Livro do Céu Volume 1-62
Então a voz interior seguia: “Minha filha, não te afastes de Mim, não me deixes sozinho, meu Amor quer companhia, outro excesso do meu Amor, não querer estar sozinho. Mas tu sabes de quem quer estar acompanhado? Da criatura! Observa, no seio da minha Mãe, junto a Mim estão todas as criaturas concebidas junto Comigo. Eu estou com elas com todo amor, quero dizer-lhes o quanto as amo, quero
falar com elas para lhes dizer as minhas alegrias e as minhas dores, para lhes dizer que vim no meio delas para fazê-las felizes, para consolá-las e que estarei no meio delas como seu irmãozinho dando a cada uma todos os meus bens, o meu reino, à custa da minha morte. Quero lhes dar meus beijos, minhas carícias; quero me entreter com elas
57 Essas palavras sugerem um ensinamento fundamental que o Senhor desenvolverá ao longo dos escritos de Luísa. São como duas etapas da vida espiritual: na primeira, a alma deve ser protagonista em sua busca por Deus; na segunda, então, é Jesus o Divino protagonista, quando virá ao encontro da alma.
Mas, ai! Quantas dores me dão! Há quem me foge, quem se faz surda e me reduz ao silêncio, quem despreza meus bens e não se preocupa com meu reino e corresponde meus beijos e carícias com o
descuido e o esquecimento de Mim, e meu entretenimento o converte em amargo pranto… Oh, como estou sozinho, apesar de estar no meio de tantos! Oh, como me pesa minha solidão! Não tenho a quem dizer uma palavra, com quem desabafar, nem mesmo no amor; estou sempre triste e taciturno, porque se falo não sou escutado. Ah, minha filha, peço-te, suplico-te que não me deixes sozinho em tanta solidão! Dá-me o bem de me deixares falar escutando-me, dá ouvidos aos meus ensinamentos; Eu sou o mestre dos mestres. Quantas coisas quero te ensinar. Se me ouvires, farás cessar o meu pranto e vou me entreter contigo. Não queres te entreter Comigo?”
E enquanto me abandonava nele, compadecendo-lhe de sua solidão, a voz interna seguia: “Basta, basta, passa a considerar o sexto excesso do meu Amor”.
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