Estudo 7 – Livro do Céu Volume 1 ao 11 – Escola da Divina Vontade

Escola da Divina Vontade
Estudo 7 – Livro do Céu Volume 1 ao 11 – Escola da Divina Vontade
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Espírito de mortificação.
(42) Depois de algum tempo em que tentei exercitar-me nestas coisas, às vezes fazendo e às vezes caindo (se bem que vejo claro que ainda me falta este espírito de retidão e sempre fico mais confusa pensando em tanta ingratidão minha)Jesus falou comigo e me fez entender a necessidade do espírito de mortificação, (se bem me lembro que em todas estas coisas que me dizia, acrescentava-me sempre que tudo devia ser feito por amor seu, e que as virtudes mais belas, os sacrifícios maiores, tornavam-se insípidos se não tinham princípio no amor. A caridade, dizia-me, é uma virtude que dá vida e esplendor a todas as demais, de modo que sem ela todas estão mortas e meus olhos não sentem nenhum atrativo, e não têm nenhuma força sobre meu coração; esteja, pois, atenta e faz que tuas obras, mesmo as mínimas sejam investidas pela caridade, isto é, em Mim, comigo e por Mim). Agora vamos direto à mortificação.
(43) “Quero”, dizia-me, “que em todas as tuas coisas, até às necessárias, sejam feitas com espírito de sacrifício. Olhe, suas obras não podem ser reconhecidas por Mim como minhas se não têm a marca da mortificação. Assim como a moeda não é reconhecida pelos povos se não contém em si mesma a imagem de seu rei, é desprezada e não tomada em conta, assim é de suas obras, se não têm o enxerto com minha cruz não podem ter nenhum valor. Olha, agora não se trata de destruir as criaturas, mas a ti mesma, de te fazer morrer para viver somente em Mim e de minha própria Vida.
É verdade que te custará mais do que o que fizeste, mas tem coragem, não temas, não o farás tu, senão Eu que operarei em ti”.
(44) Então recebia outras luzes sobre a aniquilação de mim mesma e me dizia:
(45) “Você não é outra coisa que uma sombra, que enquanto você quer tomá-la você foge, você é nada”.
(46) Eu me sentia tão aniquilada que teria querido me esconder nos mais profundos abismos, mas me via impossibilitada para fazê-lo, sentia tal vergonha que ficava muda. Enquanto estava neste reconhecimento do meu nada, Ele me dizia:
(47) “Põe-te junto a Mim, apoia-te no meu braço, Eu te sustentarei com as minhas mãos e tu receberás força. Você está cega, mas minha luz te servirá de guia. olha, eu vou estar na frente e você não fará outra coisa que olhar para mim para me imitar”.
(48) Depois me dizia: “A primeira coisa que quero que mortifique é sua vontade, aquele “eu” deve ser destruído em você, quero que a tenha sacrificada como vítima ante Mim, para fazer que de sua vontade e da minha se forme uma só. Não estás contente?”
(49) Sim Senhor, mas dá-me a graça, porque vejo que por mim nada posso. E Ele continuava dizendo-me:
(50) “Sim, Eu mesmo te contradirei em tudo, e às vezes por meio das criaturas”.
(51) E assim acontecia. Por exemplo: Se pela manhã eu acordasse e não me levantasse logo, a voz interior me dizia: “Tu descansas, e eu não tive outro leito que a cruz, a cruz, logo, logo, sem tanta satisfação”.

(52) Se caminhava e minha vista se ia um pouco longe, logo me repreendia: “Não quero, tua vista não a afaste de ti além da distância de um passo a outro, para fazer que não tropeces”.
(53) Se me encontrava no campo e via flores, árvores, dizia-me: “Eu tudo criei por amor teu, tu privas a tua vista deste contentamento por amor meu”.
(54) Mesmo nas coisas mais inocentes e santas, como por exemplo os ornamentos dos altares, as procissões, dizia-me: “Não deves ter outro prazer senão em Mim sozinho”.
(55) Se, enquanto trabalhava, estava sentada, me dizia: “Está muito cômoda, não se lembra que minha Vida foi um contínuo penar? E você? E você?”.
(56) Logo, para agradá-lo me sentava na metade da cadeira e a outra metade a deixava vazia, e algumas vezes em brincadeira lhe dizia: “Olha, Senhor, a metade da cadeira está vazia, vem sentar-te junto a mim”. Uma vez, senti-me tão feliz que nem sei dizer. Algumas vezes que estava trabalhando com lentidão e desbotada me dizia: “Logo, depressa, que o tempo que ganhará se apressando virá a passá-lo junto Comigo na oração.”

(57) Às vezes, Ele mesmo me dizia quanto trabalho eu deveria fazer. Pedia que ele viesse me ajudar. “Sim, sim”, me respondia, “faremos isso juntos para que, depois que você terminar, ficaremos mais livres”. E acontecia que em uma hora ou duas eu fazia o que tinha que fazer o dia todo, então ia orar e me dava tantas luzes e me dizia tantas coisas que levaria muito tempo para dizê-las. Lembro-me de que, enquanto trabalhava sozinha, via que não alcançava o fio para concluir o trabalho e que teria que ir com a família para busca-lo, então me dirigia a Ele e dizia: “De que serve, meu amado, ter me ajudado, porque agora vejo que preciso ir à família, e posso encontrar pessoas e elas me impedirão de voltar novamente, e então nossa conversa terminará. ”
“O que, o que”, ele me dizia, “e você tem fé?” Sim. ” Pois não tema, eu farei você terminar tudo.” E assim sucedia, e logo eu me punha a rezar.
(58) Se fosse a hora do almoço e eu comesse algo agradável, me repreendia internamente dizendo: “Talvez você tenha esquecido que eu não tinha outro gosto além de sofrer por seu amor, e que você não deveria ter outro gosto além de se mortificar por meu amor? Deixe e coma o que não gosta ”. E eu imediatamente pegava e levava para a pessoa que ajudava no serviço, ou então dizia que não queria mais, e muitas vezes passava quase em jejum, mas quando ia a oração, recebia tanta força e sentia tanta saciedade que me sentia enjoada de tudo o mais.
(59) Outras vezes, para me contradizer, se eu não sentisse vontade de comer, ele me dizia:

“Quero que você coma pelo meu amor, e enquanto a comida se une ao corpo, peça-me para unir meu amor à sua alma e todas as coisas serão santificadas”.
(60) Em uma palavra, sem ir mais longe, mesmo nas menores coisas tratava de fazer morrer minha vontade, para me fazer viver apenas para Ele. Permitia que até o confessor me contradissesse como por exemplo: Eu tinha um grande desejo de receber a comunhão e durante todo o dia e noite não fiz nada além de me preparar, meus olhos não podiam fechar-se para dormir devido aos batimentos cardíacos contínuos e eu disse a ele: “Senhor, apresse-se porque não posso ficar sem Ti, acelere as horas, faça surgir logo o sol porque não aguento mais, meu coração
desmaia ”. Ele próprio me fazia certos convites amorosos com os quais me sentia despedaçar o coração e me dizia; “Olha, eu estou só, não sinta pena de você não poder dormir, trata-se de fazer companhia a seu Deus, seu Esposo, seu Tudo, que é continuamente ofendido, ah! não me negues esse consolo, que mais tarde nas tuas aflições Eu não te deixarei ”. Enquanto eu estava com essas disposições, de manhã ia com o confessor e sem saber por quê, a primeira coisa que ele me dizia era: “Não quero que você receba a Comunhão”. Digo a verdade, era tão amargo para mim que às vezes não fazia nada além de chorar, não me atrevia a dizer nada ao confessor, porque era isso
que Jesus queria que eu fizesse, caso contrário, ele me repreendia; mas ia ter com Ele e dizia minha tristeza: “Oh meu Bem, por isso a vigília que fizemos esta noite, que depois de tanto esperar e desejar, devia ficar privada de Ti? Sei bem que devo obedecer, mas diga-me posso estar sem Ti? Quem me dará a força? Ademais , qual o valor de ir a esta igreja sem levar-te comigo? Eu não sei que fazer, mas Tu podes remediar a tudo. Enquanto assim desabafava, sentia vir um fogo junto a mim, entrar uma chama no coração e o sentia dentro de mim, e em seguida me dizia: “Acalma-te, acalma-te, eis me aqui, estou já em seu coração. O que temes agora? No se aflija mais, Eu mesmo te quero enxugar as lágrimas, tens razão, tú não podia estar sem Mim, não é verdade?
(61) Então eu ficava tão aniquilada em mim mesma por isso, e eu lhe dizia se não tinha sido boa, Ele não teria colocado dessa maneira, e lhe pedia que ele não me deixasse mais, que sem Ele eu não queria ficar.

(62) Depois dessas coisas, um dia, após a Comunhão, sentia-o todo amor em mim, e que Ele me amava tanto, que ficava maravilhada, porque me via tão má, e sem corresponder, e dizia dentro de mim: “Pelo menos fora boa e lhe correspondera, tenho medo de que me deixe (esse medo de me deixar sempre tive e ainda tenho, e às vezes é muita a dor que sinto, que acho que a pena de morte seria menor, e se Ele próprio não vier a me acalmar, não sei como me dar paz) entretanto Ele quer estreitar-se mais intimamente a mim ”.

2-6
Março 19, 1899
Temores. Jesus a tranquiliza. O demônio pode falar de virtude, mas não pode infundi-la na alma.

(1) Esta manhã, enquanto Jesus se fazia ver, eu temia que não fosse verdadeiramente Jesus, mas o demônio que me quisesse enganar; depois que fiz os habituais protestos Jesus me disse:

(2) “Filha, não temas, não sou o demônio, e além disso, esse, se fala das virtudes é uma virtude pintada, não verdadeira virtude, nem tem poder para infundi-la na alma, senão somente de falar dela, e se alguma vez mostrar que quer fazer praticar um pouco de bem, não é perseverante e no mesmo ato em que a alma faz esse pouco bem, a alma está desenganada e agitada, só Eu tenho a potência de infundir-me no coração e de fazer praticar as virtudes e fazer sofrer com ânimo e tranqüilidade e com perseverança. Além disso, quando o demônio foi em busca de virtude? Sua busca são os vícios. Por isso não tema, fique tranquila”.

3-10

11
Novembro 19, 1899

Males da soberba.

(1) Continua a vir meu adorável Jesus, e como minha mente, antes de que viesse estava pensando em certas coisas que me havia dito em anos passados, e que não recordo bem, Ele, como para me lembrar disse:
(2) “Minha filha, a soberba roe a graça. Nos corações dos soberbos não há outra coisa que um vazio todo cheio de fumaça, que produz a cegueira. A soberba não faz mais que fazer de si mesmo um ídolo, assim que a alma soberba não tem o seu Deus consigo; com o pecado procurou destruí- lo em seu coração, e levantando um altar nele, se põe em cima e se adora a si mesmo”.

(3) Oh! Deus, que monstro abominável é este vício, a mim me parece que se a alma está atenta a não deixá-lo entrar nela, estará livre de todos os outros vícios, mas se por sua desventura se deixa dominar por ele, como é mãe monstruosa e má, lhe parirá todos seus filhos díscolos, os quais são os outros pecados. Ah Senhor, mantenha-a longe de mim!

4-11
Setembro 21, 1900

Força da obediência. A obediência deve ser tudo para ela.

(1) Quem pode dizer minha aflição ao ficar privada de meu amadíssimo amigo dor? Admirava, sim, o prodigioso império da santa obediência, como também a virtude que o Senhor tinha comunicado ao confessor, que com a obediência e com fazer-me o sinal da cruz me havia liberado de um mal que eu considerava grave, e que era suficiente para desfazer meu corpo; mas com tudo isto não podia fazer menos que sentir a pena de estar privada de uma dor tão boa, que apiedava e enternecia ao bendito Jesus, de modo que o fazia vir quase continuamente. Então, vindo Nosso Senhor, lamentei-me com Ele, dizendo: “Amado Bem meu, o que me fizeste? Libertaste-me pelo confessor, portanto perdi a esperança de deixar por agora a terra, e além disso para que tantos rodeios, podias Tu mesmo libertar-me, por que puseste o pai no meio? Ah! Talvez você não quis me desagradar diretamente, não é?”
(2) E Ele: “Ah, minha filha, como logo esqueceste que a obediência foi tudo para Mim; a obediência quero que seja tudo para ti! E também coloquei o pai no meio para que você o tenha em consideração como a mim mesma”.
(3) Dito isto desapareceu deixando-me toda amargurada. Quantas sabe fazer a senhora obediência! , você precisa conhecê-la e ter a ver com ela por um longo tempo, não por pouco, para poder dizer realmente quem é ela, e bravo, bravo à senhora obediência, quanto mais se está em contato com ela mais se faz conhecer. Eu por mim, para dizer a verdade, admiro-te, sou obrigada também a amar-te; assim não posso fazer menos que não sentir-me zangada contigo especialmente quando me faz uma grande. Por isso te peço, oh amada obediência, ser mais indulgente, mais indulgente em fazer-me sofrer.

5-7
Abril 10, 1903

Como os homens não se rendem, Jesus fará ressoar a trombeta de novos e graves flagelos.

(1) Encontrando-me fora de mim mesma, via nosso Senhor com uma vara na mão que tocava as nações, e elas, sendo tocadas, se dispersavam e se revelavam, e o Senhor lhes disse:
(2) “Toquei-vos para vos reunirdes em Mim, e em vez de vos reunirdes revel e dispersais de Mim, por isso é necessário que Eu soe a trombeta”.
(3) E enquanto dizia isto pôs-se a tocar a trombeta. E eu compreendia que o Senhor mandará algum castigo, e os homens em vez de humilhar-se tomarão ocasião para ofendê-lo e afastar-se, e o Senhor ao ver isto fará ressoar a trombeta de outros graves flagelos.

6-7
Novembro 24, 1903

Como cada palavra de Jesus são tantos elos de graça.

(1) Continuando o meu estado habitual, mal vi o bendito Jesus dentro de mim, e como se quisesse continuar a tirar-me as dúvidas disse-me:

(2) “Filha, Eu sou a verdade mesma, e jamais pode sair de Mim a falsidade, ou mais alguma coisa que o homem não compreende, e isto faço-o para fazer ver que se não se compreende bem a palavra, como se pode compreender em tudo o Criador? Mas no entanto a alma deve corresponder pondo em prática a minha palavra, porque cada palavra são tantos elos de graça que saem de Mim, dos quais faço dom à criatura, e se corresponde, estes elos os acorrenta aos outros já adquiridos; se não, os devolve a seu Criador, e não só isto, senão que Eu somente falo quando vejo a capacidade da criatura que pode receber esse dom, e correspondendo-me não só adquire tantos elos de graça, mas adquire também tantos elos de sabedoria divina, e se os vejo acorrentados com a correspondência, disponho-me a dar-lhe outros dons; mas se vejo meus dons rejeitados, retiro-me guardando silêncio”.

7-7
Março 5, 1906

Jesus pede que o console. Vê um homem a suicidar-se.

(1) Continuando meu estado habitual, encontrei-me fora de mim mesma, junto com o menino Jesus todo aflito. Eu ao vê-lo tão aflito disse: “Meu querido, diz-me o que queres?
Por que está sofrendo? Para poder te aliviar”. Então Ele se pôs com o rosto em terra e rezava para que eu pudesse interpretar Sua Vontade, mas eu não entendia nada;
Levantei-o da terra, beijei-o muitas vezes e disse: “Amado meu, não entendo que coisa queres, queres que sofra a crucificação?”
(2) E Ele: “Não”.
(3) E ele pegou no meu braço na mão dele e desatou-me o punho da camisa, e eu vi isto e disse: “Queres que o meu braço seja descoberto? Sinto muita pena, mas por seu amor me submeto”.
(4) Enquanto fazia isto, via um homem que, levado pelo desespero e pela auto-estima, se suicidava, e isto na nossa cidade. Então o menino me disse:
(5) “Não posso conter tanta amargura, receba sua parte”.
(6) E derramou em minha boca um pouco de sua amargura. Eu corri até aquele homem para ajudá-lo a se arrepender do mal que tinha feito, os demônios pegavam aquela alma e a jogavam no fogo, a viravam e a viravam como se a estivessem assando. Eu por duas vezes a libertei, e me encontrei em mim mesma rogando ao Senhor que usasse sua misericórdia com aquela desventurada alma. O bendito Jesus regressou com a coroa de espinhos e tão encaixada na cabeça, que os espinhos pareciam que estavam até na boca, e me disse:
(7) “Ah! Minha filha, muitos não acreditam, que os espinhos penetraram até dentro da boca. É tão feio o pecado da soberba, que é veneno para a alma e o que a mata; assim como quem tem uma coisa atravessada na boca, e esta lhe impede que tome algum alimento para dar vida ao corpo; assim a soberba impede a Vida de Deus na alma; por
isso quis sofrer tanto pela soberba humana; e com tudo isso, a criatura chega a tanta soberba, que ébria de soberba perde o conhecimento de si mesma e chega a matar seu corpo e sua alma”.

(8) Digo isto para obedecer: Que tendo dito ao pai o que está escrito acima, assegurou-me que esta manhã um homem se tinha suicidado”.

8-8
Julho 19, 1907

Na Divina Vontade não entram nem aridez, nem tentações, nem defeitos.

(1) Tendo falado com uma pessoa sobre a Vontade de Deus, tinha-me escapado dizer-lhe que estando na Vontade de Deus e sentindo-se árida se encontraria também em paz. Depois, encontrando-me no meu estado habitual, o bendito Jesus corrigiu-me dizendo:

(2) “Minha filha, presta muita atenção quando falas de minha Vontade, porque minha Vontade é tão feliz, que forma nossa mesma bem-aventurança, e a vontade humana é tão infeliz, que se pudesse entrar em nossa destruiria nossa felicidade e nos faria guerra; por isso em minha Vontade não entram nem aridez, nem tentações, nem defeitos, nem inquietudes, nem frialdades, porque Minha Vontade é luz e contém todos os gostos possíveis; a vontade humana não é outra coisa que uma gotinha de trevas, toda cheia de desgostos. Assim, se a alma já está dentro de meu Querer, antes de entrar, ao contato com meu Querer a luz lhe dissipou a gotinha das trevas para poder tê-la em si, o calor derreteu o gelo e a aridez, os gostos divinos tiraram os desgostos, minha felicidade a
libertou de todas as infelicidades”.

9-9
Julho 14, 1909

Só Deus pode infundir paz na alma.

(1) Tenho passado amargamente com a privação do bendito Jesus; no máximo, faz-se ver como uma sombra ou um relâmpago, e às vezes também a fulguração parecia que fugia. Minha mente era perturbada pelo pensamento de que sendo Jesus tão bom, quão cruelmente me deixou, ah, talvez não fosse Ele que vinha, sua bondade não me teria feito isso! Quem sabe se não foi o demônio, ou minha fantasia, ou bem sonhos, mas no âmago da alma não queria saber disto, queria estar em paz, e parecia que se afastava de tudo, se adentrava sempre mais na Vontade de Deus, se escondia nela tomando um sono profundo no seu Santo Querer, e não há maneira de que desperte; parece que o bom Jesus a encerra tanto no seu Querer, que nem sequer deixa que se encontre a porta para poder tocar e fazer-lhe ouvir que Jesus a deixou, e ela dorme e se está em paz. A mente, não encontrando nenhuma resposta diz entre si: “Só eu devo me zangar? Também eu quero tranquilizar-me e fazer a Vontade de Deus; venha, que venha contanto que faça sua Santa Vontade”. Este é meu estado presente.
(2) Agora, esta manhã pensando no que escrevi acima, o bom Jesus me disse:
(3) “Minha filha, se fossem fantasias, sonhos, demônios, não teriam tanta força de te fazer possuir a auréola da paz, e não por um dia, mas por vinte e cinco anos, nenhum poderia te fazer respirar essa aura de suave paz dentro e fora de ti, só Aquele que é toda paz, e que se um sopro de perturbação o pudesse surpreender, deixaria de ser Deus, ficaria ofuscada Sua Majestade, diminuída sua grandeza, débil sua potência, em suma, todo o Ser Divino receberia uma sacudida.
Aquele que te possui e que você possui te resguarda, te defende continuamente de todo o fôlego de perturbação. Lembra-te que em todas as minhas visitas sempre te corrigi se havia em ti algum alento de perturbação, e de nenhuma outra coisa me desgostei tanto, como de não te ver em paz; e somente me fui quando te acalmei toda. A fantasia, o sono, muito menos o demônio, têm esta virtude, e muito menos podem infundir aos demais, por isso te tranquilize e não me seja ingrata”.

10-7

Dezembro 22, 1910

Para poder realizar coisas grandes para Deus, é necessário destruir a estima própria, o respeito humano e a própria natureza.

(1) Continuando meu habitual estado, via diante de minha mente vários sacerdotes, e o bendito Jesus dizia:
(2) “Para ser hábil em fazer coisas grandes para Deus, é necessário destruir a estima própria, o respeito humano e a própria natureza, para reviver da Vida Divina e preocupar-se só com a estima de Nosso Senhor e do que corresponde à sua honra e glória; é necessário triturar, pulverizar o que concerne ao humano para poder viver de Deus; e eis que não vós, mas Deus em vós falará, trabalhará, e as almas e as obras a vós confiadas terão esplêndidos efeitos, e terão os frutos desejados por vós e por Mim, como a obra das reuniões dos sacerdotes que eu lhe disse antes, e um destes poderia ser hábil para promover e também realizar esta obra, mas um pouco de estima própria, de temor vão, de respeito humano torna-o inábil, e a graça quando encontra a alma circundada por estas baixezas, voa e não se detém e o sacerdote fica homem e age como homem, e tem no seu agir os efeitos que pode ter um homem, não já os efeitos que pode ter um sacerdote animado pelo Espírito de Jesus Cristo”.

11-8
Fevereiro 28,1912

Sinais para saber se só se ama o Senhor.

(1) Esta manhã, ao ver o meu adorável Jesus, disse-lhe: “Oh! meu coração, vida minha e meu tudo, como se pode conhecer se se ama só a Ti, ou se ama outras coisas ou pessoas?”
(2) E Ele: “Minha filha, se a alma está toda cheia de Mim até a borda, até derramar-se fora, isto é, não pensa, não procura, não fala, não ama senão a Mim só, e todo o resto parece que não exista para ela, ou melhor, todo o resto a aborrece, a escória e o último lugar ao que não é Deus, como por exemplo, um pensamento, uma palavra, um ato para uma coisa necessária da vida natural, isto não é outra coisa que dar a escória à natureza, isto fizeram os santos, Fiz isso também Eu Comigo, com os apóstolos dando algumas disposições, onde se devia pernoitar, o
que comer, etc. então dar isto à natureza não prejudica nem o amor nem a santidade verdadeira, e isto é sinal de que me ama só a Mim.

Ao contrário, se a alma está misturada de várias coisas, agora pensa em Mim, agora em outra coisa; agora fala de Mim e depois fala longamente de outras coisas, e assim do resto, é sinal de que não me ama só a Mim e Eu não estou contente, enfim, se o último pensamento, a última palavra, um último ato não é só para Mim, é sinal de que não me ama, e se me dá alguma coisa não é mais que a escória que me dá, e entretanto isto é o que faz a maioria das criaturas. ¡ Ah minha filha! Os que me amam estão unidos Comigo como os ramos estão ligados ao tronco da árvore, pode haver separação, esquecimento, alimento diferente entre os ramos e o tronco? Uma é a vida, uma sua finalidade, de ambos os frutos; aliás, o tronco é a vida dos ramos, e os ramos são a glória do tronco, outros são a mesma coisa. Assim são Comigo as almas que me amam”.

 

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