Texto do Tema 42 Livro do Céu Volume 1 – Cap 47 e 48
47 – A renovação do Matrimônio místico, no Céu, na presença da Santíssima Trindade.
Enquanto minha alma estava se entusiasmando em ardentes desejos de receber a graça que o próprio Jesus queria fazer-me, Ele voltou e transportou-me para fora de mim mesma, para o Paraíso, e ali, diante da presença da Santíssima Trindade e de toda a corte celestial, renovou o matrimônio. Jesus tirou o anel adornado com três pedras preciosas, branca, vermelha e verde e o entregou ao Pai que o abençoou e o devolveu ao Filho, o Espírito Santo me tomou a mão direita e Jesus me pôs o anel no dedo anular.
Depois fui admitida ao beijo da Três Divinas Pessoas e me abençoaram. Quem pode dizer minha confusão quando me encontrei diante da Santíssima Trindade? Só digo que assim que me encontrei perante sua presença, caí com rosto por terra e ali haveria permanecido se não tivesse sido por Jesus que me animou para ir a sua
presença, tanta era a luz, a Santidade de Deus. Só digo isto, as outras coisas deixo-as porque as recordo confusamente.
48 – A habitação das Pessoas Divinas na alma, em posse mútua. Então, a Divina Vontade foi presenteada a Luísa.
Depois disto, recordo que passaram poucos dias, e ao receber a Comunhão, perdi os sentidos e vi a Santíssima Trindade que tinha visto no Céu presente diante de mim; logo me prostrei ante sua presença, a adorei, confessei meu nada. Lembro-me que me sentia tão abismada em mim mesma que não me atrevia a dizer uma só palavra, quando uma voz saiu do meio deles e disse: “Não temas, tem coragem ,
viemos para te confirmar como nossa e tomar posse do teu coração”. Enquanto esta voz assim dizia, vi que a Santíssima Trindade desceu em meu coração e se apoderou dele e aí formou sua sede.
Quem pode dizer a mudança que aconteceu em mim? Sentia-me divinizada, não mais vivia eu mas Ela vivia em mim. A mim me parecia que meu corpo fosse como uma habitação, e que dentro habitasse o Deus vivente, porque eu sentia a presença real sensivelmente em meu interior, ouvia sua voz clara que saía de dentro de meu interior e ressoava nos ouvidos do corpo. Acontecia precisamente como quando há pessoas dentro de uma sala, que falam e suas vozes se ouvem claras e distintas mesmo de fora. Desde então não tive mais a necessidade de ir a outros lugares para buscar encontrá-lo, mas dentro do meu coração eu o encontrava.
E quando algumas vezes se escondia e eu ia em busca de Jesus girando pelo Céu e pela Terra, buscando a meu sumo e único Bem, enquanto me encontrava na fogueira das lágrimas, na intensidade dos desejos, nas penas inenarráveis por havê-lo perdido, Jesus saía de dentro de mim e me dizia: “Estou aqui contigo, não me procures em outro lugar”. Eu, entre o espanto e o contentamento de tê-lo encontrado, dizia-lhe: “Meu Jesus, como me fizeste girar e girar toda esta manhã para te encontrar e estavas aqui? Podias ter-me dito, para não me ter esforçado tanto meu doce Bem, minha amada Vida, vê como estou cansada, não tenho mais forças, sinto-me desfalecer, ah, sustêm-me entre teus braços pois me sinto morrer”. E Jesus me tomava em seus braços e me fazia repousar, e enquanto repousava me
sentia restituir as forças perdidas. Outras vezes – neste ocultamento que Jesus fazia e eu que ia em sua busca — se fazia sentir dentro de mim e depois não só saía Jesus, mas as Três Divinas Pessoas e as encontrava então em forma de três crianças graciosas e sumamente belas, sendo um só corpo e três cabeças diferentes, mas de uma mesma semelhança, as três igualmente atraentes. Quem pode dizer meu contentamento?
Especialmente quando via os Três meninos e que eu os continha aos Três entre meus braços, agora beijava a um, agora ao outro, e Eles me beijavam a mim, agora um se apoiava em um ombro meu e outro no outro e um me ficava de frente, e enquanto me deleitava neles, com grande assombro fazia por olhar, e de Três encontrava a um só. Outra coisa que me maravilhava quando me encontrava com estas três crianças era que uma pesava o mesmo que as três juntas; tanto amor
sentia eu por uma destas crianças como pelas Três, e as Três me atraíam do mesmo modo. Para terminar a minha intervenção sobre estes discursos, tive de deixar passar algumas coisas para seguir o fio da meada 52, mas agora estou pronta para dizê-las
NOTAS:
50 Variante textual: tenha ânimo.
51 Jesus explica a Luísa três décadas depois: “Tua Família é a Trindade. Não te lembras, nos primeiros anos, acamada, que te levei para o Céu e diante da Santíssima Trindade fizemos a nossa união? E Ele te dotou com tais dons, que muitas vezes tu ainda não os conhece; e enquanto vos falo da minha Vontade, dos efeitos e do valor, faço-vos descobrir os dons de que fostes dotada desde então”
(Vol. XIII, 5.12.1921).
52 Quer dizer, “eu acompanhei a continuidade do discurso”.
Perguntas para responder sobre esse capítulo
– No primeiro casamento ou noivado foi com a Humanidade de Cristo, e agora é com a Divindade?
– Explique sobre o sentimento que Luisa sentiu de muita confusão, sabes explicar um pouco disso?
– A Santíssima Trindade se mostrou claramente a Luisa na terra, dizendo com isso que agora pode vir do céu para a terra com decoro e honra. O que podemos pensar disso?
– Luisa têm claramente a visão da Santissima Trindade ocupando seu corpo, e porque não o sente dentro e o procura ainda fora?
– Jesus faz questão de frisar bem a presença da Santíssima Trindade com Luisa, para ela perceber e marcar esse momento como o momento do retorno da criatura humana à ordem que Deus desejou, como morada livre para Deus. Fale sobre isso.
Dê seu testemunho sobre seu encontro com a Divina Vontade