Estudo 48 – Livro do Céu Vol. 22 ao 36 – Aos poucos leremos tudo! Escola da Divina Vontade

Escola da Divina Vontade
Estudo 48 – Livro do Céu Vol. 22 ao 36 – Aos poucos leremos tudo! Escola da Divina Vontade
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Fiat!!!

22-1
Junho 1, 1927
Jesus sabe fazer todos os milagres, exceto separar-se de sua Vontade. Dor pela morte do
Padre Di Francia. Bem de quem põe em prática as verdades conhecidas.
Como Jesus a faz ver aquela alma bendita e lhe fala dela.

(1) As privações do meu doce Jesus tornam-se mais longas, sinto que não posso mais, oh! se eu
fosse dado a tomar o voo para minha pátria celestial, onde não há mais separações com Jesus,
como seria feliz de sair da dura e escura prisão do meu corpo. Jesus! Jesus! Como é que não
queres ter piedade de mim, desta pobre prisioneira? Como você me deixou sem sequer vir me
visitar muitas vezes na obscura prisão em que me encontro? Oh Jesus! sem Ti como se faz mais
penosa, mais sombria, mais tremenda minha prisão na qual Tu me puseste, dizendo-me que
estivesse nela por amor teu e para cumprir tua Vontade, mas que não me deixarias só, senão que
me farias companhia. Mas agora, está tudo acabado! Não tenho teu sorriso que me alegra, não
tenho tua palavra que rompe meu longo silêncio, nem tua companhia que rompe minha solidão,
estou sozinha, aprisionada e atada por Ti nesta prisão, e além disso me deixou. Jesus! Jesus! Eu
não esperava isso de Ti.
(2) Mas enquanto desafogava minha intensa dor saiu de dentro de mim e me abraçando para me
sustentar, porque não tinha mais força, me disse:
(3) “Minha filha, ânimo, Eu não te deixo, mas tu deves saber que teu Jesus sabe fazer e pode fazer
todos os milagres, salvo o milagre de me separar de minha Vontade, se em ti está meu Divino
Querer, como posso te deixar? E se isto fosse um Jesus sem vida. Pelo contrário, é a
interminabilidade do meu Fiat que me esconde, e tu, enquanto sentes a Vida Dele, não vês o teu
Jesus que está dentro dele”.
(4) Então me sentia afligida, não só pelas privações de meu doce Jesus, mas porque também me
tinha chegado a notícia inesperada da morte do Reverendo Padre Di Francia, era o único que me
restava a quem podia abrir minha pobre alma, como me compreendia bem, era um santo, ao qual
me confiava e que tanto tinha compreendido todo o valor do que Jesus me tinha dito sobre a Divina
Vontade, tinha tanto interesse nisto, que com insistência tinha levado todos os escritos para
publicá-los. Então pensei para mim: “Depois que Jesus permitiu que levasse os escritos com
grande sacrifício de minha parte, porque eu não queria, e só porque era um santo eu tive que
ceder, e agora Jesus o levou para o Céu.” Eu sentia-me torturado pela dor, mas Fiat! Fiat! Fiat!
Tudo termina aqui em baixo; rompi em pranto encomendando a Jesus aquela alma bendita que
tanto tinha sofrido e agido por Ele e enquanto isso fazia, meu doce Jesus se moveu em meu
interior e me disse:
(5) “Minha filha, coragem, tu deves saber que por tudo o que aquela alma, tão querida por Mim,
tem feito, por todas as verdades que tem conhecido sobre minha Vontade, tanta luz de mais
encerrou em sua alma, assim que cada conhecimento de mais é uma luz maior que possui, e cada
conhecimento põe na alma uma luz distinta, uma mais bela que a outra, com o germe da diferente
felicidade que cada luz contém, porque tudo o que a alma pode chegar a conhecer de bem, com a
vontade de o pôr em prática em si mesma, A alma fica na posse do bem que conhece. Se não tem
vontade de pôr em prática os conhecimentos que adquire, acontece como quando alguém toca
numa flor ou também se lava com água fresquíssima, no ato sentirá o perfume da flor, o refrigério
da água fresca, mas como não possui a flor nem a fonte da água fresca, pouco a pouco se
desvanecerá o perfume e o bem da frescura da água, e se encontrará sem o perfume e
desvanecida a frescura que tinha gozado; assim são os conhecimentos quando se tem o bem de
conhecê-los e não se põem em prática. Agora, aquela alma tinha toda a vontade de pô-los em
prática, tanto que vendo o grande bem que ele sentia, queria fazê-los conhecer aos demais,
publicá-los. Então, enquanto esteve na terra, o corpo, mais que a parede ocultava aquela luz, mas
apenas a alma saiu da prisão de seu corpo, encontrou-se investida da luz que possuía, e os tantos
germes de felicidade que possuía, efeitos dos conhecimentos de minha Divina Vontade,
desenvolvendo-se estes, começou a sentir o início da vida das verdadeiras bem-aventuranças e,
mergulhando na eterna Luz do seu Criador, encontrou-se na Pátria Celestial, onde continuará a
sua missão sobre a minha Vontade, assistindo Ele a tudo do Céu.

(6) Se tu soubesses a grande diferença que há de glória, de beleza, de felicidade, entre quem
morrendo leva consigo da terra a luz com os germes de tantas felicidades, e entre quem a recebe
só do seu Criador, há tal distância, que é maior que a distância entre o céu e a terra. Oh! se os
mortais soubessem o grande bem que adquirem ao conhecer um verdadeiro bem, uma verdade, e
fazer dele sangue próprio para incorporá-la na própria vida, fariam competição, esqueceriam tudo
por conhecer uma verdade e dariam a vida para pô-la em prática”.

(7) Então, enquanto Jesus dizia isto vi diante de mim a alma bendita do pai junto à minha cama,
investida de luz, suspensa sobre a terra, que me olhava fixamente sem me dizer uma palavra,
também eu me sentia muda diante dele e Jesus continuou:
(8) “Veja-o como está transformado, minha Vontade é Luz e transformou aquela alma em luz; é
bela, deu-lhe todas as tintas da perfeita beleza; é santa e ficou santificada; minha Vontade possui
todas as ciências, e a alma ficou investida da ciência divina; não há nada que minha Vontade não
lhe tenha dado. Oh! Se todos entendessem o que significa Vontade Divina, poriam tudo à parte,
não se esforçariam por fazer nada mais e todo o empenho estaria em fazer só minha Vontade”.

(9) Depois disto pensava para mim: “Mas por que Jesus bendito não compareceu para fazer o
milagre ao Padre Di Francia?” E Jesus, movendo-se dentro de mim, disse-me:

(10) “Minha filha, a Rainha do Céu na Redenção não fez nenhum milagre, porque suas condições
não lhe permitiam dar a vida aos mortos, a saúde aos enfermos, porque sendo que sua Vontade
era a de Deus mesmo, o que queria e fazia seu Deus, queria e fazia Ela, não tinha outra vontade
para pedir a Deus milagres e curas, porque a sua vontade humana não lhe deu jamais vida, e para
pedir milagres a esta Vontade Divina devia valer-se da sua, o que não quis fazer, porque teria sido
descer à ordem humana, mas a Soberana Rainha não quis jamais dar um passo fora da ordem
divina, e quem está nele, deve querer e fazer o que faz seu Criador, muito mais pois com a vida e
luz desta Divina Vontade, via que era o melhor, o mais perfeito, o mais santo ainda para as
criaturas, o que queria e fazia seu Criador. Portanto, como poderia descer da altura da ordem
divina?
E por isso fez só o grande milagre que encerrava todos os milagres, a Redenção, querida
pela mesma Vontade da que era animada, que levou o bem universal a quem quer que o deseje. A
grande Mãe Celestial, enquanto em vida não fez nenhum milagre aparente, nem de curas, nem de
ressuscitar os mortos, fazia e faz milagres todos os momentos, todas as horas e todos os dias,
porque conforme as almas se dispõem, se arrependem, dando ela mesma as disposições para o
arrependimento, vai a seu Jesus, o fruto de seu seio, e tudo o dá a cada um como confirmação de
seu grande milagre que Deus quis que fizesse esta Celestial Criatura. Os milagres que o próprio
Deus quer que façam sem mistura de vontade humana, são milagres duradouros, porque partem
da fonte divina que jamais se esgota, e basta querê-los para recebê-los.

(11) Agora suas condições se dão a mão com a inigualável Rainha do Céu, devendo você formar o
reino do Fiat Supremo não deves querer senão o que quer e faz minha Divina Vontade, nem tua
vontade deve ter vida, mesmo que te pareça de fazer um bem às criaturas e assim como minha
Mamãe não quis fazer outros milagres senão aquele de dar seu Jesus às criaturas, assim você, o
milagre que quer minha Vontade Divina que você faça é dar minha Vontade às criaturas, de fazê-la
conhecer para fazê-la reinar; com este milagre farás mais que tudo, porás a salvo a salvação, a
santidade, a nobreza das criaturas e desterrarás também os males corporais delas, causados
porque não reina a minha Vontade Divina, não só isto, mas porás a salvo uma Vontade Divina
entre as criaturas e lhe restituirás toda a glória, a honra que a ingratidão humana lhe tirou. Por isso
não permiti que lhe fizesse o milagre de curá-lo, mas lhe fez o grande milagre de fazê-lo conhecer
minha Vontade, e partiu da terra com a posse dela e agora goza no oceano da luz da Divina
Vontade, e isto é mais que tudo”.

23-1
Setembro 17, 1927
As penas são como o ferro forjado pelo martelo, que lança faíscas. Diferença entre a cruz da
Humanidade de Nosso Senhor e a da Divina Vontade. O ato incessante do Querer Divino.

(1) Meu Jesus, vida de meu pobre coração, vem sustentar minha debilidade, sou uma pequena
menina ainda e sinto a necessidade extrema de que me tenha entre seus braços, que guie minha
mão enquanto escrevo, que coloque as palavras em minha boca, que me dê seus pensamentos, a
tua luz, o teu amor e o teu Querer, e se não o fizeres, eu ficarei como uma criança caprichosa sem
fazer nada. E se Tu amas tanto fazer conhecer teu Santíssimo Querer, o primeiro a sacrificar-se
serás Tu, eu entrarei em ordem secundária, por isso meu Amor transforma-me em Ti, tira-me a
estupidez, porque sinto que não posso mais, e eu seguirei cumprindo teu eterno Querer ainda a
custo de minha vida.
(2) Depois, seguindo meu abandono na Divina Vontade, sentia-me sob o jugo das penas, e meu
amado Jesus me estreitando a Si para dar-me a força me disse:

(3) “Minha filha, as penas são como o ferro forjado pelo martelo, que o faz cintilar de luz e inflamar-
se tanto, de trocar-se em fogo, e sob os golpes que recebe perde a dureza, amolece-se, de modo

que se pode dar-lhe a forma que se quer. Assim é a alma, sob os golpes da dor perde a dureza,
cintila luz, transforma-se em meu amor e se torna fogo, e Eu, artífice divino, encontrando-a
moldável dou-lhe a forma que quero. Oh! como tenho prazer em fazê-la bela, sou artífice ciumento
e quero a glória porque nenhum pode e sabe fazer minhas estátuas, meus vasos, tanto na forma
como na beleza e muito menos na finura, e na luz que cintila as converte todas em verdade. Por
isso, cada golpe que lhe dou preparo-lhe uma verdade para manifestar, porque cada golpe é uma
faísca que a alma põe fora de si, e Eu não as perco como as perde o artífice ao golpear o ferro,
senão que me sirvo delas para investi-las de luz, de verdades surpreendentes, de maneira que à
alma lhe servem como a mais bela vestimenta e lhe proporcionam o bom alimento da Vida Divina”.

(4) Depois disto seguia o meu doce Jesus, mas estava tão aflito e sofredor que dava piedade, e eu
lhe disse: “Diz-me, meu amor, o que tens? Por que sofres tanto?” E Jesus acrescentou:

(5) “Minha filha, sofro pela grande dor da minha Vontade. Minha humanidade sofreu, teve sua cruz,
mas sua vida foi breve sobre a terra, em troca a Vida de minha Vontade foi muito prolongada no
meio das criaturas, são já seis mil anos e durará ainda mais, e você sabe quem é a cruz contínua
dela? A vontade humana, e cada ato dela oposto à Sua, e cada ato da minha que não recebe, é
uma cruz que forma o meu Eterno Querer, portanto as cruzes Dele são inumeráveis. Se
observardes toda a Criação, ireis encontrá-la cheia de cruzes formadas pelo querer humano. Olhe
o sol, meu Divino Querer leva sua luz às criaturas, e elas tomam sua luz e não reconhecem a quem
lhes leva esta luz, e meu Querer recebe no sol tantas cruzes por quantas criaturas não o
reconhecem, e enquanto gozam esta luz servem-se da mesma luz para ofender aquele Querer
Divino que as ilumina, oh! como é duro e doloroso fazer o bem e não ser reconhecido. O vento está
cheio de cruzes, cada rajada é um bem, que leva as criaturas, estas tomam e gozam aquele bem
mas não reconhecem Aquele que no vento as acaricia, as refresca, lhes purifica o ar e por isso se
sente cravar cravos de ingratidão, e cruzes a cada vento que sopra. A água, o mar, a terra, estão
cheios de cruzes formadas pelo querer humano, quem não se serve da água, do mar e da terra?
Todos, porém meu Querer que conserva tudo e é vida primária de todas as coisas criadas não é
reconhecido, e só está nelas para receber as cruzes da ingratidão humana, por isso as cruzes de
meu Querer são sem número e mais dolorosas que aquela de minha Humanidade; muito mais que
a esta não faltam as almas boas que compreenderam sua dor, seus tormentos, as penas que me
fizeram sofrer e também a morte, e me compadeceram e repararam pelo que Eu sofri em minha
vida mortal, em troca aquelas de meu Fiat Divino são cruzes que não se conhecem e portanto
estão sem compaixão e sem reparação, e por isso é tanta a dor que sente meu Querer Divino em
toda a Criação, que faz estourar ora à terra, ora ao mar, ora ao vento em dor, e em sua dor
descarrega flagelos de destruição; é a extrema dor dele, que não podendo mais golpeia aqueles
que não o reconhecem. Eis por que te chamo frequentemente a girar em toda a Criação, é para te
fazer conhecer o que meu Querer faz nela, a dor e as cruzes que recebe das criaturas a fim de que
você o reconheça em cada coisa criada, o ame, os adores, o agradeça, e seja a primeira
reparadora e consoladora de um Querer tão Santo, porque só quem vive em minha Vontade pode
penetrar em seus atos e reconhecer suas dores, e com sua mesma potência tornar-se defensora e
consoladora de minha Vontade, que há tantos séculos vive isolada e crucificada no meio da família
humana”.
(6) Então, enquanto Jesus dizia isto, eu olhava a Criação e a via toda cheia de cruzes, tantas que
não se podiam contar, e o Querer Divino conforme emitia seus atos fora de Si para dá-los às
criaturas, o querer humano punha fora sua cruz para crucificar aqueles atos divinos. Que dor, que
pena! E meu amado Jesus acrescentou:

(7) “Minha filha, meu eterno Fiat teve um ato incessante para com as criaturas desde que criou
toda a Criação, mas estes seus atos, porque faltava neles minha Vontade reinante, não foram
recebidos por elas e por isso ficaram suspensos em toda a Criação em meu próprio Querer Divino.
Agora, ao vir Eu sobre a terra meu primeiro interesse foi o de retomar em Mim o ato incessante
Dele, que havia ficado suspenso em Si mesmo porque não havia podido tomar seu lugar na
criatura, e minha humanidade unida ao Verbo, primeiro devia dar lugar a este seu ato incessante,
lhe dar a satisfação, e esta foi minha Paixão desconhecida, a mais prolongada e dolorosa, e depois
me ocupei da Redenção. O primeiro ato na criatura é a vontade, todos os demais atos, sejam maus
ou bons entram na ordem secundária, e por isso Eu devia primeiro ter interesse de pôr a salvo, em
Mim, todos os atos de minha Divina Vontade, descer no baixo dos atos humanos para reunir juntas
a uma e a Outra, a fim de que vendo postos a salvo seus atos, pudesse satisfazê-la com as
criaturas. Agora, hoje te convido a retomar em ti estes atos rejeitados pelas criaturas, porque meu
Querer continua com seu ato incessante e fica com a dor de vê-lo suspenso em Si mesmo, porque
não encontra quem os receba, nem quem os queira, nem quem os conheça, por isso seja atenta
em trabalhar e sofrer junto Comigo para o triunfo do reino de minha Divina Vontade”.

24-1
Março 19, 1928
Relutância em escrever sobre a pequenez. Retorno dos escritos. A Vontade Divina vive
como sufocada no meio das criaturas porque não é conhecida. Grave responsabilidade
sobre aqueles que deveriam fazê-la conhecer, estes se tornam ladrões. Preparação de grandes eventos.

(1) Meu coração e minha vida, Jesus, eis-me de novo no grande sacrifício de começar a escrever
outro volume, o coração sangra pelo esforço que faço, especialmente pelas condições em que se
encontra a minha pequena e pobre alma. Meu amor, se Tu não me ajudares, se não me abraçares
em Ti, se não fizeres uso de teu poder e de teu amor sobre de mim, não posso seguir adiante e
serei incapaz de escrever uma só palavra, por isso te rogo que triunfe em mim teu Fiat; e se queres
que continue a escrever não me abandones a mim mesma, continua o teu ofício de mestre ditando
os teus ensinamentos à minha pequena alma, mas se não queres que eu escreva mais, beijo e
adoro o teu Querer Divino e agradeço-te, e te rogo que tire proveito de tantas lições que me deste,
que as medite sempre e que modele minha vida segundo teus ensinos. Mãe Celestial, Soberana
Rainha, estende sobre mim teu manto azul para proteger-me, guia minha mão enquanto escrevo a
fim de que possa cumprir a Divina Vontade.

(2) Agora, tendo terminado de escrever o vigésimo terceiro volume, e só Jesus sabe com quanto
trabalho e sacrifício, lamentava-me com Ele porque tinha diminuído seus ensinamentos e me tinha
feito fatigar demais para escrever tão somente poucas palavras, e pensava entre mim: “Eu não
tenho nada para escrever, porque se Jesus não fala, eu não tenho nada a dizer, e parece que
Jesus não tem nada mais a me dizer, é verdade que a história de seu Fiat não tem limites, não
termina jamais, mesmo no Céu terá sempre o que dizer sobre seu eterno Querer, e sendo eterno
encerra o infinito, e o infinito tem coisas e conhecimentos infinitos que dizer, de maneira que não
termina jamais, parece ao sol que, enquanto dá luz, tem sempre luz para dar, sua luz não se
esgota jamais, Mas não poderá ser por minha causa que ele ponha um limite à sua fala e faça uma
pausa na narração da grande história da sua Vontade eterna?” Agora, enquanto pensava nisto, o
meu doce Jesus mexeu-se dentro de mim em ato de sair e disse-me:

(3) “Minha filha, como és pequena! E se nota que quanto mais você está Nela, mais pequena você
fica, e como pequena quer medir com sua pequenez nossa grandeza, quer medir com seus limites
no dizer nosso eterno dizer, e como uma menina que você é, você fica feliz porque seu Jesus não
tem mais nada a dizer, você gostaria de descansar e voltar para nossos primeiros entretenimentos,
já que você não tem mais nada para fazer. Pobre pequena, mas você não sabe que somente são
breves pausas que seu celestial Jesus permite para seus fins, que não te manifesto, e quando
menos pensar retomará seu falar tão importante sobre a longa história de meu eterno Querer”.

(4) Depois de tanto trabalho e luta, finalmente me chegaram de Messina os escritos sobre a Divina
Vontade, e eu sentia uma alegria em mim porque finalmente os tinha de novo junto a mim e
agradecia de coração a meu doce Jesus. Mas Jesus movendo-se em meu interior, fazendo-se ver
com um ar de tristeza me disse:

(5) “Minha filha, tu estás contente e eu estou aflito, se tu soubesses que peso enorme gravitava
sobre aqueles de Messina, pois enquanto tinham interesse de tê-los, tinham para dormir, eles eram
réus de uma Vontade Divina, e vendo a inatividade com que os tinham permitido que os
devolvessem. Agora este peso gravita sobre aqueles que com tanto interesse os fizeram vir, se não
se ocupam, também eles serão réus de uma Vontade Divina, e se soubesses o que significa ser
réu de uma Vontade tão Santa, significa tê-la dificultada, enquanto Ela anseia, suspira que sejam
removidos os impedimentos, e estes se tirarão ao fazê-la conhecer. Ela está cheia de Vida, move-
se por toda parte, envolve tudo, e esta Vida vive como sufocada no meio das criaturas porque não
é conhecida, e Ela geme porque quer a liberdade de sua Vida e está obrigada a ter em Si mesma
os raios de sua luz interminável, porque não é conhecida. Agora, quem é o culpado de tantas
penas da minha Vontade Divina? Quem deve interessar-se em fazê-la conhecer e não o faz. Será
que talvez minha finalidade tenha sido dar tantas notícias sobre meu Fiat, sem o fruto desejado de
fazê-la conhecer?

Não, não, quero a vida do que disse, quero fazer resplandecer o novo sol, quero
o fruto de tantos conhecimentos que manifestei, quero que o meu trabalho receba o suspirado
efeito. Com efeito, quanto não trabalhei para te dispor a receber conhecimentos tão importantes
sobre a minha Vontade? E tu mesma, quantos sacrifícios não fizeste e quantos agradecimentos
não te dei para os fazeres? Meu trabalho tem sido longo, e quando te via sacrificada, olhava ao
grande bem que teriam feito meus conhecimentos sobre o Fiat no meio das criaturas, a nova era
que devia despontar em virtude deles, e meu terno coração enquanto sofria em te sacrificar, Tinha
um imenso prazer em ver o bem, a paz, a ordem, a felicidade, que em virtude disso deviam receber
os meus outros filhos.

Quando Eu faço grandes coisas a uma alma, manifesto verdades
importantes e as renovações que quero fazer no meio da família humana, não é só para a criatura
que o manifesto, mas sim porque quero encerrar a todos naquele bem, quero que minhas verdades
resplandeçam sobre cada um, a fim de que, quem quiser, tome a luz delas. Não fiz isto com minha
Mãe Celestial? Se Ela quisesse manter escondida a encarnação do Verbo, que bem traria a minha
vinda à terra? Nenhum, teria partido ao Céu sem dar a ninguém minha Vida, e a Soberana Rainha,
se me tivesse escondido, teria sido ré e ladra de todo o bem e de tantas Vidas Divinas que deviam
receber as criaturas. Assim se farão réus e ladrões de todo o bem que levarão os conhecimentos
sobre meu Fiat Divino, porque Ele levará tantas vidas de luz, de graça, e os bens imensos que
contém uma Vontade Divina. Por isso, grave peso gravita sobre aqueles que deveriam ocupar-se
se é que continuam a deixar inoperantes os sóis tão benéficos de tantas verdades sobre meu
eterno Querer, e se você, por primeira vez, gostaria de se opor a fazer conhecer o que concerne a
minha Vontade, a primeira ladra de tantos sóis e de tantos bens que devem receber as criaturas
por meio destes conhecimentos, serias tu”.

(6) Depois, com um acento mais terno acrescentou:
(7) “Minha filha, o mundo está como queimado, não há quem despeje sobre ele aquela água pura
que lhes tire a sede, e se bebem é a água turva de sua vontade que os queima demais. Os
mesmos bons, os filhos de minha Igreja que buscam fazer o bem, depois de ter feito o bem não
sentem a felicidade do bem, mas sim o peso do bem que lhes leva a tristeza e o cansaço, sabes
porquê? Porque falta no mesmo bem a Vida do meu Fiat, que contém a força divina que tira
qualquer cansaço, falta a luz e o calor da minha Vontade que têm virtude de esvaziar qualquer
peso e de adoçar todas as amarguras, falta o orvalho benéfico de meu Fiat que embeleza as ações
das criaturas e as faz aparecer tão belas que lhe levam a vida da felicidade, falta a água de meu
Querer que sempre surge e que enquanto fecunda em modo divino, dá vida e apaga a sede, e por
isso, bebem e se queimam demais.

Veja então como é necessário que seus conhecimentos sejam
conhecidos e se abram caminho no meio das criaturas, para levar a cada uma a Vida de minha
Vontade, com a fonte dos bens que Ela contém. Todos sentem, mesmo aqueles que se dizem os
mais bons, que lhes falta uma coisa necessária, sentem suas obras não completas, e todos
suspiram outro bem, mas eles mesmos não sabem o que seja. É a plenitude e totalidade de meu
Fiat Divino que falta em seus atos, e por isso suas obras estão como a metade, porque só com
meu Querer, e nele, se podem fazer obras completas. Por isso Ele suspira ser conhecido para levar
sua Vida e o cumprimento às obras de suas criaturas, muito mais, que grandes acontecimentos
estou preparando, dolorosos e prósperos, castigos e graças, guerras imprevistas e inesperadas,
tudo para dispor a receber o bem dos conhecimentos do meu Fiat; mas se a estes conhecimentos
os deixarem dormir sem os pôr no meio das criaturas, deixarão sem fruto os acontecimentos que
estou preparando; que contas me darão? Enquanto que com este conhecimento estou preparando
a renovação e a restauração da família humana. Portanto, por sua parte não coloque nenhum
obstáculo e continue rogando que logo venha o reino de minha Divina Vontade”.

25-1
Outubro 7, 1928

Abertura da casa da Divina Vontade em Corato; entrada de Luisa nela. Semelhança do
nascimento de Jesus em Belém. A lâmpada Eucarística e a lâmpada viva de quem faz a
Divina Vontade. A prisioneira perto do Divino Prisioneiro. Agradecimento de Jesus por tal companhia.

(1) Meu Jesus, vida de meu pobre coração, Você que sabe em que amargura me encontro, vem
em minha ajuda, envolve em suas chamas a pequena recém nascida de seu Querer Divino, a fim
de que me dê a força para poder começar outro volume e seu Fiat Divino eclipse minha mísera
vontade, a fim de que não tenha mais vida e a substitua tua Vontade Divina, e Ela mesma escreva
com os caráteres de sua luz o que Tu, meu amor, queres que escreva. E para não me equivocar,
sugere-me Tu as palavras, e só que Tu aceitas comprometer-te a me ser-me palavra, pensamento,
batimento, e a dirigir minha mão com a tua, posso fazer o sacrifício de voltar a escrever o que Tu
queres. Meu Jesus, estou aqui perto do tabernáculo de amor, daquela porta adorada que eu tenho
a grande honra de olhar, sinto as tuas fibras divinas, o teu coração pulsando, que em cada
batimento faz sair chamas, raios de luz interminável, e naquelas chamas ouço os teus gemidos, os
teus suspiros, as tuas súplicas incessantes e os teus repetidos soluços porque queres fazer
conhecer a tua Vontade para dar a sua Vida a todos, e eu me sinto consumindo junto Contigo e
repetindo o que Você faz. Por isso, peço-te que, enquanto olhas para mim de dentro do
tabernáculo, e eu olho para ti de dentro do meu leito, reforces a minha fraqueza para que eu possa
fazer o sacrifício de continuar a escrever.

(2) Agora, antes de dizer o que me disse Jesus, devo fazer um pequeno parênteses, que aqui em
Corato foi fundada uma casa querida e iniciada pelo padre cônego Annibale Maria di Francia, de
venerável memória, a qual, seus filhos, fiéis à vontade do seu fundador, seguiram e deram o nome
de casa da Divina Vontade, como o queria o venerável padre, que queria que eu entrasse nessa
casa, e seus filhos e filhas por sua bondade, o primeiro dia que a abriram, as reverendas madres
vieram por mim e me conduziram a um quarto, onde abrindo a porta desse quarto eu vejo o
tabernáculo, escuto a santa missa, estou propriamente sob o olhar de meu Sacramentado Jesus.
Oh! como me sinto feliz, porque de agora em diante, se Jesus quer que continue escrevendo,
escreverei sempre pondo um olho no tabernáculo e o outro no papel onde escrevo. Por isso, peço-
te, meu amor, ajuda-me e dá-me a força para cumprir o sacrifício que tu queres.

(3) Agora, devendo-se abrir esta casa, viam-se pessoas, religiosas, meninas, um ir e vir de
pessoas, todos em movimento. Eu me sentia toda impressionada, e meu doce Jesus movendo-se
em meu interior me disse:
(4) “Minha filha, este núcleo de pessoas que tu vês tudo em movimento pela abertura da casa da
minha Divina Vontade, é símbolo daquele núcleo de pessoas quando quis nascer em Belém, e os
pastores iam e vinham visitar-me, pequeno menino, isto apontava a todos a certeza de meu
nascimento; assim este núcleo de gente todo em movimento, indica o novo nascimento do reino de
minha Divina Vontade. Veja como todo o Céu faz eco ao meu nascimento, o qual, os anjos
festejando, me anunciaram aos pastores e pondo-os em movimento os faziam ir e vir a Mim, e Eu
reconheci neles as primícias do reino da Redenção, assim reconheço neste núcleo de pessoas, de
meninas e religiosas, o início do reino da minha Divina Vontade. Oh, como exulta meu coração e
goza, e todo o Céu faz festa, assim como os anjos festejaram meu nascimento, assim eles festejam
o início do renascimento de meu Fiat em meio às criaturas. Mas veja como meu nascimento foi
mais descuidado, mais pobre, não tive sequer um sacerdote perto de mim, mas apenas pobres
pastores. Em vez disso, no início do meu Querer não há apenas um núcleo de religiosas e meninas
estrangeiras, um povo que vem para festejar a abertura, mas há um Arcebispo e sacerdotes
representantes da minha Igreja, isto é símbolo e anúncio a todos, que o reino do meu Querer
Divino será formado com mais magnificência, com pompas e esplendor maior que o próprio reino
da Redenção, e todos, reis e príncipes, bispos, sacerdotes e povos, conhecerão o reino do meu
Fiat e o possuirão, por isso também tu festeja este dia no qual, meus, e seus suspiros e sacrifícios
por fazer conhecer minha Divina Vontade veem os primeiros alvores e esperam que logo surja o
Sol do meu Fiat Divino”.
(5) Logo, tendo chegado a noite deste dia consagrado à Rainha do Rosário, Rainha das vitórias e
dos triunfos, pensava que este era outro belo sinal, que assim como a Soberana Senhora venceu o
seu Criador, e, tecendo-o com as suas cadeias de amor, atraiu-o do Céu à terra, para o fazer
formar o reino da Redenção, assim a coroa doce e potente de seu Rosário a fará de novo vitoriosa
e triunfadora para a Divindade, tanto, de conquistar o reino do Fiat Divino para fazê-lo vir em meio
às criaturas.
(6) Eu não pensava de fato que aquela mesma noite deveria ir à casa da Divina Vontade junto a
meu prisioneiro Jesus, só lhe rogava que não me fizesse saber quando aconteceria para não
profanar com minha vontade humana este ato, que nada pusesse de meu, mas em tudo o Divino
Querer. Eram 8 horas da noite, e fora do habitual veio o confessor, a quem as reverendas madres
superioras haviam rogado, se impusesse sobre mim, por obediência, para que eu cedesse a
consentir com elas. Resisti tanto quanto pude, porque pensava que se o Senhor quisesse que
fosse no mês de abril, estação mais quente, então eu pensaria. Mas o confessor insistiu tanto, que
eu cedi. Por volta das nove e meia da noite fui levada a esta casa, perto do meu prisioneiro Jesus.
Esta é a pequena história do porquê me encontro nesta casa da Divina Vontade. (7) Agora retomo
minha narração: Na noite fiquei sozinha com meu Sacramentado Jesus, meus olhos estavam fixos
na porta do tabernáculo, a lâmpada com seu tremor contínuo me parecia que hora se quisesse
apagar, mas depois se reavivava, e eu sentia um sobressalto no coração temendo que Jesus
pudesse ficar às escuras. E o meu sempre amável Jesus, movendo-se dentro de mim, abraçou-me
e disse-me:
(8) “Minha filha, não temas, que a lâmpada não se apaga, e se se apagar tenho-te a ti, lâmpada
viva, lâmpada que com o teu tremor, mais que tremor da lâmpada eucarística me diz ‘te amo, te
amo, te amo.’ Oh, como é belo o tremor de teu te amo, me diz amor, e unindo-se com minha
Vontade, de duas vontades formamos uma só! Oh, como é bela a tua lâmpada e o tremor do teu
amo, não se pode comparar com a lâmpada que arde diante do meu tabernáculo de amor. Muito
mais que estando em você minha Divina Vontade, forma o tremor de seu te amo no centro do Sol
de meu Fiat, e Eu vejo e sinto que não uma lâmpada, mas um sol está diante de mim. Seja bem-
vinda minha prisioneira, veio fazer companhia a seu Prisioneiro, os dois estamos na prisão, você
na cama e eu no tabernáculo, é justo que estejamos juntos, muito mais que uma é a finalidade que
nos tem na prisão, a Vontade Divina, o amor e as almas.

Como me será agradável a companhia de
minha prisioneira, estaremos juntos para preparar o reino de meu Fiat Supremo. Mas deves saber,
minha filha, que o meu Amor te precedeu, eu me coloquei primeiro nesta custódia, prisioneiro, para
esperar a minha prisioneira e a tua doce companhia. Vê então como meu Amor foi o primeiro a
correr para ti, como te amei e te amo, porque depois de tantos séculos de prisão neste tabernáculo
não tive jamais uma prisioneira que me fizesse companhia, que estivesse perto, perto, estive
sempre sozinho, ou na maior parte na companhia de almas não prisioneiras, nas quais não vejo as
minhas próprias correntes; agora finalmente chegou o tempo de ter uma prisioneira, para tê-la
continuamente próxima, sob meus olhares sacramentais, e que só as cadeias de minha Vontade
Divina a têm prisioneira. Companhia mais doce e mais agradável não podia ter, portanto, enquanto
estivermos na prisão nos ocuparemos do reino do Fiat Divino e trabalharemos juntos e nos
sacrificaremos para fazê-lo conhecer as criaturas”.

Fiat!!! Sempre e eternamente em Vontade de Deus! Deo Gratias.

26-1
Abril 7, 1929

Beijos ao sol, saída ao jardim, competição entre vento e sol. Festa de toda a Criação.
Nota discordante e nota de acordo. A nova Eva.

(1) Minha pobre mente está sempre de volta no centro do Querer Divino, sinto que não posso fazer
menos que navegar em seu mar interminável e me submergir sempre mais nele, para não ver,
sentir e tocar outra coisa que a Vontade Divina. Oh Vontade adorável! Eleve suas ondas altíssimas
para as regiões celestiais e transporte a pequena exilada, sua recém-nascida, de sua Vontade na
terra até sua Vontade no Céu. Ah! Tenha piedade de minha pequenez e cumpra sobre mim seu
último ato na terra, para começar seu ato contínuo no Céu.
(2) Agora, escrevo só por obediência e com grande repugnância. Depois de quarenta anos e mais
que não tinha saído ao exterior, hoje quiseram me levar ao jardim sobre uma cadeira de rodas;
assim que saí, descobri que o sol me investia com seus raios, como se quisesse me dar sua
primeira saudação e seu beijo de luz. Eu quis corresponder-lhe dando-lhe meu beijo, e pedi às
meninas e às religiosas que me acompanhavam que todas dessem seu beijo ao sol, beijando nele
aquela Divina Vontade que, como Rainha, estava velada de luz, e todas o beijaram. Agora, quem
pode dizer minha emoção depois de tantos anos, ao encontrar-me de frente àquele sol do qual
meu amável Jesus se tinha servido para me dar tantas semelhanças e imagens de sua adorável
Vontade? Sentia-me investida não só por sua luz, mas também por seu calor, e o vento querendo
fazer concorrência com o sol me beijava com uma leve brisa para refrescar os beijos ardentes que
me dava o sol; então eu senti que eles nunca terminavam de me beijar, o sol de um lado e o vento
do outro. Oh, como sentia ao vivo o toque, a vida, o respiro, o ar, o amor do Fiat Divino no sol e no
vento! Tocava com a mão que as coisas criadas são véus que escondem aquele Querer que as
criou. Agora, enquanto me encontrava sob o império do sol, do vento, da vastidão do céu azul, meu
doce Jesus se moveu em modo sensível em meu interior, como se não quisesse ser menos que o
sol, que o vento, que o céu e me disse:

(3) “Amada filha do meu Querer, hoje todos fazem festa pela tua saída, toda a corte celestial sentiu
o brilho do sol, a alegria do vento, o sorriso do céu e todos correram para ver o que havia de novo,
e ao ver-te a ti investida pela luz do sol que te beijava, ao vento que te acariciava, ao céu que te
sorria, todos compreenderam que a potência do meu Fiat Divino movia os elementos a festejar a
sua pequena recém-nascida. Por isso, toda a corte Celestial unindo-se com toda a Criação, não só
fazem festa, mas sim sentem as novas alegrias e felicidades que por tua saída lhes dá minha
Divina Vontade. E Eu, sendo espectador de tudo isto, não só faço festa dentro de ti, mas também
não me sinto arrependido por haver criado o céu, o sol e toda a Criação, mas bem me sinto mais
feliz, porque dela goza minha pequena filha, repetem-se em mim as alegrias, os contentos, a glória
quando tudo foi criado, quando Adão inocente não havia feito ressoar a nota da dor de sua vontade
rebelde em toda a Criação, que rompeu o brilho, a felicidade, o doce sorriso que para dar às
criaturas tinha minha Divina Vontade no sol, no vento, no céu estrelado, porque, minha filha, o
homem ao não fazer minha Divina Vontade, pôs em nossa obra da Criação sua nota discordante,
por isso perdeu o acordo com todas as coisas criadas e Nós sentimos a dor e a desonra que em
nossa obra haja uma corda desafinada, que não emite um belo som, e este som desafinado afasta
da terra os beijos, as alegrias, os sorrisos que contém minha Divina Vontade na Criação, por isso
quem faz minha Vontade e vive nela é a nota de acordo com todos, seu som contém não uma nota
de dor, mas de alegria e de felicidade, e é tão harmoniosa que todos advertem, mesmo os mesmos
elementos, que é a nota da minha Vontade na criatura, e pondo tudo a um lado querem gozar
aquela que tem essa Vontade da qual todos estão animados e são conservados”.
(4) Jesus fez silêncio e eu lhe disse: “Meu amor, Tu me disseste tantas vezes que quem vive em
tua Divina Vontade é irmã de todas as coisas criadas; quero ver se minha irmã luz me reconhece, e
sabes como? Se olhar para ela não me deslumbra a vista”.
(5) E Jesus: “Certamente que te reconhecerá, prova e verás”.
(6) Eu olhei fixamente no centro da esfera do sol, e a luz parecia que acariciava minha pupila mas
sem me deslumbrar, de modo que pude olhar em seu centro seu grande mar de luz; como era
suave e belo, como é verdade que simboliza o infinito, o interminável mar de luz do Fiat Divino. Eu

disse: “Obrigado, ó Jesus, que me fizeste reconhecer pela minha irmã luz”. E Jesus voltou a falar-
me:

(7) “Minha filha, até no respiro é reconhecida por toda a Criação que vive no meu Querer, porque
cada coisa criada sente naquela criatura o poder do Fiat e a supremacia que Deus lhe deu sobre
toda a Criação. Olha e escuta minha filha, no princípio, quando Adão e Eva foram criados, foi-lhes
dado o Éden por habitação, no qual eram felizes e santos; este jardim é semelhança daquele Éden,
embora não seja tão florido e belo. Agora, deves saber que permiti que viesses a esta casa que
está circundada por jardins, para ser a nova Eva, não a Eva tentadora que mereceu ser posta fora
do Éden feliz, mas a Eva reformadora e que restabelece, que chamará de novo o reino de minha
Divina Vontade sobre a terra. Ah, sim, você será o germe, o cimento à mariposa que tem o querer
humano, você será o princípio da era feliz, por isso concentro em você a alegria, os bens, a
felicidade do princípio da Criação, e amo repetir as conversas, as lições, os ensinamentos que teria
dado se o homem não tivesse se subtraído de nossa Divina Vontade. Por isso seja atenta, e seu
voo nela seja contínuo”.

27-1
Setembro 23, 1929

Quem vive na Divina Vontade, em sua pequenez encerra o Tudo, e dá Deus a Deus. 
Os prodígios divinos.

(1) A Divina Vontade me absorve em tudo, e por quanto sinto repugnância em escrever, o Fiat
Onipotente, com seu império se impõe sobre mim, pequena criatura, e com sua autoridade divina
me vence, derruba minha vontade e pondo-a como banco a seus pés divinos, com seu império
doce e forte me induz a escrever um novo volume, enquanto eu acreditava que devia fazer uma
pausa. Oh! Vontade adorável, imperante e santa, queres o sacrifício, e eu não me sinto com forças
de resistir e lutar contra Ti, ou melhor, adoro tuas disposições, e me perdendo em teu Santo Querer
te peço que me ajude, fortifique minha fraqueza e não permita que eu escreva senão o que quer, e
como quer Tu; ah, que eu seja sua repetidora e não ponha nada meu! E Vós, Meu Amor
Sacramentado, desde essa custódia santa da qual me vês, e na qual eu te vejo a Ti, enquanto
escrevo não me negues tua ajuda, mas bem, vem junto comigo a escrever, só assim sentirei a
força para começar.
(2) Estava fazendo meu habitual giro na Criação para seguir todos os atos que o Supremo Querer
tinha feito em todas as coisas criadas, e meu doce Jesus saindo de meu interior me disse:

(3) “Minha filha, quando a criatura percorre as obras de seu Criador, significa que quer reconhecer,
apreciar, amar, o que Deus tem feito por amor seu, e não tendo o que dar como correspondência,
enquanto percorre suas obras toma toda a Criação como em seu próprio punho, e a dá novamente
a Deus, íntegra e bela para sua glória e honra dizendo: ‘Te reconheço, te glorifico por meio de tuas
mesmas obras, pois só elas são dignas de Ti’. Agora, é tal e tanta nossa complacência ao nos
vermos reconhecidos pela criatura em nossas obras, que nos sentimos como se a Criação se
repetisse de novo para nos dar dupla glória, e esta dupla glória nos é dada porque a criatura
reconhece nossas obras feitas por amor dela, e dadas a ela como nosso dom para que nos ame. A
criatura com o reconhecimento de nosso dom encerra no céu de sua alma o Tudo, e Nós vemos na
pequenez dela o nosso Ser Divino com todas as nossas obras; muito mais, porque estando nosso
Fiat Divino na pequenez desta criatura, tem capacidade e espaço para fechar o Tudo, e oh!
prodígio, ver encerrado na pequenez humana o Tudo, e que ousadamente dá o Tudo ao Tudo só
para amá-lo e glorificá-lo.

Que o Tudo de nosso Ser Supremo seja o Tudo, não é para maravilhar-
se, porque tal é nossa natureza divina: ‘Ser Tudo’. Mas o Tudo na pequenez humana é a maravilha
das maravilhas, são prodígios de nosso Querer Divino, que onde reina não sabe fazer de nosso
Ser Divino um ser a metade, mas sim todo inteiro. E como a Criação não é outra coisa que um
desabafo de amor do nosso Fiat Criador, onde Ele reina encerra todas as suas obras, e por isso a
pequenez humana pode dizer: ‘Dou Deus a Deus’. Eis por que, quando nos damos à criatura,
queremos tudo, também o seu nada, a fim de que sobre o seu nada seja repetida a nossa palavra
criadora, e formemos nosso Tudo sobre o nada da criatura; se não nos der tudo, sua pequenez,
seu nada, nossa palavra criadora não vem repetida, nem é decoro e honra para Nós repeti-la,
porque quando Nós falamos queremos nos desfazer de tudo o que não nos pertence, e quando
vemos que não se dá toda, não a fazemos coisa nossa, e ela fica a pequenez e o nada que é, e
Nós ficamos com nosso Tudo que somos”.

(4) Depois disto continuava meu abandono no Supremo Fiat, mas me sentia triste por certas coisas
que não é necessário escrevê-las, e meu sempre amável Jesus, movendo-se a compaixão me
estreitou entre seus braços, e todo amor me disse:

(5) “Oh! Como me é querida a filha do meu Querer. Tu deves saber que a tristeza não entra na
minha Divina Vontade. Ela é alegria perene que retorna pacífica e feliz sua morada onde reina, por
isso esta tristeza, se bem sei que é por minha causa, é coisa velha de sua vontade humana, e as
coisas velhas não as recebe em sua alma minha Vontade Divina, porque tem tantas das novas,
que não alcança o espaço de sua alma para colocá-las todas, por isso fora sua tristeza, fora.

Oh! Se soubesses quantas singulares belezas forma na alma minha Divina Vontade; onde Ela reina
forma seu céu, seu sol, seu mar e o ventinho de seus refrescos e frescuras divinas; Ela, sendo
artífice insuperável, tem em Si mesma a habilidade da arte da Criação, e quando entra na criatura
para formar o seu reino, tem um desejo excessivo de repetir sua arte, e por isso aí estende seu
céu, forma o sol e todas as belezas da Criação, porque onde Ela reina quer suas coisas, e com sua
arte as forma e se faz circundar das obras dignas de meu Fiat, por isso a beleza da alma onde Ela
reina é indescritível. Isso não acontece também na ordem humana? Quando se faz um trabalho, ao
fazê-lo não perde sua arte, a arte permanece dentro da criatura como sua propriedade, e quantas
vezes quer repetir seu trabalho, tem virtude de repeti-lo, e se o trabalho é belo, anseia ter ocasião
de repeti-lo. Tal é minha Vontade Divina, o trabalho da Criação é belo, majestoso, suntuoso, pleno
de ordem e harmonia indescritível, assim que vai buscando ocasião para repeti-lo, e esta ocasião é
dada pelas almas que lhe dão a liberdade de fazê-la dominar e estender seu reino nelas. Por isso,
coragem, afasta de ti o que não pertence ao meu Fiat Divino, a fim de que fique livre em seu
trabalho divino, de outra maneira formarias as nuvens em torno de ti, as quais impediriam que
minha Luz se engrandecesse e resplandecesse com seus resplandecentes raios em tua alma”.

28-1
Fevereiro 22, 1930

Quem vive na Divina Vontade fica circundado pela Imutabilidade divina.
Morte do bem; sacrifício da vida para fazê-lo ressurgir.

(1) Estou sempre em poder do Fiat Divino que sabe conquistar doce e fortemente; com sua doçura
me atrai de modo irresistível, com sua força me vence, de modo que pode fazer de mim o que quer.
Oh! Querer Santo, já que Tu me conquistas, faz que com tua mesma força e doçura te vença a Ti,
e cedendo a minhas súplicas contínuas vem a reinar sobre a terra, forma teu doce encanto ao
querer humano, e tudo chegue a ser Vontade Divina sobre a terra.
(2) Enquanto estava pensando sobre o Querer Divino, meu doce Jesus movendo-se em meu
interior e fazendo-se ver me disse:
(3) “Minha filha, se você soubesse o que significa dar-se em poder da minha Divina Vontade. A
alma fica circundada pela nossa imutabilidade, e tudo se torna para ela imutável: ‘A santidade, a
luz, a graça, o amor.’ Assim, não sente mais a mudança dos modos humanos, mas a estabilidade
dos modos divinos, por isso quem vive em meu Querer Divino pode-se chamar céu que está
sempre fixo e estável em seu posto de honra com todas as suas estrelas, e se gira, como é todo o
conjunto da Criação que gira, por isso não muda de posto, nem varia, mas sim fica sempre
imutável o céu com todas suas estrelas. Assim é a alma que vive em minha Divina Vontade, poderá
girar, fará várias ações, mas como girará na força motora de meu Fiat Divino e no conjunto de
minha Vontade, será sempre céu, e imutável em seus bens e nas prerrogativas com as quais a
dotou minha Suprema Vontade. Em troca quem vive fora de meu Fiat Divino, sem sua força motriz,
pode ser chamado como aquelas estrelas errantes que se precipitam no espaço, como se não
houvesse um posto fixo para elas, e são obrigadas, como estrelas errantes, a correr como ao
precipício, como se tivessem se extraviado da abóbada do céu. Assim é a alma que não faz nem
vive em minha Divina Vontade, ela se muda a cada ocasião, sente em si tanta variedade de
mudanças, que sente incômodo em repetir um bem contínuo, e se algum resplendor de luz faz sair

de si, é como o cintilar das estrelas errantes, que rapidamente desaparece. Pode-se dizer que o
sinal para conhecer se se vive de Vontade Divina é esta: ‘A imutabilidade no bem’; e mudar-se a
cada pequena incitação, é o sinal se é que se vive do querer humano”.

(4) Depois disto seguia os atos do Fiat Divino, girava nas obras da Criação, no Éden, nos lugares e
pessoas mais notáveis da história do mundo para pedir em nome de todos o reino da Divina
Vontade sobre a terra. E o meu doce Jesus, movendo-se dentro de mim, disse-me:

(5) “Minha filha, o homem que se subtraiu da minha Divina Vontade, deu morte aos bens que o
meu Querer Divino teria feito surgir nele se não tivesse sido rejeitado. Assim que ele saiu, naquele
instante morria o ato contínuo da Vida Divina no homem, morria a santidade que sempre cresce, a
luz que sempre surge, a beleza que jamais se detém para sempre embelezar, o amor incansável
que jamais diz basta, que sempre, sempre quer dar, muito mais que rejeitando a minha Divina
Vontade morria a ordem, o ar, o alimento que deveria alimentá-lo continuamente. Veja então
quantos bens divinos o homem fez morrer em si mesmo ao subtrair-se da minha Divina Vontade;
agora, onde esteve a morte do bem, requer-se o sacrifício da vida para fazer ressurgir o bem
destruído. Eis por que, justa e sabiamente, quando quis renovar o mundo e dar um bem às
criaturas, pedi o sacrifício de vida, como pedi o sacrifício a Abraão, que me sacrificasse a seu único
filho, como de fato o fez, mas impedido por Mim se deteve, e naquele sacrifício que custava a
Abraão mais do que a própria vida, ressurgia a nova geração onde devia descer o Divino Libertador
e Redentor, que devia fazer ressurgir o bem morto na criatura. Com o andar do tempo permiti o
sacrifício de Jacó, com a grande dor da morte de seu amado filho José, e se bem não morreu, mas
para ele foi como se na realidade tivesse morrido; era a nova chamada ao celestial Libertador que
ressurgia naquele sacrifício, que chamava a fazer ressurgir o bem perdido. Além disso, Eu mesmo
ao vir à terra quis morrer, mas com o sacrifício da minha morte chamava ao ressurgimento de
tantas vidas e o bem que a criatura tinha feito morrer, e quis ressuscitar para confirmar a vida do
bem e a ressurreição à família humana.

Que grande delito é fazer morrer o bem, tanto, que se
requer o sacrifício de outras vidas para fazê-lo ressurgir. Agora, com toda minha Redenção e com o
sacrifício de minha morte, não reinando minha Divina Vontade, não todo o bem ressurgiu na
criatura, Ela está reprimida e não pode desenvolver a santidade que quer, o bem sofre
intermitências, hora surge, hora morre, e meu Fiat fica com a dor contínua de não poder fazer
surgir todo o bem que quer na criatura. É por isso que fiquei sacramentado na pequena Hóstia,
parti para o céu, mas ao mesmo tempo fiquei na terra, no meio das criaturas, para nascer, viver e
morrer, embora misticamente, para fazer ressurgir todo o bem nelas, que o homem rejeitou ao
subtrair-se da minha Divina Vontade. E ao meu sacrifício quis unido o sacrifício de tua vida, para
fazer ressurgir seu reino no meio das gerações humanas, e de cada Tabernáculo estou como
espiando para fazer obra completa, Redenção e Fiat Voluntas Tua come in Cielo Così in terra,
contentando-me em sacrificar-me e morrer em cada Hóstia para fazer ressurgir o Sol do meu Fiat
Divino, a nova era e seu pleno triunfo. Eu ao partir da terra disse: ‘Vou ao céu e fico sobre a terra
no Sacramento, estarei contente de esperar séculos, sei que me custará muito, ultrajes inéditos
não me faltarão, talvez mais que em minha própria Paixão, mas me armarei de paciência divina, e
desde a pequena Hóstia farei obra cumprida, farei reinar meu Querer nos corações e continuarei
estando no meio deles para me alegrar com os frutos dos tantos sacrifícios que sofri.’ Por isso,
junta-te a mim ao sacrifício por uma causa tão santa, e pelo justo triunfo de que minha Vontade
reine e domine”.

¡In Voluntate Dei! Deo Gratias.
(Damos Graças a Deus, na Divina Vontade!)

29-1
Fevereiro 13, 1931

Quem vive no Querer Divino vive no centro de sua luz, ao contrário, quem não vive Nele,
vive na circunferência de sua luz. Como Deus encontra seu apoio. A criação é muda, a
criatura é criação falante. O eco de Deus na criatura. Deus com manifestar as verdades sai do repouso e continua seu trabalho.

(1) Minha vida, dulcíssimo Jesus meu, ah! Venha em minha ajuda, não me abandone, com a
potência de seu Santíssimo Querer investe minha pobre alma e tire-me tudo o que me perturba e
me tortura. Ah! Faz surgir em mim o novo sol de paz e de amor, de outra maneira não sinto forças
de continuar a fazer o sacrifício de escrever, treme-me a mão e a pena não corre sobre o papel,
meu amor, se Tu não me ajudas, Se não removeres de mim a tua Justiça que justamente me abate
no estado doloroso em que me encontro, sinto-me impossibilitada de escrever nem sequer uma
palavra. Por isso ajuda-me, e eu me esforçarei por quanto possa obedecer a quem me ordena
escrever tudo o que Tu me tens dito sobre tua Santíssima Vontade, e como são coisas passadas
farei uma pequena resenha de cada coisa que corresponde a tua Divina Vontade.
(2) Então, sentindo-me oprimida e toda cheia de amarguras intensas, meu doce Jesus fazendo-se
ver e me segurando em seus braços me disse:
(3) “Minha filha, coragem, pensa que um Querer Divino reina em ti, que é fonte de felicidade e de
alegria contínua, mas tuas amarguras e opressões formam as nuvens em torno do Sol da minha
Vontade, as quais impedem que seus raios brilhem em todo teu ser, e que querendo fazer-te feliz
se sente rejeitar por tuas amarguras a felicidade que quer dar-te, e apesar de que tens a um Sol
Divino a tua disposição, em virtude de tuas amarguras tu sentes a chuva que te oprime, que enche
até a borda tua alma. Tu deves saber que quem vive em minha Vontade vive no centro da esfera
do Sol Divino, e pode dizer, o Sol é todo meu, em troca quem não vive nela vive na circunferência
da luz que o Sol Divino expande por toda parte, porque o meu Querer não pode com a sua
Imensidão negar-se a ninguém, nem quer negar-se, encontra-se como o sol que está obrigado a
dar luz a todos, ainda que nem todos a quisessem, e por que isto? Somente porque é luz, e a
natureza da luz é dar-se a todos, a quem não a quer e a quem a quer; mas que grande diferença
há entre quem vive no centro do meu Sol Divino, e entre quem vive na sua circunferência, a
primeira possui as propriedades da luz e todos os seus bens que são infinitos, a luz a tem
defendida de todos os males, assim que o pecado não pode ter vida nesta luz, e se surgem
amarguras, são como nuvens que não podem ter vida contínua, basta um pequeno ventinho de
minha Vontade para pôr em fuga as nuvens mais densas, e a alma se encontra submersa no
centro do Sol que possui. Muito mais porque as amarguras de quem vive em meu Querer são
sempre por minha causa, e Eu posso dizer que estou amargurado junto contigo, e se te vejo
chorar, choro junto contigo, porque minha Vontade me faz inseparável de quem vive nela, e sinto
suas penas mais que se fossem minhas.

É mais, minha mesma Vontade que reside na alma chama
a minha humanidade em quem sofre, para fazê-la repetir sua Vida vivente sobre a terra, e oh!
Prodígios divinos que acontecem, as novas correntes que se abrem entre o Céu e a terra pela nova
Vida de penas que Jesus tem em sua criatura. E meu coração, enquanto é humano é divino, possui
as mais doces ternuras, são tais e tantos os atrativos e potentes ternuras de meu coração, que
enquanto vejo sofrer a quem me ama, meu amor terníssimo derrete meu coração e tudo se
derrama sobre as penas e sobre o coração de minha criatura amada. Por isso estou contigo no
sofrer e faço dois ofícios, de ator de penas e espectador, para me gozar os frutos de minhas penas
que nela vou desenvolvendo; por isso para quem vive em minha Divina Vontade sou Sol e centro
de sua vida, assim que somos inseparáveis, Eu sinto sua vida palpitante em Mim, e ela sente
minha Vida palpitante no íntimo de sua alma. Em troca para quem vive na circunferência da luz que
o Sol de minha Divina Vontade expande por toda parte, não é dona da luz, porque se diz
verdadeira dona quando um bem reside em si mesma, e o bem de dentro nenhum pode ser tirado,
nem em vida nem depois de morta, pelo contrário o bem de fora está sujeito a perigo, não tem
poder de tê-lo seguro, e a alma sofre debilidade, inconstância, paixões que a atormentam, e chega
a sentir-se como distante de seu Criador. Por isso sempre em minha Vontade te quero, para fazer-
me continuar minha Vida sobre a terra”.

(4) Depois continuava meus pequenos atos de adoração, de amor, de louvor, de bênçãos no Fiat
Divino a meu Criador, e conforme fazia meus atos assim o Querer Divino os estendia por onde e
por onde se encontrava a Divina Vontade, que não há ponto onde não se encontre; e meu sempre
amável Jesus adicionou:
(5) “Filha queridíssima da minha Vontade, tu deves saber que o meu Querer não sabe fazer atos a
meias, mas completos, e com tal plenitude que pode dizer: ‘Onde está a minha Vontade está o meu
ato’. E nossa Divindade, vendo em nossa Vontade Divina estendida a adoração, o amor de sua
criatura, encontra seu apoio em sua Imensidão, em qualquer ponto quer apoiar-se; então sentimos
nossa adoração profunda que a criatura nos colocou em nossa Vontade e nos apoiamos e
repousamos, sentimos que onde quer que nos ama e nos apoiamos em seu amor, e assim de seus
louvores e bênçãos. Assim que a criatura em nossa Vontade se torna nosso apoio e nosso
repouso, não há nada que mais nos agrade que encontrar nosso repouso em nossa criatura,
símbolo do repouso que tomamos depois de ter criado toda a Criação.

(6) Além disso, nossa Divina Vontade está por toda parte, e Céu e Terra, e tudo, estão cheios até o
topo dela, assim que todos são véus que a escondem, mas véus mudos, e se em seu mutismo
eloquentemente falam de seu Criador, não são eles, mas a minha própria Vontade escondida nas
coisas criadas, fala por via de sinais como se não tivesse palavra, fala no sol por via de sinais de
luz e de calor, no vento dando sinais penetrantes e imperantes, no ar dá sinais mudos ao formar-se
respiro de todas as criaturas; oh! Se o sol, o vento, o ar, e todas as outras coisas criadas tivessem
o bem da palavra, quantas coisas diriam de seu Criador. Em vez disso, quem é a obra falante do
Ser Supremo? É a criatura, Nós ao criá-la amamos tanto que lhe demos o grande bem da palavra,
nossa Vontade se quis fazer palavra da criatura, quis sair do mutismo das coisas criadas, e
formando o órgão da voz nela formou a palavra para poder falar, por isso a voz das criaturas é véu
falante no qual minha Vontade fala eloquentemente, sabiamente, e como a criatura não diz nem faz
sempre a mesma coisa, como as coisas criadas que não mudam jamais ação, senão que estão
sempre em seu posto para fazer aquela mesma ação que Deus quer deles, por isso minha Vontade
mantém a atitude contínua da multiplicidade de modos que há na criatura.

Então, pode-se dizer que não só fala na voz, senão que se faz falante nas obras, nos passos, na mente e no coração
das criaturas. Mas qual não é a nossa dor ao ver esta criação falante servir-se do grande bem da
palavra para nos ofender, servir-se do dom para ofender o doador e impedir o grande prodígio que
posso fazer de graças, de amor, de conhecimentos divinos, de santidade que posso fazer na obra
falante da criatura? Mas para quem vive em minha Vontade, são vozes que falam, e oh! Quantas
coisas lhe vou manifestando, estão em movimento e atitude contínua, gozo a plena liberdade de
fazer e dizer coisas surpreendentes e cumpro o prodígio de minha Vontade falante, amante e
obrante na criatura. Por isso me dê plena liberdade e verá o que meu Querer sabe fazer em você”.
(7) Depois estava pensando em tudo o que meu doce Jesus me havia dito, e meu amado Bem
repetiu:
(8) “Minha filha, a substância de nosso Ser Divino é uma imensidão de Luz puríssima, que produz
uma imensidão de amor; esta Luz possui todos os bens, todas as alegrias, felicidade interminável,
belezas indescritíveis, esta luz invista tudo, vê tudo, encerra tudo, Para ela não existe nem passado
nem futuro, senão um ato só, sempre em ato, que produz tal multiplicidade de efeitos de encher
Céus e terra. Agora, a imensidão de amor que produz esta nossa luz, nos faz amar a nosso Ser e a
tudo o que sai de nós com tal amor, de nos tornarmos verdadeiros e perfeitos amantes, por isso
não sabemos fazer outra coisa senão amar, dar amor e pedir amor. Para quem vive em nossa
Vontade, nossa luz e nosso amor fazem o eco na criatura e a transforma em luz e amor, e qual não
é nossa felicidade ao formar os tipos e modelos nossos da obra de nossas mãos criadoras? Por
isso, esteja atenta e faça que sua vida não esteja formada de outra coisa que de luz e de amor se
quiser voltar contente a seu querido Jesus”.

(9) Então fazia quanto mais podia por me abandonar toda na Divina Vontade, e pensava nas tantas
verdades que o bendito Jesus me tinha manifestado sobre seu Santo Querer; cada verdade
abraçava o infinito e continha tanta luz de encher Céu e terra, e eu sentia a força da luz e o peso
do infinito, que me invadindo toda com um amor indescritível me convidavam a amá-las e a fazê-las
minhas com pô-las em prática. Mas enquanto minha mente se perdia em tanta luz, meu doce Jesus
me disse:

(10) “Minha filha, o nosso trabalho para com a criatura começou com a Criação, e o
nosso trabalho está na palavra, porque contendo ela a nossa força criadora fala e cria, fala e forma
as obras mais belas e maravilhosas. Com efeito, com o trabalho de seis Fiat que pronunciamos foi
formada toda a grande máquina do universo, compreendido o homem que Devia habitá-lo e ser o
rei de todas as nossas obras. Então, depois de ter ordenado tudo, nosso amor nos chamou ao
repouso, mas o repouso não é cumprimento de trabalho, só significa um breve alto para voltar ao
trabalho. Agora, queres saber quando retomamos o nosso trabalho? Cada vez que manifestamos
uma verdade voltamos ao trabalho da criação, assim que tudo o que foi dito no antigo testamento
foram outros tantos reinícios de trabalho; minha vinda sobre a terra não foi outra coisa que retomar
o trabalho por amor das criaturas; minha doutrina, as tantas verdades ditas por minha boca,
apontava claramente para o meu intenso trabalho pelas criaturas.

E assim como na Criação o nosso Ser Divino repousou, assim com a minha morte e ressurreição quis repousar também para
dar tempo a fazer frutificar entre as criaturas os frutos do meu trabalho, mas é sempre repouso, não
cumprimento de trabalho, nosso trabalho até o fim dos séculos será alternado de trabalho e
repouso, de repouso e trabalho. Vê então filha boa que longo trabalho devo fazer contigo ao
manifestar-te tantas verdades sobre minha Divina Vontade, e como a coisa que mais interessa a
nosso Ser Supremo é fazê-la conhecer, por isso não poupei nada para um trabalho tão longo,
embora eu frequentemente tenha tomado os pequenos períodos de repouso para dar-lhe tempo
para receber o meu trabalho e prepará-lo para as outras surpresas do trabalho da minha palavra
criadora. Por isso, tende cuidado em conservar e em não perder nada do trabalho da minha
palavra, que contém um valor infinito que basta para salvar e santificar um mundo inteiro”.

 

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