Estudo 54 Livro do Céu Vol. 11 ao 19 – Escola da Divina Vontade

Escola da Divina Vontade
Estudo 54 Livro do Céu Vol. 11 ao 19 – Escola da Divina Vontade
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11-69
Março 14,1914

A alma que faz a Vontade de Deus, toma a todo Jesus.

(1) Hoje eu estava me sentindo toda em Jesus, mas tanto, de sentir ao vivo e real a todo Jesus em mim, e enquanto o sentia me disse, mas em um modo tão terno e comovedor, que meu pobre coração me sentia quebrado:
(2) “Minha filha, é-me muito duro não contentar a quem faz minha Vontade. Como vês, não tenho mais mãos, nem pés, nem coração, nem olhos, nem boca, nada me resta; na minha vontade que tomaste, de tudo te possuíste, e a mim nada me fica. Eis por que diante dos tantos males que inundam a terra não chovem os flagelos merecidos , porque me é difícil não te contentar, e além disso como o posso fazer se não tenho mãos, e você não as cede. Se me tornarem absolutamente necessárias, serei obrigado a roubar-te, ou a convencer-te, de maneira que as cedas. Como é difícil para mim, como é difícil para mim desagradar a quem faz a minha Vontade!
Eu odiaria a Mim mesmo”.
(3) Eu fiquei espantada por este falar de Jesus, e não só isso, senão que em verdade via que eu tinha as mãos, os pés, os olhos de Jesus, e lhe disse: “Jesus, faz-me ir já ao Céu”.

(4) E Ele: “Dá-me outro pouco de vida em ti, e depois virás.

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11-70
Março 17,1914

Quem faz a Vontade de Deus entra a tomar parte das ações ad intra das Divinas Pessoas,e se torna inseparável delas.

(1) Continuando meu habitual estado, meu amável Jesus continuava fazendo-se ver em toda mim, e que eu possuía todos os seus membros, e mostrava-se tão contente, que parecendo que não podia conter esta alegria me disse:

(2) “Minha filha, quem faz minha Vontade entra a tomar parte das ações “ad intra” das Divinas Pessoas; só para quem faz meu Querer está reservado este privilégio, não só de tomar parte em todas as nossas obras “ad extra”, senão que destas passa às obras “ad intra”. Eis porque me é
difícil não contentar a quem vive de meu Querer, porque estando a alma em minha Vontade, está no íntimo de nossos corações, de nossos desejos, de nossos afetos, dos pensamentos; seu bater, seu respiro e o nosso são um só, assim que são tais e tantos os contentes que nos dá, as complacências, a glória, o amor, todos de modos e de natureza infinitos, nada ao contrário dos nossos, que assim como em nosso Amor eterno, Um rapta o Outro, o Um forma o contente do Outro, tanto, que não podendo muitas vezes conter este Amor e estes contentes saímos em obras “ad extra”, assim ficamos arrebatados e felicitados por esta alma que faz nosso Querer.

Portanto, como deixar descontente a quem tanto nos agrada? Como não amar como nos amamos a nós mesmos, não como amamos as demais criaturas, a quem nos ama com nosso Amor? Com esta alma não há véus de segredos entre Nós e ela, não há nosso e teu, mas tudo é em comum, e o que Nós somos por natureza, impecáveis, santos, etc., à alma a fazemos por graça, a fim de que nenhuma disparidade haja entre ela e Nós. E assim como Nós não podendo conter nosso Amor saímos em obras “ad extra”, assim não podendo conter o amor de quem faz nosso Querer, a tiramos de Nós e a assinalamos ante os povos como nossa favorita, nossa amada, e que só por ela e pelas almas semelhantes fazemos descer os bens sobre a terra, e que só por amor a elas conservamos a terra; logo a essa alma encerramos dentro de nós para gozá-la, porque assim como as Divinas Pessoas somos inseparáveis, Assim se torna inseparável quem faz nosso Querer”.

12-60
Agosto 19, 1918

Jesus está cansado das infâmias dos sacerdotes.

(1) Encontrando-me em meu habitual estado, meu sempre amável Jesus se fazia ver em meu interior como dentro de um cerco de luz, e olhando me disse:
(2) “Vejamos o que fizemos de bem hoje”.
(3) E olhava e olhava. Eu creio que aquele cerco de luz era sua Santíssima Vontade, e que tendo-me unido eu com Ela, por isso dizia assim. E acrescentou:

(4) “De alguma forma estou cansado das infâmias dos sacerdotes, não posso mais, gostaria de  exterminá-los. Oh! quantas almas devastadas, quantas desfiguradas, quantas idólatras! Servir-se das coisas santas para me ofender é minha dor mais acerbo, é o pecado mais abominável, é
o selo da ruína total que atrai as maiores maldições e rompe qualquer comunicação entre o Céu e a terra. A estes seres gostaria de extirpar da terra; por isso os castigos continuarão e se multiplicarão, a morte devastará as cidades, muitas casas e caminhos desaparecerão, não haverá quem as habite, o luto, a desolação reinarão por toda parte”.

(5) Eu lhe roguei e supliquei, e tendo entretido comigo uma boa parte da noite, estava Ele tão sofredor que eu sentia despedaçar-me o coração pela dor, mas espero que meu Jesus se aplaque.

12-61
Setembro 4, 1918

Lamentos de Jesus pelos sacerdotes.

(1) Encontrando-me no meu estado habitual, meu sempre amável Jesus assim que veio me disse:

(2) “Minha filha, as criaturas querem desafiar minha justiça, não querem render-se e por isso minha justiça faz seu curso contra as criaturas, e estas de todas as classes, não faltando nem sequer aqueles que se dizem meus ministros, e talvez estes mais que os demais; que veneno contêm, envenenam quem se aproxima deles, em vez de me porem nas almas querem pôr-se eles, querem fazer-se rodear, fazer-se conhecer, e Eu fico a um lado; seu contato venenoso em lugar de fazer às almas recolhidas, distraem-nas; em vez de as fazer retiradas, fazem-nas mais dissipadas, mais defeituosas, tanto que se vêem almas que não tendo contato com eles mais melhores, mais recolhidas, mais retiradas, assim não posso confiar em nenhum; Sou obrigado a permitir que as pessoas se afastem das igrejas, dos sacramentos, a fim de que seu contato não as envenene mais e as torne mais más. Minha dor é grande, as feridas de meu coração são profundas, por isso roga, e unida com os poucos bons que há, compadece minha acerbada dor”.

14-56
Setembro 1, 1922

O amor rejeitado torna-se fogo de castigo.

(1) Encontrando-me no habitual, meu sempre amável Jesus se fazia ver todo afanado e oprimido, mas o que mais o oprimia eram as chamas de seu amor, que enquanto saíam dele para expandir-se, eram obrigadas pela ingratidão humana a aprisionar-se novamente. ¡Oh! como seu coração santíssimo ficava sufocado por suas próprias chamas, e pedia refrigério. Então me disse:

(2) “Minha filha, dá-me alívio, porque não posso mais; minhas chamas me devoram, deixa-me ampliar teu coração para poder pôr nele meu amor rejeitado e a dor de meu próprio amor, ah! as penas do meu amor superam todas as minhas demais penas juntas”.

(3) Agora, enquanto dizia isto, punha sua boca em meu coração e soprava-o fortemente, de modo que me sentia inflar, depois me tocava com suas mãos como se o quisesse ampliar e voltava a soprar-lhe; eu sentia como se fosse quebrar, mas ele não prestava atenção em mim, soprava-lhe outra vez. Depois que o inflou bem, com suas mãos o fechou, como se pusesse um selo, de modo que não havia esperança que pudesse receber alívio, e logo me disse:

(4) “Filha do meu coração, quis fechar com o meu selo o meu amor e a minha dor que coloquei em ti, para te fazer sentir como é terrível a pena do amor contido, do amor rejeitado. Minha filha, paciência, tu sofrerás muito, é a pena mais dura, mas é teu Jesus, tua vida, quem quer este
alívio de ti”.
(5) Só Jesus sabe o que sentia e sofria, por isso creio que é melhor não colocá-lo no papel. Então, tendo passado um dia inteiro me sentindo continuamente morrer, a noite, retornando meu doce Jesus queria me inflar mais a parte do coração, e eu lhe dizia: “Jesus, não posso mais; não posso conter o que tenho, e quer acrescentar mais?” E Ele, tomando-me nos seus braços para me dar força, disse-me:

(6) “Minha filha, coragem, deixa-me fazer, é necessário, de outra maneira não te daria tanta pena, os males chegaram a tanto que há toda a necessidade de que tu sofras ao vivo minhas penas, como se de novo estivesse Eu vivente sobre a terra. A terra está prestes a fazer sair chamas para punir as criaturas; meu amor que corre para elas para cobri-las de graça, rejeitado se converte em fogo para castigá-las, assim que a humanidade se encontra no meio de dois fogos: fogo do céu e fogo da terra. São tantos os males, que estes fogos estão por unir-se, e as penas que te faço sofrer correm no meio destes dois fogos e impedem que se unam; se não fizesse isto, para a pobre humanidade tudo teria terminado. Por isso me deixe fazer, Eu te darei a força e estarei contigo”.

(7) Agora, enquanto dizia isto, voltava a soprar-me, e eu, como se não pudesse mais, rogava-lhe que me tocasse com suas mãos para me segurar e dar-me a força, e Jesus me tocou, sim, tomando-me o coração entre suas mãos e apertando-o tão forte, que só Ele sabe o que me fez sentir. Mas não contente com isto, apertou-me tão forte a garganta com as suas mãos, que me sentia destroçar os ossos, os nervos da garganta e sentia-me sufocar. Então, depois que me deixou naquela posição por algum tempo, todo ternura me disse:

(8) “Coragem, neste estado se encontra a presente geração, e de todas as classes, são tais e tantas as paixões que as dominam, que estão afogados pelas mesmas paixões e pelos vícios mais feios; a podridão, a lama são tantas, que está por submergir, eis por que quis fazer-te
sofrer a pena de sufocar-te a garganta, esta é pena dos excessos extremos, e eu não podendo suportar mais ver a humanidade sufocada por seus mesmos males, quis de ti uma reparação.
Mas deves saber que esta dor também a sofri Eu quando me crucificaram, esticaram-me tanto sobre a cruz, que todos os nervos me esticaram tanto que os sentia despedaçar-me, retorcer, mas os de minha garganta tiveram uma dor e um alongamento maior, tanto que me sentia sufocar. Era o grito da humanidade submergida pelas paixões, que me apertava a garganta me afogava de penas. Foi tremenda e horrível esta pena minha ao sentir-me esticar os nervos, os ossos da garganta com tal força, que sentia destroçar-me todos os nervos da cabeça, da boca e até dos olhos; foi tal a tensão, que cada pequeno movimento me fazia sentir penas mortais; ora ficava imóvel e ora me contorcia tanto, que me sacudia de modo horrível sobre a cruz, que os mesmos inimigos ficavam aterrorizados. Por isso te repito, coragem, minha Vontade te dará força para tudo”.

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14-57
Setembro 5, 1922
Quem vive na Vontade de Deus, deve encerrar em si mesmo toda a Criação.

(1) Meu sempre adorável Jesus continua a fazer-se ver com seu coração trespassado e exacerbado ao máximo, parecia que todas as penas das criaturas eram infligidas naquele coração, já que não só os pecados ferem aquele coração, mas também os sofrimentos que se ocasiona a mesma criatura ao não corresponder à graça, mas como ferem a um coração que ama, ferindo aquele coração, era tanto o amor, que buscava transformar as mesmas ofensas em graças e bênçãos. ¡ Oh, bondade de Jesus! É o único que pode dar-se a vanglória de que ama de verdade e em forma incrível às criaturas; por isso também as penas de cada uma o traspassavam, mas eram tantas as ofensas, que mudavam em raios as mesmas graças que partiam daquele coração santíssimo, por isso me disse:

(2) “Minha filha, como se tornou insuportável o homem, minhas graças se lhe mudam em castigos, e se encaminha a uma revolução geral, assim que ele mesmo maquina sua destruição, chegou a tanto que merece que o castigue”.

(3) E enquanto dizia isto, fazia ver males por toda parte, cidades derrubadas e males de novo gênero. Depois voltou novamente, cansado, pedindo-me ajuda em suas penas; e soprando-me de novo a parte do coração me participava, poderia dizer, a sombra de suas penas, porém apesar de serem sombras, se não estivesse Ele junto a mim para dar-me ajuda não teria podido resistir, o que será das penas daquele santíssimo coração? Depois, acalmando-se, disse-me:

(4) “Filha primogênita da minha Vontade, assim como a minha Vontade encerra tudo, agora dando-te por vida o meu Querer, quero encerrar também tudo em ti. Recorda que há meses fixei em ti uma roda de sol, e com um diâmetro te medi tudo, e outra roda desceu do Céu, que fixando-a em ti deixava tantos fios de luz, e estes estavam fixados na Santíssima Trindade, e deixando tudo aberto entre ti e nós, deixei-te então sem te dar nenhuma explicação do meu trabalho. Agora, depois de ter trabalhado tanto em você durante todo este tempo transcorrido, e devendo cumprir meu trabalho, quero te dar a explicação, a fim de que o selo de mim e de seu Querer, formando um só dê cumprimento à missão à qual te chamei. Então, a roda de luz que primeiro fixei em ti era toda a Criação, saída da Divindade todo amor, luz e beleza; o diâmetro com o qual te medi era para ver tuas disposições e as que te faltavam, e poder colocá-las para poder fixar bem esta roda e colocá-la ao seguro. A segunda roda era a Divindade que descia em ti, estabelecia o que tinha criado no empíreo, fixava-o em ti para pôr em justas relações o que a Criação lhe devia. Agora, deves saber que a Criação a encerrei e confirmei em ti, o que foi feito no Céu quero que tenha vida na terra, mas na mesma Vontade nossa, que subindo a
Nós nos leve todo amor, plena de luz e bela como a tiramos, eis por que marquei em ti todas as mortes, as penas de cada uma e de todas as criaturas juntas, para poder encontrar em ti toda a Criação, e permanecendo o Céu aberto entre ti e nós nos conduzirás a nosso regaço, como
parida por ti, isto é, como parto que a nossa Vontade fez em ti e tu a reconduzes aos nossos pés, dando-a à luz no nosso colo. São nossos direitos que reclamamos, não queremos outra coisa senão que volte a Nós o que de Nós saiu.

É verdade que só nossa Vontade obrante com seu poder em uma alma, como fez no vazio quando fizemos sair a Criação, poderá nos dar novamente nossos direitos e nos fazer sorrir, pondo a nossos pés, como triunfo, a toda a Criação, mas queremos usar esta potência para fazer com que não fiquemos desiludidos na obra da Criação, e nosso amor triunfe principalmente tomando de uma o que todos deveriam nos dar. Agora fixamos tudo em ti, depois sairão as outras pequenas partes, que amando viver deste modo em nosso Querer, nos levarão ao nosso regaço, quem dez, quem vinte, quem cem, nossos direitos da Criação; sucederá de ti como a uma árvore que, lançando profundas raízes em nossa Vontade, estas raízes farão germinar outras árvores, que formarão coroa à árvore produzirão seus frutos. O verdadeiro bem jamais fica isolado, e sendo minha Vontade o bem maior, sua fecundidade será imensa, por isso, ânimo, seja atenta a tudo, é verdade que nosso Querer fará tudo, mas o fio do seu deve correr junto e estender-se no Céu, na terra e a tudo, para nos fazer cumprir o que queremos fazer em ti”.

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16-56
Março 22, 1924

Necessidade de escrever tudo. Nossa Senhora fez o maior milagre. Só esta doutrina poderá deter as gerações
humanas que correm em vertiginosa carreira no mal.

(1) Tendo dito ao confessor o que está escrito acima, ele disse que não estava convencido disto, que se fosse verdade, esta manhã se deveria ver o mundo mudado, ou pelo menos em parte.
Então eu fiquei com dúvidas e quase com a vontade de não querer escrever mais e de não dizer mais nada. Então ao vir meu amável Jesus me abandonei em seus braços e desabafei com Ele o meu coração, disse-lhe como pensava o confessor, e que para crer queriam ver coisas prodigiosas, milagres, etc. E meu amado Jesus me apertando a Ele como se com o seu contacto, queria esclarecer as dúvidas que me afligiam, disse-me:

(2) “Minha filha, coragem, não te abatas; se não fosse necessário que tu escrevas não te haveria obrigado ao sacrifício. Você deve saber que cada efeito, bem, valor que eu faço você saber sobre minha Vontade, e o que a criatura pode fazer vivendo nela, são outros tantos gostos, iscas, ímãs,
alimentos, harmonias, perfumes, luzes; assim que cada efeito que te digo contém sua propriedade distinta, portanto, não manifestando todos os bens que há em meu Querer e até onde a alma pode chegar vivendo Nele, faria falta uma isca para pescá-los ou um gosto para lisonjeá-los, ou um ímã para atraí-los, um alimento para saciá-las, assim que faltaria a perfeita harmonia, o prazer dos perfumes, a luz para encaminhar, e por isso não encontrando todos os bens possíveis, isto é, não conhecendo-os, não terão esse grande desejo de elevar-se sobre todas as outras coisas para fazer
vida em minha Vontade. Além disso, não te preocupes com o que te foi dito, a minha mãe também tinha por Vida meu Querer, não obstante o mundo fazia seu curso no mal, nada se viu mudado, nenhum milagre externo foi visto nela, no entanto o que Ela não fez no submundo fez no Céu, com
seu Criador; com seu viver contínuo no Querer Divino formou lugar nela para atrair o Verbo à terra, mudou a sorte do gênero humano e fez o maior dos milagres, que nenhum outro fez e que jamais poderá fazer, foi um milagre único: Transportar o Céu para terra’. Quem deve fazer o mais não é necessário que faça o menos; no entanto, quem sabia algo do que fazia minha Mamãe? Quem sabia o que fazia com o Eterno para obter o grande portento do descender do Verbo no meio das criaturas? Só se soube por alguns, em minha Concepção, que foi Ela a causa, e por muitos quando
me viram expirar sobre a Cruz. Minha filha, quanto maior é o bem que quero fazer à alma, e que este bem deve descer para o bem das gerações humanas e que deve dar-me uma glória completa, tanto mais a atraio a Mim e faço amadurecer, conservar este bem entre Eu e a alma, a segrego de todos, a torno ignorada, e quando meu Querer quer que se aproxime a alguma criatura, se necessita todo meu poder para fazê-la submeter-se ao sacrifício, por isso deixa fazer o teu Jesus e acalma-te”.

(3) E eu: “Meu Jesus, eles têm razão, dizem que não vêem nenhum facto, nenhum bem positivo, todas são palavras; e eu, não que queira algo, o que quero é que faça como queres Você mesmo, que faça sua Santíssima Vontade, e que o que passa entre você e eu fique no segredo de nossos
corações”.
(4) E Jesus: “Ah! minha filha, terias gostado que a minha Redenção a tivesse feito no segredo de meu Pai Celestial e de minha querida Mamãe que devia me conceber? E além disso, que nenhum outro teria sabido que Eu tinha descido à terra? Um bem, por quanto grande seja, se não é conhe-
cido não produz vida, não se multiplica, não é amado nem imitado. Assim que minha Redenção teria ficado sem efeito por parte das criaturas; minha filha, deixe-os dizer e me faça fazer, não se preocupe e faça tudo o que eu fiz estando na terra, tanto interior como exterior, e que ainda não se conhece nem recebeu o seu pleno e desejado fruto, especialmente Minha vida oculta; as criaturas quase nada conheceram de todo o bem que fiz, no entanto serviu admirável e prodigiosamente diante de meu Pai Divino, para preparar e fazer amadurecer o fruto de Redenção, mas aparente-
mente Eu vivia ao lado das criaturas ignorado, pobre, abjeto e desprezado, mas isto dizia nada, ante meu Pai Eu era o que era, e meu obrar interno abria entre o Céu e a terra mares de luz, de graças, de paz e de perdão. Meu interesse era o de abrir o Céu para o bem da terra, fechado por
tantos séculos, e que meu Pai olhasse com amor às criaturas; o resto, feito isto, viria por si mesmo.

Assim que isto não foi apenas um grande bem, mas foi o todo, foi o fermento, o preparativo, o fundamento da Redenção. Assim é de ti, é necessário que ponha o fermento do meu Querer, que forme os preparativos, que ponha os fundamentos, que entre você e eu haja sumo acordo, entre meus atos internos e os seus, para abrir o Céu a novas graças, a novas correntes e dispor à Majestade Suprema a conceder a maior graça: que sua Vontade seja conhecida em a terra e que viva no meio das criaturas com seu pleno domínio, como vive no Céu. ‘E enquanto tu te ocupas disto, acreditas que a terra não receba nenhum bem? ” Ah, enganas-te! As gerações correm vertiginosamente por uma encosta no mal; quem as sustenta? Quem impede que elas fiquem submersas em sua carreira vertiginosa até desaparecer da face da terra? Lembre-se que não há muito tempo o mar rompeu seus limites sob a terra ameaçando engolir países inteiros, e seu próprio país estava em grande perigo; quem parou esse flagelo? Quem fez deter e fechar as águas em seus limites? É precisamente este o grande flagelo que se prepara para a horrível corrida vertiginosa das criaturas, a mesma natureza está cansada de tantos males e gostaria de reivindicar os direitos de seu Criador, por isso todas as coisas naturais gostariam de se pôr contra o homem; o mar, o fogo, o vento, a terra, estão para sair de seus confins para ferir e bater as gerações para dizimá-las. E parece-te pouco que enquanto a raça humana está imersa em males irremediáveis, eu te chamei e te elevei entre o céu e a terra, e te fundindo com meus mesmos atos te faça correr em minha Vontade para preparar o ato oposto aos tantos males que anelam a terra, preparando o bem, buscando vencer o homem com meu amor, para detê-lo em sua vertiginosa carreira, dando-lhes a coisa maior, qual é a luz de minha Vontade, a fim de que conhecendo-a tome-a como alimento para restaurar suas forças perdidas, e assim, reforçado parar em sua carreira louca e retomar o passo firme para não precipitar-se mais nos males?”

(5) Então meu Jesus desapareceu, e eu fiquei mais amarga ao pensar na horrível corrida das criaturas e no transtorno que a natureza fará contra elas. Então, retornando à oração, meu Jesus retornou em forma que dava compaixão, me parecia inquieto, gemia, doía, se estendia em mim, se virava ora à direita, ora à esquerda, e eu perguntava-lhe: “Jesus, meu amor, o que tens? Ah! Tu sofres muito, dividamos juntos as penas, não queres estar sozinho, não vês quanto sofres e como não podes mais?”

(6) Agora, enquanto eu disse isso, eu me encontrei fora de mim nos braços de um sacerdote, mas enquanto a pessoa parecia sacerdote, a voz me parecia de Jesus, o Qual deles me disse:
(7) “Faremos um caminho muito longo, seja atenta ao que vê”.
(8) E caminhávamos sem tocar a terra, primeiro eu o levava a Ele em braços, mas como me seguia um cão como se me quisesse morder, eu tinha medo, e para tirar-me o temor mudamos de posição, Ele me levou e eu disse: “Por que você não fez isso antes? Me tens feito sentir tanto medo, e eu não disse nada porque acreditei que era necessário que eu te levasse, agora estou contente, porque estando eu em braços não me poderá fazer nada”. E eu Dizia: “Leva-me nos braços Jesus”.

(9) E Ele repetia: “Levo Jesus nos meus braços”.

(10) Mas o cão seguiu todo o nosso caminho, e me pegou um pé com o focinho, mas sem mordê-lo. O caminho foi muito longo e eu perguntava freqüentemente: “Quanto caminho nos falta?” E Ele:

“Outras 100 milhas”. Depois, perguntando de novo disse: “Outros 30”, e assim por diante até que chegamos à cidade. E agora quem pode dizer o que ao longo do caminho se via? Onde povos reduzidos a montões de pedras, onde lugares inundados e aldeias sepultadas nas águas, onde transbordavam os mares, onde os rios, onde se abriam turbilhões de fogo; me parecia que todos os elementos se punham de acordo entre eles para prejudicar as gerações humanas e formar sepulturas para sepultar. mas o que mais se via ao longo do caminho e que mais dava horror e espanto, era ver os males das criaturas, tudo era trevas que saíam delas, mas trevas densas, acompanhadas de um fedor corrompido e venenoso; eram tantas as trevas que muitas vezes não se podia discernir que ponto era, tudo parecia fingimento, dobra, e se algum bem havia, era tudo superficial e aparente, pois dentro aninhavam os vícios mais feios e urdíam as tramas mais insidiosas, que desagradavam principalmente ao Senhor que se abertamente fizessem o mal, e isto em todos os tipos de pessoas. Que tipo de mariposa que corrói toda a raiz do bem! Em outros pontos se viam revoluções, assassinar as pessoas à traição, mas quem pode dizer tudo o que se via? Então eu cansada de ver tantos males repetia freqüentemente: E Quando terminaremos este longo caminho? E quem me levava, todo pensativo, respondia: “Outro pouco, você ainda não viu tudo”. Finalmente, depois de muitas fadigas me encontrei em mim mesma, em meu leito, e meu doce Jesus que continuava lamentando-se porque sofria muito, estendendo-me os braços disse-me:

(11) “Minha filha, dá-me um pouco de repouso, porque não posso mais”.
(12) E apoiando a sua cabeça sobre o meu peito parecia que queria dormir, mas o seu sono não era um sono tranquilo, e eu não sabendo o que fazer, lembrei-me da Santíssima Vontade, onde há repouso total e lhe disse:
(13) “Meu amor, estendo a minha inteligência na tua Vontade para poder encontrar a tua inteligência incriada, de maneira que estendendo a minha na tua faço sombra a todas as inteligências criadas, de modo que você sentirá sua sombra interposta a todas as mentes criadas, e assim você po-
de encontrar repouso à santidade de tua inteligência; estendo minhas palavras em teu Fiat para poder interpor entre as vozes humanas a sombra daquele Fiat Onipotente, e assim poderá descansar o teu respirar, a tua boca; estendo as minhas obras nas tuas para interpor entre as obras das criaturas a sombra e a santidade das tuas, para dar repouso às tuas mãos; estendo na tua Vontade meu pequeno amor para te fazer a sombra de seu imenso amor, que interponho entre todos os corações para dar repouso a seu coração entristecido”.

(14) Portanto, à medida que ia dizendo, o meu Jesus acalmava-se e tomava um doce sonho. Depois de algum tempo ele acordou, mas calmo e me apertando tem dito:

(15) “Minha filha, pude descansar porque me circundaste com a sombra das minhas obras, de meu Fiat e de meu amor; este é o repouso que Eu disse depois de ter criado todas as coisas, e como o homem foi o último que foi criado queria me repousar nele, isto é, em virtude de minha Vontade obrante nele, que formando nele minha sombra, devia fazer-me encontrar meu repouso e o cumprimento de minhas obras. Mas isto me foi negado pois não quis fazer minha Vontade, e até que não encontre quem queira viver da minha Vontade, que forma na alma a sombra de minha imagem, não encontrando minha sombra não posso descansar, porque não posso cumprir minhas obras e dar a última pincelada divina a toda a Criação. Por isso a terra tem necessidade de ser purgada e renovada, mas com purgas fortes, tanto que muitos deixarão a vida. Você tem paciência
e segue sempre a minha vontade”.

16-57
Abril 8, 1924

Ameaça de castigos. Mesmo o sono na Divina Vontade é um dique à Justiça Divina.

(1) As privações do meu doce Jesus continuam, e eu passo os meus dias num purgatório vivo, sinto-me morta e não morro; chamo-o, deliro, mas em vão; em meu íntimo sinto desenvolver uma cena trágica, que se pudesse ser vista no exterior se moveriam a piedade ainda as pedras e quebrariam em pranto mas, ai de mim, nenhum se move a piedade, nem sequer Jesus que dizia que me amava tanto. Enquanto me encontrava no cúmulo de minhas penas, meu amado Jesus, minha vida, meu tudo, se moveu em meu interior e me fazendo berço com seus braços E a balançar-me dizia:

(2) “Àh menina. Minha filha, dorme nos braços do teu Jesus. Àh menina, pequenina minha”.

(3) E como via que enquanto me adormecia me acordava, repetia de novo: “Às ru menina, minha filha”. Então eu, não podendo resistir, não querendo e chorando eu caí em um sono profundo. Depois de horas e horas de sono sem que eu pudesse acordar, meu doce Jesus me apertando forte se apoiava em meu coração, fazendo-me sentir um peso enorme que me esmagava, mas apesar disso não podia me acordar. Oh, quantas coisas haveria querido dizer-lhe, mas o sonho me impedia! Então, depois de muito penar, entre a vigília e sonho vi que meu bem Jesus sofria muito, tanto que ficava como afogado nas penas, e lhe disse:
(4) “Meu amor, Tu sofres muito, até te afogares, e enquanto queres que eu durma. Por que não me deixas sofrer junto contigo? e se queres que durma, por que não dormes junto comigo?”

(5) E Jesus todo aflito me disse: “Minha filha, são tantas as ofensas que me fazem, que me sinto afogado de penas, e se te quisesse fazer tomar parte, não poderia resistir e continuar viva; não sente o peso que me dão, até me esmagar, porque estando em você me resulta inevitável não te fazer partícipe? E se Eu quisesse dormir junto contigo, minha justiça se desabafaria livremente contra o homem e o mundo rolaria”.

(6) E enquanto dizia isto Jesus fechou os olhos, e o mundo parecia que rolava e que todas as coisas criadas saíam da ordem da Criação; a água, o fogo, a terra, os montes, etc., atropelavam-se entre eles e tornavam-se homicidas e nocivos ao homem; quem pode dizer as grandes desgraças que aconteciam? Eu, cheia de medo gritei: “Jesus, abra os olhos, não durma! Você não vê como todas as coisas ficam fora de controle e se põem em desordem?”

(7) E Jesus de novo: “Viste minha filha? Não posso dormir, se soubesses quantos males aconteceu apenas fechando os olhos. Você precisa do sono para não vê-lo sucumbir de tudo, mas deves saber que te ponho no centro de meu Querer, a fim de que teu sonho seja também um obstáculo à minha justiça, que quer justamente desafogar-se contra o homem”.

+ + + +

16-58
Abril 11, 1924

Continuam as ameaças. Jesus não força ninguém, senão que passa adiante quando a alma não está pronta para lhe dar entrada.

(1) Continuo a sentir-me atordoada e adormecida, as minhas potências não compreendem mais nada, e se alguma coisa compreendo em algum momento de intervalo, de vigília, sinto uma sombra em meu redor que escurecendo tudo, até as mais íntimas fibras, me faz suspirar e querer o Santo Querer Divino. Oh, como temo que possa sair de sua Santíssima Vontade! Logo, impressionada como estava pelos castigos que Jesus me tinha dito e pela vista do transtorno das coisas criadas, foi adicionado que eu ouvi de algumas pessoas graves males ocorridos nestes dias passados em várias partes do mundo, até a destruição de regiões inteiras, mas enquanto isso eu sentia, meu Jesus dentro de mim, movendo-se me disse:

(2) “Minha filha, é nada ainda, continuaremos a purificar a face da terra, dá-me muito repugnância de vê-la, tanto que não posso sustentar a vista”.

(3) Eu fiquei mais do que nunca oprimida, ao quadro horrível do transtorno da natureza visto em dias passados, se fazia vivo ante minha mente. Então, retornando segundo meu costume à oração dizia a meu amável Jesus: “Já que resolveu lançar mão dos castigos e eu não posso fazer nada, nem sofrer, nem evitar às pessoas os males que merecem, Você poderia me livrar deste estado de vítima, ou me suspender por algum tempo, pelo menos evitaria o incômodo aos demais”.

(4) E Jesus: “Minha filha, não te quero desagradar, se queres que Eu te suspenda, eu o faço”.
(5) E eu, temendo fazer a minha vontade, acrescentei imediatamente: “Não, meu amor, não deve me dizer se você quiser, mas você deve me dizer, sou eu que quero te suspender deste estado, não deve vir de minha vontade mas da sua, então eu aceitaria, assim que não para contentar-me a mim, senão para fazer que tua Vontade se cumpra em mim”.

(6) E Jesus de novo: “Não quero desagradar-te, quero contentar-te, se queres que te suspenda o faço, mas tem que saber que minha justiça quer fazer seu curso, e você e eu devemos ceder em parte. Há certos direitos de justiça dos quais não se pode fazer menos, mas como te coloquei no centro de minha Vontade, neste estado de vítima, embora agora durmas, agora sofras, agora reze, é sempre um obstáculo à minha justiça para impedir o curso para a quase total destruição das coisas, porque não se trata apenas de punições, mas de destruição. mas você deve saber que eu não quero forçá-lo, o forçado nunca me agradou, tanto que quando vim à terra e quis ir nascer em Belém, fui, sim, batendo de porta em porta para ter um lugar onde nascer, mas não forcei a nenhum; se tivesse querido, com meu poder teria usado a força para ter um lugar menos desconfortável para nascer, mas não quis, contentei-me só com tocar e pedir alojamento, e sem insistir passava adiante a tocar outras portas; e como ninguém me quis receber, contentei-me em ir nascer numa caverna, onde as bestas me deram livre acesso e fizeram as primeiras adorações ao seu Criador, antes que forçar alguém a me dar entrada. Mas muito custou aos Betlemitas esta rejeição,
porque não tinham mais o bem de que minhas plantas pisassem suas terras, nem de me ver nunca mais no meio deles. Eu gosto de coisas espontâneas, não forçadas; eu gosto que a alma faça seu o que eu quero e como se fosse coisa sua, não minha, livremente e com amor me doe o que eu quero; o forçado é dos escravos, dos servos e de quem não ama, por Isso eu passo de longe ante aquelas almas como ante aqueles Betlemitas, porque não estão prontas a me fazer entrar nelas e me dar plena liberdade de me fazer fazer o que eu queria delas”.

(7) Então, ao ouvir isto, disse: “Meu amor, Jesus, não, não quero ser forçada, mas sim livremente quero estar neste estado, ainda que me custe penas mortais; e Tu não me deixe jamais e me dê a graça de que faça sempre sua Vontade”.

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