O texto apresentado é um relato místico e espiritual profundamente pessoal, escrito em primeira pessoa, que descreve uma série de experiências religiosas e visões atribuídas a uma figura que dialoga diretamente com Jesus Cristo. A narrativa é rica em simbolismo, emoção e detalhes íntimos sobre a relação entre a autora e o divino. Para expandir e explicar cada etapa e frase desta discussão, é necessário contextualizar o conteúdo, analisar os temas principais e explorar o significado espiritual e teológico por trás das palavras.
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### **Contextualização e Análise Geral**
O texto parece ser parte de um diário espiritual ou de uma coleção de revelações místicas, onde a autora (presumivelmente uma religiosa ou uma pessoa profundamente devota) relata suas experiências com Jesus Cristo. A data inicial, 28 de fevereiro de 1899, sugere que se trata de um documento histórico, possivelmente ligado a uma tradição católica ou cristã. A linguagem é carregada de emotividade, com expressões de humildade, devoção e, por vezes, angústia espiritual.
A narrativa é marcada por uma dualidade entre a fragilidade humana da autora e a grandiosidade divina de Jesus. Ela expressa repetidamente sua indignidade e repugnância em escrever sobre suas experiências, mas obedece à ordem de seu confessor, vendo nessa obediência um vínculo direto com a vontade de Deus. Esse tema da obediência como um ato de amor e submissão à vontade divina é central no texto.
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### **Análise Detalhada por Trechos**
#### **1. Introdução e Repugnância Inicial (28 de fevereiro de 1899)**
A autora começa expressando uma forte repugnância em escrever sobre suas experiências espirituais. Ela descreve essa tarefa como um sacrifício, algo que só a obediência ao seu confessor poderia superar. Esse sentimento de inadequação é comum em textos místicos, onde o indivíduo se sente indigno de compartilhar suas experiências com o divino.
– **”Confesso a verdade, sinto uma grande repugnância…”**: Aqui, a autora revela sua luta interna entre a humildade e a obediência. Ela reconhece que, sem a intervenção divina, não seria capaz de superar essa repugnância.
– **”Ó santa obediência, que atadura tão poderosa és!”**: A obediência é elevada a um valor espiritual supremo, uma força que a conecta diretamente à vontade de Deus.
#### **2. Comunhão e Diálogo com Jesus**
A autora descreve uma experiência durante a comunhão, onde Jesus parece distante e indiferente a suas súplicas. No entanto, após um momento de introspecção, ela percebe que sua própria atitude pode ser a causa dessa aparente indiferença. Jesus então se revela, tranquilizando-a e prometendo assistência.
– **”De que temes? Não te assisti Eu as outras vezes?”**: Jesus reafirma sua presença constante e sua disposição para guiá-la. Essa passagem reflete a ideia de que a fé e a confiança em Deus são essenciais para superar as dúvidas e medos.
– **”Minha luz te circundará por todas as partes…”**: A luz divina é um símbolo recorrente na mística cristã, representando a iluminação espiritual e a proteção de Deus.
#### **3. A Fé como Alimento da Alma**
A autora recebe uma revelação sobre a natureza da fé, descrita como o próprio Deus. A fé é comparada a um alimento que sustenta a alma, assim como o alimento físico sustenta o corpo. Essa metáfora é profundamente enraizada na teologia cristã, onde a fé é vista como essencial para a vida espiritual.
– **”A fé é Deus”**: Essa afirmação sugere que a fé não é apenas uma crença, mas uma manifestação direta da presença divina na alma.
– **”A fé vivifica, a fé santifica, a fé espiritualiza o homem…”**: A autora explora os efeitos transformadores da fé, que eleva o ser humano acima das preocupações terrenas e o conecta ao divino.
#### **4. Visões de Castigos e Justiça Divina**
Em várias passagens, a autora descreve visões de castigos divinos que aguardam a humanidade devido aos pecados cometidos. Essas visões são marcadas por imagens vívidas de destruição e sofrimento, refletindo a ideia de que a justiça divina deve ser satisfeita.
– **”Minha justiça se tornou muito pesada…”**: Jesus expressa sua tristeza e indignação com os pecados da humanidade, sugerindo que os castigos são inevitáveis.
– **”A foice da morte está a ponto de matar a muitos…”**: A foice é um símbolo bíblico de julgamento e colheita, frequentemente associada ao fim dos tempos.
#### **5. A Humildade e a Confiança em Deus**
A humildade é um tema central no texto. A autora enfatiza a importância de reconhecer a própria insignificância diante de Deus, mas também de confiar plenamente em sua misericórdia.
– **”A humildade é a planta mais pequena que se pode encontrar…”**: A humildade é descrita como uma virtude aparentemente insignificante, mas com ramos que alcançam o céu, simbolizando sua importância espiritual.
– **”A humildade sem confiança é falsa virtude”**: A autora destaca que a verdadeira humildade não é apenas reconhecer a própria pequenez, mas também confiar na graça divina.
#### **6. A Relação com o Confessor**
O confessor desempenha um papel importante na vida espiritual da autora, atuando como um intermediário entre ela e Deus. A obediência ao confessor é vista como uma extensão da obediência a Deus.
– **”Quero que tenha plena confiança com o confessor…”**: Jesus instrui a autora a confiar plenamente em seu confessor, sugerindo que essa relação é essencial para sua jornada espiritual.
#### **7. A Cruz e o Sofrimento**
A cruz é um símbolo central no texto, representando tanto o sofrimento de Jesus quanto o caminho que os fiéis devem seguir. A autora descreve o sofrimento como um meio de purificação e união com Deus.
– **”A cruz dispõe a alma à paciência…”**: O sofrimento é visto como uma forma de preparação espiritual, que abre o caminho para a união com o divino.
– **”A virtude da cruz é potente…”**: A cruz tem o poder de transformar a alma, removendo as impurezas e elevando-a às coisas celestiais.
#### **8. A Caridade e o Amor ao Próximo**
A caridade é descrita como um desabafo do Ser Divino, uma expressão do amor de Deus pelo homem. A autora enfatiza a importância de amar a Deus e ao próximo como parte essencial da vida espiritual.
– **”Caridade, a caridade não é outra coisa que um desabafo do Ser Divino…”**: A caridade é vista como uma manifestação direta do amor divino, que se espalha por toda a criação.
– **”Amar a Deus e ao próximo por amor meu…”**: Jesus reitera a importância do amor ao próximo como uma expressão do amor a Deus.
#### **9. A Pureza de Intenção**
A autora reflete sobre a importância de agir com pureza de intenção, sem buscar reconhecimento ou recompensa terrena. Essa ideia está alinhada com a teologia cristã, que valoriza a motivação interior acima das ações externas.
– **”O que olho em uma alma é quando se despoja da própria vontade…”**: A verdadeira espiritualidade envolve a renúncia à própria vontade em favor da vontade divina.
– **”A pureza de intenção e a intensidade do amor…”**: A autora destaca que as ações devem ser motivadas pelo amor a Deus, e não por interesses pessoais.
#### **10. A Transformação Espiritual**
Ao longo do texto, a autora descreve uma transformação espiritual profunda, onde ela se torna cada vez mais unida a Jesus. Essa união é marcada por momentos de intensa intimidade espiritual, onde ela experimenta a presença divina de forma palpável.
– **”Tu és o meu tabernáculo…”**: Jesus descreve a autora como um lugar sagrado, onde ele habita e compartilha suas dores.
– **”Quero fazer de ti um objeto das minhas complacências…”**: Essa frase sugere uma união mística, onde a autora se torna um instrumento da vontade divina.
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**Conclusão**
O texto é uma jornada espiritual profunda, repleta de simbolismo e ensinamentos teológicos. A autora explora temas como a obediência, a humildade, a fé, o sofrimento e a caridade, sempre com um foco central na relação pessoal com Jesus Cristo. Suas experiências místicas refletem uma busca constante pela união com o divino, marcada por momentos de dúvida, angústia e, finalmente, transformação espiritual. A narrativa serve como um testemunho da profundidade da fé e da capacidade humana de transcender as limitações terrenas em busca do sagrado.
O texto que você forneceu é um relato espiritual profundo e místico, escrito por Luisa, uma alma que vive em íntima comunhão com Jesus. A narrativa, escrita em terceira pessoa, descreve as experiências interiores de Luisa, seus diálogos com Jesus, suas lutas, suas obediências ao confessor e suas visões sobre a fé, a caridade, a humildade e os castigos divinos. A seguir, uma explanação detalhada e envolvente do conteúdo, destacando os principais temas e a interação entre Luisa e Jesus.
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### **A Obediência e a Repugnância Inicial**
Luisa inicia seu relato confessando uma grande repugnância em escrever sobre suas experiências espirituais. Ela sente que é um esforço imenso, quase insuportável, mas a obediência ao seu confessor a leva a superar essa resistência. A obediência, para ela, é um vínculo poderoso que a une à Vontade de Deus. Ela reconhece que, sem a ajuda de Jesus, não conseguiria realizar essa tarefa. Em seu diálogo com Jesus, ela pede que Ele a segure em Seus braços, para que possa escrever apenas a verdade, para a glória de Deus e para sua própria humilhação.
Essa introdução já revela um tema central na vida espiritual de Luisa: a luta entre a vontade humana e a vontade divina, e a importância da obediência como meio de superar as resistências interiores. A obediência não é apenas um ato externo, mas uma entrega total à Vontade de Deus, que muitas vezes exige sacrifícios e renúncias.
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### **O Diálogo com Jesus e a Revelação da Fé**
Após receber a comunhão, Luisa sente-se confusa e perturbada pela ordem de escrever sobre suas experiências. Ela começa a desabafar com Jesus, mas parece que Ele não responde. Então, uma luz interior a ilumina, e ela percebe que talvez seja ela mesma a causa dessa aparente indiferença de Jesus. Com um coração contrito, ela promete a Jesus que fará o sacrifício de escrever, mesmo que isso lhe custe a vida.
Jesus, então, responde com palavras de consolo: “De que temes? Não te assisti Eu as outras vezes? Minha luz te circundará por todas as partes e assim tu poderás manifestá-lo.” Essa resposta de Jesus revela a confiança que Ele deposita em Luisa e a promessa de que a iluminará em sua tarefa. A fé, como Luisa compreende, é uma luz que envolve a alma, permitindo-lhe ver e agir segundo a Vontade de Deus.
Nesse momento, Luisa tem uma visão do confessor junto a Jesus, e o Senhor fala sobre a pureza das ações. Ele diz que todas as obras, palavras e pensamentos do confessor devem ser puros, pois tudo passa diante d’Ele. Se forem feitos com reta intenção, trazem alegria a Jesus; se forem feitos com fins terrenos, causam aborrecimento. Essa visão reforça a importância da pureza de intenção em todas as ações, um tema que será recorrente ao longo do texto.
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### **A Fé como Alimento da Alma**
Luisa recebe uma revelação profunda sobre a fé. Jesus lhe diz: “A fé é Deus.” Essas palavras contêm uma luz imensa, que Luisa tenta explicar. A fé, para ela, é como um alimento que dá vida à alma. Sem fé, a alma está morta. A fé vivifica, santifica e espiritualiza o homem, elevando-o a um Ser Supremo. A alma que vive de fé não se apega às coisas terrenas, mas eleva-se constantemente ao Céu, buscando sua alegria e riqueza na eternidade.
Luisa compara a fé a um alimento que, ao ser consumido, transforma-se no corpo que o ingere. Da mesma forma, a alma que se alimenta da fé participa da substância de Deus, assemelhando-se a Ele e transformando-se n’Ele. A fé, portanto, não é apenas uma crença, mas uma participação na vida divina. A alma que vive de fé torna-se um “pequeno deus”, compartilhando dos atributos de Deus: santidade, poder, sabedoria, justiça, etc.
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### **A Caridade e o Desapego**
Outro tema central no texto é a caridade. Jesus explica a Luisa que a caridade é um desabafo do Ser Divino, que se difunde por toda a criação. Tudo o que foi criado fala do amor de Deus pelo homem e ensina como o homem deve amar a Deus. Desde a flor do campo até a água que corre, todas as criaturas testemunham o amor de Deus e convidam o homem a elevar seus olhos ao Céu.
Jesus também fala sobre o desapego. Ele diz que as almas desapegadas de tudo, tanto no afeto quanto no efeito, são como cristais que permitem que a luz divina penetre nelas sem obstáculos. Essas almas, embora não possuam nada material, possuem tudo em Deus, pois a Providência divina cuida delas de modo especial.
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### **Os Castigos Divinos e a Intercessão de Luisa**
Em várias passagens, Jesus revela a Luisa os castigos que estão por vir sobre o mundo devido aos pecados da humanidade. Ele fala de mortes repentinas, doenças contagiosas, desastres naturais e outras calamidades. Luisa, movida pela compaixão, intercede pelas almas, oferecendo-se como vítima para sofrer em lugar dos outros. Ela pede a Jesus que derrame suas amarguras nela, para que o mundo seja poupado.
Essa disposição de Luisa em sofrer pelos outros reflete sua profunda união com Jesus, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Ela entende que seu sofrimento pode ser redentor, assim como o sofrimento de Jesus na cruz. Em um momento particularmente dramático, Jesus mostra a Luisa uma taça de sangue coagulado e putrefato, simbolizando os castigos que Ele deseja derramar sobre o mundo. Luisa, juntamente com a Virgem Maria e o confessor, intercede para que Jesus derrame essa taça sobre ela, em vez de sobre o mundo.
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### **A Humildade e a Confiança**
A humildade é outro tema central no texto. Jesus diz a Luisa que a humildade é a planta mais pequena, mas seus ramos alcançam o Céu. A humildade sem confiança, no entanto, é uma virtude falsa. A verdadeira humildade é acompanhada pela confiança em Deus, que permite à alma voar até Ele, mesmo reconhecendo sua própria miséria.
Luisa experimenta profundamente essa humildade, sentindo-se como um verme na lama, incapaz de dar um passo sem a ajuda de Deus. No entanto, ela entende que, ao reconhecer sua própria insignificância, pode voar até o mar imenso de Deus e receber todas as graças de que necessita.
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### **A Intimidade com Jesus**
Ao longo do texto, a intimidade entre Luisa e Jesus é descrita de maneira tocante. Jesus aparece a ela como uma criança, brinca com ela, beija-a e permite que ela beba de Seu lado, simbolizando a comunhão profunda entre a alma e o Divino. Em um momento particularmente comovente, Jesus chupa o leite dos seios de Luisa, e ela, por sua vez, chupa o peito de Jesus, trocando doçuras e amarguras. Essas imagens simbólicas expressam a união mística entre a alma e Deus, onde há uma troca contínua de amor e sofrimento.
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### **Conclusão**
O texto de Luisa é uma jornada espiritual profunda, que explora temas como a obediência, a fé, a caridade, a humildade e a intercessão. Sua relação com Jesus é marcada por uma intimidade única, onde ela se oferece como vítima pelos pecados do mundo, seguindo o exemplo de Cristo. Através de suas visões e diálogos com Jesus, Luisa nos convida a refletir sobre a importância da pureza de intenção, do desapego das coisas terrenas e da confiança inabalável em Deus.
A narrativa, escrita em terceira pessoa, permite ao leitor acompanhar a evolução espiritual de Luisa, suas lutas interiores e suas vitórias, sempre guiada pela mão amorosa de Jesus. É um convite a aprofundar nossa própria relação com Deus, buscando viver na fé, na esperança e na caridade, e a oferecer nossas vidas como um sacrifício vivo, agradável a Deus.
O texto que você forneceu é um relato espiritual profundo e místico, repleto de diálogos entre Luisa e Jesus, que revelam ensinamentos sobre pureza de intenção, caridade, sofrimento, humildade, desapego e a relação íntima entre a alma e Deus. A narrativa é rica em simbolismo e oferece uma visão detalhada da jornada espiritual de Luisa, destacando sua busca por união com Jesus e sua disposição para carregar as amarguras d’Ele em favor da humanidade. Vou expandir e narrar esse conteúdo de forma envolvente, explicando cada parte e ressaltando o diálogo entre Luisa e Jesus.
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### **A Pureza da Intenção e a Verdadeira Caridade**
No dia 7 de maio de 1899, Luisa encontrava-se em profunda meditação quando Jesus se manifestou a ela. Ele revelou que todas as obras realizadas pelas almas são como um vestido que O cobre, e o esplendor desse vestido depende da pureza de intenção e do amor com que essas obras são feitas. Jesus explicou que, no dia do Juízo Final, Ele mostraria ao mundo essas obras, não para glorificar as ações em si, mas para revelar como as almas O honraram através de sua pureza e amor.
No entanto, Jesus expressou tristeza ao mencionar as muitas obras boas que são realizadas sem reta intenção, apenas por costume ou interesse pessoal. Ele alertou que, no dia do Juízo, essas obras, embora aparentemente boas, trariam vergonha a seus autores, pois estariam “murchas” pela falta de pureza. Jesus enfatizou que não são as grandes obras que Ele observa, mas a intenção por trás delas.
Luisa, refletindo sobre essas palavras, compreendeu que a verdadeira caridade exige que as criaturas desapareçam diante de Deus, permitindo que apenas Ele seja o centro de todas as ações. Jesus confirmou essa ideia, dizendo que Seu coração é imenso, mas a porta para entrar nele é estreita, exigindo desapego total e simplicidade de intenção. Ele destacou que o amor ao próximo só Lhe agrada quando está unido ao amor por Ele, formando um único amor indistinguível.
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### **Lamentos, Petições e Colóquio com Jesus**
No dia 9 de maio, Luisa experimentou uma profunda aflição pela aparente ausência de Jesus. Quando Ele finalmente apareceu, envolveu-a em um abraço tão íntimo que ela mal podia vê-Lo. Luisa, angustiada, perguntou se Ele ainda a amava. Jesus respondeu que, se não a amasse, não estaria tão próximo dela.
Luisa, ainda insegura, expressou seu medo de que Jesus não mais desejasse seu sofrimento, o que ela via como uma forma de união com Ele. Jesus, no entanto, mostrou-lhe uma visão de uma multidão cometendo pecados graves e sendo castigada com enfermidades e morte. Ele explicou que o sofrimento de Luisa era uma forma de impedir que Sua justiça caísse sobre a humanidade com toda a sua força. Ele comparou sua situação à de alguém que é colocado em um ofício e depois removido, tornando-se indigno por não ter cumprido sua missão.
Jesus continuou a aparecer para Luisa ao longo do dia, mas sempre com um ar de profunda aflição. Ela tentou consolá-Lo, abraçando-O e segurando Sua cabeça sofredora. Luisa expressou sua dor por não poder mais aliviar Suas amarguras, algo que antes era seu maior consolo. Jesus, então, permitiu que ela experimentasse um pouco de Sua amargura, enviando-lhe Seu alento, que a encheu de uma tristeza profunda.
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### **Doçuras e Amarguras de Jesus**
No dia 12 de maio, Jesus continuou a manifestar-Se aflito a Luisa. Ele a transportou para fora de si mesma e mostrou-lhe as ofensas que recebia da humanidade. Luisa pediu novamente que Ele derramasse Suas amarguras nela, mas Jesus inicialmente resistiu, enfatizando que a verdadeira caridade deve ser feita apenas para agradar a Ele, sem qualquer outro fim.
Luisa, usando as próprias palavras de Jesus, argumentou que seu desejo de sofrer era justamente para aliviar Suas dores e as dos outros. Convencido, Jesus permitiu que ela bebesse de Seu lado, mas, em vez de amargura, ela experimentou um sangue doce e embriagante. Somente depois disso é que a amargura fluiu, enchendo-a de uma tristeza indescritível.
Jesus, após derramar Suas amarguras, parecia mais tranquilo, como um cordeiro humilde. Luisa, preocupada com as obrigações cotidianas, pediu que Ele a deixasse retornar ao seu estado normal, mas Jesus insistiu que não queria separar-Se dela. Após um longo debate, Ele finalmente permitiu que ela voltasse, mas ela permaneceu cheia de sofrimento e incapaz de comer, tão intensa era a experiência espiritual que havia vivido.
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### **A Cruz e as Almas Devotas**
No dia 16 de maio, Jesus continuou a manifestar-Se a Luisa, derramando mais um pouco de Sua amargura nela. Ele falou sobre a virtude da cruz, explicando que ela une o Céu e a Terra, purifica a alma e a afasta das coisas terrenas. No entanto, Ele lamentou que poucos reconheçam o valor da cruz, preferindo evitá-la.
Jesus também expressou tristeza pelas almas devotas que perdem a paz quando as coisas não acontecem como desejam. Ele destacou que a verdadeira devoção exige o abandono da própria vontade para que a vontade divina possa reinar. Luisa, compadecida, tentou consolá-Lo, mas a tristeza de Jesus pela ingratidão humana era evidente.
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### **A Humildade e o Conhecimento de Si Mesmo**
No dia 19 de maio, Jesus ensinou a Luisa que a humildade é a chave para receber os favores celestiais. Ele explicou que a humildade protege a alma das astúcias do inimigo e atrai a graça divina. Ele também criticou aqueles que, apesar de sua sabedoria e santidade, não conseguem crer nas graças sobrenaturais, preferindo permanecer no caminho natural.
No dia 26 de maio, Luisa experimentou um profundo sentimento de nulidade, vendo-se como um verme na lama. Jesus a consolou, explicando que o desprezo de si mesma só é virtuoso quando acompanhado pela fé. Ele a encorajou a reconhecer sua pequenez, mas também a confiar totalmente em Deus, que pode operar maravilhas através dela.
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### **Conclusão**
A jornada espiritual de Luisa é marcada por uma busca incessante pela união com Jesus, através da pureza de intenção, do sofrimento compartilhado e da humildade. Seus diálogos com Jesus revelam ensinamentos profundos sobre a natureza do amor divino, a importância da cruz e a necessidade de desapego. Cada experiência de Luisa é uma lição para as almas que desejam seguir o caminho da santidade, mostrando que a verdadeira espiritualidade não está nas grandes obras, mas na intenção pura e no amor desinteressado por Deus e pelo próximo.
A narrativa a seguir é uma expansão detalhada e envolvente dos textos fornecidos, narrados em terceira pessoa, destacando a interação entre Luisa e Jesus. A autoria é atribuída a Luisa, e o diálogo entre ela e Jesus é ressaltado, trazendo à tona a profundidade espiritual e emocional de suas experiências.
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### **A Angústia de Jesus e a União de Luisa aos Seus Sofrimentos**
No dia 9 de junho de 1899, Luisa passou a manhã em profunda angústia, perturbada pela visão das inúmeras ofensas que os homens cometiam contra Deus. Entre essas ofensas, destacavam-se atos de desonestidade e, de modo particular, a perda de almas inocentes. Um caso que a deixou especialmente aflita foi o de um recém-nascido que corria o risco de morrer sem receber o santo batismo. Para Luisa, esse pecado parecia ser um dos que mais clamavam por justiça diante de Deus, pois privava uma alma da graça divina. Jesus, em Sua infinita misericórdia, compartilhava com ela a dor pela perda dessas almas, mostrando-se profundamente aflito.
Luisa, ao ver Jesus tão angustiado, sentiu-se incapaz de Lhe dirigir qualquer palavra. Foi então que Ele, em um gesto de ternura e instrução, disse-lhe:
*”Minha filha, une teus sofrimentos com os meus, tuas orações às minhas. Assim, diante da majestade de Deus, elas serão mais aceitáveis e aparecerão não como coisas tuas, mas como obras minhas.”*
Essas palavras ecoaram profundamente no coração de Luisa, que compreendeu a importância de unir-se aos sofrimentos de Cristo para oferecer um sacrifício agradável a Deus.
Nos dias seguintes, Jesus continuou a aparecer-lhe, mas muitas vezes em silêncio, como que a convidá-la a uma comunhão mais profunda e interior. Luisa, embora confusa e temerosa de perder a presença do seu “único Bem”, mantinha-se fiel, confiando na vontade divina.
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### **A Luz de Jesus e os Efeitos sobre Aqueles que se Aproximam de Luisa**
No dia 11 de junho, Jesus apareceu a Luisa trazendo consigo uma luz resplandecente. Dessa luz, saíam pequenos globos luminosos que irradiavam uma graça celestial. Jesus explicou-lhe:
*”Tira todo temor de teu coração. Olha, eu trouxe este globo de luz para colocar entre você e eu e aqueles que se aproximam de você. Aos que se aproximarem de ti com coração reto e para fazer-te o bem, estes globitos de luz penetrarão em suas mentes, descerão em seus corações e os encherão de alegria e de graças celestiais. Compreenderão com clareza o que faço em ti. Aqueles que vierem com outras intenções experimentarão o contrário, e por estes globitos de luz ficarão deslumbrados e confundidos.”*
Essa revelação trouxe grande tranquilidade a Luisa, que compreendeu que Jesus estava agindo através dela para abençoar aqueles que se aproximassem com sinceridade, enquanto os de coração impuro seriam confrontados pela luz divina.
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### **A Preparação para a Comunhão: Um Encontro Íntimo com Jesus**
No dia 12 de junho, Luisa preparava-se para receber a Santa Comunhão. Sentindo-se indigna e indisposta, pediu a Jesus que Ele mesmo a preparasse. Imediatamente, Jesus atendeu ao seu pedido, aparecendo-lhe com olhares puríssimos e resplandecentes de luz. Cada olhar de Jesus realizava uma obra profunda em sua alma: o primeiro a purificava, o segundo a iluminava, e o terceiro a santificava.
Luisa, em um diálogo íntimo com Jesus, suplicou:
*”Amantíssimo Jesus, já que te deleitaste primeiro em purificar-me e depois em iluminar-me, dígnate agora santificar-me, muito mais, que devendo receber-te a Ti, que és o Santo dos santos, não é justo que eu seja tão diversa de Ti.”*
Jesus, em Sua infinita bondade, inclinou-se sobre ela, tomando sua alma entre Seus braços e retocando-a com Suas mãos divinas. Cada toque de Jesus santificava suas paixões, desejos e inclinações, transformando-a em uma oferta agradável a Deus. Ele a revestiu com as virtudes da fé, da esperança e da caridade, preparando-a para a união mais íntima na Eucaristia.
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### **A Taça de Sangue e a Intercessão de Luisa**
No dia 14 de junho, Jesus apareceu a Luisa trazendo uma taça cheia de sangue coagulado, putrefato e pestilento. Ele declarou:
*”Olha esta taça de sangue, derramarei-a sobre o mundo.”*
A visão era tão horrível que causava estremecimento em toda a natureza. A Virgem Santíssima e o confessor de Luisa intercederam junto a Jesus, suplicando que Ele não derramasse a taça sobre o mundo, mas que a fizesse beber Luisa.
Jesus, embora insistisse em derramar a taça sobre o mundo, parecia ceder às súplicas. Luisa, resignada, ofereceu-se como vítima, disposta a sofrer para salvar as almas. Essa cena revela a profundidade de sua união com os sofrimentos de Cristo e sua disposição para a redenção dos pecadores.
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### **A Contenda com Jesus e a Misericórdia Divina**
Nos dias seguintes, Luisa envolveu-se em uma espécie de “contenda” com Jesus, suplicando que Ele não castigasse o mundo com flagelos como a saraiva. Jesus, embora quisesse punir os pecadores, cedia às súplicas de Luisa, mostrando Sua misericórdia. Em um diálogo comovente, Jesus disse-lhe:
*”Vês o que me fizeram, como dizes que não queres que castigue as criaturas? Os castigos são necessários para humilhá-las e não deixá-las orgulhar-se mais.”*
Luisa, porém, insistia em sua intercessão, mostrando um coração cheio de compaixão pelas almas. Jesus, por fim, concordou em poupar sua cidade e aqueles que lhe eram próximos, derramando apenas uma parte de Sua justiça.
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### **O Amor como Centro de Tudo**
No dia 20 de junho, Jesus apareceu a Luisa como um menino, revelando-lhe a importância do amor. Ele disse:
*”Tudo está no amor. Os montes mais altos são os santos que mais me amaram, e Eu faço deles minha delícia.”*
Essa revelação tocou profundamente o coração de Luisa, que compreendeu que o amor é a essência da vida espiritual e a chave para a união com Deus.
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### **Conclusão: A Missão de Luisa e a União com Jesus**
Através dessas experiências, Luisa demonstra uma profunda união com os sofrimentos e a missão redentora de Jesus. Seu diálogo constante com Ele revela uma alma totalmente entregue à vontade divina, disposta a sofrer e interceder pelas almas. As visões e palavras de Jesus não apenas a consolam, mas também a instruem, mostrando-lhe o caminho da santidade através da união com Seus sofrimentos e do exercício das virtudes teologais: fé, esperança e caridade.
Luisa emerge como uma alma escolhida para participar de maneira única na obra de redenção, unindo-se a Jesus em Sua missão de salvar a humanidade. Sua vida é um testemunho eloquente do poder da oração, da intercessão e do amor que tudo vence.
O texto que você forneceu é um relato espiritual profundo e místico, repleto de diálogos entre Luisa e Jesus, além de interações com a Virgem Maria e seu confessor. A narrativa é rica em simbolismo e ensinamentos espirituais, abordando temas como a fé, a cruz, a caridade, a oração e a relação íntima entre a alma e Deus. Vou expandir e narrar o conteúdo em terceira pessoa, destacando a autora Luisa e seu diálogo com Jesus, de forma envolvente e detalhada.
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### **A Jornada Espiritual de Luisa: Diálogos com Jesus e a Profundidade da Fé**
#### **Medos e a Promessa de Jesus (2-40: Junho 21, 1899)**
Na quietude de sua oração, Luisa sentia-se abandonada. Jesus não vinha ao seu encontro como de costume, e um medo profundo começou a tomar conta de seu coração. “Quem sabe, talvez Jesus não venha mais e me deixe abandonada”, pensava ela, enquanto repetia incessantemente: “Vem, meu amado, vem!” Foi então que, de repente, Jesus apareceu e, com uma voz suave e reconfortante, disse-lhe: **”Não te deixarei, jamais te abandonarei. Também tu, vem, vem a Mim.”**
Ao ouvir essas palavras, Luisa correu para os braços de Jesus, sentindo-se segura e amada. Enquanto estava abraçada a Ele, Jesus acrescentou: **”Não só não te deixarei a ti, senão que, por amor teu, não deixarei Corato.”** Essa promessa não era apenas para Luisa, mas também para sua cidade natal, Corato, demonstrando o amor e a proteção divina que se estendiam além dela.
No entanto, em um instante, Jesus desapareceu, deixando Luisa com um vazio ainda maior. Ela clamou: **”O que me fizeste? Quando é que te foste embora sem sequer me dizeres adeus?”** Enquanto expressava sua dor, a imagem do Menino Jesus que ela tinha próximo a si parecia ganhar vida, como se brincasse com ela, escondendo-se e aparecendo. Luisa, com um misto de ternura e frustração, disse à imagem: **”Vê-se que és demasiado impertinente e que queres portar-te como menino. Eu sinto-me enlouquecer pela pena de que não vens, e Tu te pões a jogar. Bom, pois, joga e brinca também, que eu terei paciência.”**
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#### **Jesus Brinca e Ensina (2-41: Junho 22, 1899)**
No dia seguinte, Jesus continuou a brincar com Luisa, aparecendo e desaparecendo rapidamente, como se estivesse a testar sua paciência e sua fé. Ele estendia os braços para abraçá-la, mas, no momento em que ela se aproximava, Ele sumia como um relâmpago. Esses momentos de ausência causavam uma dor imensa no coração de Luisa, que se sentia desfalecer de tanto sofrer.
Foi então que a Virgem Maria apareceu, trazendo Jesus como um menino em seus braços. Os três se abraçaram, e Luisa teve a oportunidade de dizer a Jesus: **”Meu Senhor Jesus, parece-me que retiraste de mim a tua graça.”** Jesus respondeu com ternura: **”Tola, tola que és! Como dizes que te retirei a minha graça enquanto estou em ti? E que coisa é a minha graça senão Eu mesmo?”**
Essa resposta deixou Luisa ainda mais confusa, mas também mais consciente da presença constante de Jesus em sua vida. Mais tarde, após a meditação, Jesus apareceu dormindo dentro dela, e Luisa deleitava-se em contemplar Seu rosto sereno. A Virgem Maria, novamente presente, despertou-O e o colocou nos braços de Luisa, dizendo: **”Minha filha, não o deixe dormir, porque se dormir, vais ver o que acontecerá.”** Era um aviso sobre um temporal que se aproximava, simbolizando as provações que Luisa enfrentaria.
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#### **A Cruz e a Fé (2-42: Junho 23, 1899)**
Em outro momento, após receber a comunhão, Luisa sentiu-se transportada para fora de si mesma. Ela viu seu confessor e, lembrando-se de suas instruções, perguntou-lhe sobre a presença de Jesus. O confessor respondeu: **”Porque não o sabes encontrar, por isso dizes que não veio. Olha bem, pois está em teu interior.”**
Luisa olhou para dentro de si e viu os pés de Jesus saindo de seu coração. Ela O abraçou e, vendo-O com a coroa de espinhos, pediu ao confessor que a cravasse em sua cabeça. No entanto, o confessor não conseguia fazê-lo, e Jesus mesmo interveio, cravarando os espinhos na cabeça de Luisa com Suas próprias mãos. Esse ato simbolizava a união de Luisa com os sofrimentos de Cristo e sua disposição de carregar a cruz por amor a Ele.
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#### **A Fé que Inunda (2-43: Junho 25, 1899)**
Jesus continuou a ensinar Luisa sobre a importância da fé. Ele disse ao seu confessor: **”Quero que a fé te inunde por toda parte, como aquelas barcas que são inundadas pelas águas do mar. E como a fé sou Eu mesmo, sendo inundado por Mim, que tudo possuo, posso e dou livremente a quem em Mim confia.”**
Essa fé, segundo Jesus, traria três alegrias espirituais: a clareza para entender as coisas de Deus, o desapego das coisas terrenas e a alegria celestial. Esses ensinamentos mostravam a Luisa que a verdadeira felicidade só poderia ser encontrada em Deus.
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#### **A Cruz que Torna a Alma Transparente (2-48: Julho 22, 1899)**
Em uma de suas visões, Jesus apareceu com uma cruz de ouro pendurada ao pescoço, resplandecente e bela. Ele explicou a Luisa: **”A cruz comunica tal resplendor à alma, de torná-la transparente. Assim como um objeto transparente pode receber todas as cores, a cruz dá à alma todas as formas mais belas que se possam imaginar.”**
A cruz, segundo Jesus, era o instrumento que purificava a alma, tornando-a digna de habitar em Deus. Luisa compreendeu que a cruz não era apenas um símbolo de sofrimento, mas também de transformação e beleza espiritual.
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### **Conclusão: A Vida como um Jogo Divino (2-49: Julho 28, 1899)**
Jesus comparou a vida humana a um jogo, onde as pessoas buscam prazer, dinheiro ou poder. No entanto, Ele revelou que Seu “jogo” era enviar cruzes às almas, para que, ao aceitá-las com resignação, elas pudessem se unir a Ele e glorificar a Deus. **”Sofrendo, vens dar um alívio à minha sede,”** disse Jesus, referindo-se à Sua sede de amor e redenção.
Luisa aprendeu que a cruz era a marca mais nobre que Jesus poderia imprimir em Seus filhos, e que, através do sofrimento, ela poderia se unir mais profundamente a Ele. Sua jornada espiritual foi marcada por momentos de dor, mas também de profunda alegria e intimidade com Deus.
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Essa narrativa, escrita em terceira pessoa, destaca a profunda relação de Luisa com Jesus, sua disposição em carregar a cruz e sua busca incessante pela união com Deus. Cada diálogo e visão revela um aspecto da espiritualidade cristã, mostrando que a fé, a oração e o sofrimento são caminhos para a santidade.
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