10-19 Março 26, 1911
O único consolo que consola Jesus é o amor.
(1) Esta manhã, encontrando-me fora de mim mesma via a Celestial Mãe com o menino nos braços; o divino menino me chamou com sua pequena mãozinha, e eu voei para me pôr de joelhos diante da Mãe Rainha, e Jesus me disse:
(2) “Minha filha, hoje quero que fale com nossa Mãe”.
(3) E eu disse: “Celestial Mãe, diz-me, há alguma coisa em mim que desagrade a Jesus?”
(4) E Ela: “Caríssima filha minha, fica tranquila, por agora não vejo nada que desagrade a meu Filho, se, jamais, chegar a incorrer em alguma coisa que possa desgostá-lo, rapidamente te avisarei, confia em tua Mãe e não temas”.
(5) Como a Celestial Rainha me assegurava o anterior, me sentia infundir nova vida, e adicionei: “Dulcíssima Mãe minha, em que tristes tempos estamos, diga-me, é verdade que Jesus quer as casas de reunião dos sacerdotes?”
(6) E Ela: “Certamente as quer, porque as ondas estão por elevar-se demasiado alto, e estas reuniões serão as âncoras, as lâmpadas, o comando com o qual a Igreja se salvará do naufrágio na tempestade, porque enquanto parecerá que a tempestade tenha submergido tudo, depois da tempestade se verá que permaneceram as âncoras, as lâmpadas, o comando, ou seja as coisas mais estáveis para continuar a vida da Igreja. Mas, oh! como são vis, covardes e duros de coração, quase nenhum se move enquanto são tempos de obras, os inimigos não descansam, e eles estão negligentemente, mas pior será para eles”.
(7) Depois ele adicionou: “Minha filha, procura suprir tudo com o amor, uma só coisa te importa, amar, um só pensamento, uma só palavra, uma só vida, amor; se queres contentar e agradar a Jesus, ama-o e dá-lhe sempre ocasião de falar de amor, este é seu único consolo que o reconforta, o amor; lhe diga que te fale de amor e Ele se porá em festa”.
(8) E eu: “Meu querido Jesus, ouves o que diz a nossa Mãe? Que te peça amor e que fales de amor”.
(9) E Jesus festejando disse tais e tantas coisas da virtude, da altura, da nobreza do amor, que não me é dado saber dizê-lo com a minha linguagem humana, por isso melhor ponho ponto final.
11-19
Maio 22,1912
O verdadeiro amor não está sujeito a descontentamento.
(1) Encontrando-me em meu habitual estado, brevemente veio o bendito Jesus, e sentindo em mim um certo descontentamento me disse:
(2) “Minha filha, o verdadeiro amor não está sujeito a descontentamentos, mas sim, dos mesmos descontentamentos toma ocasião para mudá-los nos mais belos contentamentos por virtude do amor, muito mais, que sendo Eu o contente dos contentes, não posso tolerar algum descontentamento na alma que me ama, pois sentindo Eu seu descontentamento como se fosse mais meu que seu, sou obrigado a dar-lhe a coisa que a faz feliz para tê-la toda uniforme a Mim, de outra maneira haveria algumas fibras, batimentos, pensamentos discordantes, dessemelhantes, que fariam com que se perdesse o mais belo de nossa harmonia, e Eu não posso tolerar tudo isto em quem verdadeiramente me ama. Além disso, o verdadeiro amor por amor obra e por amor não obra, por amor pede e por amor cede, assim que o verdadeiro amor faz terminar tudo no amor, por amor morre e por amor ressurge”.
(3) E eu: “Jesus, parece que queres evitar-me com este falar, mas deves saber que eu não cedo; por agora por amor cede Tu a mim, faz-me um ato de amor e cede ao que me é tão necessário e que a tanto estou obrigada, do resto cedo tudo diante de Ti, de outra maneira ficaria descontente”.
(4) E Jesus: “Queres vencer por caminhos de descontentamentos”.
(5) Sorriu e desapareceu.
12-19
Setembro 18, 1917
Efeitos da constância no bem.
(1) Continuando o meu estado habitual, passei-o em penas, muito mais que a minha Mãe Celestial se fizera ver chorando, e tendo-lhe perguntado, minha mãe, por que choras? Disse- me:
(2) “Minha filha, como não devo chorar se o fogo da justiça divina quiser devorar tudo? O fogo das culpas devora todo o bem das almas, e o fogo da justiça quer destruir tudo o que pertence às criaturas, e vendo que o fogo corre, choro, por isso, reza, reza”.
(3) Depois lamentava-me com Jesus por suas privações, me parecia que sem Ele não podia mais, e meu amável Jesus, movido à compaixão de minha pobre alma, veio e me transformando em Ele me disse:
(4) “Minha filha, paciência, a constância no bem põe tudo a salvo, mas digo-te que quando tu, privada de Mim, lutas entre a vida e a morte pela dor de estar privada do teu Jesus, e apesar de tudo isto és constante no bem e nada descuidas, não fazes outra coisa que espremer-te a ti mesma, e ao espremer-te sai o amor próprio, as satisfações naturais, a natureza fica como desfeita e fica só um sumo tão puro e doce, que Eu com muito gosto tomo e adoço-me e olho-te com tanto amor e ternura, de sentir as tuas dores como se fossem minhas. Então se você está frio, árido ou de outro modo e é constante, são outras tantas espremidas que você se dá, e mais suco formas para o meu coração amargo. Acontece como com um fruto espinhoso e de casca dura, mas que dentro contém uma substância doce e útil; se a pessoa é constante em remover as espinhas, ao espremer aquele fruto extrairá toda a substância do fruto e provará o requinte desse fruto, Assim que o pobre fruto ficou vazio do requintado que continha e os espinhos e a casca foram jogados. Assim a alma, na frieza, na aridez, lança à terra as satisfações naturais, se esvazia de si mesma e com a constância se expressa a si mesma, e a alma fica com o fruto puro do bem, e eu desfruto o doce deste. Por isso, se fores constante, tudo te servirá para o bem, e eu apoiarei com segurança os meus agradecimentos”.
13-19
Setembro 21, 1921
Deus quer dar seus bens a seus filhos. O obrar na Divina Vontade é dia.
(1) Encontrando-me no meu estado habitual, o meu sempre amável Jesus ao vir disse-me:
(2) “Minha filha, em que dolorosas condições me colocam as criaturas. Eu sou como um pai riquíssimo e que ama muito a seus filhos, mas seus filhos são extremamente ingratos, porque enquanto o pai quer vesti-los, estes rejeitam as vestes e querem ficar nus; o pai lhes dá o alimento, e estes querem ficar em jejum, e se comem, se alimentam de alimentos sujos e vis; o pai lhes doa suas riquezas, quer tê-los ao seu redor, lhes dá seu mesmo quarto, e os filhos nada querem aceitar e se contentam em andar errantes, sem teto e pobres. ¡ Pobre pai, quantas dores, quantas lágrimas não derrama! Seria menos infeliz se não tivesse o que dar, mas ter os bens e não ter o que fazer com eles, e ver perecer seus filhos, isto é uma dor que supera qualquer dor. Tal sou Eu, quero dar e não há quem tome, assim que as criaturas são causa de me fazer derramar lágrimas amargas e de ter uma dor contínua; mas você sabe quem enxuga minhas lágrimas e me muda a dor em alegria? Quem quer estar sempre junto Comigo, quem toma com amor e com filial confiança minhas riquezas, quem se alimenta a minha mesma mesa e quem se veste com minhas mesmas vestes; a estes Eu dou sem medida, são meus confidentes e os faço repousar sobre meu próprio seio”.
(3) Depois disto me encontrei fora de mim mesma, e via surgir novas revoluções entre partidos e partidos, e como estas serão causa de maiores combates, e meu doce Jesus me disse:
(4) “Minha filha, se não se formam os partidos não podem acontecer as verdadeiras revoluções, especialmente contra a Igreja, porque se não estivesse o partido faltaria o elemento contra o qual se quisesse combater; mas quantos deste partido que aparentemente se diz católico são verdadeiros lobos cobertos com o manto de cordeiros, e darão muitas dores à minha Igreja; muitos crêem que com este partido será defendida a religião, mas será o contrário, e os inimigos se servirão dele para amaldiçoar principalmente contra Ela”.
(5) Depois voltei em mim mesma, e era a hora quando meu amado Jesus saía da prisão e era levado de novo diante de Caifás2, eu tentei acompanhá-lo neste mistério, e Jesus me disse:
(6) “Minha filha, quando fui apresentado a Caifás era pleno dia, e era tanto o amor que Eu tinha pelas criaturas, que saía neste último dia diante do pontífice todo deformado, chagado, para receber a condenação de morte; mas quantas penas devia me custar esta condenação, E eu tornava estas penas em dias eternos, com os quais circundava cada uma das criaturas, a fim de que, afastando-a das trevas, cada uma encontrasse a luz necessária para se salvar e punha à sua disposição a minha condenação de morte para que nela encontrassem a sua vida. Assim, cada pena e cada bem que Eu fazia, era um dia a mais que dava à criatura; e não somente Eu, mas também o bem que fazem as criaturas é sempre dia que formam, assim como o mal é noite. Acontece como quando uma pessoa tem uma luz e se encontram perto dela dez, vinte pessoas, apesar de que a luz não é de todas, mas de uma só, as outras gozam da luz, podem trabalhar, ler, e enquanto elas se aproveitam da luz, Não fazem mal à pessoa que a possui. Assim acontece com o bem agir, não só é dia para ela, mas pode fazer o dia a quem sabe quantas outras; o bem é sempre comunicativo e o meu amor não só me incitava a Mim, mas dava a graça às criaturas que me amam de formar tantos dias em proveito dos seus irmãos, por quantas obras boas vão fazendo”.
14-19
Abril 6, 1922
Efeitos dos atos feitos no Divino Querer. Na Divina Vontade a alma se põe ao nível de seu Criador.
(1) Encontrando-me no meu estado habitual, o meu doce Jesus transportou-me para fora de mim mesma e fez-me ver multidões de povos que choravam, sem abrigo, em poder da maior desolação; cidades derrubadas, ruas desertas e inabitáveis; não se via outra coisa que montões de pedras e escombros; só um ponto ficava intacto sem ser tocado pelo flagelo, meu Deus, que pena ver estas coisas e viver! Eu olhava para meu doce Jesus, mas Ele não queria me ver, mas chorava amargamente, e com voz entrecortada pelo pranto me disse:
(2) “Minha filha, o homem pela terra esqueceu o Céu, é justo que lhe venha tirado o que é terra e vá errante sem poder encontrar onde refugiar-se, a fim de que se recorde que existe o Céu. O homem pelo corpo esqueceu a alma, portanto tudo ao corpo: os prazeres, as comodidades, suntuosidades, o luxo e demais, enquanto a alma está em jejum, privada de tudo e em muitos morta, como se não a tivessem; então é justo que seja privado o corpo, a fim de que se recordem que têm uma alma, mas, oh, como é duro o homem! Sua dureza me obriga a golpeá-lo demais, talvez sob os castigos possa amolecer”.
(3) Eu me sentia dilacerar o coração e Ele continuou:
(4) “Tu sofres muito ao ver o mundo querer estremecer, e a água e o fogo sair de seus limites e lançar-se contra o homem, por isso voltemos juntos a tua cama e rezemos juntos pela sorte do homem. No meu Querer sentirei teu coração palpitante sobre toda a face da terra, que me dará um palpitar por todos, que me diz: Amor’; e enquanto castigar as criaturas, teu batimento se interporá para fazer que os castigos sejam menos duros, e levem ao tocar-lhes o bálsamo do meu amor e do teu”.
(5) Então eu fiquei aflitíssima, muito mais porque ao retirar-nos meu doce Jesus se escondia em meu interior, tão dentro que quase não se fazia sentir mais. Que pena! Que dor! O pensamento dos flagelos me aterrorizava, sua privação me dava penas mortais. Agora, neste estado tratava de fundir-me no Santo Querer de Deus e dizia: “Meu amor, no teu Querer o que é teu é meu, todas as coisas criadas são minhas, o sol é meu, e eu to dou em correspondência, a fim de que toda a luz e calor do sol, em cada raio de luz, de calor, te diga que eu te amo, te adoro, te abençoo, e te peço por todos. As estrelas são minhas, e em cada cintilação de estrela selo meu te amo imenso e infinito por todos. As plantas, as flores, a água, o fogo, o ar, são meus, e eu os dou em correspondência, para que todos te digam, e em nome de todos, te amo com aquele amor eterno com o qual nos criou”. Mas se quisesse dizer tudo me estenderia muito. Então Jesus, movendo-se em meu íntimo, disse-me:
(6) “Minha filha, como são belas as orações e os atos feitos em meu Querer, a criatura se transforma no mesmo Deus Criador e lhe dá a correspondência do que Ele lhe deu. Tudo o criei para o homem e tudo a ele doei. Em minha Vontade a criatura se eleva em seu Deus Criador e o encontra no ato no qual criou todas as coisas para dá-las em dom, e ela, trêmula diante da multiplicidade de tantos dons e não tendo nela a força criadora para poder criar tantas coisas por quanto recebeu, oferece suas mesmas coisas para retribuí-lo em amor. Sol, estrelas, flores, água, fogo, ar, te dei para te dar amor, e você, com reconhecimento os aceitou, e pondo em comércio meu amor me deu a correspondência, assim que sol te dei e sol me deu, estrelas, flores, água, etc., te dei, e você os deu a Mim. As notas do meu amor ressoaram de novo sobre todas as coisas criadas, e com voz unânime me deram o amor que fiz correr sobre toda a Criação.
(7) Em minha Vontade a alma se põe ao nível de seu Criador, e em seu próprio Querer recebe e dá. Oh, que competição entre criatura e Criador! Se todos pudessem vê-la ficariam estupefatos ao ver que em minha Vontade a alma chega a ser um pequeno deus, mas tudo em virtude da potência de minha Vontade”.
15-19
Abril 28, 1923
Luisa deve pisar a cabeça infernal. Viver no Divino Querer é o triunfo completo do Criador sobre a criatura. A finalidade principal da vinda de Jesus à terra foi que a Vontade Divina triunfe sobre a vontade humana.
(1) Sentia-me como imersa na luz interminável da eterna Vontade, e meu doce Jesus me disse:
(2) ” Minha filha, minha Divindade não tem necessidade de obrar para fazer sair suas obras, basta só amá-las, assim que quero e faço; as obras maiores, mais belas, saem fora só com que as queira; em troca a criatura embora as quisesse, se não trabalha, não se move, nada faz. Agora, para quem faz seu meu Querer e vive nele como em sua própria morada, vem-lhe comunicado, quanto a criatura é possível, o mesmo poder”.
(3) Enquanto dizia isto, sentia-me puxar para fora de mim mesma, e encontrava debaixo dos meus pés um feio monstro que se mordia todo pela raiva, e Jesus estando perto de mim acrescentou:
(4) “Assim como minha Virgem Mãe esmagou a cabeça da serpente infernal, assim quero que outra virgem, que deve ser a primeira possuidora da Vontade Suprema, esmague de novo aquela cabeça infernal, para esmagá-lo e enfraquecê-lo em modo de jogá-lo no inferno, a fim de que tenha pleno domínio sobre ele e não se aproxime a quem deve viver em meu Querer, por isso ponha seu pé sobre sua cabeça e Fixe-o”.
(5) Eu, ousadamente o fiz, e aquele se mordia de mais e para não sentir meu contato se escondia nos mais obscuros abismos. Então Jesus disse:
(6) ” Minha filha, tu acreditas que não é nada viver em meu Querer, não, não, mas sim o todo, é o cumprimento de todas as santidades, é o domínio absoluto de si mesmo, de suas paixões e de seus capitais inimigos, é o triunfo completo do Criador sobre a criatura, Então, se ela adere e eu a faço viver no meu querer, sem querer conhecer mais o seu querer, não tenho mais nada para querer da criatura, e ela não tem mais nada para me dar, todas as minhas ânsias estão cumpridas, realizados meus desígnios, não resta mais que nos fazer felizes mutuamente. É verdade que vim à terra para redimir o homem, mas minha finalidade principal foi que a Vontade Divina triunfasse sobre a vontade humana pondo de acordo estas duas vontades e fazer delas uma só, levando-a naquela Vontade de onde tinha saído. Era esta a principal ofensa que meu Pai Celestial recebeu do homem, e Eu devia ressarci-lo, de outra maneira não lhe teria dado plena satisfação. Mas para obter a primeira finalidade devo primeiro pôr fora a segunda, isto é, salvá-lo, dar-lhe a mão porque estava caído, lavá-lo da lama em que jazia; como eu poderia dizer vem a viver em meu Querer, se era horrível ao ver-se e estava sob a escravidão do inimigo infernal? Então, depois de ter obtido a segunda finalidade, quero pôr a salvo a primeira, que minha Vontade se faça na terra como no Céu, e o homem saído de minha Vontade reentre de novo nela, e para obter isto, dou a esta primeira criatura todos os meus méritos, todas as minhas obras, os passos, o meu coração palpitante, as minhas chagas, o meu sangue, toda a minha humanidade, para a dispor, para a preparar, para a fazer entrar na minha Vontade, porque primeiro deve tomar o fruto completo da minha Redenção, e como em triunfo entrar em posse do mar imenso da minha Suprema Vontade, não quero que entres como estranha mas como filha, não pobre mas rica, não feia mas bela, como se fosses outro Eu. Por isso quero concentrar toda minha Vida em você”.
(7) E, enquanto isso dizia, saíam dEle como tantos mares que se derramavam sobre mim, e eu ficava dentro, abismada, e ao mesmo tempo um sol que expandia a sua luz, porque recebia o fruto completo da redenção, para poder dar o fruto completo do seu querer à criatura, era o Sol do Eterno Querer que festejava a entrada da vontade humana na sua.
(8) E Jesus: “Esta minha Vontade Divina cresceu como uma flor em minha Humanidade, a qual Eu transplantei do Céu ao verdadeiro Éden de minha Humanidade terrena; germinou em meu sangue, brotou de minhas chagas para fazer dela o dom maior à criatura, não queres recebê-lo?”
(9) E eu: “Sim”.
(10) E Ele: “Quero transplantá-la em ti, ama-a e deves saber guardá-la”.
16-19
Setembro 6, 1923
Quando o amor acaba, começa a culpa.
(1) Sentia-me petrificada pela dor da privação do meu doce Jesus, parece-me que também suas breves visitas como relâmpagos, sua sombra, vão diminuindo, único sustento meu na sua privação, que como pequenas gotas de orvalho sustentam a pobre planta da minha alma, que queimada, seca por sua privação lhe dão um fio de vida para não fazê-la morrer; mas estava toda resignada a sua Vontade, e buscava por quanto estava em mim seguir meus atos interiores como quando junto com Jesus empreendia o voo em seu Santíssimo Querer, mas oh! Como diversos os fazia, os fazia mal, não encontrando a todos para dar por todos ao meu Deus. Então estava dizendo em meu interior:
(2) “Meu Jesus, no teu Querer uno os meus pensamentos aos teus, e como os teus pensamentos circulam em cada inteligência criada, quero que cada pensamento tome dos teus o amor de sua inteligência, para poder pôr no voo do amor cada pensamento de criatura; este Voe para cima, no Céu, ante a Majestade Suprema, e fundindo-se com o Amor Eterno atraia a terra, sobre todas as criaturas, o amor da Santíssima Trindade”.
(3) Agora, enquanto isso e outras coisas fazia, meu adorável Jesus se moveu dentro de mim e suspirando me disse:
(4) “Minha filha, tu não podes estar sem Mim, e muito menos posso Eu estar sem ti; tudo o que tu sentes em seu coração, sou Eu; suas ânsias, seus suspiros, o martírio que sofre porque está privada de Mim, sou Eu, são meus batimentos que se repercutem em ti, que te levam minhas penas, que me escondem de você, por isso, não podendo mais, o amor, superando a justiça me obriga a me mostrar”.
(5) E, enquanto dizia, fez-se ver. Meu Deus, quem pode dizer como me senti renascer? Depois adicionou:
(6) “Minha filha, tu me deste o quarto em ti na terra, e Eu te tenho no Céu, em meu coração, então enquanto você está na terra, você está Comigo no Céu. A Divindade se deleita com a pequena filha do Supremo Querer tendo-a com Eles no Céu, e como temos a nossa pequena filha no Céu e na terra, não nos convém destruir a terra como a justiça gostaria de fazer, merecendo-o as criaturas, ao mais desaparecerão muitas cidades, a terra vai abrir redemoinhos em diferentes pontos fazendo desaparecer lugares e pessoas, as guerras a dizimarão, mas por consideração de nossa pequena filha não a destruiremos, tendo dado a ela a tarefa de fazer viver nossa Vontade sobre a terra. Por isso tem valor, não te abatas demasiado em minha ausência; deves saber que não pode- rei durar muito sem me fazer ver, Eu mesmo não posso, e você não cessa jamais, jamais de me amar, não só por você mas também por todos os nossos queridos irmãos. Com efeito, queres tu saber porquê Adão pecou? Porque esqueceu que Eu o amava e esqueceu de me amar, foi este o primeiro germe de sua culpa, se tivesse pensado que eu o amava muito e que ele estava obrigado a me amar, jamais teria decidido desobedecer-me, então primeiro parou o amor, depois começou o pecado; e assim que cessou de amar a seu Deus, cessou o verdadeiro amor a si mesmo; seus membros e suas potências se rebelaram a ele mesmo; perdeu o domínio, a ordem e se voltou temeroso, não só isto, mas cessou o verdadeiro amor para com as outras criaturas, enquanto que Eu o havia criado com o mesmo amor que reinava entre as Divinas Pessoas, no qual um devia ser a imagem do outro, a felicidade, a alegria, a vida do outro, por isso, vindo à terra, a coisa à qual dei mais importância foi que se amassem um ao outro como eram amados por Mim, para dar-lhes meu primeiro amor, para fazer pairar sobre a terra o amor da Santíssima Trindade. Por isso em todas as tuas penas e privações não te esqueças jamais que Eu te amo muito, para nunca te esquecer de me amar, e como filha do nosso Querer tens a tarefa de me amar por todos, assim estará na ordem e não terá medo de nada”.
17-19
Outubro 17, 1924
Com quanto amor Deus cria as almas, como as faz crescer, como as cuida e se dá tudo a elas.
(1) Estava pensando com quanto amor Jesus nos ama, minha mente se perdia no amor eterno, e meu doce Jesus movendo-se em meu interior fazia-me ver em minha mente uma auréola de luz; dentro daquela auréola havia um Sol, e este Sol continha tantos raios por quantas criaturas existiam, cada uma delas tinha um raio todo para si, que lhe dava vida, luz, calor, força, crescimento, tudo o que era necessário para formar uma vida. Era deleitável ver como cada criatura estava unida a cada raio deste Sol, do qual havia saído, como um ramo à videira. E meu amável Jesus, enquanto minha mente se perdia nisto, me disse:.
(2) “Minha filha, olha com quanto amor amo a criatura, ela, antes de sair à luz do dia deste mundo já estava em meu seio, e ao fazê-la sair não a deixei, um raio de luz que contém minha Vida a segue para fornecer-lhe tudo o que é necessário para desenvolver esta Vida e, com que cuidado a faço crescer! Com quanto amor a rego! Eu mesmo me faço luz, calor, alimento, defesa, e quando termina seus dias no tempo, sobre o caminho do mesmo raio a retiro em meu seio para fazê-la expandir-se na pátria celestial. Meu amor se faz para a criatura mais que o sol que formei no céu azul, mas bem, o sol que criei para benefício da natureza humana não é outra coisa que a sombra de meu verdadeiro Sol, porque o sol da atmosfera não forma as plantas, nem lhes dá a água para que não sequem, nem dá todas as ajudas que são necessárias para que as plantas cresçam belas e fortes, e os homens, mesmo os cegos, possam gozar da sua luz, faz só o seu ofício de iluminar e aquecer e segue adiante, e se as plantas não são regadas não tem nada que fazer para comunicar-lhes seus efeitos, mas as seca a mais. Eu, que sou o verdadeiro Sol das almas, não as deixo nem de noite nem de dia, eu mesmo formo as almas, dou-lhes a água da minha graça para não as deixar secar, nutro-as com a luz das minhas verdades, fortifico-as com os meus exemplos, lhes dou o vento de minhas carícias para purificá-las, o orvalho de meus carismas para embelezar- las, as flechas de meu amor para aquecê-las, em suma, não há coisa que não faça por elas; Eu sou tudo para elas e ponho à disposição de cada uma toda minha Vida para seu bem, mas quanta ingratidão da parte das criaturas, parece que estão unidas como sarmentos à minha videira, não por amor mas por força, porque não podem prescindir de Mim e por isso crescem como sarmentos, que não recebendo todos os humores bons que contém a videira, crescem fracos, sem formar jamais uvas maduras, mas azedas, que amargam o meu gosto divino. Ah! se todos soubessem como amo suas almas, todos ficariam arrebatados pelo atrativo e a força de meu amor e me amariam de mais, por isso me ame você e seu amor se agrade tanto que me ame por todos”..
18-19
Janeiro 10, 1926
O caminho e o trabalho que faz a Divina Vontade em todas as coisas criadas para chegar à criatura, a fim de que ela ponha o último ponto para o seu cumprimento.
(1) Estava Fundindo-me no Santo Querer Divino, e a pequenez de minha mente se perdia nele, por todas partes e em tudo via-o sempre em ato de obrar em toda a Criação. ¡ Oh! como teria querido segui-lo para dar-lhe minha pequena correspondência de amor em tudo o que Ele operava, dar-lhe minha gratidão, minha adoração profunda, minha mesquinha companhia. Agora, enquanto eu pensava assim, meu adorável Jesus se moveu dentro de mim dizendo:.
(2) “Minha filha, minha Vontade está sempre em caminho nas coisas criadas para ir até a criatura, mas quem a completa? Quem põe o último ponto ao trabalho de minha Vontade? A criatura. Isto é, a criatura que toma todas as coisas criadas como cumprimento da minha Vontade; a minha Vontade faz o seu caminho na semente, faz com que a terra a receba, dando-lhe virtude de a fazer germinar e multiplicar-se; faz o seu caminho chamando à água para a regar, ao sol para a fecundar, ao vento para a purificar, ao frio para lhe fazer aprofundar as raízes, ao calor para a desenvolver e para a fazer chegar a justa maturação; depois dá virtude às máquinas para a colher, para a trilhar, para a moer, e assim poder dar-lhe substância de pão, E, chamando ao fogo para a cozer, leva-a à boca da criatura, para que dela coma e conserve a sua vida. Vê então quanto caminho e trabalho fez minha Vontade naquela semente, quantas coisas criadas chamou sobre essa semente para fazê-la chegar como pão à boca das criaturas. Agora, quem põe o último passo no caminho da minha Vontade e o cumprimento do último ato do meu Supremo Querer? Quem toma aquele pão e o come como portador do Divino Querer nele, e conforme come o pão, come meu Querer nele para aumentar as forças do corpo e da alma, para cumprir em todo a Divina Vontade. Pode-se dizer que a criatura é o centro do repouso ao qual a minha Vontade aspira em todos os caminhos e trabalhos que faz em todas as coisas criadas para chegar à criatura; e assim em todas as outras coisas criadas que servem ao homem, A minha vontade faz o seu caminho no mar e trabalha na multiplicação dos peixes; faz o seu caminho sobre a terra e multiplica plantas, animais e pássaros; faz o seu caminho nas esferas celestes para ter tudo debaixo dos seus olhos, para fazer com que nada lhe fuja e fazer-se pés, Mãos e coração para cada criatura, para dar a cada uma o fruto de suas inumeráveis colheitas; mas toda sua festa é somente por quem toma do seu como último ponto e cumprimento de seu Supremo Querer. Se não fosse por minha Vontade, – que assim que se desprendeu seu Fiat, deixou-se em caminho em todas as coisas criadas para fazê-las chegar ao homem, a fim de que tivesse seu primeiro posto o Fiat Supremo em quem e para quem todas as coisas tinham sido criadas, e assim fosse o regulador e o ator da mesma vida da criatura – todas as coisas ficariam paralisadas, e como tantas pinturas nas quais não está a vida das coisas que representam; assim, pobre criatura, se minha Vontade se retirasse de fazer seu caminho em todas as coisas criadas, todas ficariam como pinturas, sem produzir mais o bem que cada coisa contém para o homem; por isso posso dizer que não são as coisas criadas que o servem, senão minha Vontade velada, escondida, que se faz servidora do homem. Não é então justo e o mais sagrado dever, que o homem olhe em todas as coisas a minha Suprema Vontade e a cumpra em tudo, e trocando serviço sirva Aquela que não desdenha servi-lo ainda nas mais pequenas coisas? E Eu me sinto como retribuído, pago por meu trabalho quando vejo que chegam ao homem e as toma como cumprimento de minha Vontade. E por isso faço festa, porque a finalidade de meu longo caminho nas coisas criadas obteve minha tentativa e o cumprimento de minha Vontade realizado na criatura. Acontece a minha Vontade como um ator, o qual deve expor sua cena ao público. ” Pobrezinho! quantos trabalhos escondidos, quantos desvelos, quantos preparativos, quanto arte em seus próprios movimentos não prepara para colocar-se em atitude, agora de fazer sorrir o público, agora de fazê-lo chorar. Em todo este trabalho o ator não faz festa, ou melhor, transpira, cansa-se e cansa-se, e quando tudo lhe parece que já está preparado, prepara-se para chamar o público para ver a sua cena, e quanto mais pessoas vê, mais sente despontar no coração a alegria, quem sabe e talvez possa fazer uma bela festa, mas o verdadeiro cumprimento de sua festa é quando terminada a cena sente correr às mãos cheias as moedas de ouro e de prata em suas mãos, como aprovação e triunfo de sua cena; mas se em troca depois de tantos preparativos, prepara a mesa, toca e volta a tocar trombetas e nenhum se apresenta, ou pouca gente, que aos primeiros atos de sua cena o deixam só, pobrezinho, como sofre, e a esperança de sua festa se muda em luto. Quem tem sido o que tem amargurado tanto aquele pobre ator tão hábil e tão bom em fazer suas cenas? Ah! Pessoas ingratas que não quiseram nem ver as cenas daquele pobre ator. Tal é minha Vontade, que como hábil ator prepara as cenas mais belas para divertir o homem no teatro de toda a Criação, não para receber mas para dar: prepara as cenas de luz, das mais resplandecentes; as cenas de floração e de belezas, as mais deslumbrantes; as cenas de força no estrondo do trovão, no estouro do raio, no elevar-se das ondas e até nas alturas das montanhas mais altas; as cenas mais comovedoras da criança que chora, que treme entorpecido de frio; cenas dolorosas de sangue e trágicas, e até de morte em minha Paixão; nenhum ator por quanto hábil seja, pode me igualar na variedade de minhas cenas amorosas. Mas, ai de mim! quantos não olham minha Vontade em todas estas cenas e não tomam a substância do fruto que há nelas, e mudam em luto as festas que se preparava minha Vontade na Criação e na Redenção, por isso minha filha, não deixe que te escape nada, Todas as coisas como dom que te faz minha Vontade, sejam pequenas ou grandes, naturais ou sobrenaturais, amargas ou doces, faça que todas entrem em ti como dons e cumprimento de minha Vontade”.
19-19
Maio 10, 1926
Assim como o sol é vida de toda a natureza, Assim o Querer Divino é vida da alma.
(1) Minha pobre mente nadava no mar imenso do eterno Querer, e meu doce Jesus me transportou para fora de mim mesma no momento em que surgia o sol, que encanto ver que a terra, as plantas, as flores, o mar, sofriam uma transformação! Todos se tiravam de um peso que os oprimia, todos surgiam à nova vida que lhes dava a luz e adquiriam a sua beleza e o desenvolvimento que lhes dava a luz e o calor para os fazer crescer. A luz ao surgir, parecia que lhes dava a mão ao investilos para dar a fecundidade às plantas, o colorido às flores, para fazer fugir as sombras das trevas sobre o mar e lhe dava com sua luz seu matiz de prata, Mas quem pode dizer todos os efeitos que a luz solar produzia ao investir toda a terra, cobrindo tudo com sua vestidura de luz? Se eu quisesse descrever tudo, seria muito longo. Agora, enquanto eu via isso, meu amado Jesus me disse:.
(2) “Minha filha, como é belo o nascer do sol, como muda toda a natureza, e investi-la com sua mesma luz dá a cada uma das coisas os efeitos para fazê-las produzir o bem que contêm, mas para fazer isso a luz deve investir, tocar, plasmar, penetrar tão fundo para lhes dar os goles da luz para infundir a vida do bem que devem produzir. Assim, se as plantas, as flores, o mar, não se fazem investir pela luz, a luz estaria para eles como morta, e eles ficariam sob a opressão das trevas, as quais lhes serviriam de tumba para enterrá-las. A virtude das trevas é de dar morte, a virtude da luz é de dar vida, assim que se não fosse pela luz do sol, da qual todos dependem e pela qual têm vida todas as coisas criadas, nada haveria de bem sobre a terra, mas bem seria espantosa e horrível ao ver-se, por isso a vida da terra está ligada à luz..
(3) Agora minha filha, o sol é símbolo da minha Vontade, e tu viste como é belo e encantador o seu surgir sobre a terra, quantos efeitos produz, quanta variedade de matizes, quantas belezas, quantas transformações sabe fazer a luz, e como este sol foi posto pelo seu Criador para dar vida, crescimento e beleza a toda a natureza. Agora, se isto faz o sol para cumprir seu ofício que lhe deu Deus, muito mais o Sol de minha Vontade que foi dado ao homem para infundir-lhe a Vida de seu Criador. ¡ Oh, como é mais encantador e belo o nascer do Sol da minha Vontade sobre a criatura! Ao pôr a sua luz sobre ela transforma-a, dá-lhe as variadas tintas de beleza do seu Criador, com o investi-la e plasmá-la, adentra-se nela e dá-lhe os goles da Vida Divina, a fim de que cresça e produza os efeitos dos bens que contém a Vida do seu Criador. Agora, o que seria da terra sem o sol? Mais feia e espantosa seria a alma sem a minha vontade; sem Ela, ¡oh, como desce de sua origem, como o jugo das paixões e dos vícios, mais que trevas a fazem morrer e preparam-lhe a tumba onde enterrá-la! Mas você viu que a luz do sol, tanto bem pode fazer por quanto se deixam tocar e investir por sua luz as plantas, as flores e todo o resto, e precisam estar com as bocas abertas para receber os goles de vida que o sol lhes dá. Assim é a minha Vontade, tanto bem pode fazer, tanto de beleza e de Vida Divina pode infundir, por quanto a alma se faz tocar, investir, plasmar pelas mãos de luz da minha Vontade, se a alma se dá em poder desta luz, abandonando- se toda nela, meu Supremo Querer cumprirá o maior dos prodígios na Criação, isto é, a Vida Divina na criatura. ¡ Oh! Se o sol pudesse formar com o reflexo de sua luz outros tantos sóis sobre cada uma das plantas, nos mares, sobre os montes, nos vales, que encanto mais belo, que beleza mais deslumbrante, quantos prodígios de mais não haveria na ordem da natureza? No entanto, o que não faz o sol faz minha Vontade na alma que vive nela, e que está como pequena flor com a boca aberta para receber os goles de luz que meu Querer lhe dá para formar nela a Vida do Sol Divino. “Portanto, fica atenta, toma a cada instante estes goles de luz do meu Querer, a fim de que cumpra em ti o maior dos prodígios, que a minha Vontade tenha a sua Vida Divina na criatura”.
(4) Depois disto, estava a dizer ao meu sumo e único Bem: “Meu amor, uno a minha inteligência à tua, a fim de que os meus pensamentos tenham vida nos teus, e difundindo-se em teu Querer corram sobre cada pensamento de criatura, e elevando-nos juntos diante de nosso Pai Celestial levaremos lhe as homenagens, a sujeição, o amor de cada um dos pensamentos de criatura e imploraremos que todas as inteligências criadas se reordenem e harmonizem com seu Criador”. E assim com os olhares de Jesus, com as palavras, com as obras, com os seus passos, e até com o seu bater. Eu me sentia toda transformada em Jesus, de modo que eu me encontrava como em ato, para tudo o que meu Jesus tinha feito e fazia para reintegrar a glória do Pai, e para o bem que tinha conseguido para as criaturas; seu agir e o meu era um só, um o Amor, uma a Vontade; e meu doce Jesus adicionou:.
(5) “Minha filha, como é bela a oração, o amor, o obrar da criatura em minha Vontade, são atos cheios de toda a plenitude Divina, é tanta a plenitude, que abraçam tudo e todos e até ao mesmo Deus. Olha, eternamente se verão teus pensamentos nos meus, teus olhos nos meus, tuas palavras nas minhas, tuas obras e passos nos meus, ao teu pulsar palpitar no meu, porque uma é a Vontade que nos dá vida, um o Amor que nos move, que nos empurra e que nos vincula de modo inseparável. Eis por que o Sol da minha Vontade supera de modo infinito e mais surpreendente o sol que está na atmosfera; olha a grande diferença, o sol criado por Deus, enquanto bate a terra e a investe produz admiráveis e inumeráveis efeitos, mas não se afasta de sua fonte, desce ao baixo, levanta-se ao alto, toca as estrelas, mas a plenitude da luz está sempre em sua esfera, de outra maneira não poderia investir sempre da mesma maneira a tudo com sua luz, mas apesar de tudo isso, a luz solar não penetra nos Céus para investir o trono de Deus, para penetrar no próprio Deus e fazer uma sua luz com a luz inacessível do Ente Supremo, nem invista os anjos, nem os santos, nem a Mãe Celestial. Ao contrário, o Sol da minha Vontade, quando com toda a sua plenitude reina na alma, a sua luz penetra em qualquer lugar, nos corações e mentes das criaturas que vivem no subsolo da terra, mas o que mais surpreende, é que se levanta no alto, investe toda a Criação e leva ao sol, às estrelas, ao céu, o beijo da luz do Querer Supremo. A Vontade Divina que reina na Criação e o Sol da Vontade Suprema que reina na alma se encontram, se beijam, se amam e se fazem felizes mutuamente, e enquanto permanece na Criação, porque o Sol da minha Vontade não deixa nada para trás, leva tudo junto Consigo, Penetra nos Céus, investe a todos, anjos, santos, à Soberana Rainha, dá o beijo a todos, dá novas alegrias, novos contentamentos, novo amor, mas isto não é tudo, senão que com impetuosidade se derrama no seio do Eterno. A Divina Vontade bilocada na criatura beija, ama, adora à Vontade reinante em Deus mesmo, leva a todos e a tudo e unindo-se juntas surge de novo para fazer seu curso, porque estando na alma a plenitude do Sol do Eterno querer, este Sol está à sua disposição, e conforme faz seus atos, ama, reza, repara, etc.; este Sol retoma o novo curso para dar a todos a surpresa de sua luz, de seu amor, de sua vida; assim que enquanto este Sol do eterno Querer surge, faz seu curso para fazer seu ocaso no seio da Divindade, outro mais surge para fazer seu caminho envolvendo tudo, até a pátria celestial, para fazer nela seu ocaso de ouro no seio da Majestade Suprema. Assim que as bilocações da minha Vontade são inumeráveis, este Sol surge a cada ato da criatura feito neste Sol do Querer Supremo, o que não acontece no sol que está na atmosfera, que é sempre um, não se multiplica. ¡¡ Oh! se o sol tivesse a virtude de fazer surgir tantos sóis quantas vezes faz seu curso sobre a terra, quantos sóis não se veriam acima no alto? Que encanto, quantos bens a mais não receberia a terra? Portanto, quantos bens não faz a alma que vive de tudo no meu Querer, dando a ocasião ao seu Deus de bilocar a sua vontade para fazê-lo repetir os prodígios que somente sabe fazer um Deus?”.
(6) Disse isto desapareceu e eu me encontrei em mim mesma..
20-19
Novembro 2, 1926
Ocultamento dos próprios atos nos atos da Celestial Mamãe, e como a suprem. A Redenção servirá não mais como alimento aos doentes, mas como alimento aos sãos.
(1) Continuava meu viver no Fiat Divino, e enquanto fazia meus atos nele absorvia luz, a qual formando reflexos saíam outros tantos fios de luz, que formavam uma rede de luz que se estendia sobre a terra para tomar as criaturas, e Jesus movendo-se em meu interior me disse:
(2) “Minha filha, cada vez que gira em meu Querer, tanto mais luz toma para formar a rede para capturar as criaturas, e você sabe qual é esta rede? São os meus conhecimentos. Por mais verdades que eu te manifeste sobre o Fiat Eterno, tanto mais disponho e expandi a rede para capturar as almas que devem viver em meu reino, e isto dispõe o Senhor a dá-las. Quando gira em nossa Vontade, seus atos em virtude d‟Ela se tornam luz e se ampliam tanto, que tocam a Divindade e atraem outras luzes de verdades em meio às criaturas”.
(3) Depois, enquanto continuava meu giro em tudo o que foi feito no Querer Supremo, cheguei a tudo o que tinha feito minha Mãe Celestial n‟Ele e lhe dizia: “Soberana Senhora, venho esconder meu pequeno amor no grande mar de seu amor, minha adoração a Deus no imenso oceano da sua adoração, meus agradecimentos os escondo no mar dos seus, minhas súplicas, meus suspiros, minhas lágrimas e penas as escondo no mar das suas, a fim de que o meu e o teu mar de amor sejam um só, a minha adoração e a tua sejam uma só, os meus agradecimentos adquiram a grandeza dos teus limites, as minhas súplicas, lágrimas e penas se tornem um só mar com o teu, a fim de que também eu tenha os meus mares de amor, de adoração, etc., a fim de que assim como tua Alteza Soberana conseguiu com estes ao suspirado Redentor, assim também eu me apresento com todos estes mares diante da Majestade Divina para pedir-lhe, para rogar-lhe insistentemente o reino do Fiat Supremo. Mãe, Rainha minha, devo servir-me de tua mesma via, de teus mesmos mares de amor e de agradecimento para vencê-lo e fazê-lo ceder seu reino sobre a terra, como o venceu Tu para fazer descer ao Verbo Eterno. Tu não queres ajudar a tua pequena filha, dando-me os teus mares para que possa obter que em breve venha o reino do Fiat Supremo sobre a terra?” Agora, enquanto isso fazia e dizia, pensava em mim: “Minha Mãe Celestial não se ocupou, nem teve tanto interesse no Reino do Fiat Supremo, que logo viesse a reinar na terra, teve interesse do suspirado Redentor e o obteve, e do Fiat Divino que era mais necessário e que devia pôr a perfeita ordem entre Criador e criatura não se ocupou, enquanto cabia a Ela, como Rainha e Mãe, pôr em paz a vontade humana e a Divina, a fim de que reinasse com seu pleno triunfo”. Enquanto estava nisto, o meu sempre amável Jesus saiu de dentro de mim e disse-me todo bondade:
(4) “Minha filha, a missão de minha inseparável Mãe era para o suspirado Redentor e a cumpriu perfeitamente; mas você deve saber que tudo o que fizemos, tanto Eu como Ela, a substância, a fonte, a causa primária era o Reino de minha Vontade. Mas como para que viesse este Reino era necessário primeiro a Redenção, enquanto em nossos atos, para dentro estava o Reino do Fiat, para fora deles estávamos todos atentos e ocupados no Reino da Redenção. Em troca sua missão é exclusivamente para o Reino do Supremo Querer, e tudo o que fizemos a Soberana Rainha e Eu está a sua disposição para te ajudar, para te substituir, para te dar acesso junto à Divina Majestade para implorar e pedir incessantemente que venha o Reino do Eterno Fiat. Tu para receber o bem do suspirado Redentor deverias ter feito tua parte, mas não estando tu naquele tempo minha Mãe te supriu, agora tu deves supri-la em sua parte para o Reino de meu Querer; assim a Mãe supriu à filha e a filha supre à Mãe. Muito mais do que a Rainha do Céu foi a primeira filha da minha Vontade, e como sempre viveu nos nossos confins, formou-se seus mares de amor, de graças, de adoração, de luz. Agora, sendo você a segunda filha de meu Querer, o que é seu é teu, porque sua Mãe te tem como seu parto e goza de que sua filha esteja em seus mesmos mares para fazê-los implorar o tão suspirado Reino do Fiat Divino sobre a terra. Assim, veja como sua Mãe tão amplamente te supre, dando-te tudo o que é seu, mas bem se sente honrada de que seus imensos mares te sirvam para te fazer conseguir um Reino tão santo”.
(5) Depois disto estava seguindo no Querer Divino o que Jesus fez na Redenção, e meu doce Jesus retornando acrescentou:
(6) “Minha filha, minha Redenção veio como remédio do homem e por isso serve como remédio, como medicamento, como alimento aos enfermos, aos cegos, aos mudos, a todas as espécies de enfermidades, e como estão doentes não tomam gosto nem recebem toda a força que contêm todos os remédios que vim trazer para o seu bem; o Sacramento Eucarístico que o deixei como alimento para lhes dar perfeita saúde, muitos o comem e comem e se veem sempre doentes. Pobre alimento de minha própria Vida escondida sob os véus dos acidentes do pão, quantos paladares corruptos, quantos estômagos indigestos que lhes impede sentir gosto de meu alimento
e não digerem toda a força de minha Vida Sacramental, e por isso ficam doentes, e como são membros com febre no mal, tomam-no sem apetite. Por isso suspiro tanto que venha o Reino do Fiat Supremo, porque então tudo o que Eu fiz quando vim à terra servirá como alimento àqueles que gozarão perfeita saúde. Qual não é a diferença entre um doente que toma o mesmo alimento e outra pessoa que goza de perfeita saúde? O enfermo o toma sem apetite, sem gosto, e lhe serve para se manter e para não morrer; o são o toma com apetite, e como o prova toma demais e se conserva forte e são. Então, qual não será a minha alegria em ver que no Reino do meu querer tudo o que eu fiz servirá não mais como alimento aos enfermos, mas como alimento aos filhos do meu Reino, que estarão todos cheios de vigor e de perfeita saúde? Em vez de possuir a minha Vontade, possuirão a minha Vida permanente neles mesmos, como a possuem os bem- aventurados no Céu, de modo que a minha Vontade será o véu que esconderá a minha Vida neles, e assim como os bem-aventurados enquanto me possuem dentro deles como vida própria, porque a verdadeira felicidade tem princípio no interior da alma, por isso a felicidade que recebem continuamente da Divindade, dá a mão, o beijo, à felicidade que possuem dentro e por isso são plenamente felizes; assim a alma que possui minha Vontade terá minha Vida perene nela, que lhe servirá de alimento contínuo, não uma vez por dia como o alimento da minha Vida Sacramental, porque a minha Vontade fará mais alívio, não se contentará em dar-se uma vez por dia, mas se dará continuamente, porque sabe que têm paladares puros e estômagos fortes para saborear e digerir em cada momento a força, a luz, a Vida Divina; e os Sacramentos, minha Vida Sacramental, servirão como alimento, como deleite, como nova felicidade à Vida do Fiat Supremo que possuirão. O Reino de meu Querer será o verdadeiro eco da Pátria Celestial, que enquanto os bem- aventurados possuem como vida própria a seu Deus, recebem-no também de fora deles mesmos, assim que dentro e fora deles, Vida Divina possuem e Vida Divina recebem. Qual não será a minha felicidade ao dar-me Sacramentado aos filhos do Fiat Eterno e encontrar neles a minha própria Vida? Então se terá o fruto completo da minha Vida Sacramental, e ao consumir-se as espécies não terei mais a dor de deixar meus filhos sem o alimento da minha Vida contínua, porque minha Vontade, mais que acidentes Sacramentais manterá sua Vida Divina sempre com sua plena posse. No reino de meu Querer não haverá nem alimento, nem comunhão interrompida, mas sim perenes, e tudo o que Eu fiz na Redenção lhes servirá não mais de remédio, mas sim de deleite, de alegria, de felicidade e de beleza sempre crescente. Assim que o triunfo do Fiat Supremo dará o fruto completo ao reino da Redenção”.
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