a Criação e é vida de cada coisa
criada, mas tem espalhadas todas as nossas qualidades em tudo o que foi criado, porque a
Criação devia servir de paraíso terrestre à família humana, e portanto devia ser o eco das
bem-aventuranças e felicidades do Céu; se não tivesse contido as alegrias e os contentamentos da
Pátria Celestial, como poderia formar a felicidade da pátria terrena? Muito mais que uma era a
Vontade, tanto a que beatificava o empírico como a que devia fazer feliz a terra. Agora, queres
saber o que faz a minha Vontade no céu, naquele azul que se vê sempre firme e estendido sobre a
cabeça de todos e não há ponto em que não se veja o céu, de noite e de dia está sempre no seu
posto? Olhe, nossa Vontade tem espalhada nossa eternidade, nossa firmeza que jamais muda,
está sempre em seu equilíbrio perfeito, que por nenhuma circunstância jamais muda, e enquanto
ama glorifica nossa eternidade, nosso Ser imutável, faz feliz à terra e diz ao homem: „Olha, toma
por modelo o céu que está sempre estendido sobre tua cabeça, sê sempre firme no bem como eu
sou Eu, sempre estendida aqui para te proteger, a fim de que também tu, como segundo céu que
está povoado de estrelas, que a teu olho parecem tão unidas ao céu que se pode dizer que as
estrelas são filhas do céu, assim também tu se és firme no bem, o céu de tua alma será povoado
de estrelas, como tantos partos e filhas tuas.‟ Então, ao fazer teu giro na Criação, quando chegares
ao céu, também tu, unida com a nossa Vontade ames e glorifiques a nossa eternidade, o nosso
Ser imutável que jamais muda, e pede-lhe que faça firmes as criaturas no bem, a fim de que sejam
o reflexo do céu e gozem a felicidade que leva um bem contínuo e jamais interrompido”.
(3) Depois, seguindo teu giro no espaço da Criação, chegarás ao sol, astro do céu mais próximo da
terra, para levar às criaturas a fonte da felicidade terrena e as semelhanças das bem-aventuranças
e gostos da felicidade da Pátria Celestial. Quer então saber o que faz minha Vontade no sol?
Glorifica nossa luz interminável, nossos gostos inumeráveis, ama e glorifica a infinidade de nossas
doçuras, as indescritíveis tintas de nossas belezas, e com o seu calor faz eco ao nosso imenso
amor. Oh! como nos exalta o sol, ama e glorifica nosso Ser Divino, e assim como nossa Divindade
revelada beatifica com atos sempre novos toda a Pátria Celestial, assim o sol, eco fiel de seu
Criador, portador celeste da Majestade Suprema, velada por sua luz, na qual minha Vontade
domina e reina, leva à terra a felicidade terrena, leva sua luz e seu calor, leva a doçura e os gostos
quase inumeráveis às plantas, às ervas, aos frutos, leva a cor e o perfume às flores e tantas
variadas tintas de beleza que fazem feliz e embelezam toda a natureza. Oh! como o sol oferece,
mais bem minha Vontade no sol, por meio das plantas, dos frutos, das flores, às gerações
humanas a verdadeira felicidade terrena, e se não gozam plenamente, é porque se separaram
daquela Vontade que reina no sol e a vontade humana pondo-se contra a Divina destrói sua
felicidade. E minha Vontade velada na luz do sol diz ao homem desde a altura de sua esfera,
enquanto ama e louva nossas qualidades divinas: „Sê sempre luz como o sou Eu, em tudo o que
você faz, a fim de que a luz te converta tudo em calor e chegues a ser como uma só chama de
amor para o teu Criador. Olha para mim, sendo Eu sempre luz e calor possuo a doçura, tão é
verdade que a comunico às plantas, e das plantas a ti; também tu, se fores sempre luz e calor
possuirás a doçura divina, não terás mais fel e ira em teu ânimo, possuirás os gostos e as várias
tintas das belezas do Ser Supremo, serás sol como Eu, muito mais que Deus me fez para ti, e tu
foste feito para Ele, portanto é justo que sejas mais sol do que eu.‟ Vê minha filha quantas coisas
tens que fazer unida com minha Vontade nessa esfera do sol, tens que louvar, amar e glorificar
nossa luz, nosso amor, nossas infinitas doçuras, nossos gostos inumeráveis e nossa beleza
incompreensível, e tens que conseguir às criaturas todas as qualidades divinas que contém o sol, a
fim de que minha Vontade encontrando as qualidades divinas, em meio a elas venha a reinar
desveladamente com seu pleno triunfo em meio às gerações humanas. E agora minha filha,
desçamos à parte baixa da terra, ponhamo-nos no mar onde estão acumuladas massas de águas
cristalinas, símbolo da pureza divina, estas águas caminham sempre, não se detêm jamais, não
têm voz e murmuram, não têm vida e são fortes, de modo que formam tão altas suas ondas que
atropelam e fazem pedaços navios, nações e coisas, e depois que destruíram as coisas que
investiram, descem pacíficas em sua praia, como se nada tivessem feito, continuando seu habitual
murmúrio. Oh! como a minha Vontade no mar louva, ama e glorifica a nossa força, a nossa força, o
nosso movimento eterno que jamais se detém, e se a nossa Justiça forma as suas justas ondas
fragrantes para destruir cidades e nações, como mar pacífico depois da tempestade nossa paz
jamais é perturbada, e minha Vontade velada pelas águas do mar diz ao homem: „Sê puro como
estas águas cristalinas, mas se queres ser puro caminha sempre para o Céu, de outra maneira te
corromperias como se corromperiam estas águas tão puras se não caminhassem sempre; o
murmúrio de tua oração seja contínuo se queres ser forte e potente ao Meu lado, se queres lançar
por terra os mais fortes inimigos e a tua vontade rebelde que me impede de revelar-me e sair deste
mar para vir reinar em ti e estender em ti o mar pacífico da minha Graça.‟ Será possível que
queiras estar debaixo deste mar que tanto me glorifica? Também tu louva, ama e glorifica nossa
pureza, nossa potência, força e justiça, unida com minha Vontade que te espera no mar como a
filha sua, nosso movimento eterno para as criaturas para fazer-lhes o bem, o murmúrio contínuo do
nosso amor por meio das coisas criadas, que enquanto murmura amor, quer a correspondência
contínua do murmúrio do amor contínuo das criaturas, e pede a minha Vontade que lhes dê as
qualidades divinas que exercita no mar, a fim de que venha a reinar no meio daqueles que a têm
rejeitada em toda a Criação. Por isso se queres saber o que faz minha Vontade em toda a Criação,
gira nela, e meu Fiat encontrando a sua filha em todas as coisas criadas, se revelará e te dirá o
que faz para a Divina Majestade, e a chamada e as lições que quer dar às criaturas”.

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