LIVRO DO CÉU VOLUME 1-40
Impressões de Luísa depois de ter contemplado a
glória dos Anjos e Santos no Céu
Às vezes, transportando-me com Ele, levava-me ao Paraíso,
e ali escutava os cânticos dos bem-aventurados, via a
Divindade, os diversos coros dos Anjos, as ordens dos Santos,
todos imersos, absorvidos e identificados na Divindade de
Deus. Parecia-me que em torno do trono havia muitas luzes,
como se fossem mais que sóis resplandecentes e a claras notas
estas luzes denotavam todas as virtudes e atributos de Deus.
Os Bem-Aventurados, refletidos em uma destas luzes,
ficavam arrebatados, mas não chegavam a penetrar toda a
imensidão daquela luz, de modo que passavam a uma segunda
luz sem compreender a fundo a primeira. Assim, os bem-aventurados
no Céu não podem compreender perfeitamente a
Deus, porque é tanta a Imensidão, a Grandeza, a Santidade de
Deus, que mente criada não pode compreender um Ser
incriado. Agora, os bem-aventurados, refletidos nestas luzes,
parecia-me que vinham participar nas virtudes destas luzes;
dessa forma, a alma no Céu se assemelha a Deus, com esta
diferença: que Deus é aquele Sol grandíssimo, e a alma é um
pequeno sol.
Mas quem pode dizer tudo o que nessa beata morada se
compreende? Enquanto a alma se encontra nesta prisão do
corpo é impossível, enquanto na mente se escuta algo, os lábios
não encontram palavras para poder explicar-se, me parece
como uma criança que começa a balbuciar, que gostaria de
dizer tantas e tantas coisas, mas afinal, parece que ela não sabe
dizer uma palavra clara, por isso, vou direto ao assunto.
Só direi que às vezes, enquanto me encontrava naquela bem-aventurada
pátria, passeava junto com Jesus no meio dos coros
dos anjos e dos santos, e como eu era a nova esposa, todos os
bem-aventurados se uniam conosco para participar das alegrias
de nosso matrimônio, me parecia que esqueciam seus
contentamentos para cuidar dos nossos, e Jesus me mostrava
aos santos dizendo:
“Vejam esta alma, é um triunfo do meu
Amor, meu Amor tudo superou nela”.
Outras vezes me fazia ficar no lugar que me tocava e me
dizia:
“Este é teu lugar, ninguém pode te tirar”.
E às vezes eu chegava a acreditar que não devia voltar mais à Terra, mas em
um simples instante me encontrava fechada no muro deste
corpo.
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