Livro do Céu 1-50
Agora, voltando Jesus, eu dizia-lhe: “Amado, meu Jesus, dá-me a dor dos meus pecados, assim, os meus pecados consumidos pela dor, pelo arrependimento de ter-te ofendido, podem ser apagados da minha alma e também da tua memória, sim, dá-me tanta dor por quanto ousei ofender-te. Mais bem faças que a dor supere isto, assim poderei estreitar-me mais intimamente a Ti”.
Lembro-me que uma vez, enquanto estava dizendo isso, meu sempre benigno Jesus me disse: “Já que te causa tanto desgosto ter me ofendido, Eu mesmo quero te dispor a sentir a dor de teus pecados, e assim vejas como o pecado é feio, e que dor acerba meu coração sofreu. Por isso, dize junto Comigo: se passo o mar, no mar tu estás, embora não te veja; piso a terra e estás debaixo dos meus pés, pequei”.
Logo, Jesus, em voz baixa, acrescentou quase chorando: “No entanto te amei, e ao mesmo tempo te conservei”.
Enquanto Jesus dizia isto, eu o repetia junto com Ele; fui surpreendida por tal dor pelas ofensas feitas que caí com o rosto por terra e Jesus desapareceu.
Poucas foram as palavras, mas eu entendi tantas coisas que é impossível dizer tudo o que compreendi. Nas primeiras palavras compreendi a imensidão, a grandeza, a presença de Deus em cada coisa presente, sem que pudesse escapar d’Ele nem sequer a sombra do nosso pensamento, compreendi também o meu nada em comparação com uma Majestade tão grande e santa.
Na palavra “pequei”, compreendia a fealdade do pecado, a maldade, a ousadia que eu tinha tido ao ofendê-lo. Agora, enquanto minha alma estava considerando isso, ao ouvir Jesus Cristo dizer: “E, ainda assim, amei-te e ao mesmo tempo te conservei”. Meu coração foi tomado por tal dor que me sentia morrer, porque compreendia o amor imenso que o Senhor me tinha no ato mesmo em que eu procurava ofendê-lo, e mesmo matá-lo. Ah, Senhor, como tens sido bom para mim, e eu sempre ingrata e tão ruim ainda!
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