MEDITAÇÃO
ENCONTRARAM UM VIL TUGÚRIO
Havendo rodado muita, pois, para encontrar algum asilo, por fim encontramos um lugar muito vil. Ali ninguém havia habitado por ser tão mal acondicionado e incapaz de dar conforto a quem quisesse lá estar com as comodidades indispensáveis. Esta foi, portanto, esposa minha, a habitação que tive naquele pais, e ainda a muita custo. Ali entramos e como se fosse um palácio fornecido de todo o conforto, demos graças ao Pai. Tanto eu como a dileta Mão e o Fidelíssimo José, com lágrimas de júbilo, prostrados por terra, demos louvores e ações de graças ao Pai, porque se dignava daquela maneira realizar o desejo de meu Coração, corno também o da minha Mãe e de José. embora eles sentissem algum pesar, por temor de ver a minha pessoa em tantos padecimentos. Mas eu. que desejava sofrer de todas os modos, em pobreza, em abjeção, e falta do necessário, muito me regozijava por estar reduzido assim, e embora experimentasse alguma amargura por minha dileta Mãe a por José. alegrava-me contudo pela mérito grande que conquistavam, vendo-os tão resignados às disposições de meu Pai e seguirem com tanta prontidão a sua vontade. Tendo louvado e agradecido ao Pai por aquele pequeno asilo com o qual se dignara prover-me, agradeci-lhe também por parte de meus irmãos que se achavam aro semelhantes ocorrências e, vendo-se consolados e providos pela liberalidade de meu dileto Pai, não se recordam de usar para com Ele ato algum de gratidão, dando-lhe graças. Ofereci-lhe ainda o ato tão heroico que havia praticado, porque sendo verdadeiro Filho de Deus e por isso absoluto Senhor do universo, contentei-me com habitação tão vil e pobre. E pedi-lhe se dignasse receber tal ato em suplência por aqueles que não se contentam jamais, e como se fossem donos de toda a criação, tudo querem para seu serviço e comodidade, sem aceitarem sofrer o que significa pobreza e falta do supérfluo. Vendo que disto era atacada a maior parte de meus irmãos com solicitude maior duplicava as ofertas ao Pai, e cada vez mais me mostrava contente e feliz com aquela grande pobreza. humilhação e abjeção, a fim de que o Pai ficasse satisfeito, como deveras ficava com amor inefável contemplava minha humanidade no meio de tantas tribulações, e vendo-a contente e conformada com a sua vontade, muito se alegrava e nisto se comprazia. Rendidas as devidas graças e feitos alguns atos de adoração ao Pai dileto. Unidos aos de minha Mãe e de José estávamos muito alegres. achando-nos em tamanha pobreza e carentes, de fato, de qualquer socorro humano.
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