LIVRO DO CÉU VOLUME 4-37
23 de Novembro de 1900
4-37 Modo no qual estão as almas em Jesus.
(1) Encontrando-me em meu habitual estado, meu amante Jesus me transportou para fora de mim mesma, e saindo de dentro de meu interior se fazia ver tão grande que absorvia nele toda a terra, e estendia tanto sua grandeza que minha alma não encontrava o termo, sentia-me dispersa em Deus, não só eu, mas todas as criaturas ficavam dispersas; e, oh, como parecia impróprio, que afronta se faz a Nosso Senhor, que nós, pequenos vermes, vivendo n’Ele ousemos ofendê-Lo! Oh, se todos pudessem ver o modo como estamos em Deus, como se cuidariam de não lhe dar nem sequer a sombra de um desgosto! Depois se fazia tão alto que absorvia nele todo o Céu, assim que em Deus mesmo via a todos os anjos e santos, ouvia seu canto, entendia muitas coisas da felicidade eterna. Depois disto via que de Jesus Saíam muitos ribeiros de leite e eu bebia deles, mas sendo eu muito restrita, e Jesus tão grande e alto que não tinha limite nem de grandeza nem de altura, não conseguia absorver tudo em mim; muitos corriam fora, embora permanecessem em Deus mesmo, e eu sentia um desgosto por isso e teria querido que todos corressem a beber destes ribeiros, mas escassíssimo era o número dos viadores que bebiam; nosso Senhor desgostoso também por isso me disse:
(2) “Isto que vês é a misericórdia contida, e isto irrita principalmente a justiça; como não devo fazer justiça, enquanto eles mesmos me impedem de misericórdia?”
(3) E eu, segurando as mãos dele, apertei-o e disse: “Não Senhor, não podes fazer justiça, não o quero eu, e não querendo eu também Tu o queres, porque a minha vontade não é mais minha, mas tua, e sendo tua, tudo o que eu não quero também Tu o queres; não me disseste Tu mesmo, que devo viver em tudo e por tudo do teu Querer?”
(4) O meu falar desarmou o meu doce Jesus, diminuiu de novo e fechou-se dentro de mim, e eu encontrei-me em mim mesma.
+ + + + +
Dê seu testemunho sobre seu encontro com a Divina Vontade