LIVRO DO CEU VOLUME 1-32
Jesus Cristo começa a preparar Luísa para a união
mística que havia prometido.
Então, o meu doce Jesus não fazia outra coisa que me dispor
para aquele matrimônio místico que me havia prometido. Isto
se fazia ver estando eu nesse estado, às vezes três ou quatro
vezes ao dia, como lhe agradava, e às vezes era um contínuo ir
e vir, me parecia um apaixonado que não sabe estar sem sua
esposa, assim fazia Jesus comigo, e às vezes chegava a me dizer:
“Olha, te amo tanto que não sei estar se não venho, sinto-me
quase inquieto pensando que estás sofrendo por Mim e que
estás sozinha, por isso vim para ver se tens necessidade de
alguma coisa”.
E enquanto assim dizia, Ele mesmo me levantava a cabeça,
colocava seu braço atrás de meu pescoço e me abraçava, e
enquanto assim me tinha, me beijava, e se era tempo de verão
e fazia calor, de sua boca exalava um hálito refrescante, ou bem
tomava alguma coisa em sua mão e me abanava e depois me
perguntava: “Como te sentes? Não te sentes melhor?”
Eu lhe dizia: “Em qualquer modo em que se está Contigo, se está
sempre bem”.
Outras vezes vinha, e se me via muito fraca pelo contínuo
estar naqueles sofrimentos — especialmente se o confessor
vinha na noite – meu amante Jesus vinha, e me vendo naquele
estado de extrema debilidade, tanto que às vezes me sentia
morrer, se aproximava a mim e de sua boca na minha vertia
este leite, ou me colocava a seu Lado e eu sorvia torrentes de
doçuras, de delícias e de fortaleza, Ele me dizia: “Quero ser
exatamente teu tudo, e também teu alimento da alma e do
corpo”. Quem pode dizer o que eu experimentava, tanto na
alma como no corpo, por estas graças que Jesus me fazia? Se
fosse eu a dizê-lo, me estenderia demais.
Recordo-me que às vezes quando não vinha logo, me
lamentava com Ele dizendo: “Ah, Santo Esposo, como me fizeste
esperar, tanto que não podia mais resistir, me sentia morrer sem Ti”.
E enquanto assim dizia, era tanta a aflição que sentia que
chorava, e Ele compadecia-se todo de mim, enxugava-me as
lágrimas, beijava-me, abraçava-me e dizia: “Não quero que
chores. Vê, agora estou contigo, dize-me o que queres”. Eu
dizia-lhe: “Não quero outra coisa senão a Ti, e só deixarei de chorar
quando me prometeres que não me farás esperar tanto”. E Ele me
dizia: “Sim, sim, te contentarei”.
Um dia, enquanto estávamos nisto, era tanta a dor que eu
não conseguia parar de chorar, meu bom Jesus me disse:
“Quero te contentar em tudo, sinto-me tão atraído por ti que
não posso deixar de fazer o que tu queres. Se até agora retirei
tua vida exterior e me manifestei a ti, agora quero atrair tua
alma para Mim, a fim de que onde quer que eu vá, possas vir
junto Comigo, assim poderás desfrutar mais e estreitar-te
mais intimamente a Mim, o que não fizeste no passado”.
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