LIVRO DO CÉU VOLUME 2-75
2 de setembro de 1899
75 – Quais são esses escritos. Obediência. É necessário que junto com a doçura haja o amargor. O próprio Jesus suscita dificuldades em Luísa, para poder instruí-la.
Sentindo-me como se um prego me cravasse o coração pelas palavras que ontem disse meu doce Jesus, e sendo Ele sempre benigno com esta miserável pecadora, para aliviar minhas penas veio, e compadecendo-se de mim, disse-me: “Minha filha, não queiras te afligir mais. Deves saber que tudo o que te faço escrever, seja sobre as virtudes ou sob alguma semelhança, nada mais é do que fazer-te retratar a ti mesma e aquela perfeição que fiz tua alma alcançar.
Oh Deus! Que grande repugnância sinto ao escrever estas palavras, porque não me parece que seja verdade o que foi dito. Sinto que ainda não entendo o que é virtude e perfeição, mas a obediência assim o quer, e é melhor morrer do que ter que lidar com ela. Muito
mais porque ela tem duas faces: Se se faz como ela diz, toma o aspecto de senhora e te acaricia como amiga fiel, e até te promete todos os bens que há no Céu e na terra; mas se depois descobre uma sombra de objeção, subitamente sem ser avisado, se mostra e se acha como um guerreiro que está preparando suas armas para te
ferir e destruir. Oh, meu Jesus! Que virtude é esta obediência que faz tremer só de pensar nela?
Então, enquanto Jesus me dizia aquelas palavras, eu lhe disse: “Meu bom Jesus, em que aproveita a minha alma ter tantas graças, se depois me amargam minha vida inteira, especialmente nas horas da
tua privação? Porque compreender quem Tu és e de quem estou privada, é um contínuo martírio para mim; portanto não me servem mais do que para fazer-me viver continuamente amargurada”.
E Ele acrescentou: “Quando uma pessoa provou a doçura de um alimento e depois é obrigada a tomar o amargo, para remover esse amargor duplica-se o desejo de provar o doce, e isto é muito útil àquela pessoa, porque se ela sempre provasse o doce, sem nunca provar o amargo, não teria grande apreço pelo doce, e se sempre provasse o amargo sem conhecer o doce, não conhecendo-o nem sequer o desejaria, por isso, um e o outro são benéficos, e assim também é bom para ti”.
E eu: “Meu Jesus pacientíssimo, perdoa-me por ter que suportar uma alma tão mísera e ingrata, parece-me que desta vez quero investigar demasiado”.
E Jesus: “Não te perturbes, sou Eu mesmo quem move as dificuldades em teu interior para ter ocasião de conversar contigo, e ao mesmo tempo para te instruir em tudo”.
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