LIVRO DO CÉU VOLUME 4-19
14 de Outubro de 1900
4-19 O perigoso flagelo dos burgueses. Só a inocência atrai a misericórdia e mitiga a justa indignação.
(1) Esta manhã me sentia tão aturdida, que não reagia, nem podia ir como o habitual em busca de meu sumo Bem. De vez em quando se movia dentro de mim e se fazia ver, e me abraçando toda e compadecendo me dizia:
(2) “Pobre filha, tens razão de não poder estar sem Mim, como poderias viver sem teu amado?”
(3) E eu, perturbada por suas palavras, disse: “Ah, meu amado, que duro martírio é a vida por os intervalos em que sou obrigada a estar sem Ti. Tu mesmo o dizes, que tenho razão nisto, e logo me deixas?”
(4) E ele se escondeu como se não quisesse que ouvisse o que me dizia, e eu fiquei de novo no meu tumulto, não podendo dizer mais nada; e, vendo-me de novo, turbada, disse:
(5) “Tu és todo o meu contentamento, no teu coração encontro o verdadeiro repouso e, repousando, sinto nele as mais queridas delícias”.
(6) E eu, sacudindo-me de novo, disse-lhe: “Também para mim Tu és todo o meu contentamento, tanto que todas as outras coisas não são para mim senão amarguras”.
(7) E Ele retirando-se de novo me deixou meio a falar, ficando mais perturbada que antes, e assim continuou esta manhã, parecia que tinha vontade de jogar um pouco. Depois disto me senti fora de mim mesma, e vi que vinham pessoas desconhecidas vestidas de burgueses, e as pessoas ao vê-las, todas se horrorizavam e davam um grito de espanto e de dor, especialmente as crianças, e diziam: “Se estes nos caem em cima, para nós tudo terminou”, e acrescentavam: “Escondam as jovens; pobre juventude se chega às mãos destes”. Então eu, dirigindo-me ao Senhor lhe disse: “Piedade, misericórdia, afasta este flagelo tão perigoso para a mísera humanidade, te movam a compaixão as lágrimas da inocência”.
(8) E Ele: “Ah! minha filha, só pela inocência tenho consideração pelos outros, só ela me arranca a misericórdia e mitiga minha justa ira”.
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