LIVRO DO CEU VOLUME 1-38
Preparativos finais para o Matrimônio Místico
Agora, nestas saídas do corpo que o Senhor me atraía a fazer,
às vezes renovava-me a promessa do noivado já dito. Quem
pode dizer os ardentes desejos que o Senhor infundia em mim
de que se efetuasse este místico matrimônio? Muitas vezes lhe
rogava dizendo: “Esposo dulcíssimo, apressa-te, não prolongues
mais minha íntima união Contigo. Ah, estreitemo-nos com vínculos
mais fortes de amor, de modo que ninguém nos possa separar nem por
poucos instantes”.
E Jesus ora me corrigia de uma coisa, ora de outra. Recordo
que um dia me disse: “Tudo o que é terreno, tudo, deves
remover, não só do teu coração mas também do teu corpo, tu
não podes entender quão nocivo é e que impedimentos são ao
meu Amor mesmo as mínimas sombras terrenas”.
Eu imediatamente lhe disse: “Se tiver alguma outra coisa para
tolher, dize-me, porque estou disposta a fazê-lo”. Mas enquanto
dizia isto, eu mesma percebi que tinha um anel de ouro no dedo
que representava a imagem do Crucificado, e imediatamente
lhe disse: “Esposo Santo, Queres que o tire?” E Ele me disse: “Te
devo dar Eu, um anel mais precioso, mais belo, e no qual
estará impressa minha imagem, tanto que cada vez que o vires
novas flechas de amor receberá teu coração, portanto este anel
não é necessário”.
E eu prontamente o tirei. Finalmente chegou o suspirado
dia, depois de não pouco sofrer. Recordo que faltava pouco
para completar o ano de estar continuamente na cama, era dia
da Pureza de Maria Santíssima.
Na noite anterior àquele dia, o meu amado Jesus fez-se ver
em atitude festiva, aproximou-se de mim e tomou o meu
coração em suas mãos e olhou para ele, olhou novamente,
limpou-o e depois devolveu-me. Depois tomou uma vestido de
imensa beleza (me parecia que a parte interna) era como filetes
de ouro de várias cores e me vestiu com ele, depois tomou duas
gemas como se fossem brincos e os pôs em minhas orelhas; em
seguida me adornou o pescoço e os braços e me cingiu a testa
com uma coroa de imenso valor, adornada de gemas e pedras
preciosas, toda resplandecente de luz, e me parecia que essas
luzes eram tantas vozes que ressoavam entre elas e a claras
notas falavam da beleza, do poder, da força e de todas as outras
virtudes de meu esposo Jesus. Quem pode dizer o que eu
entendi e em que mar de consolo nadava minha alma? É
impossível poder dizê-lo. Agora, enquanto Jesus me cingiu a
testa me disse: “Esposa dulcíssima, esta coroa te ponho a fim
de que nada falte para te fazer digna de ser minha esposa, use
depois da realização do nosso matrimônio e a levarei ao Céu
para reservá-la para o momento da tua morte”.
Finalmente tomou um véu e com ele cobriu-me toda, desde
a cabeça até os pés e assim deixou-me. Ah! Parecia-me que
nesse véu havia um grande significado, porque os demônios ao
me ver coberta com ele ficavam tão espantados e sentiam tal
medo de mim, que fugiam aterrorizados. Os próprios anjos
estavam ao meu redor com tal veneração que eu mesma ficava
confusa e toda cheia de vergonha.
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