parte 1
Parte 2
12-22
Outubro 8, 1917
Tudo o que foi feito por Jesus é eterno. As almas que amam a Jesus o suprem.
(1) Continuando meu habitual estado, meu amável Jesus assim que veio, estando eu com muitas penas, me disse:
(2) “Minha filha, o que foi feito por Mim, tudo é eterno, assim que minha Humanidade sofredora não devia ser para um tempo, senão até que o mundo seja mundo, e como minha Humanidade no Céu não é já capaz de sofrer, me sirvo da humanidade das criaturas, fazendo-as participar de minhas penas para continuar minha Humanidade na terra; e isto com justiça, porque estando Eu na terra incorporei em Mim todas as humanidades das criaturas para as pôr a salvo e fazer tudo para elas; agora estando no Céu difundo nelas esta minha humanidade, especialmente em quem me ama, difundo minhas penas e tudo o que fez minha Humanidade para o bem das almas extraviadas, para dizer ao Pai: “Minha Humanidade está no Céu, mas também na terra, nas almas que me amam e sofrem”. Por isso minha satisfação para com o Pai é sempre completa, minhas penas estão sempre em ação, porque as almas que me amam me suprem por isso consola-te quando sofres, porque recebes a honra de me substituir”.
13-22
Outubro 9, 1921
A vontade no homem é o que mais se assemelha ao seu Criador. A vontade humana é o depósito de todo o obrar do homem.
(1) Estava pensando no momento em que meu doce Jesus tomava a última ceia com seus discípulos, e meu amável Jesus dentro de mim me disse:
(2) “Minha filha, enquanto jantava com meus discípulos, não era só a eles que tinha ao meu redor, mas a toda a família humana, uma por uma as tinha junto a mim, as conheci todas, as chamei por seu nome; também te chamei a ti e te dei o posto de honra entre João e Eu e te constituí pequena secretária de meu Querer, e enquanto dividia o cordeiro oferecendo-o a meus apóstolos, o dava a todos e a cada um. Aquele cordeiro desmantelado, assado, cortado em pedaços, falava de Mim, era o símbolo de minha Vida e de como devia me reduzir por amor de todos, e Eu quis dá-lo a todos como alimento refinado que representava minha Paixão, porque tudo o que fiz, Disse e sofri, meu amor o converteu em alimento do homem, mas você sabe por que chamei a todos e dei o cordeiro a todos? Porque também Eu queria o alimento deles, cada coisa que fizessem queria que fosse alimento para Mim, queria o alimento de seu amor, de suas obras, de suas palavras, de tudo”.
(3) E eu: “Meu amor, como pode o nosso agir tornar-se alimento para Ti?”
(4) E Jesus: “Não é só de pão que se pode viver, mas de tudo aquilo a que minha Vontade dá a virtude de poder fazer viver, e se o pão alimenta o homem é porque Eu o quero. Agora, o que a criatura dispõe com sua vontade me formar com seu obrar, essa forma toma seu obrar, se de seu obrar quer me formar o alimento, me forma o alimento; se de seu obrar quer me formar amor, me dá o amor; se reparação, me forma a reparação; e se em sua vontade me quiser ofender, com seu agir me forma a faca para me ferir, e talvez até mesmo para me matar”.
(5) Depois ele adicionou: “A vontade no homem é o que mais o assemelha a seu Criador, na vontade humana pus parte de minha imensidão e de minha Potência, e dando-lhe o posto de honra a constituí rainha de todo o homem e depositária de todo seu obrar. Assim como as criaturas têm caixas para conservar suas coisas para tê-las guardadas, assim a alma tem sua vontade para conservar e guardar tudo o que pensa, o que diz e o que obra, nem sequer um pensamento perderá. O que não pode fazer com o olho, com a boca, com as obras, pode fazer com a vontade; num instante pode querer mil bens ou mil males, a vontade faz voar o pensamento ao Céu, nas partes mais longínquas e até nos abismos; A criatura pode ser impedida de trabalhar, de ver, de falar, mas tudo isso pode ser feito na vontade, e tudo o que faz e quer forma um ato e o deixa em depósito em seu próprio querer; e como a vontade pode ser estendida, quantos bens e quantos males não pode conter? Por isso, entre tudo quero o querer do homem, porque se tenho isto, a fortaleza está vencida”.
14-21
Abril 12, 1922
O pecado rompe a corrente do amor, e abre a corrente da justiça.
(1) Encontrando-me em meu estado habitual, meu doce Jesus fazia-se ver todo aflito, quase em ato de dar curso à justiça, mas como forçado pelas mesmas criaturas. Eu lhe pedi que diminuísse os castigos e Ele me disse:
(2) “Minha filha, entre Criador e criatura não há outra coisa que correntes de amor, o pecado rompe esta corrente e abre a corrente da justiça; minha justiça defende os direitos de meu amor ultrajado, de meu amor despedaçado entre Criador e criatura, e fazendo-se caminho entre elas gostaria de reunir este amor despedaçado. ¡ Ah! Se o homem não pecasse, minha justiça não teria o que fazer com a criatura, conforme começa a culpa, assim a justiça se põe em caminho, crês tu que Eu quereria castigar o homem? Não, não, dói-me mais, é difícil tocá-lo, mas é ele mesmo que me força e me induz a castigá-lo. Você reza para que o homem se arrependa, assim a justiça reunindo rapidamente a corrente do amor, poderá retirar-se”.
15-22
Maio 8, 1923
Só a Divina Vontade põe em segurança todas as graças do Céu.
(1) Encontrando-me em meu habitual estado, encontrei-me fora de mim mesma, me parecia que percorria um caminho muito longo, onde encontrava muita gente: quem davam horror ao vê-los,
quem pareciam demônios encarnados, pouquíssimos os bons. O caminho era tão longo que não terminava jamais, e eu cansada queria voltar em mim mesma, mas uma pessoa próxima a mim me impedia dizendo-me:
(2) “Vá em frente, caminhe, você deve chegar ao início, e para chegar a isso você deve passar todas as gerações, você deve tê-los todos sob o seu olhar para levá-los ao seu Criador. Teu princípio é Deus, e tu deves chegar àquele ponto da eternidade quando o Eterno criava o homem, para receber todos os vínculos da Criação e retomar todas as harmonias que podem existir entre Criador e criatura”.
(3) Depois, uma força suprema me fazia seguir adiante, e era obrigada a ver os males da terra e os que virão, desgraçadamente estremecedores. Então, depois disto encontrei o meu doce Jesus, e eu, cansada, deitei-me em seus braços dizendo:
(4) ” Meu amor, que caminho tão longo tive de percorrer, parece-me que há séculos que não te via e que não encontrava Aquele que forma a minha vida”.
(5) E Jesus todo amor: “Ah, sim minha filha! Ergue-te em meus braços, vem ao teu princípio de onde saíste, também Eu te esperava com ânsia para receber de ti, em meu Querer, tudo o que a Criação me deve, e para dar-te a ti em meu próprio Querer tudo o que devo dar a toda Criação. Só a minha Vontade pode pôr em segurança e guardar com zelo todos os bens que quero dar à criatura, fora da minha Vontade os meus bens estão sempre em perigo e mal guardados, em troca nela, Eu abundo e dou a uma o que deveria dar a todas, por isso quero vincular em ti a Criação toda, quero pôr-te no ponto primeiro da criação do homem; é meu costume tratar ao tu com uma só criatura o que quero dar-lhe e o que quero dela, e depois dela fazer passar os bens aos demais.
Ah! minha filha, Eu havia criado o homem como uma flor que devia crescer, colorir-se, perfumar-se em minha própria Divindade, mas com subtrair-se de minha Vontade aconteceu-lhe como a uma flor que se arranca de uma planta, enquanto está na planta a flor é bela, vivaz na sua cor, odor no seu perfume; arrancada da planta murcha, descolora-se, transforma-se em feia e chega a dar um mau cheiro. Que sorte foi a sua e que dor para Mim, que com tanto amor queria fazer crescer esta flor em minha Divindade para me deleitar e recrear-me com ela. Agora esta flor arrancada, com minha Onipotência quero fazê-la brotar transplantando-a de novo no seio de minha Divindade, mas quero uma alma que queira viver no seio de meu Querer, ela será a semente que se prestará a Mim, e minha Vontade fará todo o resto, Assim retornarão minhas delícias da Criação, me recriarei com esta mística flor e me refarei da Criação”.
16-23
Outubro 4, 1923
Para que a Divina Vontade se torne vida da alma, esta deve fazer desaparecer a própria vontade, e seu querer não deve existir mais.
(1) Sentia-me destruída pela dor da sua privação, com o triste pensamento de que Jesus não tinha vindo mais. ” Oh! como é doloroso pensar que não deveria ver mais Aquele que forma toda minha vida, minha felicidade, todo meu bem. Enquanto estava nisto, meu doce Jesus se moveu Dentro de mim, ele disse:
(2) “Minha filha, como posso deixar-te se na tua alma está aprisionada a minha vontade, e dando vida a todos os seus atos desenvolve sua Vida como em seu próprio centro? Então, em um ponto da terra já está minha Vida. ” Ah! se não estivesse esta Vida minha sobre a terra, minha justiça se desafogaria com tal furor de aniquila-la”.
(3) Quando ouvi isto, disse: “Meu Jesus, a tua Vontade está em todo o lado, não há ponto onde não se encontre, e você diz que está aprisionada em mim?”
(4) E Jesus: “Certamente que está em toda parte com a sua vastidão, com a sua omnividência e com o seu poder, e qual rainha tudo domina a Si submete, não deixando escapar ninguém do seu império, mas como Vida, na qual a criatura forma a sua, para desenvolver a sua na Vida de minha Vontade e formar uma Vida da Divina Vontade sobre a terra, não existe.
Para muitos minha Vontade, não fazendo-a, é como se não existisse, acontece como se alguém tivesse água em seu própria estadia e não a bebe, o fogo e não se aproximou para aquecer, o pão e não come, com tudo e que tenha consigo estes elementos que podem dar vida ao homem, não tomando-os pode morrer de sede, de frio e de fome; outros tomam-nos muito raramente e são fracos e doentes, outros todos os dias, e estes são saudáveis e robustos, assim que tudo está, quando se possui um bem, em se a vontade humana o quer tomar e o modo como o quer tomar, e à medida que vai usando-o assim vai recebendo os efeitos. Assim é da minha Vontade, para fazer-se vida da alma ela deve fazer desaparecer a própria vontade na minha, seu querer não deve existir mais, minha Vontade deve entrar em todos seus atos como ato primeiro, a qual se dará à alma, agora como água para tirar a sede com suas águas divinas e celestiais; agora como fogo, não só para aquecê-la mas para destruir nela tudo o que é humano, e reedificar nela a Vida de Minha Vontade; e agora como alimento para alimentá-la e torná-la forte e robusta. Oh! como é difícil encontrar uma criatura que ceda todos os seus direitos para dar só a meu Querer o direito de reinar; quase todos querem reservar alguma coisa do próprio querer, e por isso minha Vontade, não reinando completamente nelas, não pode formar sua Vida em todas as criaturas”.
17-21
Outubro 30, 1924
Os anjos são anjos porque foram conservados no ato primeiro em que foram criados, e do conhecer o mais ou menos da Suprema Vontade, vêm constituídos os diversos coros dos anjos. As penas do amor são as mais amargas, as mais cruéis, mais dolorosas que as penas da mesma Paixão.
(1) Sinto que não posso confiar à caneta meus dolorosos segredos, nem expressar no papel o que sinto em meu martirizado coração. Ah! Sim, não há martírio que se possa comparar ao martírio da privação do meu doce Jesus. O mártir é ferido e morto no corpo, ao contrário o martírio de sua privação fere a alma, a lacera em suas mais íntimas fibras, e o que é pior, a mata sem fazê-la morrer para golpeá-la continuamente sobre a bigorna de ferro da dor e do amor. E enquanto passo adiante das penas que sinto em meu interior, pois são coisas que não posso dizer, queria, como uma das mais pobres mendicantes, pedir de esmola a todos, aos anjos, aos santos, a minha Rainha Mãe, à Criação toda, uma palavra, uma pequena oração por mim diante de Jesus, a fim de que rogado por todos se possa mover a compaixão da pequena filha de seu Querer e fazê-la voltar do duro exílio no qual me encontro..
(2) Então eu estava pensando entre mim sobre o que tinha acontecido em minha mente, ou seja, que em vez de Jesus me parecia como se tivesse meu anjo junto, e dizia entre mim: “E por que o anjo e não Jesus?” Naquele momento eu senti mover dentro de mim Jesus e ele me disse:.
(3) “Minha filha, queres saber porque são anjos, por que se mantiveram belos e puros como saíram de minhas mãos? Porque sempre se mantiveram firmes no ato primeiro no qual foram criados, portanto, estando naquele ato primeiro de sua existência, estão no ato único de minha Vontade, que não conhecendo sucessão de atos não se muda, nem cresce nem decresce, e contém em si todos os bens possíveis e imagináveis; e os anjos, conservando-se no ato único de minha Vontade, no qual os fiz sair à luz, se mantêm imutáveis, belos e puros, nada perderam de sua primeira existência, e toda sua felicidade é se manter voluntariamente no ato único de minha Vontade. Tudo encontram no círculo de meu Querer, não querem fazer-se felizes senão o que lhes fornece minha Vontade. Mas você sabe por que há diferentes coros de anjos, um superior a outro? Estão aqueles mais próximos ao meu Trono, você sabe por quê? Porque a minha vontade, a quem manifestou um só ato da minha vontade, e a quem por dois, a quem por três, a quem por sete, e em cada coisa do ato que a minha vontade manifestava de mais se tornavam superiores aos demais, e se tornavam mais capazes e mais dignos de estar perto do meu trono. Portanto, quanto mais minha Vontade se manifesta, e nela se conservam, tanto mais ficam elevados, embelezados, felizes e superiores aos demais. Olha então como tudo está na minha Vontade e no saber conservar-se, sem jamais sair, naquela mesma Vontade da qual saíram; e do conhecer o mais e o menos da minha Suprema Vontade, vêm constituídos os diversos coros dos anjos, suas distintas belezas, os vários ofícios, a hierarquia Celestial.
Se você soubesse o que significa conhecer minha Vontade a mais, fazer um ato demais nela, conservar-se, obrar nessa minha Vontade conhecida, onde vem constituída, o ofício, a beleza, a superioridade de cada criatura, oh! como apreciarias mais os diversos conhecimentos que te manifestei sobre a minha Vontade. Um conhecimento de mais sobre minha Vontade eleva a alma a tal altura sublime, que os mesmos anjos ficam estupefatos e arrebatados, e me confessam incessantemente: o Santo, o Santo, o Santo. Minha Vontade manifesta-se e chama do nada as coisas, e forma os seres, manifesta-se e embeleza-se, manifesta-se e eleva-se mais alto, manifesta-se e engrandece-se mais a Vida Divina na criatura, manifesta-se e nelas forma os portentos novos e nunca conhecidos. Assim, pelas tantas coisas que te manifestei de minha Vontade, podes compreender o que quero fazer de ti e como te amo, e como tua vida deve ser uma cadeia de atos contínuos feitos em minha Vontade. Se a criatura, como o anjo, não saísse jamais do ato primeiro no qual minha Vontade a fez sair à luz, que ordem, que portentos não se deveriam ver sobre a terra? “Por isso minha filha, não saias jamais de teu princípio, no qual minha Vontade te criou e teu ato primeiro seja sempre minha Vontade”.
(4) Depois disto, com o pensamento, pus-me junto ao meu Jesus no jardim do Getsêmani, e pedia-lhe que me fizesse penetrar naquele amor com que tanto me amou, e o meu Jesus, movendo-se de novo no fundo do meu íntimo disse-me:.
(5) “Minha filha, entra no meu amor, não saias jamais, corre junto a ele, ou detém-te em meu mesmo amor para compreender bem quanto amei a criatura, tudo é amor em Mim para com ela. A
Divindade ao criar esta criatura se propôs amá-la sempre, assim que em cada coisa de dentro e fora dela, devia correr para ela com um contínuo e incessante novo ato de amor. Portanto posso
dizer que em cada pensamento, olhar, palavra, respiro, batida, e em todo o resto da criatura, corre um ato de amor eterno. Mas se a Divindade se propôs amá-la sempre e em cada coisa a esta
criatura, era porque queria receber em cada coisa a correspondência do novo e incessante amor da criatura, queria dar amor para receber amor, queria amar para ser amada. Mas não foi assim! A criatura não só não quis manter o compasso do amor, nem responder ao eco do amor do seu Criador, mas rejeitou este amor, ignorou-o e ofendeu-o. Diante desta afronta a Divindade não se
deteve, mas continuou seu novo e incessante amor pela criatura, e como a criatura não o recebia, ficavam cheios Céus e terra esperando a quem devia tomar este amor para ter nela a correspondência, porque Deus, quando decide e propõe, todos os acontecimentos em contrário não o mudam, mas permanece imutável na sua imutabilidade.
Eis por que passando a outro excesso de amor, vim Eu, Verbo do Pai, à terra, e tomando uma Humanidade, recolhi em Mim todo este amor que enchia Céu e terra para corresponder à Divindade com tanto amor por quanto tinha dado e devia dar às criaturas, e me constituí amor de cada pensamento, de cada olhar, de cada palavra, batida, movimento e passo de cada criatura. Por isso minha Humanidade foi trabalhada até em sua mais pequena fibra pelas mãos do eterno amor de meu Pai Celestial, para dar-me capacidade de poder encerrar todo o amor que a Divindade queria dar às criaturas, para lhe dar o amor de todas e me constituir amor de cada um dos atos de criatura.
Assim que cada pensamento teu está coroado por meus incessantes atos de amor; não há coisa em ti ou fora de ti que não esteja circundada por meus repetidos atos de amor, por isso minha Humanidade neste horto geme, se afana, agoniza, se sente triturada sob o peso de tanto amor, porque amo e não sou correspondido. As mágoas do amor são as mais amargas, as mais cruéis, são penas sem piedade, mais dolorosas que minha própria Paixão. Oh! se me amassem, o peso de tanto amor se tornaria leve, porque o amor correspondido fica apagado e satisfeito no amor mesmo de quem ama, mas não correspondido chega à loucura, delira e se sente correspondido com um ato de morte por aquele amor que dele saiu. Veja então como foi muito mais amarga e dolorosa a Paixão do meu amor, porque se na minha Paixão foi uma só morte que me deram, em troca na Paixão do amor, tantas mortes me fizeram sofrer por quantos atos de amor saíram de Mim e não fui por eles correspondido. “Por isso vem tu, minha filha, a corresponder-me a tanto amor, em minha Vontade encontrarás como em ato todo este amor, Faça-o teu e constitui-te, junto Comigo, amor de cada ato de criatura, para me corresponder pelo amor de todos”.
18-23
Fevereiro 7, 1926
A Divina Vontade reinante na alma a eleva sobretudo, a põe em sua origem, e a alma amando com o amor de Deus, ama todas as coisas com o seu mesmo amor, e é constituída possuidora e rainha de tudo o que foi criado.
(1) Estava segundo meu costume Fundindo-me no Santo Querer Divino, e tomando o eterno te amo de meu doce Jesus, e fazendo meu, girava por toda a Criação para imprimi-lo sobre cada
coisa, a fim de que tudo e todos tivessem uma só nota, um só som, uma só harmonia: “Te amo, te amo, te amo por mim e por todos, até meu Criador que tanto me amou”. meu amável Jesus saiu de dentro de mim, e me apertando ao seu coração, toda ternura me disse:.
(2) “Minha filha, como é belo o te amo de quem vive em minha Vontade, sinto o eco do meu junto com o seu sobre todas as coisas criadas, por isso sinto a correspondência do amor da criatura por tudo o que fiz, e além disso, amar significa possuir o que se ama, ou querer possuir a coisa amada; assim que tu amas a Criação toda porque é minha, e Eu te faço amá-la porque quero fazê-la tua.
Teu repetido te amo para Mim sobre cada coisa criada, é o caminho e o direito de posse para possuí-la. A Criação toda ao sentir-se amada, reconhece a sua dona, por isso faz festa ao sentir-se
repetir sobre ela teu amo; o amor faz reconhecer o que é seu, e se dão só àqueles por quem são amadas, e minha Vontade reinante na alma é a confirmação de que o que é meu é seu. Agora,
quando uma coisa é possuída entre duas pessoas, se necessita sumo acordo, a uma não pode fazer sem a outra, e eis a necessidade de sua inseparável união, das contínuas comunicações
sobre o que há que fazer com o que possuem. ¡Oh! como a minha Vontade reinante na alma a eleva acima de tudo, e amando com o amor de um Deus sabe amar todas as coisas com o seu
mesmo amor, e é constituída possuidora e rainha de tudo o que foi criado..
(3) Minha filha, neste estado feliz criei o homem, minha Vontade devia suprir a tudo o que faltava nele, e elevá-lo à semelhança de seu Criador. E é precisamente esta a minha visão sobre ti, fazer-te voltar à origem como criamos o homem, por isso não quero divisão alguma entre Eu e tu, nem que o que é meu não seja teu; mas para dar-te os direitos quero que reconheças o que é meu, a fim de que amando tudo e correndo em todas as coisas teu te amo, toda a Criação te reconheça; ouvirão em ti o eco do princípio da criação do homem, e fazendo-se felizes ambicionaram fazer-se possuir por ti.
(4) Eu te faço como um rei, que desprezado por seus povos, ofendido, esquecido, estes povos não estão mais sob o regime das leis do rei, e se alguma lei observam, é a força que se impõe sobre eles, não o amor; assim o pobre rei é obrigado a viver em seu palácio, isolado, sem o amor, a sujeição e o avassalamento de sua vontade sobre os povos; mas entre tantos, ele adverte que um só se mantém íntegro em fazer-se submeter em tudo e por tudo pela vontade do rei, é mais, repara, chora pela vontade rebelde de todo o povo, e gostaria de refazer o rei fazendo-se ato por cada criatura, para que encontre nele tudo o que deveria encontrar em todo o resto da cidade.
Então o rei sente amar a este, tem-no sempre ante seus olhos para ver se é constante e não por um dia, senão por um período de vida, porque só a constância é sobre o que o rei pode confiar e
estar seguro do que quer fazer da criatura. Sacrificar-se, fazer o bem um dia, é coisa fácil para a criatura, mas sacrificar-se e fazer o bem toda a vida, oh, como é difícil! E se isso acontecer, é uma virtude divina obrante na criatura.
Então, quando o rei se sente seguro daquele, chama-o a si no seu palácio, dá-lhe tudo o que deveria dar a todo o povo, e pondo de lado todos os demais faz sair dele a nova geração do seu povo eleito, Os quais não terão outra ambição senão viver somente da vontade do rei, todos subjugados a ele, como tantos partos de suas entranhas. Não te parece minha filha, que é precisamente isto que estou a fazer por ti? Esse contínuo te chamar em minha Vontade, a fim de que não a tua viva em ti mas na minha; aquele querer de ti, que sobre todas as coisas criadas e desde o primeiro até o último homem que virá, encontre a nota de teu amo, de tua adoração a teu Criador, de tua reparação por cada ofensa, não diz claramente que quero tudo para te dar tudo, e que elevando-te sobretudo quero que regresse em ti minha Vontade íntegra, bela, triunfante, como saiu de Nós no princípio da Criação? Minha Vontade foi o ato primeiro da criatura, a criatura teve seu ato primeiro em minha Vontade, e por isso quer fazer seu curso de vida nela, e se bem foi sufocada no início de seu nascimento na criatura, mas não ficou extinta, e por isso espera seu campo de vida nela; Não queres ser o primeiro campinho dela? “Por isso seja atenta, quando quiser fazer alguma coisa não a faça jamais por você mesma, senão me peça que a faça minha Vontade em você, porque a mesma coisa, se a faz você soa mal, da de humano, em troca se a faz minha Vontade soa bem, harmoniza com o Céu, é sustentada por uma graça e poder divinas, é o Criador que opera na criatura, seu perfume é divino, e elevando-se abraça a todos com um só abraço, de modo que todos sentem o bem do agir do Criador na criatura”.
19-23
Maio 23, 1926
O Querer Divino é germe de vida, e onde entra produz a vida, a Santidade assim como a Virgem teve seu tempo, quem deve conseguir O Fiat Supremo tem o seu tempo.
(1) Estava a acompanhar o meu doce Jesus na sua dolorosa agonia no jardim, especialmente quando se descarregou sobre a sua Santíssima Humanidade todo o peso das nossas culpas, até
lhe fazer verter vivo sangue Oh! como teria querido aliviá-lo de penas tão dilacerantes. E enquanto o compadecia me disse:.
(2) “Minha filha, minha Vontade tem o poder de dar morte e de dar vida, e como minha Humanidade não conhecia outra vida, senão a Vida de minha Vontade Divina, conforme as culpas
se punham sobre Mim, assim Ela me fazia sentir uma morte distinta por cada culpa. Minha Humanidade gemia sob a pena da morte real que me dava minha Suprema Vontade, mas esta vontade Divina, sobre aquela mesma morte que me dava fazia ressurgir a nova vida de graça às criaturas, assim sem importar quão má e terrível seja a criatura, se tem a sorte de fazer entrar nela um ato de minha Vontade, ainda que seja no mesmo ponto da morte, sendo Ela Vida, lança o germe da vida na alma, assim que possuindo este germe de vida, há muito por que esperar a salvação da alma, porque a potência de minha Vontade terá cuidado que este seu ato de vida que entrou na alma não pereça e se possa converter em morte, porque minha Vontade tem o poder de dar morte, Mas ela e todos os seus atos são intangíveis e não sujeitos a nenhuma morte. Agora, se um único ato de minha Vontade contém o germe da vida, qual não será a fortuna de quem não um só ato, mas continuados atos de minha Vontade abraça em sua alma? Ela não recebe apenas o germe, mas a plenitude da vida e põe em segurança a sua santidade”.
(3) Depois minha pobre mente se perdia no Santo Querer Divino fazendo nele meus acostumados atos, me parecia que tudo era meu, e conforme girava por todas as coisas criadas para imprimir por toda parte meu “amo-te”, minha adoração, minha glória a meu Criador, assim adquiria novos conhecimentos de quanto Deus tem feito pela criatura e quanto nos tem amado; a Vontade Suprema parecia que se deleitava em fazer conhecer as novas surpresas de seu amor, a fim de que pudesse seguir seus atos para me dar o direito de possuir o que saiu de sua Vontade criadora, e minha pequenez se perdia em seus imensos bens. Enquanto eu estava nisto, o meu doce Jesus saiu de dentro de mim e disse-me:.
(4) “Minha filha, quando minha Mãe Rainha veio à luz do dia, todos estavam voltados para Ela, e como se tivessem um só olhar, todas as pupilas olhavam Aquela que devia enxugar seu pranto
com levar-lhes a Vida do suspirado Redentor, toda a Criação estava concentrada nela, Sentindo-se honrada de obedecer a suas ordens; a mesma Divindade era toda para Ela e toda atenta a Ela, para prepará-la e formar nela, com graças surpreendentes, o espaço onde o Verbo Eterno devia descer para tomar carne humana. Portanto, se em Nós não houvesse a virtude de que enquanto trabalhamos, tratamos com algum, falamos, enquanto damos a uma não omitimos às outras, todos nos teriam dito: Deixa-nos a todos nós de um lado, pensa nesta Virgem, dá, concentra tudo nela, a fim de que faça vir Aquele no qual estão postas nossas esperanças, nossa vida e todo nosso bem’.
Por isso se pode chamar aquele tempo em que veio à luz do dia a Soberana Rainha, o tempo de minha Mamãe. Agora, minha filha, se pode chamar seu tempo, todos estão voltados para você,
escuto a voz de todos como se fosse uma só, que me rogam, me apressam a que minha Vontade readquira seus direitos divinos absolutos sobre ti, a fim de que adquirindo seu total domínio, possa verter em ti toda a plenitude dos bens que tinha estabelecido dar se a criatura não se houvesse subtraído de sua Vontade.
Assim que todo o Céu, a Celestial Mãe, os anjos e santos, todos estão voltados para ti pelo triunfo de minha Vontade, porque sua glória no Céu não será completa se minha Vontade não chegar a ter seu completo triunfo sobre a terra, tudo foi criado para o cumprimento total da Suprema Vontade, e até que Céu e terra não retornem neste anel do Eterno Querer, sentem-se como a metade de suas obras, de sua alegria e bem-aventurança, porque não tendo encontrado o Divino Querer seu pleno cumprimento na Criação, não pode dar o que tinha estabelecido dar, isto é, a plenitude de seus bens, de seus efeitos, alegrias e felicidade que contém.
Eis por que todos suspiram, minha mesma Vontade é toda para ti e toda atenta a ti, não te nega nada de graças, de luz e o que se necessita para formar em ti o maior dos prodígios, como é o seu cumprimento e o seu total triunfo. Que crês tu que seja mais prodígio: que uma pequena luz fique encerrada no sol, ou que o sol fique encerrado na pequena luz?”.
(5) E eu: “Certamente que seria mais prodigioso que a pequena luz se fechasse nela ao sol, antes me parece impossível que isto possa acontecer”.
(6) E Jesus: “O que é impossível para a criatura é possível para Deus. A pequena luz é a alma e minha Vontade é o sol, agora, Ela deve dar tanto à pequena luz, para poder formar dela um cerco e que minha Vontade fique encerrada neste cerco, e como a natureza da luz é de estender seus raios em qualquer lugar, enquanto triunfa neste cerco, estenderá seus raios divinos para dar a todos a Vida de minha Vontade, este é o prodígio dos prodígios que todo o Céu suspira. Por isso dá amplo campo à minha Vontade, não te oponhas em nada, a fim de que o que foi estabelecido por Deus na obra da Criação tenha seu cumprimento”.
20-22
Novembro 6, 1926
Quando tiver cumprido sua manifestação, promete levá-la ao Céu. Os novos apóstolos do Fiat. Como quem vive no Fiat concentra em si o céu, o sol e tudo. Para entender a Divina Vontade se necessitam graças grandes e não pequenas luzes.
(1) Sentia-me toda oprimida sob o peso da privação do meu doce Jesus. Oh, como suspirava a Pátria Celestial, onde não mais o perderei de vista, não estarei mais submetida ao duro martírio de sentir-me morrer e não morrer! Agora, enquanto me encontrava cansada e sem forças para esperar, minha doce vida, meu amado Bem, meu doce Jesus se moveu em meu interior, mas todo
aflito porque parecia que estava mandando açoites sobre a terra, e para não me dar mais pena não queria fazer-me vê-los, mas pelo modo de ver eu entendia os flagelos que estava mandando, e suspirando me disse:
(2) “Minha filha, ânimo, deixa-me que termine de te manifestar o que é necessário em relação ao Reino da minha Vontade, a fim de que nada falte para poder formá-lo no meio da família humana, e depois de ter cumprido tudo, em seguida te trarei a nossa Pátria. Você acredita que tem que ver o pleno triunfo do Eterno Fiat para vir ao Céu? Seu pleno triunfo o verá do Céu. De ti sucederá o que aconteceu de Mim para o Reino da Redenção, fiz tudo o que se necessitava, formei o fundamento, dei as leis, os conselhos que se necessitavam, instituí os Sacramentos, deixei o Evangelho como norma de sua vida, sofri penas inéditas, até a morte, mas pouco ou quase nada vi estando na terra dos frutos, do desenvolvimento da Redenção.
Depois de ter feito tudo e não ter mais o que fazer, confiei tudo aos apóstolos, a fim de que fossem eles os anunciadores do Reino da Redenção, para que saíssem os frutos de meus trabalhos que fiz para este Reino. Assim acontecerá para o Reino do Fiat Supremo, juntos o faremos filha minha, tuas penas, teus grandes sacrifícios, tuas incessantes orações para que venha logo meu Reino e minhas manifestações sobre Ele, os unirei todos Comigo e formarei os fundamentos, e, quando tudo estiver concluído, confiarei o meu Reino aos meus ministros, para que, como segundos apóstolos do Reino da Minha Vontade, sejam anunciadores. Você acredita que seja por acaso a vinda do Padre Di Francia e que mostra tanto interesse, e que levou a sério a publicação do que se refere a minha Vontade? Não, não, o preparei Eu, é um ato providencial da Suprema Vontade que o quer como primeiro apóstolo do Fiat Divino e anunciador d‟Ele, e como é fundador de uma obra é mais fácil que se aproxime de bispos, sacerdotes e pessoas e também em seu mesmo instituto para anunciar o Reino de minha Vontade, e por isso o assisto tanto e lhe dou luz especial, porque para entender minha Vontade se necessitam graças grandes e não pequenas luzes, mas um sol, para compreender uma Vontade Divina, Santa e Eterna, e grande disposição por parte de quem lhe vem confiado este ofício. E além disso, também a vinda diária do sacerdote eu a preparei, para que encontrasse rapidamente os primeiros apóstolos do Fiat do meu reino, a fim de que pudessem anunciar o que diz respeito ao meu Eterno Querer. Por isso deixe-me primeiro completá-lo, a fim de que depois de cumprido o possa confiar aos novos apóstolos da minha Vontade, e você possa ir ao Céu para ver desde lá de cima os frutos do suspirado Reino do Eterno Fiat”.
(3) Depois fiquei fazendo meus acostumados atos no Querer Supremo e pensava em mim: “Minha pobre mente gira pelo mar, pelo sol, pelo céu, por toda parte para seguir os atos que faz a adorável Vontade na Criação, mas terminando de girar encontro-me sempre no baixo do meu duro exílio.
Oh! quanto gostaria de ficar pelo menos no céu azul para fazer o ofício de uma estrela ao meu Criador, mas eu desapareceria do meio das estrelas, porque não sou nem bela, nem luz como as
estrelas, e por isso todas me jogariam precipitando-me no baixo do meu longo exílio”. Mas enquanto pensava assim, o meu doce Jesus moveu-se dentro de mim e disse-me:
(4) “Minha filha, quem vive na minha Vontade vive na unidade do seu Criador, que tem tudo em Si, tem em sua unidade toda a Criação e assim como tem a Criação assim tem em sua unidade a alma que vive no Eterno Fiat, e esta unidade lhe leva todos os reflexos de seu Criador e sua unidade com toda a Criação, de modo que se vê na alma a imagem viva Daquele que a criou, que
mantendo a sua unidade com todos, a tem aos reflexos de todas as coisas criadas por Ele, e estes reflexos formam no fundo da alma o mar, o sol, o céu e as estrelas e todas as variedades
encantadoras da natureza, assim que a alma que vive em minha Vontade, posta no azul céu formaria o mais belo ornamento a essa abóbada azul, de fazer maravilhar céu e terra, teria tudo em
si a seu Criador, um céu, um sol, um mar todo próprio, não lhe faltaria nem a terra toda florida, o canto doce dos pássaros, portador da alegria e da música harmoniosa do seu Criador, porque cada coisa criada contém uma nota divina. Por isso em vez de precipitar-te desejariam ter-te no meio delas, porque entre os tantos prodígios que tem meu Querer, tem a potência de pintar na alma todas nossas obras e de concentrar nela todos seus atos, não está contente se não vê na alma sua beleza, se você não encontrar seu eco, sua alegria e todo Si mesmo”.
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