LIVRO DO CÉU VOLUME 5 – 1
(1) Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
(2) Senhor, vem em minha ajuda, ata esta minha vontade rebelde que quer sempre resistir contra a santa obediência, e me põe em tal estreiteza, que enquanto às vezes parece morta, então mais do que nunca, como serpente a sinto viva e me corrói por dentro, por isso me canta com novas cordas, é mais, enche-me de tua santa e adorável Vontade até transbordar fora, de maneira que minha vontade fique consumida na tua, e então poderei ter a felicidade de não lutar mais contra a santa obediência. E tu, ó santa obediência, perdoa-me se te faço sempre a guerra e dá-me a força para poder seguir-te em tudo pacificamente, ainda que às vezes pareça que eu tenho toda a razão. Como lutar contra Vós, como neste escrever por conta do confessor! mas bom, façamos silêncio, não façamos mais atrasos e comecemos a escrever.
(3) Como meu passado confessor se encontrava muito ocupado, muito mais que no curso dos anos em que ele me dirigia, quando não podia ele vir vinha o confessor presente, mas eu não tinha pensado jamais que deveria me encontrar nas mãos deste, sobre tudo que eu estava contente com aquele e nele tinha toda minha confiança. Cerca de um ano e meio antes de o presente fosse meu confessor, estando em meu habitual estado, o bendito Jesus me disse não estar contente com que meu passado confessor não se ocupasse mais de meu interior, e do modo como ele concorria com Nosso Senhor sobre meu estado, dizendo-me que:
(4) “Quando coloco nas mãos do confessor almas vítimas, o trabalho de seu interior deve ser contínuo, por isso diga-lhe: Ou me corresponde, ou te coloco nas mãos de qualquer outro”.
(5) E eu: “Senhor, que dizes, quem será tão paciente que deverá tomar esta cruz de vir cada dia a sacrificar-se como este confessor?”
(6) E Jesus: “Dar-lhe-ei luz, nomeando o presente confessor, e virá”.
(7) E eu: “Quão impossível é que ele tome esta cruz”.
(8) E Jesus: “Sim, virá, e além disso, quando não me ouvir a Mim mandarei a minha Mãe, e ele que a ama, não lhe negará este favor Porque, certamente, nada é negado a quem verdadeiramente se ama. No entanto, eu quero ver um pouco mais o que este faz, e dizer-lhe tudo o que eu disse”.
(9) Quando o confessor veio lhe contarei tudo, mas pobrezinho, uma nova ocupação tomada por ele impossibilitava-o a ocupar-se de meu interior, via-se que não era sua vontade, senão a impotência por isso não podia ocupar-se de mim. Quando o dizia se empenhava mais, mas logo voltava a não cuidar de mim, como antes. Jesus bendito se lamentava dele, e eu voltava a dizer ao confessor. Um dia ele mesmo me mandou ao pai presente, e eu também com ele abri minha alma dizendo-lhe tudo o que tenho dito, ele aceitou vir e eu fiquei maravilhada de que tinha dito que sim, e dizia entre mim:
“Tinha razão Jesus”. Mas logo cessou a maravilha, não sei dizer como, durou apenas quanto dura uma sombra que rápido foge, veio apenas dois ou três dias e não se viu mais, também como sombra fugiu e eu continuava estando nas mãos do confessor passado, adorando as disposições de Deus, eu estava contente com ele, que tantos sacrifícios tinha feito por minha causa. Depois de ter passado cerca de outro ano, e eu sentindo uma necessidade de consciência, disse-o ao confessor passado e disse-me:
“Mando-te Dom Genaro”. Quer dizer ao padre presente, investindo-se de minha necessidade.
(10) Pensativa sobre uma tempestade ocorrida entre eles, Jesus repetiu: “Não mova as coisas, tudo o que tenho disposto Eu e tudo o que foi feito, foi bem feito”.
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