LIVRO DO CÉU VOLUME 3-34
4 de Fevereiro de 1900
3-34 Desconfiança.
(1) Encontrando-me num estado cheio de desencorajamento, especialmente pela privação do meu sumo Bem, esta manhã, apenas deixando-se ver, disse-me:
(2) “O desânimo é um humor infeccioso que infecta as mais belas flores e os mais agradáveis frutos e penetra até o fundo da raiz, de modo que aquele humor infeccioso, invadindo toda a árvore, a murcha, a torna esquálida, e se não se lhe põe remédio regá-la com o humor contrário, como aquele humor mau se introduziu até a raiz, seca a raiz e faz cair por terra a árvore. Assim acontece à alma que se embebe deste humor infeccioso do desalento”.
(3) Apesar de tudo isso eu me sentia ainda desalentada, toda encolhida em mim mesma e me via tão má que não me atrevia a me jogar para o meu doce Jesus. Minha mente estava ocupada
pensando que para mim era inútil esperar como antes as contínuas visitas d’Ele, suas graças, seus carismas, tudo para mim tinha terminado. E Ele, quase me repreendeu, adicionou:
(4) “O que você faz? O que você faz? Você não sabe que a desconfiança deixa a alma moribunda? que pensando que deve morrer não pensa mais em nada, nem em adquirir, nem em comerciar,
nem em embelezar-se mais, nem em pôr remédio a seus males, não pensa outra coisa senão que para ela tudo terminou. E não só volta a alma moribunda, senão que a desconfiança põe a todas as virtudes em perigo de expirar”.
(5) “Ah Senhor! imagino ver este espectro de desconfiança, triste, murcho, medroso e todo trêmulo, e toda a sua mestria, não com outra astúcia mas apenas com o medo, conduz as almas para o túmulo. Mas o que é pior, é que este espectro não se mostra como inimigo, porque então a alma poderia burlar-se de seu medo, senão que se mostra como amigo, e se infiltra tão docemente na alma, que se a alma não está atenta, parecendo-lhe que é um amigo fiel que agoniza junto e chega a morrer junto com ela, dificilmente se saberá liberar de sua artificiosa maestria.
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