Livro do Céu – Volume 1-6
Quando o Divino Mestre me libertou do mundo externo, pôs então a mão a purificar o interior, e com voz interior me dizia: “Agora estamos sozinhos; não há mais quem nos perturbe, não estás agora mais contente que antes onde devia contentar a tantos e tantos? Vê, é mais fácil agradar um só; deves fazer de conta que estamos sozinhos no mundo, promete-me ser fiel e Eu verterei em ti tantas graças que tu mesma ficarás maravilhada”. Depois continuou a dizer-me: “Sobre ti fiz grandes desígnios; sempre e quando tu me corresponderes, quero fazer de ti uma perfeita imagem Minha, começando desde o meu nascimento até minha morte; Eu mesmo te ensinarei, um pouco cada vez, o modo como o farás”. E acontecia assim: Todas as manhãs, depois da
Comunhão, dizia-me o que devia fazer no dia. Direi tudo brevemente, porque depois de tanto tempo é impossível poder dizer tudo. Não me lembro bem, mas parece que a primeira coisa que me dizia era que o necessário para purificar o interior de meu coração, seria o aniquilamento de mim mesma, isto é, a humildade. E continuava dizendo-me: “Vê, para fazer com que Eu derrame as minhas graças no teu coração, quero fazer-te compreender que por ti nada podes. Eu cuido muito bem daquelas almas que atribuem a si mesmas o que fazem, querendo usurpar-me as graças. Ao contrário, com aquelas que conhecem a si mesmas, Eu sou generoso em verter a torrentes minhas graças, sabendo muito bem que nada se refere a elas mesmas, agradecem-me e têm a estima que convém, vivem com medo de que, se não me corresponderem, posso tirar-lhes o que lhes dei, sabendo que não são coisas próprias. Pelo contrário, nos corações que exalam soberba nem sequer posso entrar neles, porque, inflados de si mesmos, não há lugar onde possa me colocar; os miseráveis não levam em conta minhas
graças e vão de queda em queda até a ruína. Por isso, quero que neste dia faças contínuos atos de humildade, quero que estejas como um menino envolto em fraldas, que não pode mover nem sequer um pé para dar um passo, ou uma mão para agir, senão que tudo o espera da mãe. Assim estarás junto a Mim como um menino, rogando-me sempre que te assista, que
te ajude, confessando-me sempre teu nada, em suma, esperando tudo de Mim”
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