Estudo 59 Livro do Céu Vol. 21 a 29 – Escola da Divina Vontade

Escola da Divina Vontade
Estudo 59 Livro do Céu Vol. 21 a 29 – Escola da Divina Vontade
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21-12
Abril 3, 1927

Efeitos de um amor livre que ama, e efeitos de um amor forçado. Como na Divina Vontade os atos são feitos com plenitude, completos e exuberantes.

(1) Enquanto estava toda aflita por sua privação e quase petrificada pela dor de me ver como esquecida por meu amado Jesus, saiu de dentro de mim e apoiando suas mãos sobre meus ombros punha sua cabeça sobre meu peito, e respirava forte dizendo: “Todos esperam teus atos”.
E enquanto respirava atraía em Si todos os meus atos feitos em seu Divino Querer, e acrescentou:

(2) “Minha filha, os atos feitos em meu Querer são atos meus e por isso vim a tomá-los com meu respiro enquanto respirava sobre teu peito, porque todos estes atos teus, sendo atos meus, Todos os esperam e Eu irei difundi-los em toda a Criação para poder receber em todo o universo a honra
de um ato livre de criatura. Esta vontade de criatura, livremente, não forçada, vem na minha e age, e Eu recebo a honra de uma vontade livre que é a maior honra para Mim, que me é conveniente como Deus. Uma vontade livre que me ama e que voluntariamente se anula para fazer a minha e
obrar nela, é o grande portento da Criação, pelo qual foram criadas todas as coisas, porque deviam servir a esta vontade livre, não forçada, para me amar, e ela, tendo domínio sobre todas e desfrutando de toda a Criação, devia servir como de vontade a todas as coisas criadas, pois elas não têm vontade e a criatura devia servir como de vontade a elas para dar em cada coisa criada sua vontade e seu amor livre para com seu Criador. E só na minha Vontade a humana pode difundir-se a tudo para dar esta honra tão grande ao seu Criador.

Minha filha, uma vontade que não me ama livremente, senão forçada, diz distância entre criatura e Criador, diz escravidão e servidão, diz dessemelhança. Ao contrário, uma vontade livre que faz a minha e me ama, diz união entre a alma e Deus, diz filiação, diz que o que é de Deus é dela, diz semelhança de santidade, de amor, de modos, tanto que o que faz Um o faz o outro, onde se encontra Um se encontra o outro. Por isso criei o homem livre de vontade, para receber esta grande honra que convém a um Deus; uma vontade forçada que me ama, que se sacrifica, Eu não sei o que fazer com ela, antes nem sequer a reconheço, nem merece nenhum prêmio, por isso todo meu olhar está sobre a alma que de espontânea vontade vive na minha. O amor forçado é dos homens, não de Deus, porque se contentam com as aparências e não descem ao fundo do ouro da vontade para ter um amor sincero e leal; como o rei que se contenta com a sujeição dos soldados desde que esteja formado seu exército, e não presta atenção se os soldados têm a vontade distante dele; se esta está distante, terá o exército, mas não estará seguro, pode ser um exército que trama contra sua coroa e contra sua vida. Um patrão terá muitos servos, mas se não o servem de vontade, senão por necessidade, por conveniência, por temor, por cobrar seu salário, estes servos que comem de seu pão podem ser seus primeiros inimigos. Mas teu Jesus que vê no fundo da vontade não se contenta com as aparências, e se esta vontade espontaneamente quer e vive na minha, minha glória, a Criação, tudo está seguro, porque são não os servos, mas meus filhos que a possuem e que amam tanto a glória de seu Pai Celestial, que estariam dispostos e se sentiriam honrados de dar a própria vida por seu amor”.

(3) Então eu me sentia toda imersa no eterno Fiat, e meu amado Jesus acrescentou:
(4) “Minha filha, em minha Vontade todos os atos são feitos na plenitude da luz, portanto são atos cheios de todos os bens, estes atos são atos completos, de maneira que nada deve faltar e são exuberantes, brotam para o bem de todos. Olha, enquanto você em minha Vontade chamava a
minha Mãe Celestial, aos anjos e santos a me amar, assim sentia repetir em você o amor da minha mãe, o amor dos anjos, o amor de todo o Céu. Enquanto chamavas ao sol, ao céu, às estrelas, ao mar e a todas as coisas criadas em torno de Mim para me dar o amor, a glória de minhas obras,
assim me sentia repetir em ti o que Eu tinha feito ao criar o sol, o céu, as estrelas, o mar, e todo o amor que Eu coloquei fora em toda a Criação. Assim que a alma que vive em minha Divina Vontade é a repetidora de meus atos, que situando-os me dá o que lhe dei. Oh, como seu Jesus goza ao ver-se dar pela pequenez da criatura as honras, o amor, a glória de seus mesmos atos plenos, completos e exuberantes”.

22-12
Julho 21, 1927
Diferença entre o amor do Céu e o da terra. As opressões entorpecem a alma, a Vontade Divina a esvazia.

(1) Continuo a viver no Querer Divino, e como meu doce Jesus me priva frequentemente de sua amável presença, chamo a minha Mãe Soberana em minha ajuda, aos anjos, aos santos, para que me ajudem e me prestem seu amor, suas adorações para poder fazer eu desde a terra o que eles fazem no Céu, para que meu Jesus, atraído pelo mesmo amor do Céu, pudesse vir a sua pequena exilada, àquela que tanto o suspira. E Ele não presta atenção ao meu duro martírio, e como se desprezasse os meus suspiros, as minhas ânsias, em vez de ter piedade de mim, foge, contentando-se talvez em ver de longe o meu estado tremendo. Ah! Talvez se você sentir em mim o amor do Céu que tanto gosta, ele virá, e não mais me deixará sozinha e abandonada por tanto tempo. E enquanto dizia disparates em meu interior, meu doce Jesus, minha amada Vida, saiu de dentro de mim mesma e me apertando entre seus braços me disse:

(2) “Minha filha, o amor do Céu me agrada, mas o da terra me agrada mais. Aquele da terra me é sempre novo, são novas conquistas que faço, nova glória. Pelo contrário o do Céu já está em minha posse, e ninguém pode me tirar isso, é coisa minha, em troca o da terra estou em ato de conquistá-lo, e muitas vezes perco as novas conquistas que deveria fazer, porque as almas nem sempre me dão o amor, A glória que deveriam me dar. Agora, tu deves saber que quando morrem em minha Graça ficam confirmados na natureza do amor, na natureza da glória e na Vida da Divina Vontade; Assim que no Céu tudo é natureza em todos os bem-aventurados, por isso eles nada me dão de mais, mas sim Eu dou sempre a eles aquele ato continuado de alegria, de felicidade, de beatitudes sempre novas e sem fim. Eis por que sou todo olhos sobre a terra, e parece que estou a pôr de lado todo o céu, porque é meu, portanto sou todo olhos, e presto toda a minha atenção à alma que vive no exílio, que embora não possua a natureza do Céu quer dar-me as novas aquisições de amor, de glória e de adorações. Se tu soubesses como o teu amor paira em minha Vontade, como se eleva entre o Céu e a terra investindo todas as coisas criadas e atirando-se até no Céu, até onde minha Divina Vontade se estende, me dá  a nova posse do amor da criatura que se deixa investir pela força do meu Fiat Supremo, e enquanto me dá a posse do amor, outro novo me prepara, aquele da glória. E enquanto você repete seus atos, seus atos são sempre novos para mim, porque antes, certamente, não os tinha. Portanto sempre és nova no amor, na glória, nas
adorações que me dás, porque o meu Querer fazendo eco em ti te comunica aquele ato novo que por natureza possui. Por isso o que Eu faço no Céu, dando a todos os bem-aventurados o ato novo, jamais interrompido de alegrias e de contentamentos indizíveis, você está destinada a dar-
me da terra, na luz e potência do meu Querer, por isso seja atenta a seguir o voo rápido Dele”.

(3) Continuando meu amado Jesus a privar-me d’Ele, sentia-me de tal maneira oprimida, que pensava para mim que tudo havia terminado, e tantas outras coisas que me parece inútil colocá-las sobre o papel. E o meu amável Jesus, pondo-me as suas santas mãos sobre as minhas costas
como para me abraçar, disse-me:
(4) “Minha filha, como te tornaste pesada, não sabes tu que as opressões aumentam o peso da alma, e eu, querendo tomar-te nos braços, devo fazer um esforço para te tomar, enquanto minha Vontade esvazia o peso da natureza, e sua luz, tirando as trevas do humano, a faz leve, leve e hábil a qualquer sacrifício, e dando-lhe as asas do amor, dá à alma os primeiros dotes da Pátria Celestial que não conhece opressões, nem trevas, senão dia sem pôr do sol e alegria que não tem término. E depois, o que diria se ouvisse o sol dizer: Tudo acabou, não sou mais sol porque meu Criador não me acrescenta mais luz.” Tu, creio que responderias ao sol: Eu vejo-te sempre sol, porque nada te tirou da luz que te desse o teu Criador, no máximo, se sempre luz acrescentasse terias sido mais forte e resplandecente na tua luz’. Assim eu te respondo: Sê sempre sol, porque o Sol de minha Vontade e de seus conhecimentos, mais que luz reina em ti’. Nem eu nem nenhum outro pode arrancar-te um só dos tantos conhecimentos que possuis sobre o meu Eterno Fiat, e só porque nem sempre acrescento outro conhecimento sobre Ele, como se nada fosse o que te disse, dizes-me, a fim de tudo acabar’, Como se este sol se tivesse apagado em ti? Muito se requer filha minha, para apagar este Sol de meu Querer, nem você mesma poderia fugir de seus raios eternos, que invadindo a sua alma eclipsam tudo aquilo que não pertence a este Sol. Por isso segue a sua luz e espera com paciência que nova luz venha acrescentar para fazer mais resplandecente em ti o Sol da minha Vontade”.

23-12
Novembro 2, 1927
Diferença que há entre quem vive no Querer Divino e trabalha nele, e entre quem faz o bem na noite da vontade humana.

(1) Meu voo é contínuo no Querer Divino e minha pobre inteligência está como fixada nele, e em sua luz compreendia a grande diferença entre o agir no Querer Supremo e entre o agir humano, bom em si mesmo, mas que falta a Vida do Fiat Divino na ação da criatura, e dizia entre mim: “Será
possível tanta diferença?” E o meu amado Jesus, movendo-se por dentro, disse-me:

(2) “Minha filha, a vontade humana formou a noite à família humana em suas almas, e se fazem boas obras, ainda importantes, como o bem por si mesmo é luz, fazem sair deles mesmos tantas pequenas luzes, pode ser luz de um fósforo, luz de uma pequena vela, de uma lâmpada elétrica;
segundo o bem que há dentro da ação humana e multiplicidade delas, assim vêm formadas luzes pequenas e luzes um pouco maiores, e por quantas há, têm o bem, em virtude de suas pequenas luzes, de não ficarem eles e os que os circundam na escuridão, mas não têm virtude de fazer mudar a noite em dia, assim que poderão ser também como cidades ou habitações que possuem o bem de tantas luzes elétricas, embora também estejam sujeitas a apagar-se, mas que possam fazer mudar a noite em dia lhes será impossível, porque não é natureza da luz formada pelo engenho do homem, tanto na alma como no corpo, o poder formar o pleno dia, só o sol tem esta virtude de fazer fugir as trevas noturnas e formar o seu pleno dia, que resplandecente de luz e calor alegra a terra com todos os seus habitantes, e onde resplandece produz os seus efeitos vitais para toda a natureza. Agora, só o viver em meu Querer e o agir nele é sempre dia, e a alma, conforme age, seja pequena, seja grande sua ação, age sob o reflexo do Sol eterno e imenso do meu Fiat, o qual refletindo na ação da criatura, vem formado em virtude Dele o sol na ação humana, na qual ficam em posse destes sóis que lhes fazem gozar o pleno dia contínuo, e como estes sóis foram formados em virtude dos reflexos do Sol do meu Querer Divino, que possui a fonte da luz, a ação humana convertida em sol é alimentada pela fonte da luz, e por isso não estão sujeitos nem a apagar-se nem a diminuir de luz.

 

Vê então que grande diferença há entre quem age e vive em minha Vontade, e entre quem faz o bem fora dela, é a diferença entre quem pode formar o sol e tantos sóis, e entre quem forma uma luz, e basta um sol para eclipsar todas as luzes, e todas as luzes juntas não têm virtude, nem força de luz para poder superar um sol. Para compreender com mais clareza, pode-se ver na ordem do universo, que todas as luzes, de qualquer espécie formadas pela habilidade humana não são capazes de formar o dia, em troca o sol criado por minhas mãos criadoras, apesar de que é um, forma o dia, porque possui a fonte da luz posta dentro dele por seu Criador, e por isso não está sujeito a diminuir de luz; isto é símbolo de quem vive em meu Querer Divino, porque em todos os seus atos corre dentro um ato de Vida Divina, uma força criadora que tem virtude de formar sóis, não se abaixa nem quer formar pequenas luzes, senão sóis que jamais se apagam. Por isso podes compreender que o bem produzido pelo querer humano, apesar de não poder formar o dia, é sempre um bem para o homem e recebem a utilidade da luz na noite da vontade humana, serve-lhe para não morrer nas densas trevas da culpa, aquelas luzes, ainda que pequenas, encaminham-lhe o passo, fazem-lhe ver os perigos e atraem minha paterna bondade para eles, que vê que se servem da noite de sua vontade humana para formar ao menos pequenas luzes, para dirigir o passo pelo caminho da salvação. Foi exatamente isso que atraiu toda a nossa ternura e bondade paterna para com Adão, ele tinha compreendido o que significava viver em nosso Querer Divino e como em seus pequenos atos, assim como nos maiores, corria dentro nossa virtude criadora e eram investidos pelo Sol do eterno Fiat, que sendo Sol tinha virtude de poder formar quantos sóis queria, então ao ver-se esvaziado desta força criadora, não pôde formar mais sóis, por isso, pobrezinho, se esforçava quanto mais podia formar pequenas luzes, e vendo a grande diferença de seu estado primeiro e o de depois da culpa, sentia tal dor, que se sentia morrer em cada ato seu. O Ente Supremo se sentia comovido e admirava a indústria do pobre Adão, que não podendo formar mais sóis, ele conseguiu formar com seus atos pequenas luzes, e em virtude disso manteve a promessa do futuro Messias”.

24-11
Abril 30, 1928
Desordem e reordenamento. Como está estabelecido o reino da Divina Vontade. Como a Redenção é o exército; a palavra divina é geradora.

(1) Estava a pensar na Divina Vontade e, oh! quantos pensamentos se aglomeravam em minha mente, e tendo me transportado para fora de mim mesma, meu sempre amável Jesus me fez ver os muitos castigos com os quais quer golpear as humanas gerações, e eu impressionada pensava
em mim: “Como poderá vir o reino do Fiat Divino se a terra abunda em males e a Justiça divina arma todos os elementos para destruir o homem e o que serve ao homem?” E além disso, se este reino não veio quando Jesus veio à terra com sua presença visível, como poderá vir agora? Assim como estão as coisas parece difícil. E meu doce Jesus movendo-se em meu interior me disse:

(2) “Minha filha, tudo o que viste servirá para purificar e preparar a família humana; os transtornos servirão para reordenar, e as destruições para edificar coisas mais belas; se um edifício em mau estado não cair por terra, não se pode formar o novo que será mais belo sobre aquelas mesmas
ruínas; Eu tudo dirigirei para o cumprimento de minha Divina Vontade. E além disso, quando Eu vim à terra não tinha sido estabelecido por nossa Divindade que deveria vir o reino de minha Vontade, senão o da Redenção, e apesar da ingratidão humana a Redenção foi efetuada, mas
ainda não fez todo seu caminho, muitos povos e regiões vivem como se Eu não tivesse vindo, por isso é necessário que faça seu caminho, que caminhe por todas as partes, porque a Redenção é o caminho preparatório para o reino da minha vontade, Ela é o exército que vai adiante para preparar
os povos para receber o regime, a vida, o Rei que é o meu querer divino. Agora, o que não foi estabelecido até então, foi estabelecido para hoje, para realizar o cumprimento do reino do nosso Fiat, e quando Nós estabelecemos algo, tudo está feito, em Nós basta estabelecer para efetuar o que queremos. Eis por que o que parece difícil para você, para nós é muito fácil, nossa potência facilitará tudo e fará como aqueles ventos impetuosos depois de longos dias chuvosos e de densas nuvens, em que a força do vento faz desaparecer as nuvens e leva a chuva e faz regressar o sereno e o sol a abraçar a terra. Assim nossa potência, mais que vento dominante fará fugir as densas trevas do querer humano e fará reaparecer o Sol do meu Eterno Querer e o fará abraçar as criaturas; e todas as verdades que te manifesto sobre Ele, não são outra coisa que a confirmação do que Nós temos estabelecido.

(3) Além disso, se o reino do meu Fiat Divino não tivesse sido primeiro estabelecido pela Divindade e o tempo em que deveria chegar o próximo cumprimento, não haveria nenhuma razão, nem necessidade, nem propósito de escolher-te, de ter-te sacrificada por tão longos anos, de te confiar
não só os seus conhecimentos, as suas admiráveis verdades e os seus segredos e ocultas dores, como a sua pequena filha, Ela teve contigo um modo todo paterno e materno, a fim de pôr em ti o germe da filiação divina e que tu tivesses cuidado de seus interesses mais que se fossem teus, isto
significa a realidade do que tinha sido estabelecido por nós, tanto, que chegamos a escolher o sujeito e a usar os meios, dar os ensinamentos para descer no baixo da família humana e estabelecer no meio deles o que estava estabelecido no Céu. Se não estivesse estabelecido o reino da minha Vontade não te teria dito tanto a respeito dele, nem te teria escolhido de modo todo especial para tal finalidade; a minha palavra teria estado sem vida e sem fruto se isto não fosse, e sem virtude geradora e fecundadora, o que não pode ser; minha palavra tem a virtude geradora e a potência de formar-se com sua fecundidade seu séquito de vidas intermináveis. Isto aconteceu na Redenção; porque estava estabelecida por Nós no Céu, foi criada uma Virgem que devia ser a Mãe do Verbo Eterno, se não tivesse estado estabelecido, não havia nenhuma razão, nem necessidade de criar e de eleger esta Virgem toda singular e especial, nem de fazer tantas manifestações aos profetas que tão ao vivo detalharam a vida do Verbo em sua Humanidade, descrevendo suas penas como se o tivessem presente; assim quando nossa benignidade divina se compraz em escolher e manifestar-se, é sinal seguro e princípio do desenvolvimento de suas obras que tem estabelecidas. Por isso seja atenta e deixe fazer o todo a teu Jesus, porque não me faltam nem
potência nem meios para fazer o que quero, e realizar o  que tenho estabelecido”.

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24-12
Maio 6, 1928
Os filhos da Divina Vontade não tocarão a terra. Amarguras de Jesus. O fio elétrico.

(1) Estava segundo meu costume toda imersa naquele Fiat Divino que mais que sol resplandece em minha pobre alma, e meu sempre amável Jesus, movendo-se em meu interior me disse:
(2) “Minha filha, será tal e tanto meu amor pelos filhos de minha Vontade, que não permitirei que toquem a terra, estenderei meus passos debaixo de seus pés a fim de que se caminhem, toquem meus passos, não a terra, de modo que sintam a vida de meus passos, os quais comunicarão a vida dos passos de meu Querer Divino aos passos dos filhos de minha Vontade; se agirem, sentirão o toque de minhas obras, que comunicarão a virtude de minha Vontade às obras deles; se falarem, se pensarem, sentirão a vida das minhas palavras e dos meus pensamentos, que investindo-os comunicarão a virtude de meu Fiat à mente e às palavras, assim que serei eu mesmo o portador dos filhos de meu Querer, serei zeloso de que nada toquem, a fim de que em nada tomem parte e sintam minha Vida correr continuamente neles, que forma a Vida do Eterno Querer na sua. Por isso eles serão as mais belas obras de minhas mãos criadoras. Oh, como se refletirá neles a obra da Criação e serão o triunfo de minha Redenção, tudo triunfará neles! Por isso, então poderei dizer: Minhas obras estão completas e tomarei repouso no meio de meus filhos do meu Fiat Supremo”.

(3) Agora, depois de ter posto no papel o que está escrito nestes dias passados, minha pobre mente era incomodada por temores e dúvidas, ainda; pensava que não era verdade que Jesus bendito me havia dito tantas coisas, senão que eram fruto de minha imaginação, e dizia em mim:

“Se não foi Jesus que me falou, serão escritos sem vida, porque só quando fala Jesus corre a vida em sua palavra, e eu escrevendo-a, fica a vida das verdades que Ele me disse, de modo que quem as lerá, sentirão a virtude comunicativa de uma vida que se infunde neles e se sentirão transformados na vida da verdade que lerão. Se não for Jesus, serão escritos sem vida, vazios de luz e de bens, e então, em que aproveitará fazer o sacrifício de escrever?” Agora, enquanto pensava nisto, o meu doce Jesus saiu de dentro de mim e, pondo a sua cabeça perto da minha,
pôs-se em atitude de tristeza e disse-me:

(4) “Minha filha, tu amargas minha festa, porque quando Eu manifesto uma verdade, faço-o porque quero festejar com a criatura, e se ela não me dá plena confiança, e se põe em dúvida, a festa vem interrompida e se converte em amargura. Eu faço como dois íntimos amigos, um dos quais, amando muito o amigo, quer colocar no coração do amigo tudo o que ele contém, e enquanto lhe confia seus segredos, suas escondidas alegrias, o põe em dia do que possui; o amigo que escuta mostra não lhe crer, e põe em dúvida o que o amigo lhe está dizendo, este amarga ao amigo e converte seu desabafo em amargura, e dolorido quase se arrepende de ter-se confiado, e cheio de amargura se retira. Em troca se o amigo acredita nele, não só não o amarga, mas toma parte em seus bens e festejam juntos as alegrias que o amigo possui, e sua amizade fica vinculada com duplos vínculos de amor. Tal sou Eu, mas bem, mais que amigo, amando muito aquela que escolhi como minha pequena secretária, quero esvaziar meu coração e confiar a ela meus segredos, minhas alegrias, minhas escondidas dores, minhas verdades surpreendentes, para festejar junto com ela e comunicar-lhe tantas Vidas Divinas por quantas verdades lhe vou manifestando. Se vejo que ela acredita em mim, eu festejo e ponho fora e em festa as alegrias, a felicidade que pode possuir uma Vida Divina que possui a infinitude de todos os bens, e a alma fica cheia e festeja junto Comigo, mas se a vejo titubeante fico amargurado, e ela fica vazia da Vida que gostaria de lhe confiar. Você frequentemente me repete estas cenas de desconfiança, por isso seja atenta e
não queira converter minhas alegrias em amarguras”.

(5) Eu fiquei toda confusa e não soube o que responder. Depois disto seguia meu giro no Querer Divino e meu doce Jesus acrescentou:

(6) “Minha filha, assim que a alma entra em meu Querer, assim põe nele seu fio elétrico, o qual chega até onde se quer formar a luz, porque a luz não é formada onde se põe o fio, mas sim onde termina, concentrando a eletricidade da luz em uma lâmpada. A vontade humana conforme entra
na minha, aos reflexos do Sol de meu Fiat se converte em luz e aí forma sua pequena luz, e a eletricidade de minha Vontade alarga o fio da vontade humana e forma sua pequena luz, mais que lamparina elétrica, até onde a alma quisesse chegar, diante de Deus, o qual vendo a pequena luz da vontade humana a investe e com a eletricidade de sua luz divina a converte em sol, e com ela forma o mais belo adorno de seu trono divino. Também é belo e prazeroso ver que a alma desde a terra, conforme entra em meu Querer Divino, põe nele seu fio elétrico para o Céu, e se alonga tanto, que chega até seu centro que é Deus, e aí forma seu adorno de luz e estas luzes são convertidas em sol”.

25-12
Dezembro 8, 1928

Por que toda a Criação festejou a Concepção da Soberana Rainha. Como a Virgem espera em seus mares suas filhas para torná-las rainhas. Verdadeiro nome da Festa da Imaculada Conceição.

(1) Estava pensando: Por que razão toda a Criação exultou de alegria e festejou tanto a Imaculada Rainha na sua Imaculada Conceição? E o meu sempre amável Jesus, movendo-se dentro de mim, disse-me:

(2) “Minha filha, queres saber porquê? Porque a Divina Vontade teve o princípio de sua Vida na criança Celestial, portanto, o princípio de todos os bens em todas as criaturas. Não há bem que em minha Divina Vontade não comece, desça e ascenda a sua fonte. Então, esta Celestial menina tendo começado sua vida no Fiat Divino desde sua Imaculada Concepção, e sendo Ela da estirpe humana, com minha Vontade adquiriu a Vida Divina e com sua humanidade possuía a origem humana. Então teve o poder de unir o divino e o humano e deu a Deus o que o humano não lhe havia dado e negado, qual era sua vontade, e deu aos homens o direito de poder ascender aos abraços de seu Criador. Com o poder do nosso Fiat que tinha em seu poder, atava a Deus e aos homens. Assim que toda a Criação, Céu e terra, e até o inferno, sentiram na Imaculada Conceição desta Virgem menina, recém nascida apenas no seio de sua mãe, a força da ordem que Ela punha em toda a Criação, com minha Vontade gemia com todos, se abraçava com todos, amava tudo e todos, e todos a suspiravam, amavam e se sentiam honrados de adorar nesta privilegiada criatura à Divina Vontade. Como não deveria celebrar toda a Criação, porque até então o homem tinha sido a desordem entre todas as coisas criadas, ninguem tinha tido a coragem, o heroísmo de dizer ao seu Criador: ‘Não quero conhecer a minha vontade, entrego-a em dom, quero por vida somente o teu Querer Divino?’ Em troca esta Virgem Santa doou sua vontade para viver da Divina, e por isso toda a Criação sentiu a felicidade da ordem que por seu meio lhe vinha restituída, e fizeram concorrência o céu, o sol, o mar e todos, para honrar Aquela que possuindo meu Fiat, dava o beijo da ordem a todas as coisas criadas; e meu Querer Divino lhe punha na mão o cetro de Rainha Divina e lhe cingia a fronte com a coroa de mando, constituindo-a Imperatriz de todo o universo”.

(3) Então eu me sentia como aniquilada em mim mesma, as longas privações de meu doce Jesus, que me deixam como sem vida, queimaram o pequeno átomo de minha existência, o qual, estando continuamente exposto aos raios ardentes do Sol do Fiat Divino, sente-se secar todas as manias, e enquanto seca não morre nem se consome; então, não só me senti oprimida, como também desfeita. E o meu doce Jesus, como se me quisesse aliviar, fazendo-se sentir dentro de mim, dando-me um beijo disse-me:

(4) “Minha filha, coragem, não te abatas, quero que gozes tua sorte feliz, porque meu Querer Divino te investe e te dardejando te tira todas as manias humanas e as transforma em manias de luz divina. Hoje é a festa da Imaculada Conceição, mares de amor, de beleza, de potência e de felicidade transbordam da Divindade sobre esta Celestial criatura, e o que impede as criaturas de entrar nestes mares é a vontade humana. Nós o que fazemos uma vez, permanece com o ato contínuo de fazer-se sempre, sem cessar jamais. Na Divindade é natureza dar, sem que jamais termine o ato. Então estes mares estão transbordando ainda, e a Rainha Mãe espera suas filhas para fazê-las viver nestes mares, para convertê-las em tantas pequenas rainhas, mas está proibida a entrada da vontade humana, não há lugar para ela, e só pode ter acesso quem vive da Vontade Divina. Por isso minha filha, podes entrar quando quiseres nos mares de tua Mãe, minha Divina Vontade te apoia e com Ela terás livre o passo e a entrada, é mais, Ela te espera, te quer com Ela, e a Nós e a Ela nos tornará duplamente felizes por causa de tua felicidade. Nós nos sentimos mais felizes em dar, e quando a criatura não toma nossos bens, sufoca em nós a felicidade que queremos dar-lhe. Por isso não quero que esteja oprimida, hoje é a festa maior, porque a Divina Vontade teve vida na Rainha do Céu, foi a festa de todas as festas, foi o primeiro beijo, o primeiro abraço divino que a criatura dava ao seu Criador em virtude de nosso Fiat, que a Soberana criança possuía, a criatura que se sentava à mesa com o seu Criador. Assim, hoje é também a tua festa, de modo especial pela missão que te deu a minha Divina Vontade. Por isso, venha aos mares da Imaculada Rainha para desfrutar da sua, e tua festa”.

(5) Então me senti transportando de mim mesma nestes mares intermináveis, mas me faltam palavras para dizer o que senti, por isso melhor coloco ponto e sigo adiante.
(6) Depois disso, no dia em que o confessor leu publicamente o que está escrito no 15° volume sobre a Imaculada Conceição, meu amado Jesus, conforme eu ouvi que ele lia fazia festa dentro de mim e me disse:

(7) “Minha filha, como estou contente, pode-se dizer que hoje minha Mãe Soberana recebe da Igreja as honras divinas, honrando nela, como primeiro ato de sua vida, a Vida da Divina Vontade.
Estas são as maiores honras que lhe podem ser dadas, porque o querer humano nunca teve vida nela, mas sim sempre, sempre a Divina Vontade. O segredo de Sua Santidade, de seu nível, poder, beleza e grandeza, e todo o resto, foi meu Fiat, que com seu calor extinguiu a mancha de origem e a concebeu imaculada e pura, e a minha Igreja, em vez de honrar a minha Vontade Divina, causa primária e ato primeiro, honrava os efeitos dela e proclamava-a Imaculada, concebida sem pecado. Pode-se dizer que a Igreja lhe dava as honras humanas e não as honras divinas, as quais justamente se merece, porque uma Vontade Divina teve Vida contínua nela. E isto era uma dor para Mim e para Ela, porque nem Eu recebia de minha Igreja as honras de uma Vontade Divina habitante da Rainha do Céu, nem Ela as honras devidas por ter dado nela o lugar para formar a Vida do Fiat Supremo. Por isso, hoje, ao fazer conhecer que tudo foi n’Ela o prodígio de meu Querer, e que todas suas outras prerrogativas e privilégios foram em ordem secundária e como consequência dos efeitos daquela Vontade Divina que a dominava, pode-se dizer que hoje se festeja com decência, glória divina e magnificência a festa da Imaculada Conceição, que se pode chamar com mais verdade: ‘A Concepção da Divina Vontade na Soberana do Céu”. E esta
Concepção foi a causa de tudo o que é e fez, e dos grandes prodígios desta Celestial Menina”.

(8) Depois disso, com uma ênfase mais suave acrescentou:
(9) “Minha filha, como era belo, prazeroso, ver esta Celestial menina desde sua Imaculada Conceição, se olhava e se via sua pequena terra tirada da estirpe humana, e dentro desta pequena terra se via o Sol de nosso Eterno Querer, que não o podendo conter transbordava fora d’Ela e se estendia tanto, que enchia Céu e terra. Fi zemos um prodígio de nossa Onipotência para fazer que a pequena terra da pequena Rainha pudesse encerrar o Sol de nosso Querer Divino. Assim que se via terra e sol, por isso tudo o que fazia, se pensava, se falava, se operava, se caminhava, seus pensamentos eram raios de luz, suas palavras se convertiam em luz, tudo era luz que saía dela, porque sendo sua pequena terra menor que o Sol imenso que encerrava, seus atos se perdiam na luz. E como esta pequena terra da Soberana Celestial era vivificada, animada e conservada continuamente pelo Sol de meu Fiat, via-se sempre florida, mas dos mais belos floreios, que davam em frutos dulcíssimos, de atrair nossos olhares divinos e ficar arrebatados, mas tanto, que não podíamos fazer menos que olhá-la, tanta era a beleza e a felicidade que nos dava. Toda bela era a Virgem Imaculada, sua beleza era encantadora e arrebatadora, basta dizer que era um prodígio de nosso Querer para dizer tudo. Oh! se as criaturas soubessem o que significa viver da Vontade de Deus, poriam a vida para conhecê-la e viver n’Ela”.

26-12
Maio 28, 1929

Quando Jesus fala de seu Querer, abaixam-se os Céus; festa de todo o Céu. O Divino Querer é coroa da Criação e da Redenção. Dor de Jesus porque não se conhece o Fiat Divino.

(1) Minha pequena inteligência não faz outra coisa que navegar no mar interminável do Fiat Divino, e conforme forma suas ondas de luz assim murmura sua linguagem celestial e divina, e põe fora seus segredos, e com palavras arcanas se manifesta a minha pequena alma, e muitas vezes meu
doce Jesus sai de dentro daquelas ondas de luz, corre, me abraça e põe a mão em seu coração para sustentá-lo, tanto é o ímpeto de seu amor porque escuta e fala de seu Querer Santíssimo.
Agora, enquanto eu estava neste estado, meu amado Jesus me disse:

(2) “Filha de meu Querer, se soubesses que amor sinto quando me decido a falar-te do meu Fiat Divino; cada vez que te falei dele, os Céus se abalaram, tanta era a estima e a veneração que sentiam, e fazendo homenagem ao que Eu devia dizer, e baixando-se, todos se punham atentos a
me escutar, e enquanto Eu falava sentiam neles novas criações de Vidas Divinas, novas alegrias, novas belezas, porque quando se trata de te falar de outros conhecimentos de meu Fiat Divino, todo o Céu sente o poder Dele e fazem competição em escutar e em receber os novos efeitos daqueles conhecimentos. Então, quantas vezes eu te falei sobre o meu Querer Santíssimo, tem sido a festa de todo o Céu, porque se sentia duplicar a felicidade, e só o Céu podia conter todos os efeitos admiráveis, as alegrias puras de um só conhecimento do meu Fiat. Só assim podia te falar dele, com o Céu abaixado para receber seus atos reverentes e as homenagens devidas à minha Divina Vontade. É tanto o amor e o desejo que sinto de fazê-la conhecer, que se fosse necessário me encarnaria de novo para obter que minha Vontade fosse conhecida e reinasse sobre a terra, mas isto não é necessário, porque tendo encarnado uma vez, a minha encarnação está sempre em ação e tem a virtude de reproduzir os mesmos efeitos como se de novo me encarnasse. E foi só pela decência do meu Fiat que te escolhi, te purifiquei de todo germe de corrupção, me tranquei em tua alma, não só em modo espiritual mas também natural, de modo a servir-me de ti como véu para me cobrir, quase como me servi de minha Humanidade como véu para esconder minha Divindade, e para ter-te a minha disposição te separei de tudo, te restringi dentro de uma cama e por tão longos anos, para te dar as sublimes lições sobre o meu eterno Fiat e fazer-te beber gole a gole seus conhecimentos e sua Vida.

A longa história d‟Ele requeria tempo para te contar e fazer-te entender. Eu posso dizer que fiz mais que na Criação e Redenção, porque meu Querer encerra a uma e a outra e é princípio e meio delas, e será fim e coroa da Criação e Redenção, de modo que sem minha Vontade, não conhecida nem reinante e dominante sobre a terra, nossas obras serão obras sem coroa e incompletas, eis por que tanto interesse em fazê-la conhecer. Nossas mesmas obras feitas com tanto amor e magnificência, estão sob a opressão de um gemido inenarrável, e quase sob uma humilhação profunda, porque a Vida, a substância essencial que escondem, ainda não é conhecida, conhecem-se os véus, a exterioridade da Criação e Redenção, mas a Vida que escondem é ignorada; como podem dar a Vida que escondem e os bens que possuem? Por isso nossas obras suspiram, exigem seus justos direitos, que seja conhecida minha Divina Vontade.

Ah! Sim, só Ela será a glória, a coroa imperecível e o cumprimento de nossas obras. Agora, você deve saber que Eu me encontro em você escondido, com a dor no coração, como me encontrava nos últimos anos, quando minha Humanidade vivia aqui abaixo sobre a terra, e Eu, Verbo do Pai estava escondido nela. Depois de tantos sacrifícios, depois de tanto dizer e exemplos dar, olhava a terra, olhava os povos e até aqueles que me rodeavam sem os efeitos de minha vinda à terra, os frutos, os bens de minha vinda à terra escasseavam tanto, que meu coração era torturado ao sentir que me rejeitavam os tantos bens que queria dar-lhes, e aumentava minha dor porque via que tendo cumprido em minha humanidade o que devia fazer para redimi-los, estava prestes a partir para o Céu. Como é doloroso querer fazer o bem, mesmo à custa da própria vida, e não encontrar a quem dar estes bens. Agora assim me encontro em ti, olho meus e teus sacrifícios, olho a ordem que tive, as tantas lições que te dei, o bastante para fazer conhecer minha Divina Vontade, para formar seu reino, e se não termino de dizer é porque sua história é eterna, e o que é eterno tem a sua palavra eterna que não termina jamais, e que o dizer do meu Fiat se eternizará no Céu. Olho para aqueles que te rodeiam e que sabem o que diz respeito ao meu Querer, sem verdadeiro interesse de fazer conhecer tanto bem, olho a tua mesma humanidade que me serve como cátedra onde dou as minhas lições, e que tu mesma não podes negar que me sentes mover em ti sensivelmente, falar, sofrer, e que estou propriamente em ti para formar o meu reino e fazê-lo
conhecer; e enquanto olho para ti vejo que nem sequer a tua humanidade deve estar por muito tempo sobre a terra, e meu coração sente a angústia da dor porque o grande bem que quer fazer minha Divina Vontade nem sequer é conhecido, seus conhecimentos estão como sepultados, e que enquanto querem dar vida, felicidade, luz, ficam como encarcerados entre Eu e você e nos escritos que com tanta ternura de amor te fiz escrever. Por isso minha filha compadece minha dor, adora minhas disposições de te ter ainda sobre a terra, Eu sei que te é muito duro e Eu te compadeço, e enquanto nos compadecemos mutuamente façamos quanto esteja em nós para fazer conhecer minha Divina Vontade”.

(3) Depois disto estava fazendo meus atos no Querer Divino, e meu doce Jesus acrescentou:

(4) “Minha filha, meu Fiat tem seu ato primeiro em nossa Divindade, seu ato primeiro na Criação e Redenção e em todas as coisas, e por isso tem o justo direito de dominar tudo e de envolver a todos e de ser a primeira roda, que movendo-se, tudo move em torno a si e tudo gira em torno dele. Portanto quem toma a minha vontade como vida toma tudo, e conforme a primeira roda se move, assim todas as coisas se dão à alma, tanto, que não tem necessidade de pedir, todas à medida que giram em torno de meu Querer se dão a ela. Por isso a coisa mais necessária é tomar minha Divina Vontade, e se isto fez, fez tudo e tomou tudo, tudo é seu. Acontece como a uma máquina, se se move a primeira roda do centro dela, todas as rodas secundárias giram, mas se não se move a primeira roda, todas ficam paradas, e não há potência ou artífice que tenha virtude de mover as rodas secundárias, mas se se move a primeira, por si mesmas as outras giram e fazem seu ofício. Por isso a atenção e a arte devem ser para a primeira roda, todo o resto vem por si. Assim é minha Vontade, quem a possui não tem necessidade de nada”.

27-12
Novembro 6, 1929

Jesus, centro da Criação. A palavra, desabafar da alma; valor dela. Quem é a portadora das obras de Deus.

(1) Meu abandono no Fiat continua, e me parece que toda a Criação e as tantas obras que encerra são minhas amadas irmãs, mas tão vinculadas a mim que somos inseparáveis, porque uma é a Vontade que nos anima, e tudo o que fez meu doce Jesus estando na terra forma minha vida, então eu me sinto como se estivesse presa com Jesus e com todas as suas ações. Então me sentia circundada por tudo, e no centro de todas as coisas via meu doce Jesus taciturno, que se bem que no meio de tantas obras, tudo era silêncio e não tinha a quem dizer uma palavra, as obras mais belas estavam mudas para Ele. Então, atraindo-me a Ele disse-me:

(2) “Minha filha, Eu sou o centro de toda a Criação, mas centro isolado, tudo está ao meu redor, tudo depende de Mim, mas como as coisas criadas não têm razão não me fazem companhia, dão-me glória, honram-me, mas não quebram a minha solidão: o céu não fala, o sol é mudo, o mar agita-se com as suas ondas, silenciosamente murmura, mas não fala. É a palavra que rompe a solidão, dois seres que trocam com palavras seus pensamentos, os afetos, e o que querem fazer, é a alegria mais bela, a festa mais pura, a companhia mais doce; seus segredos manifestados em palavras formam a mais amada harmonia. E se estes dois seres se combinam em seus sentimentos, nos afetos e um vê sua vontade no outro, é a coisa mais grata que pode existir, porque um sente sua vida no outro. Grande dom é a palavra, é a desembocadura da alma, o desabafo do amor, é a porta de comunicação, é o intercâmbio das alegrias e das dores; a palavra é a coroa das obras. Com efeito, quem formou e coroou a obra da Criação? A palavra de nosso Fiat,
conforme falava saíam os presságios de nossas obras, uma mais bela que a outra; a palavra formou a coroa mais bela à obra da Redenção, oh! Se Eu não tivesse falado o evangelho não existiria, e a Igreja não teria o que ensinar aos povos. O grande dom da palavra tem mais valor do que todo o mundo.

(3) Agora filha do meu Querer Divino, queres tu saber quem rompe a minha solidão em meio a tantas obras minhas? Quem vive em minha Divina Vontade, esta criatura vem no meio a este centro e me fala, me fala de minhas obras, me diz que me ama por cada uma das coisas criadas, me abre seu coração e me fala de seus íntimos segredos, me fala de meu Fiat Divino e de sua dor porque não o vê reinar, e meu coração ao ouvi-la sente seu mesmo amor e dor nela, se sente como retratado, e conforme fala, meu coração divino se inflama de amor, de alegria, e não podendo contê-lo abro minha boca e falo, falo longamente; abro meu coração e vazio meus mais íntimos segredos no seu, falo-lhe de meu Querer Divino como fim único de todas nossas obras, e enquanto falo sinto a verdadeira companhia, mas companhia faladora, não muda, companhia que me entende, que me faz feliz e que posso me dedicar a ela. Não foram talvez desabafos de amor, transfusões de vida de um no outro o que fazíamos com tudo o que te manifestava de meu Querer Divino e que enquanto falava servia para entreter-nos e para formar a mais doce e agradável companhia? Uma alma que vive em minha Divina Vontade é tudo para Mim, suplanta-me ao mutismo de minhas obras; ela me fala por tudo, me faz feliz, e Eu não me sinto só, e tendo a quem
dar o grande dom de minha palavra, não fica mais o Jesus mudo que não tem a quem dizer uma palavra, e que se quero falar, se não está o meu Fiat não sou entendido, mas o Jesus que fala e que tem a sua companhia”.

(4) Depois, minha pobre e pequena mente continuava se perdendo no Fiat Divino, e meu amável Jesus acrescentou:
(5) “Minha filha, minha Divina Vontade simplifica a criatura, a esvazia tanto de tudo o que a Ela não pertence, que não fica outra coisa do ser humano que um complexo de simplicidade: simples o olhar, a palavra, os modos, os passos; nela, como dentro de um espelho se vê o selo da simplicidade divina, por isso quando meu Querer Divino reinar sobre a terra, não existirá mais o fingimento, a mentira, que se pode chamar princípio de todo mal, enquanto a simplicidade, como princípio de todo verdadeiro bem, será a característica que mostrará que aqui reina a Divina Vontade. Agora, você deve saber que é tanto nosso amor por quem se faz dominar por nosso Fiat Divino, que tudo o que queremos que faça a criatura vem formado primeiro em Deus mesmo, e  depois passa nela, e como sua vontade e a nossa é uma, tem-no como ato seu e repete-o quantas vezes o queremos. Então quem vive em nosso Querer Divino é a portadora de nossas obras, a copiadora e a repetidora contínua delas. Com o olho de luz que possui, dado por meu Querer, olha fixamente em seu Criador para ver o que está fazendo, para absorvê-lo em si para dizer-lhe: ‘Não quero fazer outra coisa senão o que faz sua Majestade adorável’. E Nós nos sentimos duplamente felizes, não porque não sejamos felizes sem a criatura, porque em Nós a felicidade é natureza, mas porque vemos a criatura feliz, que em virtude de nosso Querer se aproxima de nossa semelhança, ama com o nosso amor e glorifica-nos com as nossas próprias obras. Sentimos que a Potência criadora de nosso Fiat nos reproduz e forma nossa Vida e nossas obras na criatura”.

28-12
Maio 10, 1930

Todas as coisas criadas são felizes porque foram criadas por uma Vontade Divina. Deus amou ao homem com amor perfeito e lhe doou amor, santidade, e beleza completas.

(1) Minha pequena alma continua seu curso nas obras que criou a Divina Vontade, e enquanto olhava a Criação para unir-me às homenagens que dão a meu Criador, via que tudo era felicidade nelas: O céu, feliz em sua extensão que se estendia a todos os pontos, parece que sua extensão diz plenitude de felicidade, e todas as suas estrelas são graus de felicidade que o céu possui, que elevando-se a seu Criador o glorifica com a felicidade de sua extensão e com tantas categorias de estrelas que possui; o sol é feliz em sua luz, na fecundidade do seu calor, na beleza das suas variadas cores, na doçura e diferentes gostos que possui, oh! como é feliz, como se eleva Aquele que o criou para levar-lhe a glória, as homenagens de tanta felicidade que possui. Mas enquanto minha mente se perdia nas tantas felicidades que possui a Criação, meu doce Jesus me disse:

(2) “Minha filha, todas as coisas criadas são felizes, felizes porque foram criadas por uma Vontade Divina que por Si mesma é eternamente feliz, felizes pelo ofício que ocupam, felizes no espaço no qual se encontram, felizes porque glorificam a seu Criador. Nenhuma coisa criada por Nós foi
criada infeliz, por isso todas possuem a plenitude da felicidade.

(3) Agora, se pusemos tanta felicidade em toda a Criação, ao criar o homem não só o criamos duplamente feliz, dando-lhe a veia da felicidade na mente, no olhar, na palavra, no bater do coração, no movimento, no passo, mas também lhe demos em seu poder a mesma felicidade, para que a multiplicasse em cada ato bom, palavra, passo, e o resto que tivesse feito, não houve limites de felicidade para ele como nas coisas criadas, ao homem foi dada a virtude de crescer sempre mais na felicidade, mas isto sempre e quando se fizesse dominar por minha Divina Vontade; sem Ela não pode reinar a felicidade. Oh, se as coisas criadas pudessem sair de nosso Fiat, perderiam instantaneamente a felicidade e se trocariam em obras, as mais infelizes! Por isso se queres ser feliz deixa-te dominar por meu Querer Divino, porque só Ele tem a virtude de dar a felicidade à criatura, e de transformar no néctar mais doce as coisas mais amargas. Minha filha, você deve saber que Nós amamos com amor perfeito a criatura, e por isso ao criá-la colocamos nela felicidade completa, amor, santidade e beleza completa, a fim de que a criatura pudesse colocar-se em concorrência conosco e corresponder-nos com felicidade, amor e santidade completos, de modo de poder-nos deleitar tanto nela, de poder dizer: ‘Como é bela a obra criada por Nós.’ E para estar seguros de que nossos dons não sofressem detrimento na criatura, a confiamos a nossa Divina Vontade, a fim de que lhe servisse de vida para guardar nela nossa felicidade, nosso amor, nossa santidade e beleza, fazendo-os crescer sempre. Por isso todo o bem do homem estava ligado a nossa Divina Vontade; rejeitada Esta todos os bens terminam, não há desventura maior que a de não se fazer dominar por minha Divina Vontade, porque só Ela é a conservadora e o chamado de nossos bens na criatura”.

29-12
Abril 16, 1931

A coragem é das almas decididas. Seis anjos com Jesus na cabeça. Os atos feitos na Divina Vontade são penhores de valor infinito, vínculos eternos, cadeias não sujeitas a quebrar-se.

(1) Minha vida continua sob o império do Fiat eterno, o qual me envolve dentro e fora de mim e me faz sentir seu peso infinito, e eu como átomo fico envolvida por esta infinitude que não tem limites, e por quanto o amo e suspiro, Sinto ao vivo a dor de minha vontade humana destroçada e quase morrendo sob o império de uma Divina Vontade imensa e eterna. Meu Jesus, ajuda-me e dá-me força no estado doloroso em que me encontro, o meu pobre coração sangra e procura refúgio em tantas penas, só Tu, meu Jesus, podes ajudar-me, ah! Ajuda-me, não me abandones… E enquanto a pobre alma se afogava na dor, meu doce Jesus se fazia ver em meu interior crucificado, com seis anjos, três à direita e três à esquerda de sua adorável pessoa, ditos anjos tinham cada um sua coroa entre as mãos, adornadas de gemas brilhantíssimas, em oferecê-las a Nosso Senhor. Eu fiquei maravilhada ao ver isto, e meu amado Jesus me disse:

(2) “Ânimo minha filha, a firmeza é das almas resolvidas a fazer o bem, elas são imperturbáveis sob qualquer tempestade, e enquanto ouvem o estrondo dos trovões e relâmpagos, até serem sacudidos por eles, e ficam debaixo da abundante água que lhes chove acima, servem-se da água para lavar-se e sair mais belas, e sem prestar atenção à tempestade, estão mais do que nunca resolvidas e animadas a não afastar-se do bem começado. O desânimo é das almas indecisas, que nunca chegam a cumprir um bem. A coragem lhe mostra o caminho, a coragem põe em fuga qualquer tempestade, a coragem é o pão dos fortes, a coragem é o lutador que sabe vencer qualquer batalha. Por isso filha boa, ânimo, não temas; e além do que teme? Te dei seis anjos para sua custódia, cada um deles tem a missão de te guiar pelos caminhos intermináveis de meu Eterno Querer para fazer que você pudesse corresponder com seus atos, com seu amor, o que fez a Divina Vontade ao pronunciar seis Fiat na Criação. Por isso cada anjo tem em custódia um Fiat e o que saiu deste Fiat, para te chamar a corresponder cada um destes Fiat, inclusive com o sacrifício de sua vida. Estes anjos recolhem teus atos e com eles formam coroa, e prostrados os oferecem à Divindade como correspondência do que fez nossa Divina Vontade, a fim de que seja conhecida e forme seu reino sobre a terra. Mas isto não é tudo, à cabeça destes anjos estou Eu que te guio e vigio em tudo, e que formo em ti os mesmos atos e aquele amor que se requer para que tu possas ter amor suficiente para poder corresponder tantas obras grandes de nosso Querer Supremo. Por isso não te detenhas, há muito que fazer, tens que seguir a Mim que não me detenho jamais, tens que seguir aos anjos porque querem cumprir seu dever designado, tens que cumprir tua missão de filha da Divina Vontade”.

(3) Depois disto me sentia pensativa, e temendo pensava entre mim: “As circunstâncias de minha vida são dolorosíssimas, tanto, que muitas vezes me sinto sucumbir sob uma tempestade tão grande que não dá sinais de terminar, mas parece que se eleva mais, e se Nosso Senhor não me dá ajuda e graça superabundante, minha debilidade é tanta, que me sinto como se quisesse sair da Divina Vontade, e se, jamais, isto acontecer, pobre de mim, tudo se perderá”. Mas enquanto isso eu pensava, meu adorável Jesus estendendo seus braços para sustentar-me disse-me:

(4) “Minha filha, tu deves saber que os atos feitos na minha Divina Vontade são imperecíveis e inseparáveis de Deus, e permanecem como lembrança contínua de que a alma teve o bem de agir junto com uma Vontade Divina, e que Deus teve junto com Ele a criatura para fazê-la operar com Sua mesma Divina Vontade. Esta recordação feliz, constante e santa, faz-nos ter sempre diante da vista a Deus e à alma, de modo que ficamos inesquecíveis um e o outro, tanto que se a criatura tivesse a desventura de sair de nossa Vontade, irá vagando, girará longínqua, mas sentirá o olho
de seu Deus sobre si que a chama docemente, e seu olho olhará para Aquele que a olha continuamente; e, embora vagueie, sente a irresistível necessidade, as fortes cadeias que a atraem aos braços do seu Criador. Isto aconteceu a Adão, porque o princípio de sua vida foi feito em minha Vontade Divina; embora pecou e foi expulso do Éden, que esteve vagando toda sua vida,  mas acaso ele se perdeu? Ah não! Porque sentia sobre si a potência de nossa Vontade na qual ele havia feito, sentia nosso olho que o olhava e que atraía para nos ver, e a amada lembrança que as primícias que seus atos tinham tido vida em nossa Vontade. Tu não podes compreender todo o bem e o que significa agir na nossa Vontade; agindo nela, a alma adquire tantas prendas de valor infinito por quantos atos faz no nosso Fiat, e estas prendas ficam no próprio Deus, porque a criatura não tem capacidade nem lugar onde as ter, tanto é o valor que contêm, e além disso você pode acreditar que enquanto temos estas roupas de valor infinito da criatura, devemos permitir que se perca aquele a quem pertencem estas roupas tão preciosas? Ah não! Não, não! Por isso não temas, os atos feitos em nosso Querer são vínculos eternos, cadeias não sujeitas a romper-se, e suponha que você saísse de nosso Querer Divino, o que não será, você pode sair, mas seus atos ficam, não podem sair, porque foram feitos em nossa casa, e a criatura que tem direitos sobre eles até em tão está em nossa casa, isto é em nossa Vontade, assim que sai perde seus direitos, mas estes atos terão tal poder de fazer voltar àquela que era possuidora deles. Por isso não queres estragar a paz do teu coração, abandona-te em Mim e não temas”.

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