21-10
Março 26, 1927
Quem possui a Divina Vontade é o apelo a todos os atos dela. Tantas vezes ressurge na Vida Divina por quantos atos se fazem na Divina Vontade. Como quem não faz a Divina Vontade é o ladrão da Criação.
(1) Estava pensando entre mim: “Quando giro na Suprema Vontade seguindo seus atos na Criação e na Redenção, parece que todas as coisas falam, que todas têm algo a dizer sobre este admirável Querer, em troca quando estou ocupada em outra coisa, todas as coisas se põem em silêncio, Parece que não têm nada a dizer”. Mas enquanto isso pensava, o sol penetrou em minha pequena câmara e sua luz batia sobre minha cama e eu me senti investida por sua luz e seu calor; enquanto estava nisto saiu uma luz de dentro de mim, e lançando-se na luz do sol, ambas luzes se beijaram.
Eu fiquei surpreendida e meu doce Jesus me disse:
(2) “Minha filha, como é bela minha Divina Vontade situada em ti e no sol, Ela quando reside na alma e faz um doce encontro com suas obras, faz festa e mergulhando em seus mesmos atos que faz nas coisas criadas, se beijam reciprocamente e uma fica e a outra luz regressa triunfante a seu posto, a exercer seu ofício querido por minha mesma Vontade. Então, a alma que possui minha Vontade é o apelo a todos os atos dela e assim que se encontram, súbito se reconhecem, e por isso quando você gira na Criação e na Redenção todas as coisas te falam, são os atos de minha Vontade que te falam nelas, porque é justo que quem a possui conheça a vida dela, que enquanto parece dividida em tantas coisas criadas e distinta em tantos atos diversos, porém é um ato só, e quem a possui é necessário que esteja ao dia de todos seus atos para formar um ato só com todos os atos de minha Vontade”.
(3) Depois, seguindo os atos que o Fiat Supremo tinha feito na Redenção, cheguei ao momento em que meu doce Jesus estava em ato de ressurgir da morte e eu estava dizendo: “Meu Jesus, assim como meu te amo te seguiu até o limbo, e investindo todos os habitantes daquele lugar, pedimos- te todos juntos que apresses o Reino do teu Fiat Supremo sobre a terra, assim quero imprimir meu te amo contínuo sobre a tumba de sua Ressurreição, a fim de que assim como sua Divina Vontade fez ressurgir a sua Santíssima Humanidade como cumprimento da Redenção e como novo contrato que restituía o Reino de sua Vontade sobre a terra, assim meu te amo incessante, seguindo todos os atos que fez na Ressurreição, Te peça, te rogue, te suplique que faça ressurgir as almas em sua Vontade, a fim de que seu Reino seja estabelecido no meio das criaturas”.
Agora, enquanto isto e outras coisas dizia, o meu amado Jesus moveu-se dentro de mim e disse-me:
(4) “Minha filha, cada ato feito na minha Vontade, tantas vezes faz ressurgir na Vida Divina, e por quantos mais atos faz nela, tanto mais cresce a Vida Divina e tanto mais se completa a glória da Ressurreição. Assim que a base, a substância, a luz, a beleza, a glória, vem formada pelos atos feitos em minha Vontade; Ela, tanto mais pode dar, tanto mais pode embelezar e engrandecer, por quanto mais contato teve com Ela. Aliás, quem sempre viveu em meu Querer, como teve seu domínio sobre todos os atos da criatura, possuirá o ato sempre novo de meu Fiat, assim que o ato novo e contínuo das bem-aventuranças não só o receberá de Deus, mas em virtude da minha Vontade que possuiu na terra, possuirá em si mesma o ato novo das bem-aventuranças, que, fazendo-o sair de si investirá toda a Pátria Celestial, por isso haverá tal harmonia entre o ato novo de Deus e o ato novo de quem possuiu meu Querer, que formará o mais belo encanto daquela morada celestial. Os prodígios do meu Querer são eternos e sempre novos”.
(5) Depois disto pensava entre mim: “Como é que Adão de um posto tão alto quando foi criado por Deus, caiu tão baixo depois do pecado. E meu sempre amável Jesus movendo-se em meu interior me disse:
(6) “Minha filha, na Criação uma foi a Vontade que saiu em campo ao criar todas as coisas, e com direito só a esta lhe correspondia o domínio, o regime e o desenvolvimento de sua mesma Vida em cada coisa e ser por Ela criados. Agora, o homem com subtrair-se de nossa Vontade, não foi mais
uma a vontade que reinava sobre a terra, mas duas, e como a humana era inferior à Divina, esvaziou-se de todos os bens deste Fiat Supremo e fazendo a sua tirou o posto à Vontade Divina, e isto foi o maior dos sofrimentos, muito mais que esta vontade humana tinha saído e tinha sido criada pela Vontade Divina para que tudo fosse propriedade sua, domínio seu. Agora, o homem com subtrair-se da nossa, se fez réu por roubar os direitos divinos, e fazendo sua vontade, nada mais lhe pertencia das coisas criadas por este Fiat, assim que devia encontrar um lugar onde não se estendesse nossa obra criadora, mas isto lhe era impossível, este lugar não existe, e enquanto não estava com nossa Vontade, tomava de suas coisas para viver, servia-se do sol, da água, dos frutos da terra, de tudo, e estes eram roubos que nos fazia. Então o homem que não fez a nossa vontade tornou-se o ladrãozinho de todos os nossos bens. Como foi doloroso ver que a Criação devia servir a tantos desertores, a tantos que não pertenciam ao Reino do Fiat Divino, e por quantas criaturas deviam vir à luz e não deviam viver em nosso Reino e fazer-se dominar por nossa Vontade, tantos postos perdia sobre a terra. Aconteceu como numa família que, em vez de mandar e dominar o pai, governam e dominam todos os filhos, os quais nem sequer estão de acordo entre eles, quem manda uma coisa e quem outra; Qual é a dor deste pobre pai ao ver-se retirado o domínio pelos filhos e ver a confusão e a desordem desta família? Muito mais doloroso foi para meu Fiat Supremo que a obra de suas próprias mãos criadoras lhe tirava o domínio, e fazendo sua vontade se pôs contra a minha, tirando-lhe o direito de reinar. Minha filha, não fazer minha Vontade é o mal que encerra todos os males, é o desabamento de todos os bens, é destruição da felicidade, da ordem, da paz, é a grande perda do meu Reino divino”.
22-10
Julho 10, 1927
Privações de Jesus. Como quem vive no Querer Divino é o triunfo de Deus e da alma.
(1) Estava fazendo o giro na Vontade Divina e minha pobre mente girava por todas as coisas criadas imprimindo meu te amo, até nas montanhas mais altas e nos mais profundos vales, nos abismos mais escuros da terra e na parte mais profunda do mar, em suma, em todas as partes.
Enquanto isso fazia, minha pobre mente era torturada pela privação de meu doce Jesus e meu pobre coração era atormentado, porque por quanto o chamava com meu amor, não sabia encontrá-lo. Oh Deus, que pena! e pensava para mim: “Será possível que Jesus não me escute mais, e que enquanto encher céu e terra com meus te amo, nenhum deles o descubra para feri-lo, e fazendo- lhe sentir minha ferida, minha tortura, meu tormento, sentindo Ele minhas mesmas penas, para não senti-las decidir fazer-se encontrar por aquela que tanto o suspira? Ah! Jesus quanto me custa ter-te conhecido; não possuir-te, amar-te e não ser amada são penas que não se sabem dizer, faltam as palavras para expressá-las”. Enquanto dizia isto, o meu querido Jesus moveu-se dentro de mim e começou a chorar, falou-me soluçando, mas o seu soluço era tão forte que ressoou no ouvido do meu corpo penetrou tanto nele, que também eu chorei junto com Ele:
(2) “Minha filha, como, me crês distante? Como podes pensar que não és amada pelo teu Jesus?
Cada te amo teu era uma ferida a mais ao meu coração que me fazia dizer: Minha filha, onde quer que faças ressoar o teu amo, pelos montes, pelos vales, pelo mar, pelos prados floridos, pelo sol, por toda parte, e eu, se bem que escondido em ti, repetia, te amo filha minha. Tenho-me sentido ferir quando tu pensavas que Eu não te amava mais; isto não pode ser filha minha, não é da natureza do teu Jesus o não saber amar, nem Eu sei fazer isto, e se me estou a esconder em ti sem me revelar, é a minha justiça que me esconde e que quer castigar os povos com fortes flagelos. E, oh! quantos castigos choverão sobre a terra, e de todas as espécies, porque muito a estão irritando; escondo-me de ti para que faça seu curso”.
(3) Dito isto fez silêncio e desapareceu, e eu fiquei tão mal que não podia deter o pranto. Mais tarde voltou e me disse:
(4) “Minha filha, o triunfo de Deus é a vontade humana que age na sua, esta é sua vitória, o fazer entrar de novo em Si, em seu próprio Querer, o que saiu dele. À medida que a alma opera Nele, assim se estende nos confins divinos, Seus atos tomam lugar em tudo o que é eterno. É verdade que minha Vontade se encontra por toda parte, não há ponto em que não se encontre, mas onde desenvolve sua potência, seu obrar Divino? Na alma que vive Nela, a alma que Nela vive dá-lhe ocasiões de novas obras, faz-lhe pôr fora o que tem dentro de belo e de santo; acontece o que aconteceu na Criação, nosso Ser era ‘ab aeterno’ mas nada se via por fora de Nós antes da Criação, porque todo o nosso agir, nossos presságios e bem-aventuranças se desenrolavam dentro de nós, mas quando nosso Ser Divino quis operar fora de Nós, nossa Vontade teve ocasião de operar e pôs fora todo o universo, com tal suntuosidade, ordem e harmonia, que forma a maravilha de todas as gerações e o triunfo e vitória de nosso Ser Supremo. Assim a alma que vive em nosso Querer, conforme obra lhe dá ocasião de formar outras obras dignas dele, por isso é nosso contínuo triunfo e o desenvolvimento de nossas obras, mantém a atitude divina. Assim, enquanto forma nosso triunfo e nossa vitória, ao mesmo tempo a alma triunfa e vence a Vontade
Divina, por isso se vê o um e o outro vitoriosos, Deus e a pequenez da criatura. Parece-te pouco que a pequenez da criatura cante vitória, mova a agir a uma Vontade Divina e a vença?
(5) Depois disto minha pobre mente continuava girando na Criação, para levar diante da Majestade Suprema todos os atos que faz a Divina Vontade em cada coisa criada, todos aqueles que fez na Rainha Soberana, e na Humanidade Santíssima de Nosso Senhor. Assim, reunindo tudo junto, os
levava como tantas partes do Divino Querer, todos dignos de um Deus três vezes Santo. Parece-me que só o agir da Divina Vontade pode dar as homenagens mais belas e dignas de um Deus.
Enquanto estava nisto, o meu doce Jesus mexeu-se dentro de mim e disse-me:
(6) “Minha filha, como são admiráveis, harmoniosos, todos ordenados entre eles, de uma beleza rara, os atos feitos por minha Vontade, são nosso exército divino que, ordenados em torno do Ser Supremo formam nossa glória, nossa defesa, nossa felicidade sem fim; o que sai do Fiat Divino
leva a marca divina, e à medida que saem, mais que nossos filhos legítimos, não perdem jamais a vida. Se tu nunca dás vida à tua vontade, também tu poderás chamar-te um ato da Divina Vontade, e como ato dela virás a adquirir o direito sobre todos os seus atos, tomarás lugar em nosso exército, será nossa filha legítima e como irmã de todos os atos de nossa Vontade, e por isso terá o poder de uni-los todos juntos, para levar-nos a glória, a felicidade de todos os atos do Eterno Fiat.
Que diferença entre quem é um ato de Vontade Divina e quem não é. Um ato dela pode ser um sol, um céu, um mar de eterno amor, uma bem-aventurança e felicidade que jamais termina; que coisa não pode ser um ato de minha Vontade? Ela é eterna e faz eternos seus atos, é luz imensa e todos seus atos têm a plenitude da luz, não há coisa de Si que não Invista seus atos. Ao contrário, para quem não é ato da Divina Vontade, oh! quão diferente é, não pode tomar posto no exército divino, não será capaz de dar alegrias e felicidade, sua luz será tão escassa que dificilmente poderá ver-
se a si mesmo, seus atos, por quão bons, mas porque são produzidos pela vontade humana, serão como fumaça que o vento dispersa, ou como flor que murcha e morre. Que diferença filha minha entre um e outro”.
23-10
Outubro 23, 1927
A pequena menina. Como a Vontade Divina é reino de vida. Necessidade de seus conhecimentos. Como Céu e terra estão reverentes para ouvir os conhecimentos do Fiat Divino. Amor e ternura de Deus ao criar o homem.
(1) Minha pobre mente me sentia abismada no Fiat Divino, e enquanto continuava meus atos nele, via diante de mim uma pequena menina, toda tímida e pálida, como se temesse caminhar na imensidão da luz do Querer Divino, e meu adorado Jesus saiu de dentro de mim, E, enchendo-se
as suas santas mãos de luz, punha aquela luz na boca da menina, como se a quisesse sufocar de luz; então, tomava luz e colocava-a nos olhos, nos ouvidos, no coração, nas mãos e nos pés da menina, e ela era banhada pela luz, era toda colorida e ficava como emaranhada e recolhida na mesma luz. Jesus se divertia em afogá-la de luz e se agradava ao vê-la emaranhada nela e voltando-se para mim me disse:
(2) “Minha pequena filha, esta menina é a imagem de sua alma, tímida em receber a luz e os conhecimentos de minha Vontade Divina, mas Eu te afogarei com tanta luz a fim de que perca o resíduo da timidez da vontade humana, porque na minha não há estas debilidades, mas coragem e força divina, insuperável e invencível. Para formar o reino de meu Fiat na alma, estendo nela como fundamento todos os conhecimentos d’Ele, e depois tomo posse, estendendo nela minha própria Vida para ter meu verdadeiro reino. Olha que grande diferença entre o reino dos reis da terra e meu reino: Os reis não põem à disposição de cada indivíduo a própria vida, nem a encerram neles, nem encerram a vida dos moradores neles, e por isso seu reinar está sujeito a terminar, porque não é vida que corre entre um e os outros, mas leis e imposições, e onde não há vida não há amor nem verdadeiro reinar. Em troca o reino de minha Vontade Divina é reino de vida: A Vida do Criador encerrada na criatura e a da criatura transfundida e recolhida com o Criador, por isso o reino de minha Divina Vontade é de uma alteza e nobreza inalcançável, a alma vem constituída rainha, e você sabe do que vem a rainha? Rainha da santidade, rainha do amor, rainha da beleza, da luz, da bondade, da graça, em suma, rainha da Vida Divina e de todas as suas qualidades; que reino tão nobre e cheio de vida é este reino da minha Vontade! Olhe então a grande necessidade dos conhecimentos Dela, eles não são somente a parte fundamental, mas o alimento, o regime, a ordem, as leis, a bela música, as alegrias, a felicidade do meu reino; cada conhecimento possui uma felicidade distinta, são como tantas teclas divinas que formaram a bela harmonia nele, eis por que estou sendo tão generoso em te dizer tantos conhecimentos de meu Fiat Divino, e peço de você a maior atenção em manifestá-los, porque são a base e como um exército formidável que manterão a defesa e farão de sentinelas, a fim de que meu reino seja o mais belo, o mais santo e o eco perfeito de minha pátria celestial”.
(3) Jesus fez silêncio, e depois de novo acrescentou:
(4) “Minha filha, quando minha Divina Vontade quer pôr fora um conhecimento seu ou um ato novo, Céu e terra reverentes a honram e a escutam, toda a Criação se sente correr nela um novo ato divino, que como humor vital a embeleza e a torna duplamente feliz, e se sente honrada por seu
mesmo Criador, que com seu Fiat Onipotente lhe comunica seus novos conhecimentos, e esperam a manifestação daquele conhecimento na criatura, para ver o ato novo do Querer Divino repetido nela para ter a confirmação daquele bem e a alegria e felicidade que traz o novo conhecimento.
Então minha Vontade se põe em atitude de festa porque tira de Si uma Vida Divina, a qual, enquanto é dirigida a uma criatura, depois se expande e se comunica a todas as demais”.
(5) Depois disso, eu estava seguindo meu giro no Querer Divino, e me colocando no Éden para estar presente quando a Majestade Divina, tendo formado a bela estátua do homem lhe estava dando a vida infundindo-lhe o respiro com seu fôlego onipotente, para poder glorificar a meu Criador num ato tão solene, amá-lo, adorá-lo e agradecer-lhe por um amor tão excessivo e transbordante para com o homem, e o meu divino Jesus, movendo-se dentro de mim, disse-me:
(6) “Minha filha, este ato de formar e de infundir a vida no homem com o nosso alento onipotente foi tão terno, comovedor e de alegria tão grande para nós, que todo o nosso Ser Divino transbordou tanto em amor, que com força arrebatadora raptou nossas qualidades divinas para infundi-las no
homem; ao infundir-lhe o respiro tudo vertemos nele, e ao dar-lhe nosso alento colocávamos nosso Ser Supremo em comunicação com ele, para o tornar inseparável de nós. Este nosso alento não cessou jamais, porque se na criação de todo o universo foi nossa Vontade a que se constituía vida
de tudo, no homem não só se dava nosso Fiat, senão que junto com nosso alento se dava a ele a mesma Vida nossa, e este nosso alento ainda não cessa, para continuar a geração das outras criaturas para as tornar inseparáveis de Nós. É tanto nosso Amor quando fazemos uma obra, que feita uma vez fica a atitude de fazê-la sempre, por isso a ingratidão do homem é grande, porque desconhece, despreza, ofende esta nossa Vida nele mesmo, e assim como quando se emite o alento para respirar, expira e inspira o ar para voltar a dar o fôlego, no ato de dar-lhe o alento nos damos a Ele, e ao voltar a respirar colocamos o homem em Nós, e não sentindo-o vir em Nós, porque sua vontade não está conosco, sentimos todo o peso da ingratidão humana. Eis por que te chamamos, para dar-te o nosso alento incessante, a fim de que, conforme o introduzirmos para tirá-lo de novo, Sintamos-Vos vir em Nós para receber o cumprimento de nossa Vontade no ato solene de tirar nosso alento regenerador para gerar as criaturas”.
24-10
Abril 29, 1928
As virtudes são sementes, plantas, flores e frutos; a Divina Vontade é Vida. As maravilhas do “amo-te”. O amor nunca se cansa. Quem vive no Querer Divino não pode ir ao purgatório, todo o universo se rebelaria.
(1) Minha pobre mente está sempre em poder do Fiat Supremo, me parece que não sei pensar em outra coisa, nem quero me ocupar de nada mais, sinto uma corrente em mim, que hora me detém em um ponto e hora em outro do Querer Divino, mas sempre nele vou terminar, sem jamais tomar
toda sua luz interminável, pois sou incapaz de fazê-lo. E meu amável Jesus, movendo-se em meu interior me disse, me dando uma surpresa:
(2) “Minha filha, quando a alma pratica uma virtude, o primeiro ato que faz forma o germe, e conforme faz o segundo, o terceiro e assim todos os demais, cultiva o germe, o rega, o faz que se transforme em planta e em seus frutos; se se pratica uma só vez, ou somente algumas vezes, a semente não é regada, nem cultivada, morre e a alma fica sem planta e sem fruto, porque jamais um ato só forma uma virtude, mas sim a formam os atos repetidos. Acontece como com a terra, que não basta lançar a semente em seu seio, mas sim convém cultivá-la, regá-la frequentemente se se quer a planta e os frutos daquela semente, de outra maneira a terra se faz dura sobre a semente e a sepulta sem dar-lhe vida. Agora, quem quiser a virtude da paciência, da obediência ou alguma outra, deve lançar a primeira semente, e depois com outros atos regá-la e cultivá-la, e assim formará tantas belas e diversas plantas em sua alma; em troca minha Vontade não é germe como as virtudes, mas sim vida, e à medida que a alma começa a resignar-se, a olhá-la em tudo e a viver nela, assim vem formada nela a pequena Vida Divina, e conforme vai adentrando na prática de viver em meu Querer, assim cresce e vai-se engrandecendo esta Vida Divina, até encher a alma de toda esta Vida, de modo que não fica dela mais que só o véu que a cobre e a esconde dentro de si. E assim como com as virtudes, assim com minha Vontade, se a criatura não dá o alimento contínuo de seus atos nela à pequena Vida Divina, esta não cresce e não a enche toda. Acontece como a uma criança recém-nascida, que se não se alimenta morre ao nascer; porque minha
Vontade sendo Vida, tem mais necessidade que as virtudes, que são imagens das plantas, do contínuo alimento para crescer e formar-se Vida inteira, do que é capaz uma criatura. Eis a necessidade de que você viva sempre nela, para tomar seu alimento requintado de meu mesmo Querer para alimentar sua Vida Divina em você. Veja então que grande diferença há entre as virtudes e minha Vontade, as primeiras são plantas, flores e frutos que embelezam a terra e dão prazer às criaturas, em troca meu Fiat é céu, sol, ar, calor, batimento, coisas todas que formam vida e Vida Divina na criatura. Por isso ama esta Vida e dá-lhe alimento contínuo, a fim de que te encha toda e nada fique de ti”.
(3) Depois disto seguia meu giro no Querer Divino, e repetindo meu refrão do “te amo” estava dizendo: “Jesus, meu amor, quero deixar todo meu ser em seu Fiat para poder me encontrar em todas as coisas criadas para adorná-las com meu ‘te amo’. É mais, quero colocar meu coração no centro da terra, e, assim, à medida que palpitar, quero abraçar todos os seus habitantes, e seguir todas as suas batidas com o meu Senhor, dar-te-ei o amor de cada um deles, e conforme se repete o meu coração a partir do centro da terra, assim quero pôr meu te amo em todas as sementes que encerra em seu seio, e assim que despontam estas sementes e se formam as plantas, as ervas, as flores, assim quero pôr meu te amo para poder vê-las encerradas em meu te amo a Jesus”. Mas enquanto dizia isto, o meu pensamento interrompeu o meu refrão do te amo, dizendo-me: “Quantas loucuras dizes, o próprio Jesus estará cansado de ouvir a tua longa canção: “Amo-te, amo-te”. E Jesus movendo-se rapidamente em meu interior, e olhando toda a Criação para ver se em todas as coisas, pequenas e grandes, estava a vida de meu te amo, disse-me:
(4) “Minha filha, que maravilha, que encanto ver todas as coisas adornadas com o teu amo! Se todas as criaturas pudessem ver adornadas todas as plantas, os átomos da terra, as pedras, as gotas da água com teu te amo; se pudessem ver cheia a luz do sol, o ar que respiram, o céu que vêem, com teu te amo; se vissem que as estrelas cintilam teu te amo, que maravilha não suscitaria nelas, que doce encanto não atrairia seus olhos para olhar seu refrão e sua longa canção de seu Te amo? Diriam: ‘Será possível que não lhe tenha escapado nada? Nós mesmos nos sentimos adornados com seu te amo’. E iriam bisbilhotando e indagando tudo para ver se na realidade não te tinha escapado nada, para gozar o encanto do teu te amo. Agora, se este encanto maravilhoso é ignorado pelas criaturas terrestres, não é ignorado para o Céu e para os habitantes lá de cima, eles desfrutam o encanto e as maravilhas de ver a Criação inteira, cheia e adornada com o seu mestre, sentem harmonizar seu te amo com o teu, não se sentem separados da terra porque o amor os une junto e forma as mesmas notas e as mesmas harmonias, e além disso, você deve saber que Eu não me cansei de adornar com meus repetidos e incessantes te amo para ti todas as coisas, pequenas ou grandes, quando foram criadas; e assim como não me cansei ao pôr meus te amo, também não me canso ao ouvi-los repetir por ti, mas bem gozo porque meu te amo não fica isolado, mas tem a companhia do teu, que fazendo eco no meu, se fundem juntos e fazem vida comum. E além disso o amor nunca cansa, pelo contrário me é portador de alegria e felicidade”.
(5) Então, sem saber como, me veio um pensamento: “Se eu morresse e fosse ao purgatório, como faria? Se aqui estando aprisionada em meu corpo, porque é mais que uma estreita prisão, está cercada minha pobre alma, e a sente tanto quando Jesus me priva de sua adorável presença, que não sei o que faria e sofreria para reencontrá-lo, agora, o que será quando romper a prisão de meu corpo e minha alma sem ataduras e livre tome seu rápido voo e não encontre a meu Jesus, centro no qual devo refugiar-me para não sair jamais dele, e em vez de encontrar a minha vida, o centro de meu repouso, me econtrasse no purgatório? Qual será minha dor e meu tormento?” Enquanto me sentia oprimida por estes pensamentos, o meu amado Jesus estreitou-me totalmente a Si e acrescentou:
(6) “Minha filha, por que queres te oprimir, não sabes que quem vive em minha Vontade tem um vínculo de união com o céu, com o sol, com o mar, com o vento, com toda a Criação? Seus atos estão fundidos em todas as coisas criadas, porque minha Vontade, como coisas suas as pôs todas em comum, de maneira que toda a Criação s ente a vida desta criatura, e se pudesse ir ao purgatório, todas se sentiriam ofendidas e o universo inteiro se rebelaria e não a deixariam ir sozinha ao purgatório, o céu, o sol, o vento, o mar, todos seguiriam tirando-se de seus postos e ofendidos diriam a seu Criador: ‘É vossa e nossa, a vida que anima a todos nós anima a ela, como é que vai ao purgatório?’ O céu a reclamaria com seu amor, o sol falaria com sua luz, o vento com suas vozes lamentáveis, o mar com suas ondas ruidosas, todos teriam uma palavra para defender aquela que fez vida comum com elas. E como quem vive em minha Vontade, absolutamente não pode ir ao purgatório, por isso o universo estará em seu posto e minha Vontade terá o triunfo de levar ao Céu a quem tem vivido nela nesta terra de exílio, por isso siga vivendo em meu Querer e não queira entristecer tua mente e oprimir-te por coisas que a ti não pertencem”.
25-10
Dezembro 2, 1928
O tabernáculo Eucarístico e o tabernáculo da Divina Vontade.
(1) As privações de Jesus tornam-se mais prolongadas, e vendo-me privada d’Ele não faço outra coisa senão suspirar pelo Céu. Ó, Céu! Quando me abrirás as portas? Quando terás piedade de mim? Quando te levarás à pequena exilada a sua pátria? Ah, sim, só lá não chorarei mais a meu Jesus! Aqui, se se faz ver, enquanto se acredita possuí-lo, como relâmpago te foge e te toca fazer a longa etapa sem Ele, e sem Jesus todas as coisas se convertem em dor, mesmo as coisas santas, as orações, os Sacramentos, são martírios sem Ele. Depois pensava em mim: “Em que aproveita Jesus ter-me permitido aproximar-me do seu tabernáculo de amor para ficarmos em silêncio? Mas bem me parece mais que se escondeu demais, que não mais me dá suas lições sobre o Fiat Divino, me parecia que tinha sua cátedra no fundo de meu interior e tinha sempre que dizer, agora não escuto outra coisa que um profundo silêncio, só que sinto em mim o murmúrio contínuo do mar de luz do Eterno Querer que sempre murmura amor, adoração, glória e abrace tudo e todos”. Enquanto pensava assim, o meu doce Jesus mal se fez ver dentro de mim e disse-me:
(2) “Minha filha, coragem, sou Eu no fundo de tua alma que movo as ondas do mar de luz de minha Divina Vontade, e murmuro sempre, sempre, para conseguir de meu Pai Celestial o reino de minha Vontade sobre a terra, e você não faz outra coisa que seguir-me, e se você não me segue o farei sozinho, -mas tu não vais deixar-me sozinho-, sendo que meu mesmo Fiat te tem abismada n’Ele.
Ah! Não sabes tu que és o tabernáculo da minha Divina Vontade? Quantos trabalhos não fiz em ti, quantas graças não derramei para formar este tabernáculo? Tabernáculo, poderia chamá-lo único no mundo, porque tabernáculos eucarísticos tenho em bom número, e neste tabernáculo de meu
Fiat Divino não me sinto prisioneiro, possuo o interminável confim de meu Querer, não me sinto sozinho, tenho quem me faça perene companhia, e ora faço de mestre e te dou minhas lições celestiais, ora faço meus desabafos de amor e de dor, ora festejo até me entreter contigo, assim que se rezo, se sofro, se choro e se festejo, não estou jamais sozinho, tenho a pequena filha de meu Querer Divino junto Comigo, e além disso tenho a grande honra e a conquista mais bela, que mais me agrada, qual é uma vontade humana toda sacrificada por Mim e como escabelo de minha Vontade Divina, poderia chamá-la meu tabernáculo predileto, porque encontro tanto gosto, que não o trocaria com meus tabernáculos eucarísticos, porque neles estou sozinho, a hóstia não me dá uma Vontade Divina como a encontro em ti, que bilocando, enquanto a tenho em Mim a encontro também em ti, em troca a hóstia não é capaz de possuí-la, nem me acompanha em meus atos, estou sempre sozinho, tudo é frio em torno de Mim, o tabernáculo,o vaso sagrado, a hóstia, são sem vida, portanto não me dão companhia. Por isso senti tanto prazer em ter perto do meu tabernáculo eucarístico o da minha Divina Vontade formada em ti, porque só de olhar para ti sinto que se rompe a solidão e sinto as puras alegrias que pode dar-me a criatura que faz reinar nela a minha Divina Vontade. Eis porque razão todas as minhas visões, as minhas aflições e os meus interesses são para fazer conhecer a minha Divina Vontade e para a fazer reinar no meio das criaturas, porque então cada criatura será um tabernáculo vivo, não mudo, mas falante, e não
estarei mais sozinho, mas terei minha perene companhia, e com minha Divina Vontade bilocada nelas terei minha companhia divina na criatura. Então terei meu Céu em cada uma delas, porque o tabernáculo da minha Vontade Divina possui o meu Céu na terra.
26-10
Maio 21, 1929
A Divina Vontade, luz; o amor, calor. Alimento e desabafo divino.
(1) Estou sempre de volta em minha amada herança do Querer Divino, e me parece que vou colhendo nele, e Jesus muito bom não deixa de me dar suas belas lições sobre cada uma daquelas espigas que vou recolhendo; mas enquanto girava ia repetindo meu refrão sobre cada coisa: “Te amo, faz que meu te amo seja doce cadeia que amarrando ao eterno Fiat o atraia, o violente para fazê-lo vir a reinar sobre a terra”. Agora, enquanto isso fazia, meu adorado Jesus me disse:
(2) “Minha filha, minha Divina Vontade é luz, o amor é o calor. Luz e calor são inseparáveis entre eles e formam a mesma vida; assim há necessidade da fusão da minha Vontade e do meu amor, uma vontade que não ama não é operante, um amor que não tem vontade está sem vida. Mas minha Vontade tem o primeiro ato, pode-se dizer que sua luz faz surgir o calor, Ela faz o primeiro ato e chama em sua luz a vida do amor, e deles forma uma só coisa. Quem pode dividir o calor da luz? Ninguém. No entanto, quanto maior a luz, mais forte é o calor, assim uma pequena luz, apenas se sente a força do calor; uma luz grande dá muito calor e produz efeitos admiráveis.
Quantos e quais efeitos produz o sol porque sua luz é tanta que abraça toda a terra? Pode-se dizer que é o rei da terra, com a sua luz e com o seu calor acaricia a todos, abraça tudo e faz bem a todos, e sem pedir nada a ninguém, porque: Primeiro, não tem necessidade de nada; segundo, porque todos se sentiriam impotentes de corresponder ao sol pelo grande bem que faz a toda a terra. Eis por que tu sentes em ti duas potências infinitas, fundidas numa: Minha Divina Vontade e meu amor, e a luz de meu Querer te faz correr para te fazer pôr seu te amo, que faz sair do seio de sua luz, sobre todas as coisas criadas, para ver toda a Criação adornada com o seu e teu te amo.
(3) Além disso, a vida tem necessidade de alimento; minha Vontade Divina é Vida, meu amor é alimento, cada te amo teu é um gole de alimento que dás a meu Fiat em ti, e cada ato teu feito em meu Querer faz crescer a Vida dele em ti. Oh, como goza por isso, e cresce admiravelmente a Vida de meu Querer na criatura quando encontra muito amor divino, pode-se dizer que meu Fiat encontra seu alimento, e meu amor encontra sua vida.
(4) Depois disto continuava pensando no Fiat adorável, e meu doce Jesus voltou a tomar a palavra dizendo-me:
(5) “Minha filha, quem vive em meu Querer Divino se encontra sob o desabafo contínuo de seu Criador; é tanto nosso amor para com ela, nos arrebata tanto ao ver nosso Fiat na pequenez da criatura, que queremos dar-lhe sempre, sempre, sem cessar jamais. Agora este nosso alívio divino enche-a tanto, que não lhe deixa nenhum vazio em si mesma, de modo que onde quer que se apoie encontra sempre a plenitude do nosso alívio que a sustenta, de maneira que não pode retirar-se sobre si mesma, porque o nosso desabafo a segura e a leva como em triunfo em seus braços. Mas sabe o que desabafamos? Amor, luz, graça, santidade, poder, etc.; agora, todas estas nossas qualidades fazem competição para ver quem leva nos braços esta pequena criatura, parece que brigam entre elas e fazem turno para dizer, todos a levamos, e enquanto cada uma a leva em seus braços, se a leva o amor, a enche tanto de amor, que toma gosto em ver afogada a pequena menina, afogada em seu amor, e só se contenta em fazê-la passar aos braços da luz quando a vê transbordar amor, porque quer ver a pequena menina repetir o que fez o seu Criador. A luz toma gosto em afogá-la de luz, a graça em afogá-la de graça, a potência em afogá-la de poder, mas tanta, de arrebatar o próprio Criador. Em suma, esta pequena criatura vive sob o contínuo
desabafo de Deus, que a enche tanto, de sentir-se afogada sem poder contê-lo, de modo que está obrigada a transbordá-lo fora, então o que você diz de meu Querer Divino não é outra coisa que o desabafo do que contive dentro”.
27-10
Outubro 27, 1929
Por que não podia vir o reino da Divina Vontade antes da vinda de Nosso Senhor à terra. O enxerto de Jesus Cristo e o enxerto de Adão.
(1) Estava fazendo meu giro na Criação, e ia seguindo todos os atos feitos pelo Fiat Divino desde o Éden até a descida do Verbo Divino à terra; mas enquanto isso fazia pensava em mim: “E por que não veio o reino da Divina Vontade à terra antes que descesse o Filho de Deus do Céu à terra?” E
meu doce Jesus, tomando ocasião do que eu pensava, mas bem me parece que quando tem vontade de falar-me dá-me as reflexões, suscita-me as dúvidas, as dificuldades, o desejo de saber tantas coisas sobre seu reino; ao contrário, quando não quer falar-me, minha mente se cala, não sei refletir nada e percorro em sua luz os atos da Divina Vontade. Então meu amável Jesus saindo de dentro de mim me disse:
(2) “Minha filha, o reino de minha Divina Vontade não podia vir à terra antes de minha vinda, porque não havia nenhuma humanidade que possuísse, quanto a criatura é possível, a plenitude de meu Fiat Divino, e não possuindo-a não havia nenhum direito, nem segundo a ordem divina, nem segundo a ordem humana. O Céu estava fechado, as duas vontades, humana e Divina estavam como em hostilidade; o homem se sentia impossibilitado de pedir um bem tão grande, tanto que nem sequer o pensava; e Deus, por direito de justiça estava impossibilitado para dá-lo.
Deus e a criatura se encontravam antes de minha vinda à terra, como a terra e o sol: A terra não possuindo a semente, que rompendo-a forma o broto para poder formar a planta daquela semente;e o sol não encontrando o broto, não pode comunicar os efeitos que possui para poder formar com
sua virtude vivificadora o desenvolvimento e a formação daquela planta. Assim que terra e sol estão como estranhos entre eles, pode-se dizer, se tivessem razão, que se olhariam como em rivalidade, porque a terra não pode produzir e receber aquele bem, e o sol não o pode dar. Assim
se encontrava a humanidade sem o germe de meu Fiat, e se não está o germe é inútil esperar a planta. Agora, com a minha vinda sobre a terra, o Verbo Divino vestiu-se de carne humana, com isto formou o enxerto à árvore da humanidade. Minha Humanidade se prestou como semente ao
Verbo Eterno, e minha Vontade Divina formou o enxerto novo com minha vontade humana, com isto começou, sendo Eu a cabeça de todas as gerações humanas, o direito de ambas as partes, humana e divina, eles de poder receber o reino de minha Divina Vontade, e Deus de poder dá-lo.
Agora, assim como quando se faz um enxerto, não de imediato se assimila a força das novas manias, mas sim vai pouco a pouco assimilando-os, por isso dá poucos frutos ao princípio, mas conforme se vai formando assim os frutos crescem, são mais abundantes e saborosos, até que se forma a árvore inteira carregada de ramos e de frutos. Tal é o enxerto feito por Mim à árvore da humanidade, são cerca de dois mil anos e a humanidade não recebeu todas as manias do meu enxerto, mas há razão para esperar, porque há a semente, o enxerto, por isso a criatura pode pedir, e Deus se encontra na condição de dá-lo, porque está minha Humanidade, que possuindo em virtude do Verbo feito carne a minha Divina Vontade por natureza, restituiu os direitos ao homem e a Deus. Por isso tudo o que Eu fiz na Redenção, não é outra coisa que preparativo, irrigação, cultivo, para dar desenvolvimento a este enxerto celeste feito por Mim entre as duas vontades, humana e Divina. Então, como poderia vir o reino de minha Divina Vontade antes de minha vinda à terra, se faltava o enxerto, o princípio de sua Vida, e o agir em ato na alma, e seu primeiro ato no ato da obra humana para estender seu reino em cada ato delas? É verdade que meu Fiat Divino com sua Potência e Imensidão estendia seu império em qualquer lugar, mas na vontade humana não se encontrava como princípio de vida, mas sim somente por poder e imensidão, se encontrava nas condições que se encontram sol e terra: O sol investe a terra com sua luz, dá seus efeitos, mas a terra não se torna sol, e o sol não se torna terra, porque sol e terra
não se fundem juntos, de modo a formar a vida um no outro, e por isso são sempre corpos estranhos que não se assemelham, e porque o sol a ilumina, a aquece, comunica seus admiráveis efeitos, não comunicando sua vida, nem a terra cede seus direitos de vida no sol, a terra será sempre terra e o sol será sempre sol. Assim se encontra e se encontrava minha Divina Vontade, até que o homem não ceda a sua na minha, a minha não pode pôr seu princípio de vida na vontade humana, a fusão da Uma e da outra não pode acontecer, a criatura será sempre criatura sem a semelhança e a vida do seu Criador no fundo da sua alma, que só pode ser formada pelo meu Fiat Divino. Assim que sempre haverá desequilíbrio, distância, apesar de que meu Querer Divino a ilumina e lhe comunica seus admiráveis efeitos por sua bondade e liberalidade, e por efeito de potência e de imensidão que por sua natureza possui.
(3) Muito mais que Adão ao pecar, ao fazer sua vontade humana, não só formou a traça à raiz da árvore da humanidade, mas também acrescentou o enxerto, e este enxerto comunicou todas as más manias que no decorrer dos séculos devia produzir na árvore da humanidade o enxerto de Adão. Em princípio, um enxerto não pode produzir nem grandes bens nem grandes males, mas apenas o princípio do mal ou do bem, com efeito, Adão não fez todos os males das gerações humanas, mas mal fez o enxerto, e foi causa de torrentes de males, muito mais que não teve logo o enxerto contrário de minha vinda à terra, senão que passaram séculos e séculos, assim que as manias más cresciam e os males se multiplicavam, por isso não se pensava no reino de minha Vontade. Mas quando Eu vim para a Terra, com a minha Concepção formei o enxerto contrário à árvore da humanidade, e os males começaram a parar, as más manias a destruir-se, assim, há toda a esperança de que o reino da minha Divina Vontade possa formar-se no meio das gerações humanas. As tantas verdades que te manifestei sobre meu Fiat Divino são goles de vida, dos quais, quem rega, quem cultiva, quem aumenta as manias à árvore da humanidade enxertada por Mim. Portanto, se na árvore da minha humanidade entrou a Vida do meu Fiat Divino e formou o
enxerto, há tudo para se esperar que o meu reino tenha o seu cetro, o seu justo domínio e o seu comando entre as criaturas. Por isso, roga, não duvides”.
28-10
Abril 23, 1930
Deus ao criar o homem não o separou de Si. Condição de necessidade de amá-lo. O grande dom da Vontade Divina. Ordem que Deus teve ao criar o homem.
(1) Parece-me que meu doce Jesus deseja falar do amor transbordante com o qual foi criado o homem, quer dizer sua história como desabafo de seu intenso amor para ser compadecido por sua pequena filha, e dizer-lhe a causa pela qual nos ama tanto, e o direito que tem de ser amado.
(2) Depois, girando nos atos de seu Querer Divino, e tendo chegado ao Éden disse:
(3) “Filha de meu Querer Divino, quero te fazer conhecer todas as particularidades com as quais foi criado o homem, para te fazer compreender o excesso de nosso amor e o direito de nosso Fiat de reinar nele. Tu deves saber que a condição do amor de nosso Ser Divino na criação do homem,
era a necessidade de amá-lo, porque tudo o que lhe demos não ficou separado de Nós, mas fundido em Nós. Tanto é verdade, que com o alento lhe infundimos a vida, mas não retiramos nosso alento daquele criado nele, e sim o deixamos fundido com o nosso, de modo que conforme o homem respirava sentíamos e sentimos seu alento no nosso. Se com nosso Fiat criamos a palavra ao se pronunciar sobre seus lábios, grande dom dado a ele desde dentro de nosso Querer Divino, esta não ficou separada de nosso Fiat. Se criamos nele o amor, o movimento, o passo, este amor ficou vinculado com o nosso amor, com o nosso movimento e a virtude comunicativa dos nossos passos nos seus pés. Assim, sentíamos o homem dentro de Nós, não fora de Nós; não o filho distante, mas próximo, mais bem fundido conosco. Como não amá-lo se era nosso, e sua vida estava na continuação de nossos atos? Não amá-lo seria ir contra a natureza do nosso amor. E além disso, quem é aquele que não ama o que é seu e o que foi formado por ele? Por isso nosso Ser Supremo se encontrava e se encontra ainda agora na condição de necessidade de amá-lo, porque o homem é ainda hoje aquele criado por nós, seu alento o sentimos no nosso, sua palavra é o eco de nosso Fiat, não retiramos todos nossos dons, somos o Ser imutável e não estamos
sujeitos a mudar, o amamos e continuamos a amá-lo, e é tanto este nosso amor, que nós mesmos nos colocamos na condição de amá-lo. Eis por que nossas tantas artimanhas de amor, e o último assalto que queremos lhe dar é o grande dom de nosso Fiat, a fim de que o faça reinar em sua
alma, porque sem nosso Querer o homem sente os efeitos de sua Vida, mas não descobre a causa, e por isso não põe atenção em nos amar, em troca nossa Divina Vontade fará sentir quem é Aquele que lhe dá a vida, e então também ele sentirá a necessidade de amar Aquele que é causa
primária de todos os seus atos e que tanto a ama”.
(4) Depois seguia o meu giro na Criação, e o meu sempre amável Jesus acrescentou:
(5) “Minha filha, olha que ordem há na criação de todo o universo, há céu, estrelas, sóis, todos ordenados. Muito mais ao criar o homem, nosso Ser Divino estendia no fundo de sua alma a ordem de nossas qualidades divinas como tantos céus, assim que estendíamos nele o céu do amor, o céu
da nossa bondade, o céu da nossa santidade, da nossa beleza, e assim por diante. E depois de ter estendido a ordem dos céus de nossas qualidades divinas, nosso Fiat na extensão destes céus se constituiu Sol da alma, que com sua luz e calor refletindo nele, devia fazer crescer e conservar
nossa Vida Divina na criatura. E assim como nossas qualidades divinas tornam conhecido o Ser Supremo, assim estes céus estendidos no homem fazem saber que Ele é nossa habitação. Quem pode lhe dizer o modo, o amor com o qual nos deleitamos ao criar o homem? Oh, se ele soubesse
quem é, o que possui, como se estimaria mais e estaria atento a não manchar sua alma, e amaria Aquele que com tanto amor e graça o criou!”
29-10
Abril 2, 1931
O mais precioso que a criatura tem é a vontade. Poder das penas voluntárias. O apoio. Como se acende a chama na alma e como se alimenta.
(1) Meu abandono continua no Santo Querer, mas por quanto abandonada, sinto ao vivo minhas repugnâncias ao cair no estado de meus habituais sofrimentos, e estas repugnâncias são causadas pelas lutas e pelas imposições que há sobre mim. Então na amargura de minha alma dizia a meu doce Jesus: “Meu amor, queres fazer-me cair nos sofrimentos, fá-lo então, mas de minha parte não quero pôr minha vontade, fá-lo-ás Tu, estarei contente, mas de mim não quero pôr nada. E Jesus, todo aflito, me disse:
(2) “Minha filha, que farei com as tuas dores, sem a tua vontade? Não tenho o que fazer com elas, nem poderão me servir para desarmar a Divina Justiça, nem para acalmar minha justa raiva, porque o mais belo e precioso que tem a criatura é a vontade, ela é o ouro, todo o resto dela são
coisas superficiais, coisas sem substância, e as mesmas penas sem valor. Ao contrário, se corre o fio de ouro da vontade espontânea nas penas, tem virtude de mudá-las em ouro puríssimo, dignas d’Aquele que tudo sofreu voluntariamente, e inclusive a mesma morte por amor das criaturas. Se
eu quisesse penas sem vontade, são tão abundantes no mundo, que quando as quisesse poderia tomá-las, mas como falta o fio de ouro de sua vontade, não são para Mim, não me atraem, não me ferem o coração nem encontro o eco de minhas penas voluntárias nelas, por isso não têm virtude
de mudar os flagelos em graça. Então as tristezas sem vontade estão vazias por dentro, sem plenitude de graça, sem beleza, sem poder sobre meu divino coração, basta um quarto de hora de penas voluntárias para suprir e superar todas as penas mais atrozes que há no mundo, porque
estas são na ordem humana, as voluntárias são na ordem divina. E além disso, da pequena filha de meu Querer não aceitaria jamais suas penas sem a espontaneidade de sua vontade; era esta que te fazia bela e graciosa a minha vista, que abria a corrente de minhas manifestações sobre minha Divina Vontade, e que com força magnética me atraía a fazer minhas visitas tão frequentes a sua alma. Tua vontade sacrificada voluntariamente por amor meu era meu sorriso, meu entretenimento, e tinha virtude de mudar minhas dores em alegrias, por isso me contentarei mais com ter só para Mim as penas, que te fazer sofrer sem a aceitação espontânea de tua vontade. Oh! Como você se degradaria e desceria no baixo dos filhos do querer humano, perdendo o nobre título, a preciosa característica de filha de minha Vontade. Em minha Vontade não existe o esforço, de fato, ninguém a forçou a criar o céu, o sol, a terra, o mesmo homem, mas o fez voluntariamente sem que ninguém lhe dissesse nada, por amor das criaturas; não obstante sabia quanto devia sofrer por causa delas, assim quero a quem quiser viver de minha Vontade; o esforço é da natureza humana, o esforço é impotência, é mutabilidade, o esforço é o verdadeiro caráter da vontade humana. Por isso seja atenta filha boa, não mudemos as coisas e não queira dar esta dor
a meu coração tão amargo”.
(3) Então eu em minha amargura disse: “Meu Jesus, porém, aqueles que estão sobre mim me dizem: Como pode ser possível, por quatro ou cinco pessoas que quiseram fazer o mal, mandar tantos castigos? Mas bem que Nosso Senhor tem razão, que os pecados são muitos e por isso os flagelos, e tantas outras coisas que dizem e que Tu sabes”. E Jesus com toda bondade acrescentou:
(4) “Minha filha, como se enganam, não é pelo pecado dos quatro ou cinco que com tanta perfídia chegaram até às calúnias, estes serão castigados individualmente, senão o pilar que me tiraram, teus sofrimentos me serviam de ponteiro, havendo me tirado o suporte minha Justiça não encontra
quem a sustente, e permanecendo sem apoio fez chover no tempo que você tem estado livre de suas habituais penas, flagelos contínuos e terríveis. Em vez disso, se tivesse sido a base, os acontecimentos teriam sido a décima ou a quinta parte. Muito mais que este pilar estava formado de penas voluntárias e queridas por Mim, e nas penas voluntárias entra uma força divina, poderia dizer que Eu mesmo em tuas penas me fazia ponteiro para sustentar minha Justiça, agora faltando-me tuas penas me falta a matéria para formar o suporte, e é por isso que a minha justiça é livre para fazer o que quiser. Eles devem entender o grande bem que eu fiz a todos e ao mundo inteiro por ter você por tantos anos em o estado das penas voluntárias. Por isso se não queres que a minha Justiça continue a destruir a terra, não me negues as tuas penas voluntárias, e Eu te ajudarei, não temas, deixa-me fazer”.
(5) Depois disto me abandonei toda no Fiat Divino, com temor de que eu pudesse negar alguma coisa a Jesus e de poder negar-me a fazer sempre a Divina Vontade. Este temor me dilacera a alma e me inquieta, e só na presença de Jesus me sinto em paz, mas assim que o perco de vista regresso sob a tempestade dos temores, dos medos e repugnâncias, e meu doce Jesus para me animar acrescentou:
(6) “Filha boa, coragem, levanta-te, não te abatas; queres saber como se forma a Luz de minha Vontade divina em sua alma? Os desejos repetidos são como tantos sopros que soprando sobre a tua alma chamam a chama, as gotículas de luz a acender-se dentro dela, e quanto mais intensamente desejas, tanto mais sopra para alimentar a chama e edificá-la de mais, se o sopro cessa há perigo que a chama se apague. Assim, para formar e acender a chama são necessários os desejos verdadeiros e incessantes, e para amadurecer e engrandecer a luz se requer o amor que contém o germe da luz, em vão sopraria com seus desejos se faltasse a matéria inflamável sobre seus sopros repetidos. Mas quem pode colocar esta chama em modo de fazê-la imperecível, sem perigo de se apagar? Os atos feitos em minha Divina Vontade, eles tomam a matéria para acender a chama de nossa luz eterna que não está sujeita a se apagar, e a mantêm sempre viva e sempre crescente, e a vontade humana ante esta luz se eclipsa e se volta cega, e vendo-se cega
não sente mais o direito de agir e dá a paz à pobre criatura. Por isso não temas, Eu te ajudarei a soprar, sopraremos juntos, assim a chama será mais bela e mais brilhante”.
30-10
Volume 30
Janeiro 3, 1932
Certeza da vinda do reino da Divina Vontade à terra. Todas as dificuldades se derreterão como neve diante de um sol ardente. A vontade humana é a permanência escura da criatura.
(1) O meu abandono continua no Fiat Divino, mas estava preocupada com o pensamento, como poderá vir este reino da Vontade Divina? O pecado abunda, os males pioram, as criaturas me parecem indispostas para receber um bem tão grande, tanto, que não há alma, por quão boa fora, que verdadeiramente queira ocupar-se em fazer conhecer o que concerne à Divina Vontade. Se Deus não opera um prodígio de Sua Onipotência, o reino do Fiat Divino poderá estar no Céu, mas para a terra é inútil pensar nisso. Enquanto isso e outras coisas pensava, meu amado Jesus
fazendo sua habitual visita à minha alma me disse:
(2) “Minha filha, tudo é possível para nós. As impossibilidades, as dificuldades, os obstáculos insuperáveis das criaturas, dissolvem-se ante nossa Majestade Suprema como neve frente a um sol ardente; tudo que está em si Nós queremos, todo o resto é nada. Não foi assim na Redenção?
O pecado abundava mais do que nunca, apenas um pequeno núcleo de pessoas suspirava ao Messias, e no meio deste núcleo, quantas hipocrisias, quantos pecados de todas as espécies, frequentemente idolatravam, mas estava decretado que Eu devia vir à terra, e diante dos nossos decretos, todos os males não podem impedir o que queremos fazer. Um ato único de nossa Vontade nos glorifica mais do que nos ofendem todos os males e pecados que cometem as criaturas, porque nosso ato de Vontade é divino e imenso, e em sua imensidão abraça toda a eternidade, todos os séculos, se estende a todos; por isso não é de nossa infinita sabedoria não dar vida a um só ato de nossa Vontade pelos males das criaturas, Nós nos colocamos do nosso
lado divino e fazemos o que devemos fazer, e às criaturas as deixamos no lado humano, e fazendo de Soberanos, dominamos tudo e a todos, mesmo sobre o mal, e colocamos fora nossos decretos.
(3) Agora, assim como foi decreto nosso a minha vinda sobre a terra, assim é decreto nosso o reino de nossa Vontade sobre a terra, melhor se pode dizer que um e o outro é um só decreto, e que tendo cumprido o primeiro ato deste decreto, nos resta cumprir o segundo. É verdade que nos sujeitamos à boa disposição das criaturas para dar o grande bem que pode produzir um ato de nossa Vontade, e por isso, ao máximo tomamos tempo e abrimos caminho em meio a seus males para dispô-los. É verdade que os tempos são tristes, os mesmos povos estão cansados, se veem fechados todos os caminhos, não encontram caminhos de saída, mesmo para os necessários meios naturais, as opressões, as exigências dos governantes são insuportáveis, justa pena por ter escolhido por governantes homens sem Deus, de má vida, sem justo direito para ser cabeças, que Eles mereciam mais uma prisão do que o direito de governar. Muitos tronos e impérios foram esmagados, e os poucos que permaneceram estão todos vacilantes e a ponto de serem destruídos, assim que a terra permanecerá quase sem rei, nas mãos de homens iníquos. Pobres povos, pobres filhos meus, sob o regime de homens sem piedade, sem coração, e sem a graça de poder servir de guia aos seus dependentes; repete-se a época do povo hebreu, que quando eu
estava próximo a vir sobre a terra, estava sem rei, e estava sob o domínio de um império estrangeiro, homens bárbaros e idólatras que nem sequer conheciam o seu Criador, no entanto era este o sinal da minha próxima vinda entre eles. Entre aquela época e esta, em muitas coisas se dão a mão, e o desaparecimento dos tronos e dos impérios, é o anúncio de que o reino de minha Divina Vontade não está distante. Devendo ser um reino universal, pacífico, não haverá necessidade de rei que o domine, cada um será rei para si mesmo; a minha vontade lhes será lei, guia, sustento, vida e Rei absoluto de todos e de cada um, e todas as cabeças arbitrárias e sem direito se reduzirão a pedaços, como poeira ao vento. As nações continuarão debatendo-se entre elas, quem para guerra, quem para revoluções entre elas e contra minha Igreja, têm um fogo que as devora no meio a elas que não lhes dá paz, e não sabem dar paz, é o fogo do pecado e o fogo do fazer sem Deus o que não lhes dá paz, e jamais farão a paz se não chamarem a Deus no meio a eles, como regime e vínculo de união e de paz, e Eu os deixo fazer, e farei tocar com a mão o que significa fazer sem Deus. Mas isto não impede que venha o reino do meu Fiat Supremo, estas são coisas da criatura, do submundo, que o meu poder quando quer, lança por terra e destrói, e faz surgir da tempestade o céu mais sereno e o sol mais resplandecente. Em troca, o reino de minha Divina Vontade é do alto, dos Céus, formado e decretado em meio às Divinas Pessoas, nenhum nos possa tocar nem destruir. Primeiro trataremos com uma só criatura, formando o primeiro reino
nela, depois com poucos, e depois, fazendo uso da nossa Onipotência, vamos divulgá-lo em todo o lado. Esteja segura, não se preocupe porque os males piorarão, nossa potência, nosso amor vencedor que tem virtude de sempre vencer, nossa Vontade que tudo pode e que com paciência invicta sabe esperar inclusive séculos, mas o que quer e deve fazer vale mais do que todos os males das criaturas; ante sua potência invencível e seu valor infinito, serão como gotinhas de água os males delas, como tantas coisinhas que servirão ao triunfo de nosso amor e à maior glória de nossa Vontade cumprida. E depois, quando tivermos a grande glória de formar este reino dentro de uma só criatura, ela será como sol, que todos têm direito de gozar e possuir a sua luz, mais do que o sol, dará a todas as criaturas o direito de fazer possuir um reino tão santo, e nós, com sabedoria infinita, abundaremos de graças, de luz, de ajudas, de meios surpreendentes, para fazer reinar o reino da minha Vontade no meio deles. Por isso deixa-me fazer, se Jesus te disse, é suficiente, é como se já estivesse feito. Todas as criaturas e todos os males juntos não têm poder nem direito sobre nossa Vontade, nem podem impedir um só ato de nossa Vontade querida com decretos de nossa sabedoria”.
(4) Depois continuava pensando no Fiat Divino, e meu doce Jesus acrescentou:
(5) “Minha filha, minha Vontade é luz, a vontade humana é a permanência escura na qual vive a pobre criatura; assim que meu Querer entra nesta estadia escura, assim fica toda investida desta luz que tudo ilumina, inclusive os mais remotos e pequenos esconderijos da alma. Faz-se luz do pensamento, da palavra, das obras, dos passos, mas com uma diversidade maravilhosa; o pensamento toma uma variedade de cores animadas pela luz, a palavra toma outra variedade de cores, a ação, o passo, outras variedades de cores, e conforme repete o pensamento, a palavra, a ação, o passo, animados pela luz da minha Vontade, assim se formam os matizes das cores divinas, e a beleza é que todas as cores estão animadas pela luz. Oh! Como é bonito ver a criatura animada pelo arco-íris de nossas cores divinas, é uma das cenas mais belas que ela nos apresenta, e nos faz gozar, olhamos e vemos que não são outra coisa que os reflexos de nossos pensamentos, de nossas ações, e assim do resto, que formou a variedade de nossas cores divinas, e a nossa Vontade que faz alarde de luz nos atos da criatura, que com seu doce encanto nos sequestra e nos faz espectadores de nossos atos, e oh! Como esperamos com todo amor a repetição destas cenas tão belas e deleitáveis”.
Dê seu testemunho sobre seu encontro com a Divina Vontade