Estudo 59 Livro do Céu Vol. 11 a 20 – Escola da Divina Vontade

Os Três Fiat
Estudo 59 Livro do Céu Vol. 11 a 20 – Escola da Divina Vontade
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12-70
Novembro 29, 1918

Quem sai da Divina Vontade, sai da luz.

(1) Encontrando-me em meu habitual estado estava rogando a meu sempre amável Jesus, que hoje, como me havia prometido a outra vez, que quando a alma faz sempre sua Vontade, alguma vez permite que Ele faça a vontade da alma, assim lhe dizia: “Hoje justamente deves fazer minha vontade”.
(2) E Jesus, ao vir, disse-me: “Minha filha, não sabes tu que a alma, saindo da minha Vontade, é para ela como um dia sem sol, sem calor, sem a vida da ação divina nela?”
(3) E eu: “Meu amor, o Céu me guarde de fazer isto, preferiria morrer que sair de tua Vontade, por isso põe tua Vontade em mim e logo me diga que: É Minha Vontade que hoje Eu faça tua vontade”.
(4) E Jesus: “Ah! travessa, está bem, te contento, te terei Comigo até que queira, e depois Eu mesmo te deixarei livre”.
(5) Oh, como fiquei contente que sem fazer a minha vontade, Jesus, fundindo a sua Vontade à minha, fazendo a Sua para a minha!
(6) Depois, meu amável Jesus se entreteu comigo e parecia que molhava a ponta de seu dedo em seu preciosíssimo sangue e o passava pela testa, os olhos, a boca, o coração, e depois me beijou. Eu ao vê-lo tão afetuoso e doce tratei de chupar de sua boca as amarguras que continha seu coração, como fazia antes, mas Jesus rapidamente se afastou um pouco e me fazia ver um envoltório que tinha nas mãos, cheio de outros flagelos e me disse:
(7) “Olha quantos outros flagelos há para derramar sobre a terra, por isso não derramo em ti.
Os inimigos prepararam todos os planos internos para fazer revoluções, agora não resta outra coisa que terminar de preparar os planos externos. ¡ Ah, minha filha, como me dói o coração, não tenho com quem desabafar minha dor, por isso quero desabafar contigo! Você terá paciência para ouvir-me falar freqüentemente de coisas tristes; sei que você sofre por isto, mas é o amor que a isto me empurra. O amor quer fazer saber suas dores à pessoa amada; quase não saberia estar se não viesse desabafar contigo”.
(8) Eu me sentia mal ao ver Jesus tão amargo, sentia suas penas em meu coração, e Jesus para dar-me alívio me deu a beber poucos goles de um leite dulcíssimo, e depois acrescentou:
(9) “Eu me retiro e te deixo livre”.

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12-71
Dezembro 4, 1918

Efeitos da prisão de Jesus na Paixão.

(1) Esta noite passei-a juntamente com Jesus na prisão, compadecia-o, estreitava-me a seus joelhos para o sustentar, e Jesus disse-me:
(2) “Minha filha, na minha Paixão quis sofrer também a prisão para libertar a criatura da prisão da culpa. Oh! que prisão horrenda é para o homem o pecado, suas paixões o encadeiam como vil escravo, e minha prisão e minhas correntes o libertavam e o desatavam. Para as almas amantes minha prisão lhes formava a prisão de amor, onde estão ao seguro e defendidas de todos e de tudo, e as escolhia para tê-las como prisões e tabernáculos vivos, que me deviam esquentar das friezas dos tabernáculos de pedra, e muito mais do frio das criaturas, do que me aprisionando nelas me fazem morrer de frio e de fome; eis que muitas vezes deixo as prisões dos tabernáculos e venho ao teu coração, para me aquecer do frio, para me restaurar com o teu amor, e quando te vejo ir em busca de Mim aos tabernáculos das igrejas, Eu te digo: Não és tu a minha verdadeira prisão de amor para Mim? Procura-me no teu coração e ama-me”.

14-66
Outubro 9, 1922

A vontade humana que opera na Divina.

(1) Continuando meu habitual estado, meu sempre amável Jesus vem todo ternura, me estreita entre seus braços, me beija e me diz quem sabe quantas vezes:
(2) “A minha filha, a filha de minha Vontade, como me é querida. Escuta, enquanto teu querer entra em Mim, se esvazia de ti e o meu entra obrante em ti, e enquanto obra o meu, o teu recebe a força da potência criadora e fica obrante em Mim, e como Eu sou um ponto só, que contenho tudo, abraço tudo, faço tudo, vejo o teu desejo obrante em Mim com a minha potência criadora que quer dar-me tudo, corresponder-me por todos, e com grande satisfação minha vejo-o diante de Mim desde o primeiro instante em que fiz sair a Criação, e, deixando para trás todos, põe-se diante de todos como se fosses a primeira criada por Mim, na qual não existe nenhuma ruptura de vontade entre tu e Eu, tal como teria querido o primeiro homem, e me dá a honra, a glória, o amor, como se a Criação não tivesse saído de minha Vontade. Que gosto, que contentamento sinto! Você não pode compreendê-lo, a ordem da Criação me vem restituída, as harmonias, as alegrias se unem. Vejo esta vontade humana obrante em Mim na luz do sol, sobre as ondas do mar, no brilho das estrelas, sobretudo, e dá-me a glória de todos os bens que estas coisas criadas dão ao homem. Que felicidade! Semeia-me em tudo, com esta diferença, que Eu sou um ponto só, e tu pouco a pouco, conforme obras, pensas, falas, amas em meu Querer, assim tomas mais lugar e nele formas partos divinos”.

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14-67
Outubro 19, 1922
Por quantos efeitos e valores se conhecem, tanto mais se recebe do Querer Divino. Espera de Jesus por tantos séculos para fazer conhecer seu Querer.

(1) Continuo a estar toda abandonada nos braços do meu doce Jesus, sentia-me toda imersa no seu Santíssimo Querer, no qual me encontrava como no centro. Então ao vir Jesus me disse:
(2) “Minha filha, minha Humanidade vivia como no centro do Sol Eterno de minha Vontade Divina, e deste centro partiam raios que levando com eles minha imensidão envolviam tudo e a todos, e meu agir, partindo deste centro se encontrava como em ato por cada ato de criatura, cada palavra como em ato por cada palavra, cada pensamento como em ato por cada pensamento, e assim por tudo o resto, e conforme descia, como um só ato voltava a subir a seu centro, levando consigo todos os atos humanos para refazê-los, para reordená-los conforme queria meu Pai, então, só porque a minha Humanidade vivia no centro do Querer Eterno pôde abraçar a todos como um ato só, para cumprir com decoro e digna de Mim a obra da Redenção,
de outra maneira teria sido uma obra incompleta e não digna de Mim. E assim como a ruptura da vontade humana com a Divina foi todo o mal do homem, assim a união estável da vontade da minha Humanidade com a Divina devia formar todo o seu bem, e isto acontecia em Mim como em conatural. Olhe para o sol, o que é? É um globo de luz, e esta luz a difunde igualmente para a direita, para a esquerda, para a frente, para trás, para cima, para baixo, para toda a parte; a luz de tantos séculos atrás é a de hoje, nada mudou, nem luz, nem calor, e a luz de hoje será a do fim dos séculos; se tivesse razão poderia dizer todos os atos humanos, aliás, tê-los-ia em si como sua propriedade, tendo sido ele vida, efeito e causa de cada ato, e isto
como coisa conatural para ele. Agora, tudo isto acontece à alma que vive no centro de meu Querer, ela abraça a todos e nenhum lhe escapa, faz por todos e nada omite, junto Comigo não fará outra coisa que expandir-se a direita e a esquerda, frente e atrás, mas em modo simples e conatural, e conforme obra em meu Querer faz o giro de todos os séculos, e a todos os atos humanos os eleva em seu ato em modo divino, por virtude de minha Vontade.
(3) Escuta minha filha, regenerada em meu Supremo Querer, o que quero fazer de ti e em ti, o que fazia minha Humanidade na Divina Vontade quero repeti-lo, mas quero teu querer unido junto, a fim de que repita junto Comigo o que fazia e faço ainda. Em meu Querer estão todos os atos que fez minha Humanidade, tanto externos como internos; dos atos externos mais ou menos se sabe o que Eu fiz, e a criatura, querendo, pode unir-se junto Comigo e tomar parte naquele bem que fiz, e Eu sinto o contentamento porque vejo meu bem como multiplicado no meio das criaturas em virtude da união que formam Comigo; meus atos são postos como em um banco e Eu recebo os juros. Em troca, dos atos internos que fez minha Humanidade na
Divina Vontade por amor de todos, pouco ou nada se sabe deles, e a criatura não conhecendo nem a potência deste Querer, nem como minha alma operava nele, nem o que fiz, como poderá unir-se Comigo para tomar parte desse bem? O conhecimento traz consigo o valor, os efeitos, a vida daquele bem. Um objeto produz tanta utilidade quanto se conhece, e muitas vezes acontece que dois objetos que contêm o mesmo valor, um que conhece o valor de mais, vendendo-o ganha mais; outro que não tem esse conhecimento o vende em menos. Quantas coisas faz o conhecimento, muitos se fazem ricos porque têm cuidado de conhecer as coisas; outros se encontram nas mesmas circunstâncias, mas porque não conhecem bem as coisas são pobres. Agora, querendo-te junto Comigo também em meus atos internos que fazia minha Humanidade neste Querer Supremo, é justo que te faça conhecer os méritos, o valor, os efeitos, a potência, o modo que tem este meu Querer, e como te vou manifestando, abro entre você e eu a participação do que te faço conhecer, de outra maneira, por que dizer? Talvez para te dar uma simples notícia? Não, não, quando Eu faço conhecer é porque quero dar, assim quantos valores e efeitos conhece, tanto te dei. Por isso vê o grande bem que quero fazer, não só a ti mas também aos demais, porque, à medida que este conhecimento de viver no meu Querer for encaminhado, será mais amado, e o amor absorverá neles todo o bem que o conhecimento, como mãe fecunda, lhes deu à luz. Eu não sou o Deus isolado, não, quero a criatura junto Comigo, meu eco deve ressoar no seu e no seu no meu e fazer dos dois um só; e se esperei tantos séculos para fazer conhecer meu Querer obrante na criatura, e o seu obrante no meu, quase elevando-o a meu mesmo nível, foi porque devia preparar, dispor as criaturas a passar dos conhecimentos menores aos maiores, devia fazer como um mestre que devia
ensinar as vogais, as consoantes, depois passar às composições. Até agora não se sabia outra coisa de minha Vontade que as vogais e as consoantes, era necessário que passasse às composições, e isto me desenvolverá a Vida de minha Vontade. A primeira composição a quero de ti, se és atenta a desenvolverás bem, de modo que me darás a honra de um tema que te deu teu Jesus, o tema mais nobre, o tema do Querer Eterno, que me trará a glória maior, que formando a conexão com as criaturas fará conhecer novos horizontes, novos céus e novos excessos do meu Amor.

(4) Olha, no meu Querer Supremo estão todos os meus atos internos que fez minha humanidade, como em expectativa para sair como mensageiros para pôr-se em caminho. Estes atos foram feitos para as criaturas e querem dar-se e fazer-se conhecer; e não dando-se sentem como aprisionados, e pedem, suplicam, que meu Querer os faça conhecer para poder dar o bem que eles contêm. Encontro-me nas condições de uma pobre mãe, que por muito tempo tem o seu parto no seu seio, e que tendo chegado o tempo de o fazer sair, se não o faz sofre espasmos, dói-se, e não tendo em conta a sua própria vida, a qualquer custo quer fazer aair o seu parto; as horas, os dias de atraso parecem-lhe anos e séculos, tudo o que fez e pronto, não resta senão fazê-lo sair. Assim sou Eu, mais que mãe por tantos séculos contive em Mim, mais que parto, todos meus atos humanos feitos na santidade do Querer Eterno, para dá-los à criatura, e conforme se elevem os atos humanos da criatura a atos divinos, e a adornarão com as mais variadas belezas, fazendo-a viver com a Vida de minha Vontade, dando-lhe o valor, os efeitos, os bens que meu Querer possui. Por isso, mais do que mãe sofro os
espasmos, as dores, ardo porque quero fazer sair este parto da minha Vontade; o tempo chegou, não resta outra coisa senão encontrar a quem deve receber o primeiro parto, para continuar com os outros partos nas outras criaturas. Por isso te digo, sê atenta, amplia teu coração para poder receber todo o valor, os efeitos, o conhecimento que meu Querer contém, para poder pôr em ti o primeiro parto. Quanta alegria me darás, serás o princípio de minha felicidade na terra; o querer humano, poderia dizer, me tornou infeliz no meio das criaturas, e minha Vontade obrante na criatura me restituirá minha felicidade”.

 

16-62
Maio 19, 1924

Todos os atos, do menor ao maior de quem vive no Querer Divino, adquirem o valor de atos eternos e divinos.

(1) Minha pobre mente se perdia na imensidão do Querer Supremo, me sentia como dentro de um mar, e todo meu ser bebia a grandes goles a água purissima da Vontade Eterna, melhor, entrava por toda parte, pelos ouvidos, pela boca, pelos olhos, pelo nariz, pelos poros do corpo. Agora, en-
quanto eu estava neste estado, meu doce Jesus moveu-se dentro de mim e disse:

(2) “Minha filha, a minha vontade é eterna, e só para quem vive nela, abraçando o eterno, todos os seus actos, desde o menor ao maior, sendo animados por uma Vontade eterna, todos adquirem o valor, o mérito, a forma de atos divinos e eternos. O Querer Divino esvazia a esses atos de tudo o
que é humano e enchendo-os de sua Vontade Divina os faz seus, lhes põe o selo e os constitui como outros tantos atos eternos e divinos”.

(3) Então eu, ouvindo isto, admirei-me e disse: “Como é possível, ó meu Sumo Bem, que a criatura só vivendo em seu Querer possa receber este grande bem: Que seus atos cheguem a ser eternos e divinos?”

(4) E Jesus: “Por que te maravilhas? A coisa é simplíssima, toda a razão é porque a minha Vontade é eterna e Divina, e tudo o que sai dela, como é parto de uma Vontade eterna e Divina não pode ser excluído do ser eterno e divino, mas sempre a criateura deve colocar um lado sua vontade humana para dar lugar à minha; se isto faz, seus atos são contados entre os nossos, seja o grande ou o seu pequeno ato. Além disso, isto aconteceu na Criação, Quantas coisas não foram criadas?
Grandes e pequenas, até a mais pequena semente, o pequeno inseto, mas por quão pequenas, não se pode dizer que minhas obras grandes foram criadas por esta Vontade Suprema e portanto são obras divinas, e que as pequenas não tenham sido criadas por uma mão divina. E se bem se
vê que só tudo o que foi criado na atmosfera, céu, sol, estrelas, etc., são sempre fixos e estáveis, em vez disso o que foi criado na terra baixa, flores, plantas, aves, etc., estão sujeitos a morrer e nascer, isto não diz nada, é mais, como foram criados por uma Vontade eterna e Divina, a semente tem virtude de multiplicar-se, porque em todas as coisas está minha virtude criadora e conservadora. Agora, sim todas as coisas criadas, pequenas ou grandes, porque foram criadas em virtude de meu Fiat Onipotente podem ser chamados de obras divinas, muito mais podem ser chamados de
atos divinos e eternos o que minha Vontade opera na alma, a qual pondo aos pés de meu querer seu humano querer, me dá plena liberdade de fazer obrar a minha Vontade. Ah! se se pudesse ver pelas criaturas uma alma que faz viver a meu Querer em si, veriam coisas surpreendentes e jamais
vistas: Um Deus obrante no pequeno cerco da vontade humana, isto é a coisa mais grande que pode existir na terra e no Céu, a própria Criação, oh! como fica atrás em comparação com os prodígios que vou trabalhando nesta criatura”.

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16-63
Maio 24, 1924

A primeira palavra de Deus na Criação foi Fiat. Esta palavra encerra tudo, e com ela deu sua primeira lição sobre a Divina Vontade.

(1) Sentia-me amarga, no máximo, pela privação do meu doce Jesus, e com a triste dúvida de que tudo o que Jesus me disse e operou em minha alma não tenha sido outra coisa que uma ilusão minha, um jogo do inimigo infernal, e dizia entre mim:
(2) “Se me for dado, e todos os escritos estiverem em minhas mãos e em meu poder, como com muito gosto os queimaria todos! mas ai de mim, não estão mais em meu poder, estão nas mãos de outros, e se eu quisesse isto, não me seria dado. Ah Jesus, salva ao menos minha pobre alma, não
me deixe perecer! E já que tudo acabou, as relações entre eu e você, não permita que eu tenha a maior das desventuras, a de não fazer em todo sua Santíssima e adorável Vontade”.

(3) Agora, enquanto pensava nisso, o meu adorável Jesus moveu-se dentro de mim; diante de sua amável presença as trevas se dissiparam, as dúvidas desapareceram e voltou em mim a luz e a paz; e meu doce Jesus me disse:

(4) “Filha da minha Vontade, por que duvidas de meu agir em ti? E além disso, duvidar de minha Vontade e do que te disse sobre meu Querer Supremo é a coisa mais absurda que pode fazer. A doutrina da minha Vontade é mais do que água cristalina tirada da fonte límpida de minha Divindade, é mais que sol fulgurante que ilumina e aquece, é espelho claríssimo, que qualquer que tenha o grande bem de poder olhar-se nesta doutrina celestial e divina, ficará sacudido e sentirá em si toda a boa vontade de purificar-se de suas manchas, para poder beber a grandes goles desta doutrina celestial e assim ficar embelezado por seus adornos divinos. Tu deves saber a causa, o por que a sabedoria e onipotência Divina quiseram pronunciar o Fiat na Criação. Podia criar todas as coisas sem dizer palavra, mas como queria que sua Vontade voasse em todas as coisas e recebessem a virtude, os bens que contém, pronunciou o Fiat, e enquanto o pronunciava comunicava os prodígios de seu Querer, a fim de que todas as coisas tivessem por vida, por regime, por exemplo e por mestra a minha Vontade. Que grande coisa filha minha! A primeira palavra do seu Deus que res-
soou na abóbada dos céus foi o Fiat, não disse outra coisa, isto significava que o todo estava no Fiat; com o Fiat criava tudo, constituía tudo, ordenava tudo, encerrava tudo, ligava todos os seus bens em favor de todos aqueles que não teriam saído de seu eterno Fiat, e quando depois de haver criado tudo eu quis criar o homem, não fiz outra coisa senão repetir o Fiat, como empastá-lo com a minha própria vontade, e então eu adicionei: We’t make the man à nossa imagem e semelhança; em virtude de nosso Querer manterá em si íntegra nossa semelhança e manterá bela e intacta nossa imagem’.

Veja então por que a Sabedoria Increada, como se não soubesse dizer outra coisa que Fiat quis pronunciá-lo, pois era muito necessária esta lição tão sublime para todos. E este Fiat ainda se move sobre tudo o que foi criado, como conservador de minhas mesmas obras, e como no ato de descer sobre a terra para investir ao homem para fechá-lo outra vez em Si, a fim de que de onde veio, isto é, tendo saído de meu Querer, em meu mesmo Querer volte, porque é minha Vontade que todas as coisas por Mim criadas voltem pelo mesmo caminho por onde saíram, a fim de que me voltem belas, Honradas e trazidas como em triunfo por minha própria Vontade.

(5) Então, tudo o que te disse sobre a minha Vontade, esta foi a minha finalidade: Que a minha Vontade seja conhecida e que venha a reinar sobre a terra’. E o que tenho dito, será; atropelarei tudo para obter isto, mas o todo deve me retornar nessa palavra Fiat. Fiat disse Deus, Fiat deve dizer o homem; em todas suas coisas não terá mais que o eco de meu Fiat, o selo de meu Fiat, as obras de meu Fiat para poder dar-lhe os bens que contém minha Vontade e assim obterei a finalidade completa de toda a Criação, e por isso me dediquei à tarefa de fazer conhecer os efeitos, o valor, os bens e as coisas sublimes que contém o meu Querer, e conforme a alma percorre o mesmo caminho de meu Fiat, ficará de tal maneira sublimada, divinizada, santificada, enriquecida, de deixar estupefatos Céu e terra ao ver o portento de meu Fiat obrante na criatura, porque em virtude de minha Vontade sairão de Mim graças novas nunca saídas, luz mais fulgurante, portentos inauditos e nunca vistos. Eu faço como um mestre quando ensina ao seu discípulo as ciências que ele conhece, o qual, se ensina ao seu discípulo é porque quer fazer dele outro mestre como ele mesmo. Assim faço Eu, se minha lição sublime foi minha primeira palavra Fiat, minha oração ensinada foi o Fiat como no Céu assim na terra, agora, tendo passado a dar-lhe mais extensas, mais claras e mais sublimes as lições sobre minha Vontade, é que quero que o discípulo adquira não só a ciência dela, senão que tornando-se professor, não só ensine os outros, mas também adquirira minhas propriedades e meus bens, minhas alegrias e minha mesma felicidade, por isso seja atenta e fiel a meus ensinamentos e não te separes jamais de minha Vontade”.

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